tag:blogger.com,1999:blog-4042488865759147347.post3967019089532614629..comments2023-10-18T10:15:46.317+01:00Comments on Liberdade e Cidadania: A Força da PoéticaUnknownnoreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-4042488865759147347.post-18701866751019288602010-09-19T02:54:54.323+01:002010-09-19T02:54:54.323+01:00GIA Santos
Lindo.
Obrigado.
abraço
asilvaGIA Santos<br />Lindo.<br />Obrigado.<br />abraço<br />asilvaandrade da silvahttps://www.blogger.com/profile/02808042878664535162noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4042488865759147347.post-36577225062164365112010-09-18T18:41:38.838+01:002010-09-18T18:41:38.838+01:00Gostei muito, e porque a vida não pode ser adiada ...Gostei muito, e porque a vida não pode ser adiada fica o meu destemunho.<br />Foi sonho amor?<br />senti frio<br />sem pele<br />complementaste-me<br />ânsia do amor sonhado?<br />senti fome<br />sede<br />saciaste-me<br />porque adiar?<br />se estava a meu lado.<br />nos montes foste a floresta,<br />na planície a seara<br />no mar o porto<br />do meu<br />corpo<br />desabrochado.GiaSantoshttps://www.blogger.com/profile/04473393493854855739noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4042488865759147347.post-42996107564986128872010-09-18T16:14:00.739+01:002010-09-18T16:14:00.739+01:00Marilia
Obrigado pela dádiva do poema de Daniel Fi...Marilia<br />Obrigado pela dádiva do poema de Daniel Filipe. Concordo com ele e com todo os que amam a vida que o amor e a vida não podemn ser adiados para o próximo século, ou, então, nem conheceremos a cor do amor e o sabor da vida.<br />abraço<br />asilvaandrade da silvahttps://www.blogger.com/profile/02808042878664535162noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4042488865759147347.post-48766454642071819482010-09-17T11:10:31.886+01:002010-09-17T11:10:31.886+01:00Daniel Filipe (1925-1964)
- A Invenção de Amor
...Daniel Filipe (1925-1964)<br /><br /> - A Invenção de Amor<br /><br />uma agência comunica que algures ao sul do rio<br />um menino pediu uma rosa vermelha<br />e chorou nervosamente porque lha recusaram<br />Segundo o director da sua escola é um pequeno triste inexplicavelmente dado aos longos silêncios e aos choros sem razão<br />Aplicado no entanto Respeitador da disciplina<br />Um caso típico de inadaptação congénita disseram os psicólogos<br />Ainda bem que se revelou a tempo Vai ser internado<br />e submetido a um tratamento especial de recuperação<br />Mas é possível que haja outros É absolutamente vital<br />que o diagnóstico se faça no período primário da doença<br />E também que se evite o contágio com o homem e a mulher<br />de que fala no cartaz colado em todas as esquinas da cidade<br /><br />Está em jogo o destino da civilização que construímos<br />o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial<br />o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos<br />a verdade incontroversa das declarações políticas<br /><br />...<br /><br />É possível que cantem<br />mas defendam-se de entender a sua voz Alguém que os escutou<br />deixou cair as armas e mergulhou nas mãos o rosto banhado de lágrimas<br />E quando foi interrogado em Tribunal de Guerra<br />respondeu que a voz e as palavras o faziam feliz<br />lhe lembravam a infância Campos verdes floridos<br />Água simples correndo A brisa das montanhas<br />Foi condenado à morte é evidente É preciso evitar um mal maior<br />Mas caminhou cantando para o muro da execução<br />foi necessário amordaçá-lo e mesmo desprendia-se dele<br />um misterioso halo de uma felicidade incorrupta<br /><br />...<br /><br />Procurem a mulher o homem que num bar<br />de hotel se encontraram numa tarde de chuva<br />Se tanto for preciso estabeleçam barricadas<br />senhas salvo-condutos horas de recolher<br />censura prévia à Imprensa tribunais de excepção<br />Para bem da cidade do país da cultura<br />é preciso encontrar o casal fugitivo<br />que inventou o amor com carácter de urgência<br /><br />Os jornais da manhã publicam a notícia<br />de que os viram passar de mãos dadas sorrindo<br />numa rua serena debruada de acácias<br />Um velho sem família a testemunha diz<br />ter sentido de súbito uma estranha paz interior<br />uma voz desprendendo um cheiro a primavera<br />o doce bafo quente da adolescência longínqua<br /><br /><br />A Invenção do Amor e Outros Poemas<br /><br />Daniel FilipeMarília Gonçalveshttps://www.blogger.com/profile/10852628701325034247noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4042488865759147347.post-37754816487677383692010-09-17T11:06:41.232+01:002010-09-17T11:06:41.232+01:00Daniel Filipe (1925-1964)
- A Invenção de Amor
...Daniel Filipe (1925-1964)<br /><br /> - A Invenção de Amor<br /><br />Em todas as esquinas da cidade<br />nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas janelas dos autocarros<br />mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes<br />na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém<br />no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga<br />um cartaz denuncia o nosso amor<br /><br />Em letras enormes do tamanho<br />do medo da solidão da angústia<br />um cartaz denuncia que um homem e uma mulher<br />se encontraram num bar de hotel<br />numa tarde de chuva<br />entre zunidos de conversa<br />e inventaram o amor com caracter de urgência<br />deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana<br /><br />Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura<br />e souberam entender-se sem palavras inúteis<br />Apenas o silêncio A descoberta A estranheza<br />de um sorriso natural e inesperado<br /><br />Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna<br />Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente<br />embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta<br />de um amor subitamente imperativo<br /><br />Um homem e uma mulher um cartaz denuncia<br />colado em todas as esquinas da cidade<br />A rádio já falou A TV anuncia<br />iminente a captura A policia de costumes avisada<br />procura os dois amantes nos becos e nas avenidas<br />Onde houver uma flor rubra e essencial<br />é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta fechada para o mundo<br />É preciso encontrá-los antes que seja tarde<br />Antes que o exemplo frutifique Antes<br />que a invenção do amor se processe em cadeia<br /><br />Há pesadas sanções para os que auxiliarem os fugitivos<br />Chamem as tropas aquarteladas na província<br />Convoquem os reservistas os bombeiros os elementos da defesa passiva<br />Todos decrete-se a lei marcial com todas as consequências<br />O perigo justifica-o Um homem e uma mulher<br />conheceram-se amaram-se perderam-se no labirinto da cidade<br /><br />É indispensável encontrá-los dominá-los convencê-los<br />antes que seja tarde<br />e a memória da infância nos jardins escondidos<br />acorde a tolerância no coração das pessoas<br /><br />Fechem as escolas Sobretudo<br />protejam as crianças da contaminação<br /><br />(continua)Marília Gonçalveshttps://www.blogger.com/profile/10852628701325034247noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4042488865759147347.post-20220153278261700372010-09-17T10:59:03.704+01:002010-09-17T10:59:03.704+01:00Este comentário foi removido pelo autor.Marília Gonçalveshttps://www.blogger.com/profile/10852628701325034247noreply@blogger.com