quarta-feira, 27 de agosto de 2008

" O PODER ABSOLUTO CORROMPE ABSOLUTAMENTE"


António José Seguro insurge-se com garbo, coragem e valentia num artigo de opinião no Expresso, contra a exiguidade da democracia na Madeira, e tem toda a razão.

Caro concidadão José Seguro, caro Deputado da Nação.

Como já o tenho dito, se não se corromper, seria um cidadão a quem a República deveria confiar responsabilidades maiores para a salvaguarda da democracia.

Democracia que só de um ponto de vista formal existe na Madeira, como na Colômbia, de resto todas as vezes que qualquer dirigente do PSD/Madeira pronuncia a palavra democracia, como tão profusamente fizeram nas comemorações dos 500 anos da cidade do Funchal, vomitam um insulto inaceitável sobre tão honrado conceito.

É verdade que como muitos leitores do DN Funchal dizem tudo João Jardim faz, esbanja dinheiro em elefantes brancos, como é o caso da marina do Lugar de Baixo, o promenade da praia Formosa, da Madalena do Mar etc e todos se calam.

De acordo com a socialização jardinista referida por outros madeirenses que vivem na China que dizem que por lá há uma liberdade razoável, desde que se cumpram as leis, não se diga mal do governo, não se faça greves, nem manifestações, porque são coisas proibidas, também é quase assim na Madeira, e é uma realidade razoável e comumente aceite.

Falou o Sr. Presidente da República e o Sr. Presidente da Assembleia da República em desenvolvimento excepcional na Madeira, deviam de acrescentar que todo o investimento público é quase todo em Betão, com uma pressão inaceitável sobre a zona costeira, por exemplo numa área de poucos quilómetros ( 1ou 2Km x 1ou 2Km ) entre o Lido e a Ponta Gorda encontram-se mais de uma dúzia de grandes hotéis.

Para além disto seria bom àqueles senhores tomarem conhecimento de quem são as empresas e de como são feitos os contratos. Ao que parece os destacados dirigentes do PSD Madeira detêm muitos interesses nas empresas que privilegiadamente trabalham ou para o governo regional, ou para as autarquias.

Obviamente que a total e absoluta falta de respeito pelas Instituições democráticas Nacionais e Regionais por parte do Sr. Alberto João e de toda a gente do PSD/ Madeira, reduz a democracia na Madeira a um mero exercício de concordância, absoluta, total e indiscutível com o líder.

Quem discordar do líder, se for do PSD é banido, caso do Prof. Virgílio Pereira que também a outros chamou de comunas, hoje, também merece esse cognome, enfim..., se não for do PSD é cognomizado de tonto, comuna, gay etc. tudo denominações que no contexto sócio-cultural da Madeira são as mais graves agressões verbais que se podem dirigir a alguém.

Os louvores do Sr. Presidente da República e da Assembleia da República ao Sr. Alberto João são, de um ponto de vista da ética democrática, inaceitáveis, mas a demo ditadura está referendada na Madeira, e em boa verdade também o governo maioritário do PS, apresenta preocupantes sinais autoritários que esperemos que não esmaguem os Josés Seguros que tão poucos são no PS de agora.

Todavia quando o actual primeiro-ministro cair, então, os apoiantes das críticas de José Seguro, Manuel Alegre, Cravinho e outros serão às centenas.

Miseravelmente não nos distinguimos pela coragem e pela moral, mas mais pelas conveniências. Kennedy dizia que a “moralidade é fazer o que deve ser feito, independentemente das conveniências”.

José Seguro siga em frente, serão poucos, mas serão dos melhores os que o acompanham e muitos mais virão.

O TSUNAMI da LIBERDADE TERÁ DE FORMAR-SE, embora possa tardar um pouco.

andrade da silva

4 comentários:

Ana Daya disse...

Basicamente quando alguem nao da satisfacoes do que faz a ninguem, tem “poder absoluto”. Ha tantos e bons exemplos na historia que nos deviam ter ensinado e jamais aceitar poder existir poder absoluto!

Quero pensar que estas a dramatizar no que escreveste!

Escreveste que quem nao pertence ao grupo eh posto fora do grupo. Nao acontece isto com alguma frequencia nos empregos e nas politiquices familiares e entre amigos?

Vamos voar pras arabias...
Do pais que nao se apelida de ditador, mas que eu apelido de “police state”. Se as pessoas sao forcadas a fazer o que “eles” querem e nao tem liberdade para sequer poder pensar de alto, nao se vive por aqui em democracia concerteza.

A experiencia nao posso dizer que seja boa, mas a aprendizagem eh!

O pais tem o chamado Majlis al shura – especie de parlamento mas quem reina eh so uma familia que utiliza os mutawas (policia religiosa) - ferramenta muito util para assustar e amedrontar as pessoas que cresceram e continuam a crescer com medo e nao se atrevem a questionar o que for (vou ser deportada de certeza!!!)

Apesar de nao ter nada a ver com o que escreveste, vou contar-te a ultima patetice que parece uma anedota (sem piada). Na capital do pais, os mutawas deram o prazo de 6meses para todas as lojas de animais e clinicas veterinarias fecharem porque… os animais estavam a ser elo de ligacao para encontros amorosos. Coitadinhos dos caes e dos gatos! Sick minds!!!

Para finalizar deixo-te uma pergunta que te vai parecer pateta: a Madeira vive em ditadura???

O Kennddy tinha razao ( e defeitos ;)) - com a sua visao levou-os literalmente ah lua!

Deixo-te algumas frases famosas dele:
"those who make peaceful revolution impossible, will make violent revolution inevitable."

"First, I believe that this nation should commit itself to achieving the goal, before this decade is out, of landing a man on the Moon and returning him back safely to the earth. No single space project in this period will be more impressive to mankind, or more important for the long-range exploration of space; and none will be so difficult or expensive to accomplish."

"No nation which expects to be the leader of other nations can expect to stay behind in this race for space."

and

"We choose to go to the Moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard.”

andrade da silva disse...

ANA

Nunca disse que na Madeira se vive em ditadura, mas em demo-ditadura ou semi- democracia, é metade, metade, talvez a metade democratica seja um pouco maior que a ditatorial.
A Madeira é Portugal e oficialmente ninguém é prejudicado pelo seu credo, orientação sexual,ou ideologia, são garantias constitucionais, mas a relidade é um pouco diferente.

Quem diz o que acontece aos dissidentes é o próprio D.alberto João com todas as letras, está nos seus discursos, ou seja os seus opositores serão esmagados, ele diz o que pensa, e faz o que pensa.

Ana

Nós agradecemos as informações sobre a sociedade onde vives, mas não queremos que te aconteça nada, tem algum cuidado.

Um meu conhecido contou-me que estando num hotel aí ligou um canal de sexo explícito ou erótico, e logo recebeu a visita dessas almas bem intencionadas. Valeu-lhe na circunstãncia ser estrangeiro e ser convidado de uma autoridade que já não recordo qual.

Ana

Tem cuidado as Marias da Fonte pagam cara a sua ousadia.

Na Madeira de facto não há policia religiosa, mas as relações entre o poder absoluto e o anterior bispo eram muito, muito fortes, aliás, é o Governo Regional que custeia o Jornal confessional lá da Terra, o jornal da Madeira, é assim diferente desses países, sem dúvida, mas em alguns aspectos parecido, além de que o D.alberto João é uma figura paternalista, querida dos madeirenses.É um pai tirano para os filhos desavindos, mas um pai bondoso para os obedientes, ou em termos politicos faz como os americanos tudo para os amigos, nada para os adversários. Simples, mesmo que sejam adversários com legitimidade democrática

abraço
asilva

Anónimo disse...

Se a democracia na Ma(ma)deira é uma formalidade há que daí tirar as devidas consequências: abandonar o formalismo. Como? Deixando de concorrer às eleições. Assim, deixar-se-ia de sancionar a fantochada. Mas isso não querem os partidos oposicionistas, pois que, por menos que pingue, do ubere entumescido da «autonomia» sempre pinga qualquer coisita. Nada feito, meu caro. O gajo será eleito por maiorias até que caia da cadeira. Não falta dinheiro, não falta voto!
Um abraço
LL

andrade da silva disse...

CARO LUIS

Seria uma atitude, mas como dizes talvez a teta, apesar de muito mais magra para as oposições sempre pingue algumn leite, e sendo assim, está quase garantida a eternidade, até á partida de D. Alberto João do jardinismo, com tudo o que iso significa de trágico para alguns madeirenses, mas sobretudo para a natureza junto à costa e para acontinuação de dados negócios.

Aparece mais vezes e se possível mais cedo.

Obrigado
Abraço
asilva