terça-feira, 25 de agosto de 2009

MADEIRA: A OBRA E O INSULTO JARDINISTA E A BENÇÃO DA IGREJA CATÓLICA, OU A DEMOCRACIA MODELO DO PSD.



Qualquer pessoa que chegue à Madeira ano, após ano, vê uma obra pública que cresce. Há cada vez mais equipamentos à beira mar que todos podem usufruir, o que, de facto é muito importante para a sociedade madeirense. Também se vêem muitos e novos centros de saúde que, pelo menos, em termos de edifícios apresentam um aspecto muito condigno. Há de facto progresso.

Todavia por entre este ‘boom’ há muita coisa escondida, assim, muitas freguesias urbanas, como a de S. Gonçalo, linda e querida freguesia, onde, vivi os meus verdes anos, em zonas que não fora um aumento de casas pelas encostas até à beira mar, se mantêm inalteradas, o que, deste ponto de vista, para quem tanto gosta daquelas terras de antanho é uma felicidade. Contudo, os tempos modernos exigem equipamentos de serviços de apoio que faltam e, isto, para os habitantes, é subdesenvolvimento.

Adoro ver a tasquinha, onde, se vendia pão com molho a x tostões e pão com molho e favas a um preço mais elevado, era, então, a acção social escolar, feita por um privado, ainda por cima, benemérito, pois, assim, muitos matavam o bicho, ou ganhavam forças para ouvir os doutos professores e levarem também umas reguadas: disciplina, saber, fome, catequese e fascismo tudo constituía um todo único. Os tempos mudaram, mas há coisas que não.

A obra Jardinista poderá ser questionada quanto às prioridades atribuídas, às verbas gastas, aos critérios de adjudicação, à transparência, à volumetria, aos planos directores, à defesa do ambiente. Quanto a estes três últimos aspectos julgo que a obra é, em muitos casos, um atentado a um bom ordenamento e, até mesmo, a uma visão estratégica, por exemplo, não compreendo, como pode haver tanto hotel de 5 estrelas, uns em cima dos outros. Parece-me que estão às moscas, e dizem-me que a praticar preços que mais parecem dos de 3 estrelas, mas se outro fosse o conceito estratégico para o turismo, poderia ser diferente? Como nenhuma pergunta nesta terra tem resposta, resta a dúvida.

Tudo isto provavelmente pode ser questionado, e talvez, porque esteja cheio de coisas obscuras e bastardas espolete o que não é, em nenhuma circunstância, aceitável, ou seja, o insulto totalitário, mesmo incivilizado a tudo e a todos os que não pensam, como Alberto João. É um terror verbal que o coloca à margem da legalidade democrática e constitucional, com a cumplicidade de todos os demais órgãos de soberania: Presidente da República, Assembleia da República, Tribunais e também do governo. De facto nesta matéria de liberdades e garantias o Sr. Ministro Santos Silva e o Sr. Lello são da mesma natureza, género e espécie que João Jardim, pelo que, com moral nada podem dizer.


O sumptuoso dicionário Jardinisra, segundo a edição de 31 de Julho do Jornal Garajau é do seguinte recorte:
“ Patetas”, “raivosos ‘,’ invejosos que vomitam ódio ’, ‘ delinquentes ’ ‘ conhecidos tarados ’, ‘ conhecidos psicopatas ’, ‘ loucos ’, ‘ pulhas’, ‘membros do triângulo satânico, ‘ ladrões ’, ‘ lacrau peçonhento ’, ‘penico’, ‘ gigolô ’, ‘esterco ’, ‘ marginais ’, ‘fascistas ricaços ’, ‘chulos’, ‘f.p. com todas as letras ’, ‘formiga branca ’, ‘ mafiosos ’ etc. etc. Toda a gente que não seja apoiante do Sr. absoluto é, assim, insultado, humilhado e aterrorizado, mas também com a ameaça de levar uns estalos, e ser escarrado em cima, o que D. Alberto diz fazer e convida o povo à mesma prática.

Eis a demo-ditadura de Jardim que Ferreira Leite gostaria para Portugal e que o governo não tem denunciado, nem combatido, porquê? Será que fazem parte da mesma empresa politica?

Mas, e a Igreja Católica?

Abençoa, na Missa de acção de graças dos 501 anos da cidade, a obra feita pelos governantes. Eis o sermão, sem comentários:

“É bom estarmos a celebrar a nossa cidade, a dar graças pelo caminho realizado, pela obra feita, mas também por estarmos a projectar o nosso futuro, o caminho a percorrer…’ ‘…dar graças … pelas realizações dos governantes…’ ‘ …tal como foi dito pelo Anjo Gabriel a nossa senhora para que não tivesse medo….a sociedade também não deve ter medo…´ Não tenham medo! ’. Está escrito na bíblia 365 vezes, o número de dias do ano”.

Diz o jornal da Madeira que estiveram presentes na Missa altas autoridades, nomeadamente o Chefe do Estado-maior da Força Aérea e que duas leituras religiosas foram feitas pelo presidente e vice-presidente da câmara. Leituras litúrgicas feitas por iguais no ambiente santo da ‘ Santa Madre Igreja Católica ‘, o mesmo, por certo, seria feito, pela Igreja em qualquer outro regime, mesmo que fosse o comunista. Seria?

Parece que todos o consideram a reincarnação do marquês de Pombal - o próprio D. Alberto João vive desse alter-ego. Seria o seu sucedâneo na Madeira, nos séculos XX e XXI – sim, João Jardim já governa, em regime absolutista, a Madeira desde o século passado –. A obra realizada, segundo métodos autocráticos idênticos, podem justificar essa presunção, que até me parece justa.

Todavia por cumplicidades imensas e muito pouco corajosas, têm-se perdido a oportunidade de demonstrar que sem tirania também se pode fazer tão excelente, ou melhor obra, mas o que tem acontecido, é que os sucessivos desvios de direita e autocráticos do Partido Socialista e a falta de uma Governança à esquerda têm mantido de pé o teorema da eficiência do autoritarismo, proto–totalitário.

Portugal ! Lutemos pelo futuro livre e democrático. É a Hora!

LUTEMOS. VENÇAMOS A AMEAÇA NO VOTO.

andrade da silva

PS: Divulguem os factos, seria importante haver um amplo conhecimento sobre esta realidade.

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