terça-feira, 21 de outubro de 2014

05 - POEMÁRIO * Os Cabos


Para  Andrade da Silva 
Para todos os Homens de Abril 
que nos ajudaram a entrever a esperança




O Cabo Não dobrámos com denodo.



E nele levantámos o padrão,

memória do querer dum povo todo

que a medos e renúncias disse não.



O Cabo Bojador também dobrámos!

E fomos, com Pessoa, além da dor...

E foi de dor em dor que tanto ousámos

até que o mar impôs o Adamastor!...



O Cabo das Tormentas era o medo

maior, o nunca visto nem sonhado!

O Capitão do Fim, olhando o Medo,

gritou: ou morro aqui ou és dobrado!


Agora, falta o Cabo da Desgraça!

E agora? Agora, a gente ou morre ou passa!





José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 13 de Setembro de 2012.
Do livro em preparação: «Canto rebelado»


2 comentários:

andrade da silva disse...

Caro Amigo e grande Alentejano José Carvalho

Num Portugal e num Mundo tão assim,como está, como é bom, grande e salutar haver alguém tão grande,generoso e grato como o Carvalho.Bem-Haja.
Nós cumprimos o nosso dever,com o povo e para o povo: foi,é e será o certo e recto caminho.

Aquele abraço
asilva

andrade da silva disse...

Vou transmitir a sua mensagem aos meus camaradas
asilva