sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

OS 4 ANOS DO GOVERNO DO SR. ENG. SÓCRATES.


O presidente da Câmara de Lisboa, o Sr. António Costa, quanto à governação do PS só vê medidas positivas, como o simplex, a inovação tecnológica, o ensino profissional, a diminuição do abandono escolar, as novas oportunidades, o que considera fundamental face às baixas qualificações dos portugueses etc.

Para si o cumprimento de programa de estabilidade e crescimento económico que levou ao controle do défice é a marca de água deste governo.

Ora tudo isto foi positivo, mas não foi a isto que a governação do Sr. Sócrates se reduziu, como todos sabem o controle do Défice foi feito tornando muito mais difícil a vida dos que já a tinham mais complicada, e foi, sobretudo conseguido com base na diminuição das pensões e das prestações sociais dirigidas para a classe média, enquanto os ricos ficaram de fora de todo o esforço e sacrifício para atenuação das dificuldades estruturais do país.

Nos últimos 4 anos o que de pior aconteceu, foi o aprofundamento da imoralidade, ou seja, cada vez mais os ricos ficaram mais ricos, e, enquanto, se diminuíam os salários mais pobres, os vencimentos dos administradores aumentavam exponencialmente, quando conduziam as empresas e os bancos para as falências, e, apesar da crise nada ainda nesta área se corrigiu.

Paralelamente nas demais áreas onde o governo pôde legislar para diminuir as liberdades e as garantias dos cidadãos agiu, tomando medidas mais autoritárias do que o regime anterior ao 25 de Abril, como acontece com a proposta do regulamento de disciplina militar, ao que se juntar alguns artigos do código de trabalho e a avaliação autoritária e incompetente dos funcionários públicos, constituirá, este acervo autoritário, para todo o sempre, uma mancha de vergonha para qualquer partido socialista ou social democrata.

E não é possível esquecer a generalizada corrupção nas relações do estado com as empresas, os bancos, os clubes de futebol e as empresas de obras públicas, em que a investigação do Ministério Público é muita, mas os resultados são nulos. Todas os mega processos ou não chegam ao fim, ou os arguidos são sempre inocentes: operação furacão, apito dourado, câmara de Felgueiras etc.

Como comportamento distintivo da politica neo-liberal deste governo está, com a sua máxima força, a injusta politica fiscal que penaliza de um modo severo a classe média que trabalha por conta de outrem, e isenta as grandes fortunas, os bancos e os vencimentos milionários.

Na próxima legislatura com um partido socialista completamente acrítico em relação a todas as medidas deste governo, se nada se alterar na matriz politica da governação em termos quantitativos e qualitativos, a próxima legislatura será de uma severa tirania contra amplos sectores da sociedade portuguesa que dificilmente não porá em causa a democracia.

Sem uma política equitativa nos sacrifícios que todos têm de fazer para evitar a insolvência de Portugal, e sem a moralização da vida pública, os sobressaltos sociais serão mais que muitos, e a tentação para os reprimir pelo autoritarismo é de uma evidência incontornável.

Será na próxima legislatura que, se fará sentir a crise com toda a força. Por mera distracção muitos não andam a considerar que nessa altura os subsídios de desemprego chegaram ao fim, e a maioria dos desempregados não poderão arranjar trabalho nos sectores produtivos emergentes, porque não têm perfil de competências, ora se, então, a União Europeia não quiser pagar a estabilidade social, terão de ser os impostos dos que ainda podem ser um pouco mais apertados, isto é, a classe média, a socorrer os náufragos. Suportarão mais esta cruz?

Se nada neste paradigma se alterar quer em termos políticos, quer económicos, com uma divida externa que cresce milhares e milhares de euros por hora, o Futuro de Portugal pode ser de facto catastrófico. Embora isto possa não acontecer, com nova maioria absoluta do actual governo ( porque de facto o que estará em jogo nas próximas eleições é referendar a política deste governo) o risco existe, e tal RISCO DEVE SER EVITADO A TODO O CUSTO, sem ansiedade, porque mesmo sem maiorias absolutas o país será sempre governável, sobretudo se surgir uma força política emergente que corrija as politicas neo-liberais do PS e PSD.

Em conclusão este governo, perante o total esmagamento do PS por medo, por falta de democracia interna e por conveniência activa de muitos militantes produziu o caldo sulfúrico: imoralidade pública, corrupção grave, injustiça fiscal, impunidade e bloqueamento da justiça que deixe impunes os poderosos e ainda por uma instrumentalização operante ( condicionamento operante) do medo, que no caso de um forte agravamento da crise dissolverá a democracia, em favor da consolidação e aprofundamento do fascismo social, como o define Boaventura Santos, ou numa hipótese mais moderada da semi-democracia na concepção de António Costa Pinto de que O governo regional da Madeira é um caso paradigmático.

andrade da silva 26 Fevereiro 09


PS: que alguém no PS durante este fim-de-semana reflicta nisto, e faça ouvir este grito que será de muitos.
Paulo Portas acaba de declarar que através de qualquer acordo tipo queijo liminiano para segurança está disponível para apoiar o futuro governo da PS, o que acontecer, segundo Edmundo Pedro, provocaria uma grande cisão no PS, provocará?

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