quarta-feira, 30 de novembro de 2016

07 - REGISTO * Discorrendo: Assumpto!


Desde que nos entendemos responsavelmente como gente que compreendemos que só quando nos damos é que a vida faz sentido. Quando nos damos à pessoa amada; quando nos damos ao 
possível projecto de vida; quando nos damos à(s) causa(s) que elegemos.

Nem sempre o darmo-nos corresponde às expectativas que criámos e ficamos decepcionados quando assim sucede.

Um desgosto de amor é um capítulo do «livro da vida» que escrevemos; outro amor que venha não substitui o que perdemos, outro amor é isso mesmo: é outro amor.

Um projecto de vida nem sempre está ao nosso alcance e dele fica a frustração a magoar-nos, mas vamos em frente, porque a vida não pára e porque a subsistência tem exigências inadiáveis.

A(s) causa(s) eleita(s) quase sempre nos exige(m) a integração em colectivo(s). E daí decorre a relação com o outro: às vezes gratificante e frutuosa; outras vezes difícil até ao limite da maleabilidade; outras vezes ainda difícil até à inevitável ruptura.

Temos notícia de histórias de vidas gratificantes; de histórias de vidas que cederam na maleabilidade até extremos quase insuportáveis; e de histórias de vidas que preferiram a ruptura quando os princípios ou os valores ou a dignidade determinaram dizer não.

Não vamos arriscar julgamentos de maleabilidade construtiva ou de rupturas. Recusamos a presunção de nos assumir como o outro. 

Ninguém pode ser o outro, assim pensamos, assim procuramos agir.

Sofremos decepções em projectos de vida e em causas que elegemos. Umas mais dolorosas, outras menos. Há quem sustente que estas decepções são ensinamentos. É matéria complexa, por isso mesmo umas vezes será pacífico aceitar que sejam ensinamentos e outras vezes será preferível considerá-las de outros modos, assim no plural.

A nossa consciência é a nossa bússola. Se bem escolhemos o(s) caminho(s), ela nos gratificará; se mal o(s) escolhemos, ela nos punirá. ~

A nossa conduta, as nossas opções, as nossas decisões serão sempre nossas e sempre da nossa exclusiva responsabilidade.

Ninguém poderá viver por nós a nossa vida; não poderemos jamais viver a vida do outro.

*
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 30 de Novembro de 2016.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

MY GOD! TÃO JOVENS E ALEGRES, TÃO CEDO PARTIRAM.


                                          Jovens jogadores falecidos hoje num acidente aviação



Tão injusto.


Tão precocemente partem.!


My GOD!...



Uma lágrima por eles


Um grande abraço solidário às famílias, à sua cidade e ao povo Brasileiro.


Um abraço ao meu filho e aos seus companheiros do futebol que, como jogadores amadores, amam o Futebol.

Que dor!

Revejo neles, a alegria do meu filho, quando foi a Paris, jogar num campeonato amador.

E que  dor imensa a dos  pais, irmãos, filhos...

MY God!.

Choro todas as demais vitimas
.


Uma Lágrima.


joão



GRANDES VARÕES! VIVA A DITADURA ESCLAVAGISTA-  FASCISTA  PÓS MODERNA DO CAPITAL FINANCEIRO-BANCÁRIO!


 
EIA!

"Fidel Castro, o 25 de Novembro e a opção ocidental

João Carlos Espada

( http://observador.pt/opiniao/fidel-castro-o-25-de-novembro-e-a-opcao-ocidental/")



Convém recordar que Fidel impôs uma paupérrima prisão em Cuba com base na infeliz dicotomia do "fascismo ou revolução" — a que o nosso 25 de Novembro de 1975 felizmente pôs cobro. Pelo menos até agora
Na passada sexta-feira, dia 25 de Novembro, foi lançado em Lisboa o livro precisamente intitulado O 25 de Novembro e a Democratização Portuguesa (Gradiva, 2016). Sob a coordenação de António Barreto, João Salgueiro, Luís Valença Pinto, Manuel Braga da Cruz e Vasco Rocha Vieira, a obra foi apresentada por Jaime Gama e Manuel Braga da Cruz.
Em boa verdade, a iniciativa assinalou bastante mais do que o lançamento de um livro. Culminou um vasto programa de iniciativas da sociedade civil (onze, com efeito) que tiveram lugar durante o ano passado para assinalar os 40 anos do 25 de Novembro de 1975. O livro agora publicado dá conta das comunicações apresentadas em todas essas iniciativas. Um primeiro conjunto de comunicações tinha já sido publicado pela revista Nova Cidadania (No. 58, Primavera de 201.......



COMENTÁRIO:




Grandes Varões Grandes democratas. Faltará sempre ao senhor António Barreto explicar que para aplicar uma lei inconstitucional, à luz da constituição de 1976, mobilizaram a GNR toda, colocaram o Alentejo a ferro e fogo, mataram de morte matada 2 trabalhadores um, o Casquinha, de 17 anos, massacraram as carnes de homens e mulheres, e  revelar quem foi o Fidel de Castro que prenderam? Ou quem era em Portugal  o Fidel, Álvaro Cunhal, mas aconteceu alguma coisa a algum comunista? Se foi um golpe comunista, porque chatearam e prenderam militares que nunca foram do PCP, nem nunca disseram ou viram em Fidel ou em Che " El Comandantes"?

São muito democratas, mas falam sempre sem contraditório. Mas, se são tão democratas e justos, o que dizem sobre a corrupção, o que dizem sobre o crédito mal parado, o que dizem sobre os desvios de capitais públicos, a má gestão de empresas etc. que levaram centenas de milhares de trabalhadores para o desemprego, dezenas de milhares para a miséria e a irem dormir para a rua com as casas penhoradas, centenas de suicídios, enquanto, os falcões, enriqueceram brutalmente, um dos que está na lista  de grande varão fez publicidade enganosa ao banco do sr. Rendeiro . outro grande varão democrata, mas serão mesmo democratas?

Na minha opinião de democrata-republicano, filho do povo, militar de Abril, não ladrão, considero que perante a actual ditadura esclavagista e tantos e tamanhos crimes, e calados estão,  mentem, e, logo ,não são democratas de lado nenhum, são do grupo que o Papa Francisco refere, como sofrendo, eventualmente, de esquizofrenia social.

Mas têm muita sorte a falta de coragem e as negociatas da ocasião de outros deixam -vos o terreno todo aberto para vitoriarem toda a vossa maldade, e, agora, ainda por mais tempo com o aumento da esperança de vida, mas também serão esquecidos, muito embora, a história nunca vos julgue.

Contudo, na pocilga de covardes ,vendidos e silenciosos em que se tornou o ciprestal jardim das camélias tá tudo certo - VIVAM!

Oh varões estais todos bem e muito seguros,porque a vossa Ditadura está vitoriosa e sólida, com a apoio doce dos escravos rendidos, por ordem dos seus capatazes que desde que mamem nas tetas da porca da politica esquecem-se dessas coisas parvas e mesmo criminosas de revoluções etc.etc. etc.

andrade da silva

PS: De acordo com a constituição de 1933 declaro que não sou, nunca fui militante do PCP. nem de nenhum partidos marxista, socialista, social -democrata ou  falangista ou do diabo que vos carregue.


domingo, 27 de novembro de 2016

EIA DE PÉ CAMARADAS DE ABRIL!


Templo Diana/Évora   1º ponto  de encontro para recebermos a indicação para nos dirigirmos para a reunião de revoltosos no Monte do Sobral ( 9 setembro 1973)




NOTA: OBVIAMENTE QUE ESTE GRITO DEVERIA SER DITO POR OUTREM E EM OUTRA PARTE QUE NÃO  NUM HUMILISSIMO BLOG. PORÉM, QUEM FAZ O QUE PODE FAZ O QUE DEVE, SOBRETUDO, NA CONDIÇÃO DE MATADO CIVILMENTE. SITUAÇÃO QUE É A MINHA E A DE OUTROS MILITARES DE ABRIL, SIMPLESMENTE.


Depois do CDS de Lisboa querer que a Capital recorde o “gande heroe” do 25 de Novembro 75, o sr. Major-General Jaime Neves, que cumpriu heroicamente todas as missões no 25 de Novembro, mas, ao que dizem, não cumpriu nenhuma missão no 25 de Abril 74, mais actos de igual teor deveriam suceder-se.

Assim, agora, com a morte de Fidel de Castro vêm uns, que dormiam no 25 de Abril 74, como o catedrático Luciano Amaral ( CM 27 Novembro) comparar os capitães de Abril aos “Barbudos da Sierra Maestra”, o que, pode parecer generoso, se depois não associasse essa gloriosa vitória a uma ditadura pior que a de Fulgêncio Baptista - algo quase impossível, mas que segundo a cátedra aconteceu ( ai os que se curvam perante os púlpitos!), todavia, o ilustre catedrático comete dois erros crassos de ignorância ou má fé, a saber:

1- esquece que em Portugal a consanguinidade com os gloriosos combatentes da Sierra Maestra , se existe será feita  com os seus camaradas do PCP antes , durante e depois do 25 de Abril e sempre. Não julgo  que  tenham visto tamanha Glória nos militares da Abril, excepcão feita a alguns, Vasco Gonçalves que não sendo do PCP, ao que se julga saber e pessoalmente creio, mereceu uma distinção muito especial, ou a algum outro que eventualmente pertença às suas fileiras, mas não de um modo público, como é do conhecimento geral. O PCP, julgo que fala dos capitães de Abril, de um modo retórico, logo, muito longe de qualquer comparação com os gloriosos lutadores contra a ditadura de Fulgêncio, e nem dedica a amizade intrínseca e a veneração que lhes votam, isto é, para o PCP, na minha observação, a haver revolucionários comparáveis com os de Cuba são os seus militantes que lutaram contra o fascismo, muitos deles no dia 25 de Abril 74, na clandestinidade ou presos, logo, o doutor Luciano não deve ter feito esta análise e medido as suas consequências;

2 - O doutor Luciano, como muitos outros, pouco parece saber sobre o Movimento dos capitães, então, humildemente, dir-lhe -ei e a quem estiver disponível , o seguinte:  O Movimento dos capitães iniciou-se bastante antes do 25 de Abril 74. Na Guiné de um modo estrutural com os capitães Golias, Fabião, Duran Clemente, Otelo, entre outros, e também com posições individuais de muitos camaradas, como, entre outros, Dinis de Almeida, a recrutar pessoal em Lisboa no Galeto. Neste grupo, também me incluo , em 13 Novembro 72 , alferes, com 24 anos de idade, da Damba, gritava ao meu camarada alferes Custódio Pereira - ambos estamos vivos e possuo o aerograma- que era preciso dar a volta àquela Guerra e, assim, todos em 1973, logo, abraçamos a conspiração do movimento dos capitães. Em 9 Setembro de 1973, reunimo-nos no Monte Sobral/ alcáçovas, (136 camaradas) para protestarmos por





EIA: A SEMENTE VIGOROSA DA REVOLTA!

causa da condução militar da guerra. Porém, logo a partir desta data, um conjunto de camaradas das unidades ditas fortes( Escola Prática de Cavalaria, de Infantaria, de Artilharia, Paraquedistas e Artilharia de Cascais) passaram a reunir-se na Casa do Salgueiro Maia/ Santarém ( também lá estive) para mudar o regime e acabar a guerra. A partir deste ponto, terei de dizer que, na minha opinião, tudo é idêntico à gloriosa marcha de Fidel e tudo é diferente, desde logo, o tempo e a formação dos autores e actores do 25 de Abril, muito influenciados pela guerra de Africa, e por tudo o que sabíamos de bom e de mal dos grupos de guerrilha, onde, as noticias de fuzilamentos dos supostos traidores não nos podia deixar indiferentes, conquanto, nos teatros de Operações os actos de traição se tornem mais evidentes, mas as execuções sumárias são sempre bastante duvidosas etc. etc. Todavia, o movimento dos capitães tinha e teve a grandeza dos combatentes da Sierra Mestra, o que, entre nós, os portugueses, todos, o esqueceram, banalizando o que foi muito difícil , heroico e, depois só ouvindo, mais mal que bem, Vasco Lourenço, para sobretudo falar do 25 De Novembro 75, Otelo para falar do posto de comando da Pontinha , mais um ou outro para falarem de episódios específicos, e, em paralelo há todo um esforço IGNÓBIL de reescrever o 25 de Abril, na parte militar pelos vencedores do 25 de Novembro de que dona Cristas fala, e também Mário Soares, este, até que a voz lhe doesse, fora disto o silêncio, ou o empenho do PCP em torno da figura militar de Vasco Gonçalves, e uma acção mais geral para contar, ou quiçá reescrever, como convém a cada grupo, o papel de Salgueiro Maia. Contudo, o movimento dos capitães e depois o Movimento das Forças Armadas, sobretudo, na sua dimensão aliança POVO-MFA, foram muito, muito longe no seu sonho de dar novos mundos ao mundo, através da paz, e criarem uma SOCIEDADE LIVRE,DIGNA E DESENVOLVIDA, e durante o tempo em que a aliança POVO-MFA existiu não houve execuções, assaltos a partidos de direita ou igrejas, ou sequer agressões. O MFA pretendia mudar a sociedade portuguesa, mas sem derramamento de sangue e sem uma ditadura opressiva, violenta, sendo que num período revolucionário as mudanças do poder politico e económico são uma convulsão, que aconteceu em Portugal sem sangue, e o sangue que foi derramado foi em consequência dos feitos da contrarrevolução, ou seja, usando idênticas metáforas às dos "barbudos", pelos clones dos "falangistas". A dimensão da não violência e as referencias e convicções por uma sociedade Democrática, Digna e Desenvolvida , tendo como balizas o estado de direito e a social-democracia dos países nórdicos, coloca este MFA pelo seu sonho, mas também pelas consequências mundiais do seu acto num patamar histórico, heroico inigualável. Sem sermos cópias de ninguém, ousamos fazer o impossível, conseguimos -Vencemos ,e quando este país, Portugal ,e os portugueses deviam reflectir, conhecer esta gesta do MFA, por razões internas, ou seja, pelo MFA se ter deixado contagiar pelas tácticas politico. - partidárias, e externas ao MFA a luta politico -partidária o estado da arte de Abril a que chegamos - no dizer de um camarada de Abril, um militar de pé, silenciado como tantos outros, e que não foi objecto de venda nas mercearias da pantanosa politica - é este:

EIA:
“Camarada

Tudo o que o CDS municipal refere é verdade:
-terminou a revolução
-a extrema esquerda foi reciclada
-O MRPP regressou aos tachos
-os militares de esquerda foram afastados
-os militares de centro foram apaparicados para servir de montra
- os militares de direita foram para as grandes empresas
O centrão tomou o poder e os partidos que servem de contrapeso a estes , à esquerda e à direita, garantiram a continuação de uma existência eterna .

Isto tem sido a democracia do politicamente correcto, dos direitos sem deveres, do fim da autoridade legitima, das liberdades dos ricos e poderosos etc.., que agora toda a gente anda muito preocupada, porque o capitalismo face à crise vai tentar mais uma saída, desta vez, não com um Kaiser ou um Fuhrer mas com um simples CEO do tipo populista com um nome que em português soa a Tru(a)mpa.”


Mas, em Portugal, queiram ou não os donos disto, não é possível a um grande povo, como o português, continuar a aceitar que gente vil , cínica e grosseira no seu interesse e dos seus afilhados matem de morte matada ABRIL e os MILITARES DE ABRIL que não sendo os Barbudos da Sierra Mestra, ou outros, não destoam em nada das figuras com moral pós convencional ( Piaget) de Spartacus, Leónidas, Cristo, Che - Combatente, Gandhi.

CAMARADAS QUE A HONRA ,A CORAGEM NUNCA NOS FALTE!

andrade da silva

PS: Templo Diana  1º ponto  de encontro para recebermos a indicação para nos dirigirmos para o Monte do Sobral


EIA: ABRIL INTEIRO.


sábado, 26 de novembro de 2016

FIDEL CASTRO!





O comandante Fidel  lutou contra a ditadura de Baptista, que venceu ....depois...depois....

Todavia, o bloqueio foi terrível, mas o Povo tem de ser soberano, tem de viver em liberdade: A democracia participativa e directa em Cuba, como em Portugal  e no Mundo são fundamentais
 Os ditadores de Portugal, o poder podre em Portugal, não pode atirar uma só pedra contra Fidel. Se por cá os direitistas e outros pudessem não seriam Fidel, seriam Salazar, logo Oh varões da podridão calai-vos!.

No mundo,como em Portugal, é preciso mudar de paradigma., do paradigma imoral e corrupto, também ele ditatorial, de um outro modo, para o da liberdade , honestidade e desenvolvimento pelo, com e para o povo,  e não pelo, com e para os arrongantes, ditadores e corruptos, tão bem identificados por Bocage:

Ser prole de varões assinalados
Que das asas da fama e da vitória
Ao templo foram da imortal memória
Pendurar mil troféus ensanguentados;

Ler seus nomes nas páginas gravadas
De alta epopeia, de elegante história,
Não, não vos serve de esplendor,de glória,
Almas soberbas, corações inchados!

Ouvir com dor o miserável grito
De um inocente que um bárbaro molesta,
Prezar o sábio, consolar o aflito;

Prender teus voos, ambição funesta,
Ter amor à virtude, ódio ao delito,
“Das almas grandes, a nobreza é esta”!
                                                      Bocage

Uma lágrima por Fidel não ter ultrapassado um dado horizonte, da subhumanidade dos Homens dos hojes. Que pena!... Mas, alguns continuarão a lutar...

E de Cuba  não esqueceremos  que de um modo cruel   parte  triste  da sina do povo de Cuba se deveu e deve em muito ao embargo criminoso dos EUA que mais que punir um regime PUNE, SIM,  O  POVO CUBANO - UM CRIME CONTRA A HUMANIDASE,  como todos os praticados pelas grandes potencias impune.

asilva

05 - POEMÁRIO * A nova banda





Não são meus estes caminhos
nem é meu este arvoredo
onde as aves fazem ninhos
e me cantam em segredo
hinos de amor e verdade
com asas de liberdade.


Estas terras não são minhas,
só são minhas as canseiras
de sol a sol nestas vinhas
onde colho nas videiras
promessas de olor e mosto
no calor do mês de Agosto.


Não são meus estes trigais
nem as papoilas sangrando.
São meus apenas meus ais
deste infortúnio em que eu ando
de um amanhã esperando
que virá mas não sei quando.


Só é meu este cansaço
que é noite quando adormeço.
Nem à força do meu braço,
sendo minha, faço o preço.
Este mundo é uma banda:
toca o que o regente manda!


Ouço falar de direitos,
de justeza ouço falar.
Serão caminhos estreitos
onde eu não posso passar,
porque o mundo é uma banda:
toca o que o regente manda.


Talvez de regente eu mude,
não me serve o que ele manda.
Só um tolo é que se ilude
rodando neste ciranda.
Se tanto eu já soube e pude,
vou criar a minha banda.





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 25 de Novembro de 2016.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

DA MOÇÃO DO CDS, A SAUDAR O 25 de NOVEMBRO 75 -HOSANA!

                                                                 Flor cadavérica



O CDS/ Lisboa SAÚDA OS GLORIOSOS MILITARES E POLITICOS QUE SALVARAM PORTUGAL DE UMA DITADURA, EM 25 DE NOVEMBRO75 .

BIBA A MOÇÂO DO CDS! BIBA!

Eh Pá Porreiro!

Combatemos (i) os fascistas no 25 de Abril , e contribuímos (i) para grandes paradoxos, a saber:

1. por milagre, no dia 25 de Abril, todos os fascistas se converteram em democratas, e foram para o CDS, PSD e quiçá muitos para o PS, alguns, talvez bastantes, também para o PCP, a UDP e o MRRP, gande milagre, e resta saber se ainda não andam por estes partidos.

2. Mas ainda há mais milagres, o PCP não foi tocado pelo milagre da democratização e, pelo contrário, uns tipos militares que combateram os fascistas, regrediram e tornaram-se fascistas ou totalitários, e, assim, em 25 de Novembro 75, tiveram o que mereciam. Tá justo!

3.Mas, entretanto, houve outros milagres uns totalitários militares foram ao beija mão ,e ,hoje, são homens de Novembro, todavia  subsiste  um outro milagre que é o do PCP (o BE como já não é a UDP ....), mas onde e quando aconteceu a conversão do PCP para passar de totalitário a amigo democrático do PS, ou, agora, que o PS já não namora/acasala-se com os democratas do CDS e do PSD , estará a transformar-se num radical totalitário da extrema-esquerda?

Vou pedir à dona Cristas que me explique tanto mistério, e até, é chato, porque até gosto dela, da figura....

Voto a moção do CDS, que me parece fascista/trumpista versão doce, e vou pedir um cartão dos tipos amanhã, 25 Novembro 2016 , vou ao Caldas, descalço e com uma corda ao pescoço rogar-lhes clemência, e confessar que toda a trampa que fiz, sendo um rapazinho 25/26 anos de idade. foi sob ordens dos Novembristas, até novembro.de 1975.

OH fado meu!

HAJA DEUS!

asilva

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

05 - POEMÁRIO * A barca linda




Naquela noite, uivava a ventania.

Nas vagas alterosas, arrepios.

À capa, a barca nova resistia

aos trágicos apelos dos baixios.



Na antiga sedução da perdição,

chegava a melopeia das sereias.

A barca nova, toda coração,

sente vertigens a correr nas veias.



O povo, mal desperto, acorre ao cais

e olha o negrume frio dos baixios.

Só entre dentes grita “nunca mais!”

e sente até à alma os arrepios…



Na frustração de nós persiste ainda

O sonho que ficou da barca linda!





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 24 de Novembro de 2016.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

DA GUERRA, DA INSTRUÇÃO MILITAR, DA MORTE E DA PAZ.

                                                             BÓSNIA 1996

IMPERATIVO CATEGÓRICO CIVILIZACIONAL DE VIDA OU MORTE CIDADÃ.

A INDIFRENÇA É UM CANCRO LETAL, OU O SINTOMA DO VIVO-MORTO, DA MALDIÇÃO DE UM ABRIL QUE JAZ.

Choro com lágrimas,  com o coração e a alma os mortos na guerra de África, milhares de jovens, e em todas as demais guerras, e com igual intensidade os mortos das guerras de hoje na Síria, Mossul e no mediterrâneo.

Choro com lágrimas , com o coração , a alma e grande dor as mortes do Alferes Milheiro, um pacifista com quem tanto falei, em 1970, na Escola Prática de Artilharia, e, depois, vou ocupar o seu quarto, em Mucaba, em 1972, quando ele já tinha partido e a do soldado Antunes, no mesmo ano , quando comandava esta companhia, numa operação militar, na Serra de Mucaba, em que tomei parte, num outro ponto, e, que, por sinal ,era um soldado por quem tinha um afecto particular- os comandantes muitas vezes, quase sempre, são humanos - e também, entre outros, a morte do irmão da poeta Graça Machado.

Mortos feridos e doentes por causa de um erro SUBHUMANO ABOMINÀVEL - AS GUERRAS, como o descobri na guerra de África e o registei no meu diário, (https://i.ytimg.com/vi/AWJKPa4iiuE/... ) logo que pisei o terreiro da guerra, em Dezembro 71, em Lumbala Velha/ Angola, e, então, questionei o general Bettencourt Rodrigues, comandante do sector do Luso, sobre as matérias da desastrosa condução militar da guerra, na minha opinião, no saliente do Cazombo.

E, mais recentemente, as trágicas e dolorosas mortes de dois instruendos dos comandos, que me levam a recordar um meu instruendo ferido numa instrução de progressão debaixo de fogo real, prova com o que não concordava totalmente, nem discordava totalmente, parecia-me importante, mas tinha algumas desconfianças quanto aos instrutores- atiradores, porém, o instruendo foi ferido por um ricochete, e eu, como instrutor, também fui ferido ,numa outra vez, com um estilhaço que me atingiu o pulso esquerdo... custos elevados.

Todavia, continua a haver guerra. Tenho pelos meus camaradas e militares que estiveram na Guiné, nomeadamente, Carlos Fabião, Golias, Duran Clemente e, ainda, os que estiveram em determinadas Zonas de Angola - os Dembos, e Moçambique Cabora Bassa a mais elevada consideração , todos  tiveram de ter grandes níveis de preparação , nomeadamente o capitão Carlos Fabião para manter uma serenidade histórica debaixo de fogo,  pessoalmente   agradeço à lotaria da sorte, não me ter designado para ir para a Guiné (se tivesse ido para lá , para além do maior risco de acidente e morte, considerando, também, como as coisas correram comigo, na minha relação com os comandantes de Batalhão e capitães, o que, anoto no meu diário, não sei como estaria o meu registo disciplinar, que não contem nenhuma medalha, mas sim 8 dias de detenção que me foram atribuídos pelo general Chefe do Estado Maior Garcia dos Santos... coisas... e alguns louvores por trabalhar, ser empenhado e ter cumprido missões difíceis - louvor dezembro 1974 - ) .

Porém, todavia, contudo, mesmo contra a vontade de muitos, em cujo grupo me incluo, há a GUERRA, e, por razões várias, os filhos do POVO vão ter que as enfrentar, ainda, por muitos e muitos anos, o que, tem uma consequência dramática- a necessidade da INSTRUÇÂO MILITAR PARA SOBREVIVER ÀQUELE ABSURDO. É por demais evidente que a Guerra é, sobretudo, DESUMANA, UMA BESTEIRA, mas seria bom, irem ver, quem não sabe o que pode ser uma guerra, entre outros o filme - “ O herói de Hacksaw Ridge -http://meiobit.com/348889/hacksaw-r...).

E, quanto à instrução militar, não acompanho visões ou paralelismos com cátedras, um professor que não sabe ensinar não devia estar na sala de aulas, o que, é fácil de determinar, embora, não se faça nada que afecte qualquer catedrático - reis absolutos nas faculdades, ponto.

Também nas Forças Armadas há sala de aulas, onde, encontramos grandes e inigualáveis mestres, como o, então, Major Sobral, professor de estratégia, no Instituto de Altos Estudos Militares, ( professores militares só encontrei um que fugia e, muito, a um padrão comportamental, tido como normal, muito embora, dissesse grandes verdades, mas muito radicais), e, aqui, apesar da sugestão de um meu camarada e amigo para ser mais aceitante com estes paralelismo, escritos em dois ou três parágrafos - a autoridade dita, não explica - considero, contudo, que a Instrução Militar para transformar um homem num combatente é de uma natureza completamente diferente das aulas discursivas e das teses debaixo de tecto.

Os que estiveram am Africa, ou os que estiveram no Afeganistão e Timor, actualmente, como então, se não tivessem sido os primeiros contingentes de comandos ou paraquedistas ,quase  de certeza que iriam acusar défice de formação. A formação militar dos comandos, no Afeganistão, apesar das questões que ocorreram no teatro de operações, levou a poupar vidas. Os portugueses estiveram lá, e quase de certeza vamos ter de estar noutros sítios, por guerras encomendadas, ou não, por americanos ou russos, só que depois de nascidos Talibãs e DAESH até se evitar o surgimento destes sujeitos terroristas, a nossa segurança vai exigir, quiçá, a nossa intervenção militar. Os americanos podem ser mestres em provocarem guerras, mas vão ser cada vez menos dados a nos ajudarem.

Então, falemos da instrução para sobreviver em campo de batalha. Fui instrutor de Cursos de Sargentos e oficiais milicianos que foram para a guerra, onde, depois fui encontrar-me com eles, em Angola, e verifiquei que todos os conhecimentos que aprenderam, e o treino físico foi importante, e, desgraçadamente, duas das mortes que aconteceram naquela companhia de Mucaba foram por não terem posto em prática  os conhecimentos adquiridos. A instrução que dei era, foi, muito rigorosa, como eram as operações apeadas na guerra colonial, progredindo   ao lado de trilhos ou a corta mato, o que, treinei até há exaustão nas terras alentejanas, e mais tarde na serra da boa Vigem, na Figueira da Foz, aqui, já no comando de companhias de soldados recrutas, nos idos de 80, que me avaliaram, muitos, quase sem saberem escrever, mas em mais de 90% das centenas de avaliações ressalta: o rigor e o humanismo.

Porém, na instrução de combate: progressões , treino físico especifico; ao nível dos militares operacionais são testados os limites de cada um, e, ainda, mais nas forças especiais. Todavia, estes limites têm de ser testados mobilizando a motivação ,sem recurso a técnicas de diversão folclórica e ofensiva, sem nunca se ultrapassar as linhas vermelhos, isto é, colocar o instruendo num grave risco de vida, e esta linha vermelha, difícil de definir, tem de estar sempre presente no planeamento e execução da instrução, sendo a execução feita pelos tenentes ( também fui tenente) exige uma supervisão técnica dos superiores hierárquicos muito apertada.

Não posso ver ódio patológico em relação a um instruendo , por  um tenente, sargento, a não ser em caso muito extremo e excepcional e não em série , mas pode haver imaturidade, um comportamento histriónico mais acentuado e uma enorme ignorância do que é um ser humano, inabilidades que não podem, não poderiam nunca terem existido, desde há muito, desde sempre, e que, no caso de terem existido, no terreno, causando lesões graves, necessariamente teriam de ter uma reposta sanitária de emergência que revertesse a situação e poupasse vidas, como também tantas vezes aconteceu nas matas africanas em condições extremas, que nunca poderiam, ou deveriam ser replicadas, tantos anos depois, no solo dos quarteis portugueses.

É com a mais grave consternação que falo das mortes dos dois instruendos, porque são jovens, um até madeirense,  acompanho as dores dos seus pais, todavia, por todos nós, defendo a necessidade da Instituição Militar e do Exército, a nível interno, sobretudo,  quando olho que há um general Comandante Geral da GNR com um poder avassalador, que pode ser altamente hostil para os portugueses, se houver desvios políticos no sentido autoritário, e também pelas ameaças externas.

Contudo, há mais assuntos a tratar a montante e a jusante  da instrução,  como o recrutamento  e  aselecção  destes militares, como o tenho defendido, desde 1995/96 e, nomeadamente, aquando do desempenho das funções de Director do Centro de Psicologia Aplicada do Exército, nos inícios de 2000, que hoje com amargura revi, a saber:

1- o seu recrutamento e seleção tem de se basear num contrato muito sólido e não em operações de marketing;

2- a selecção tem de respeitar rigorosamente os parâmetros definidos nos perfis de competências, nos parâmetros das  habilidades e biológicos , sem nenhum facilitismo;

3- uma formação militar exigente, mas com todos os parâmetros biológicos, psicológicos, cognitivos e emocionais sob controlo;

4- a dessensibilização destas formações, aquando da passagem à disponibilidade dos  militares e estudos longitudinais comportamentais de follow-up, depois da saída da vida militar, como , o defendi num processo no Conselho Superior Disciplina do Exército, aquando de um julgamento de um sargento paraquedista.

Mas, sobretudo, a resolução de todo este Grande Mal só pela   a PAZ; a LIBERDADE; a DEMOCRACIA;  a JUSTIÇA SOCIAL E O  DESENVOLVIMENTO A NÍVEL PLANETÁRIO.



andrade da silva

Ficar calado equivale a mentir


"Ficar calado equivale a mentir"

por Pedro Correia, em 12.10.16
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O melhor discurso do século XX foi proferido faz hoje 80 anos, em Salamanca, por um filósofo basco prontamente condenado à morte. Constituiu um dos mais relevantes exemplos de coragem cívica, inteireza moral e ética política de que há memória.

Ocorreu na fase inicial da guerra civil de Espanha, na cidade de Salamanca, no dia 12 de Outubro de 1936. Foi proferido de improviso, na universidade desta urbe castelhana, pelo reitor vitalício do secular estabelecimento de ensino, o basco Miguel de Unamuno, figura cimeira da cultura espanhola.
Unamuno, um intelectual ferozmente independente, tecera fortes críticas ao rumo descontrolado do regime republicano que vigorou em Espanha entre 1931 e 1936, tendo acolhido com palavras de simpatia o alzamiento em Julho de 1936. Durou pouco a sua adesão ao golpe liderado pelo general Franco: os morticínios das primeiras semanas de guerra revelaram-lhe a verdadeira natureza da rebelião, nacional só de rótulo.

No início de Outubro, reuniu-se com Franco para lhe pedir clemência por diversos amigos de esquerda que tinham sido detidos em território controlado pelos falangistas. Esforço inútil: acabaram quase todos fuzilados.

Nesse dia 12, perante o governador civil de Salamanca, o bispo da diocese e a esposa de Franco, o general Millán Astray - inválido da guerra em Marrocos - proferiu uma diatribe contra o País Basco e a Catalunha, considerando-os "cancros do corpo da nação", terminando a sua arenga com a frase que criara para divisa da Legião Espanhola: "Viva a morte!" enquanto os braços se erguiam na saudação fascista.

Unamuno, já então um senhor de 72 anos, poderia ter-se remetido a uma atitude de cómoda indiferença. Mas não foi capaz. Levantou-se dignamente e pronunciou estas palavras de modo pausado mas firme:

"Esperais as minhas palavras. Conheceis-me bem e sabeis que sou incapaz de permanecer em silêncio. Por vezes, ficar calado equivale a mentir. Porque o silêncio pode ser confundido com concordância. Quero fazer alguns comentários ao discurso - para chamar-lhe assim - do general Millán Astray, que se encontra entre nós. Deixando de lado a ofensa pessoal que pressupõe a sua repentina explosão contra vascos e catalães. Eu próprio, como sabeis, nasci em Bilbau. O bispo [apontando para o prelado], queira ou não queira, é catalão de Barcelona."
Fez uma pausa. E prosseguiu:

"Mas acabo de escutar o insensato e necrófilo grito 'Viva a morte!' E eu, que passei a vida a cultivar paradoxos que irritavam alguns incapazes de entendê-los, tenho de dizer-vos, como especialista na matéria, que este ridículo paradoxo me parece repelente. O general Millán Astray é um inválido. Não é necessário dizermos isto em voz baixa. Ele é um inválido de guerra. Também Cervantes o foi. Mas, por desgraça, há hoje em Espanha demasiados mutilados. E, se Deus não nos ajudar, em breve haverá muitíssimos mais. Atormenta-me pensar que o general Millán Astray pudesse ditar as normas da psicologia das multidões. De um mutilado a quem falte a grandeza espiritual de um Cervantes é de esperar que encontre um terrível alívio ao ver como se multiplicam os mutilados em seu redor."

O general, acometido de fúria perante estas palavras, começou então a gritar: "Abaixo a inteligência! Viva a morte!" Provocando a entusiástica adesão dos falangistas ali presentes, que gritaram em uníssono com ele.

Mas Unamuno ainda não tinha terminado. E concluiu assim:
"Este é o templo da inteligência. E eu sou o seu sumo-sacerdote. Estais profanando o seu recinto sagrado. Vencereis porque tendes, de sobra, a força bruta. Mas não convencereis. Para convencer há que persuadir. E para persuadir necessitaríeis de algo que vos falta: razão e direito na vossa luta. Parece-me inútil pedir-vos que penseis em Espanha. Tenho dito."

Palavras que soaram como denúncia da fanática brutalidade dos esbirros de Franco. Palavras que custaram o cargo e a vida a Unamuno: de imediato destituído das funções de reitor, confinado a prisão domiciliária, o filósofo basco viria a morrer dois meses mais tarde, no último dia desse ano tão trágico.

Mas o eco das suas palavras, fruto de uma vontade indómita, prolongou-se muito para além dos horrores daquela guerra. Como admirável exemplo de resistência contra a barbárie - tenha a cor que tiver, seja em que época for.
 Imagem: Unamuno (ao centro, de barbas) abandonando a Universidade de Salamanca a 12 de Outubro de 1936, acossado por falangistas. Fez 80 anos no dia 12OUT pp.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

05 - POEMÁRIO * Os versos da canção





Não sinto no meu peito anseios de partida.

Não sinto nos meus pés renúncias ancoradas.

Não dei a volta ao mundo, apenas dei à Vida

as rotações que pude e quis que fossem dadas.



Dei o que pude e quis --- o mais foi extorsão.

Pequenos mundos tem o mundo e várias sendas

varridas pelo ardor dos versos da canção,

sustidas p’lo torpor de milenárias vendas.



No meu entardecer, indócil adivinho

o ser a acontecer nos versos da canção.

Não retrocede nunca o rio o seu caminho

no ciclo natural da sua condição.



Eu não verei cumprir o ciclo da evasão,

mas sempre hei-de cantar os versos da canção.




José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 22 de Novembro de 2016.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

PARTIU MARIA EUGÉNIA VARELA GOMES




Maria Eugénia


Até Sempre!

Ao meu camarada Varela Gomes, Filha e parentes  um abraço solidário.

Ate sempre e um até já!

Andrade Silva




http://www.rtp.pt/noticias/politica/morreu-maria-eugenia-varela-gomes_n963368

domingo, 20 de novembro de 2016

EIA SETÚBAL!…

                                          Foto do Pintor de Setúbal Francisco Anjos

Amigas e amigos, companheiros  desta jornada da vida e de Abril.

Corria o mês de Março de 1975, era o dia 7 de Março, quando recebi uma ordem para vir até Setúbal, com cerca de 60 militares, vinha também o meu camarada tenente Sales Grade e, entre outros, o Alferes miliciano Pauleta, a nossa missão era evitarmos um grave conflito, entre a PSP e a população, com muito provável derramamento de sangue, por causa da morte de um jovem, aquando de uma contramanifestação motivada realização, na véspera, de um comício do PSD, num dos pavilhões da cidade. Este facto Zeca Afonso viria a consagrar num disco do Poder popular, editado pela Associação José Afonso, com sede nesta cidade de Setúbal.( https://www.youtube.com/watch?v=UWU...)

De Vendas Novas até aqui, naquele dia, nem sabíamos o que íamos encontrar, nem sabíamos, como habitualmente, qual era a nossa missão, o que podíamos ou não fazer, nem sequer tínhamos conhecimentos técnicos ,ou militares para enfrentar tão gigantesca tarefa. Só queríamos evitar mortes, e de facto perante a excitação, a revolta da população, com milhares de pessoas cercando a esquadra, enchendo toda a avenida em frente da esquadra e o grande nervosismo da PSP, o perigo de assalto à esquadra era iminente, e a resposta ao mesmo seria assaz violenta.

Perante, este cenário críamos um cordão de segurança, mas tudo se ia precipitando, quando do Comando da PSP de Lisboa, o, então, Major Casanova Ferreira, terá dado, segundo os agentes da PSP, ordens para montarem, numa janela o 1º andar, uma metralhadora pesada, o que, tentaram . Alertado para este facto pelo Alferes Pauleta, logo me desloquei ao local, e disse-lhes em tom muito preciso e assertivo, para desmontarem a metralhadora, e que se não o fizessem não ficaria pedra, sobre pedra, da esquadra, e que também lhes garantiríamos a segurança com o nosso total sacrifício, se necessário. O conflito acabou por se resolver, sem incidentes, infelizmente, na retirada dos policias alguns episódios foram menos dignos, mas não nos foi possível evitá-los.

A partir deste dia, a minha ligação imaterial a Setúbal estabeleceu-se até sempre, por isto e por toda a história de luta de Setúbal, mas também por ser uma bela e alegre cidade, faceta que também conheço e de que tenho disfrutado, como muitos outros portugueses, considero um acontecimento da maior dimensão humana e histórica, falar da nossa história, sobretudo, nestes tempos de esquecimento, que se repetem, não é pela 1ªvez que vivemos períodos de futebol, telenovelas, ao que desgraçadamente se junta ,de um modo feroz, as lavagens ao cérebro, pela comunicação social e muitos agentes políticos, ao que ainda se soma, ou multiplica, a parte dramática da 4ª Revolução industrial, no que pode ter de morte da cultura humanista, em favor da completa, total e exclusiva exaltação das capacidades tecnológicas e técnicas que temos de saudar, sem deixar morrer a nossa história, os nossos sentimentos, o nosso humanismo.


E, eia, onde, esta obra de Maria José Maurício se insere, na preservação da nossa história, em que muitos de nós fomos autores e actores, vivências que devemos , por inteligência, amor e sobrevivência manter presentes, sempre, e transmiti-las aos nossos filhos, netos e aos jovens. O 25 de Abril; o fim da guerra colonial - que permitiu a muitos jovens serem filhos de quem são, se a guerra continuasse muitos mais jovens, de então, teriam morrido, ou ficado gravemente feridos ou doentes; a revolução no Alentejo - a Reforma Agrária, que foi derrotada, mas a sua alma sobrevive e vive;  o poder local democrático que tanto tem beneficiado as populações locais-  muito embora , algumas obras, sejam de  novos ricos ridículas, como aconteceu nos anos anteriores a 2011 -  e o direito de cidadania das pessoas do povo, ou seja, de todos nós.

Eia do que fala a obra que, a  amiga, ilustre jornalista, Fátima Brinca., vai apresentar

Eia companheiras e companheiros de Setúbal uma obra de Abril, do nosso povo, de todos nós e de cada um de nós, com alma e coração, logo, a vossa leitura e amizade à obra é um acto justo, mas também de autointeligência, porque presta à comunidade e a cada um de nós um grande serviço de verdade histórica e amor.


Um grande abraço para todas e todos

Pelo Futuro um Viva

E uma grande recordação por todos os que já partiram e fizeram o seu melhor. Bem-Hajam, nunca os esqueceremos.

19 Novembro 2016

Andrade da Silva , na altura destes acontecimentos um tenente, capitão do Exército/ MFA com 25, 26 anos de idade

PS. Ontem na apresentação do Livro de Maria José Maurício em Setúbal. Foto de Setúbal do pintor Francisco Anjos, um bom amigo e companheiro. Abraço-vos.







sexta-feira, 18 de novembro de 2016

EIA SETÚBAL HISTÓRIA DO POVO DO ALÉMTEJO!


Amanhã, sábado, pelas 16 H, na Biblioteca  Pública Municipal  de Setúbal, a jornalista Fátima Brinca apresentará a obra de Maria José Maurício, em que, prefacio a 1º edição, e que relata, através da audição de protagonistas e da sua vivência as migrações alentejanas, a guerra de África, o 25 de Abril 74, a Reforma Agrária, as lutas sindicais e a emergência do poder local democrático. Um acervo essencial da nossa história próxima transposta para contos, depois da autora ouvir os protagonistas. 

Também ,se evocará os trágicos  acontecimentos de 7 de Março 75 ,em que foi morto pela PSP um jovem participante numa contramanifestação, aquando da realização  naquela data de um comício do PSD, este acontecimento foi registado por  Zeca Afonso  num disco, editado pela associação José Afonso ,com sede em Setúbal.

EIA SETÚBAL ! EIA POVO DE SETÚBAL ESTEJAM PRESENTES!



quinta-feira, 17 de novembro de 2016

PARTIU UM HOMEM: UM CAPITÃO DE ABRIL, DE PORTUGAL E DO MUNDO- CORONEL FILIPE FRADE

                                                Filipe Frade fala sobre Abril, em 2013




Perdemos todos, Portugal e a Humanidade, um Homem, um grande amigo, camarada e capitão de Abril que lutou contra o fascismo, desde muito cedo na LUAR.

Estava preso no 25 de Abril, nas prisões fascistas. Nós -os militares de Abril - e o povo português libertamo-lo naquela gloriosa data - já tão esquecida pelos que dela quase tudo receberam ( não foram uma grande parte dos capitães de Abril, pessoalmente, recebi ser preso por 2 vezes, e 30 anos de perseguição e insultos actuais de fascistas e outras coiotes que usam cravos ao peito) .

Foi também a hora, a alvorada da liberdade para Portugal e as colónias, nestas, com um custo muito, muito, muito elevado e doloroso- a descolonização, que Maria José Gama, ( que registou na foto aqui publicada este momento na evocação do 25 de Abril, em 2013) como uma nossa amiga comum, a Sandra, a Ruth Moreira, que tão heroicamente superaram  tamanha tormenta. São, creio, que para Portugal , a humanidade e, para mim ,sem nenhuma dúvida, verdadeiras heroínas, como o são todas e todos os que vencem , muitas vezes, a tragédia da História. Para todas e todos um grande abraço solidário.











Abril 2013, coube-me, nesta data, falar sobre o 25 de Abril 74: o 25 de Abril em duas vozes militares.

Caro camarada Frade, homem de Abril, genuíno e, de sempre, que o negro 25 Novembro 75 e outros malditos acólitos nos quiseram e querem destruir, continuarei a nossa luta, como tu a fizeste até ontem, somos muito poucos, mas continuaremos, como dissemos e tu o disseste em 26 de Outubro 2016 nunca desistiremos, a Honra de Homens e de militares de Abril isso nos exige num mundo de bolas, telenovelas, jogos sombrios e corrupção impune.. Continuaremos muito sós, para travar esta corrida TERRORISTA para o DESASTRE TOTAL.



Frade, 26 Outubro 2016 : uma vez mais, duas vozes militares, defendem a Honra e a Dignidade do Soldado de Portugal


Aquele abraço camarada.

Até sempre!

andrade da silva

  1. o funeral será sexta feira às 10:00 na igreja de Vila Franca da Beira (Oliveira do Hospital) a ~20 km de Ceia.






















Filipe Frade no VAH. A semente nascida em 2013 e espezinhada pelos ...