domingo, 27 de novembro de 2016

EIA DE PÉ CAMARADAS DE ABRIL!


Templo Diana/Évora   1º ponto  de encontro para recebermos a indicação para nos dirigirmos para a reunião de revoltosos no Monte do Sobral ( 9 setembro 1973)




NOTA: OBVIAMENTE QUE ESTE GRITO DEVERIA SER DITO POR OUTREM E EM OUTRA PARTE QUE NÃO  NUM HUMILISSIMO BLOG. PORÉM, QUEM FAZ O QUE PODE FAZ O QUE DEVE, SOBRETUDO, NA CONDIÇÃO DE MATADO CIVILMENTE. SITUAÇÃO QUE É A MINHA E A DE OUTROS MILITARES DE ABRIL, SIMPLESMENTE.


Depois do CDS de Lisboa querer que a Capital recorde o “gande heroe” do 25 de Novembro 75, o sr. Major-General Jaime Neves, que cumpriu heroicamente todas as missões no 25 de Novembro, mas, ao que dizem, não cumpriu nenhuma missão no 25 de Abril 74, mais actos de igual teor deveriam suceder-se.

Assim, agora, com a morte de Fidel de Castro vêm uns, que dormiam no 25 de Abril 74, como o catedrático Luciano Amaral ( CM 27 Novembro) comparar os capitães de Abril aos “Barbudos da Sierra Maestra”, o que, pode parecer generoso, se depois não associasse essa gloriosa vitória a uma ditadura pior que a de Fulgêncio Baptista - algo quase impossível, mas que segundo a cátedra aconteceu ( ai os que se curvam perante os púlpitos!), todavia, o ilustre catedrático comete dois erros crassos de ignorância ou má fé, a saber:

1- esquece que em Portugal a consanguinidade com os gloriosos combatentes da Sierra Maestra , se existe será feita  com os seus camaradas do PCP antes , durante e depois do 25 de Abril e sempre. Não julgo  que  tenham visto tamanha Glória nos militares da Abril, excepcão feita a alguns, Vasco Gonçalves que não sendo do PCP, ao que se julga saber e pessoalmente creio, mereceu uma distinção muito especial, ou a algum outro que eventualmente pertença às suas fileiras, mas não de um modo público, como é do conhecimento geral. O PCP, julgo que fala dos capitães de Abril, de um modo retórico, logo, muito longe de qualquer comparação com os gloriosos lutadores contra a ditadura de Fulgêncio, e nem dedica a amizade intrínseca e a veneração que lhes votam, isto é, para o PCP, na minha observação, a haver revolucionários comparáveis com os de Cuba são os seus militantes que lutaram contra o fascismo, muitos deles no dia 25 de Abril 74, na clandestinidade ou presos, logo, o doutor Luciano não deve ter feito esta análise e medido as suas consequências;

2 - O doutor Luciano, como muitos outros, pouco parece saber sobre o Movimento dos capitães, então, humildemente, dir-lhe -ei e a quem estiver disponível , o seguinte:  O Movimento dos capitães iniciou-se bastante antes do 25 de Abril 74. Na Guiné de um modo estrutural com os capitães Golias, Fabião, Duran Clemente, Otelo, entre outros, e também com posições individuais de muitos camaradas, como, entre outros, Dinis de Almeida, a recrutar pessoal em Lisboa no Galeto. Neste grupo, também me incluo , em 13 Novembro 72 , alferes, com 24 anos de idade, da Damba, gritava ao meu camarada alferes Custódio Pereira - ambos estamos vivos e possuo o aerograma- que era preciso dar a volta àquela Guerra e, assim, todos em 1973, logo, abraçamos a conspiração do movimento dos capitães. Em 9 Setembro de 1973, reunimo-nos no Monte Sobral/ alcáçovas, (136 camaradas) para protestarmos por





EIA: A SEMENTE VIGOROSA DA REVOLTA!

causa da condução militar da guerra. Porém, logo a partir desta data, um conjunto de camaradas das unidades ditas fortes( Escola Prática de Cavalaria, de Infantaria, de Artilharia, Paraquedistas e Artilharia de Cascais) passaram a reunir-se na Casa do Salgueiro Maia/ Santarém ( também lá estive) para mudar o regime e acabar a guerra. A partir deste ponto, terei de dizer que, na minha opinião, tudo é idêntico à gloriosa marcha de Fidel e tudo é diferente, desde logo, o tempo e a formação dos autores e actores do 25 de Abril, muito influenciados pela guerra de Africa, e por tudo o que sabíamos de bom e de mal dos grupos de guerrilha, onde, as noticias de fuzilamentos dos supostos traidores não nos podia deixar indiferentes, conquanto, nos teatros de Operações os actos de traição se tornem mais evidentes, mas as execuções sumárias são sempre bastante duvidosas etc. etc. Todavia, o movimento dos capitães tinha e teve a grandeza dos combatentes da Sierra Mestra, o que, entre nós, os portugueses, todos, o esqueceram, banalizando o que foi muito difícil , heroico e, depois só ouvindo, mais mal que bem, Vasco Lourenço, para sobretudo falar do 25 De Novembro 75, Otelo para falar do posto de comando da Pontinha , mais um ou outro para falarem de episódios específicos, e, em paralelo há todo um esforço IGNÓBIL de reescrever o 25 de Abril, na parte militar pelos vencedores do 25 de Novembro de que dona Cristas fala, e também Mário Soares, este, até que a voz lhe doesse, fora disto o silêncio, ou o empenho do PCP em torno da figura militar de Vasco Gonçalves, e uma acção mais geral para contar, ou quiçá reescrever, como convém a cada grupo, o papel de Salgueiro Maia. Contudo, o movimento dos capitães e depois o Movimento das Forças Armadas, sobretudo, na sua dimensão aliança POVO-MFA, foram muito, muito longe no seu sonho de dar novos mundos ao mundo, através da paz, e criarem uma SOCIEDADE LIVRE,DIGNA E DESENVOLVIDA, e durante o tempo em que a aliança POVO-MFA existiu não houve execuções, assaltos a partidos de direita ou igrejas, ou sequer agressões. O MFA pretendia mudar a sociedade portuguesa, mas sem derramamento de sangue e sem uma ditadura opressiva, violenta, sendo que num período revolucionário as mudanças do poder politico e económico são uma convulsão, que aconteceu em Portugal sem sangue, e o sangue que foi derramado foi em consequência dos feitos da contrarrevolução, ou seja, usando idênticas metáforas às dos "barbudos", pelos clones dos "falangistas". A dimensão da não violência e as referencias e convicções por uma sociedade Democrática, Digna e Desenvolvida , tendo como balizas o estado de direito e a social-democracia dos países nórdicos, coloca este MFA pelo seu sonho, mas também pelas consequências mundiais do seu acto num patamar histórico, heroico inigualável. Sem sermos cópias de ninguém, ousamos fazer o impossível, conseguimos -Vencemos ,e quando este país, Portugal ,e os portugueses deviam reflectir, conhecer esta gesta do MFA, por razões internas, ou seja, pelo MFA se ter deixado contagiar pelas tácticas politico. - partidárias, e externas ao MFA a luta politico -partidária o estado da arte de Abril a que chegamos - no dizer de um camarada de Abril, um militar de pé, silenciado como tantos outros, e que não foi objecto de venda nas mercearias da pantanosa politica - é este:

EIA:
“Camarada

Tudo o que o CDS municipal refere é verdade:
-terminou a revolução
-a extrema esquerda foi reciclada
-O MRPP regressou aos tachos
-os militares de esquerda foram afastados
-os militares de centro foram apaparicados para servir de montra
- os militares de direita foram para as grandes empresas
O centrão tomou o poder e os partidos que servem de contrapeso a estes , à esquerda e à direita, garantiram a continuação de uma existência eterna .

Isto tem sido a democracia do politicamente correcto, dos direitos sem deveres, do fim da autoridade legitima, das liberdades dos ricos e poderosos etc.., que agora toda a gente anda muito preocupada, porque o capitalismo face à crise vai tentar mais uma saída, desta vez, não com um Kaiser ou um Fuhrer mas com um simples CEO do tipo populista com um nome que em português soa a Tru(a)mpa.”


Mas, em Portugal, queiram ou não os donos disto, não é possível a um grande povo, como o português, continuar a aceitar que gente vil , cínica e grosseira no seu interesse e dos seus afilhados matem de morte matada ABRIL e os MILITARES DE ABRIL que não sendo os Barbudos da Sierra Mestra, ou outros, não destoam em nada das figuras com moral pós convencional ( Piaget) de Spartacus, Leónidas, Cristo, Che - Combatente, Gandhi.

CAMARADAS QUE A HONRA ,A CORAGEM NUNCA NOS FALTE!

andrade da silva

PS: Templo Diana  1º ponto  de encontro para recebermos a indicação para nos dirigirmos para o Monte do Sobral


EIA: ABRIL INTEIRO.


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