PLATÃO E ARISTÓTELES
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O FRACASSO DO GÉNIO POLITICO ROMANO
Como pode ser
explicado esse quase fracasso do génio político dos romanos no melhor período
de sua história?
Os romanos
estavam então colhendo a tempestade que fora semeada nas lutas civis dos fins
da república. Tinham-se acostumado à solução pela violência dos problemas
difíceis. Além disso, as longas guerras de conquista e o esmagamento das
revoltas dos bárbaros rebaixaram o valor da vida humana aos olhos do próprio
povo e favoreceram o alastramento do crime. Em consequência disso, era
praticamente inevitável que homens de carácter corrompido conseguissem
guindar-se aos mais altos cargos políticos.
“O homem que não conhece o verdadeiro vive na
angústia e sobre a terra está como nos infernos
Se os homens, assim como sentem o peso que os
cansa, ao menos pudessem de tanto mal descobrir a causa teriam quem sabe vida
melhor. E assim os vemos incertos, sem saber o que querem: vemo-los procurar
inquietos outros lugares, um lugar diferente do costumeiro onde possam depor
aquele peso: este, enjoado de seus aposentos, sai de seu rico palácio e para aí
retorna: viu que fora não há nada melhor; este outro impele os cavalos para a
casa campestre, acoita-os apressado como para apagar dos tectos as chamas, e já
à porta boceja: pega no sono e o pesado afã interrompe, ou volta para a cidade
e as costumeiras estradas revê. Cada um desejaria separar-se de si e fugir para
longe, mas não consegue; ao contrário, sempre mais a si mesmo constrangido se
apega e ao mesmo tempo se odeia: doente, não sabe como o mal acontece-lhe, não
vê a causa do mal.” Lucrécio, A
natureza das coisas.
Nicolau Maquiavel é uma grande figura
italiana não só pelas suas obras, fundamentais mesmo hoje, mas por toda a sua
vida. Maquiavel não cria nada de novo na política. Como ele próprio diz, limita-se
unicamente à “verdade efectiva das coisas”, ao que a observação da realidade
que o rodeia e a história dos grandes homens lhe ensinou.
O único valor teórico de Maquiavel é o
seu realismo político, o escândalo que suscitam os seus juízos sobre a natureza
humana. É o homem que afirmou taxativamente a incompatibilidade entre
política e moral.
Existem teorias, argumentações e
disputas filosóficas pelo facto de existirem problemas filosóficos. Assim como
na pesquisa científica, ideias e teorias científicas são as respostas a
problemas científicos, da mesma forma, analogamente, na pesquisa filosófica as
teorias filosóficas são tentativas de solução dos problemas filosóficos.
Os problemas
filosóficos existem, são inevitáveis e irreprimíveis e envolvem todo o homem
que não renuncie a pensar. A maioria desses problemas não deixa o homem
racional em paz, mas sobretudo, à maior questão de todas: O que é a verdade?
Alguns dos
problemas filosóficos de fundo, que dizem respeito às escolhas e ao destino de
todo o homem e com as quais se aventuraram as mentes mais elevadas da
humanidade, deixando-nos como herança um verdadeiro património de ideias, que
constitui a identidade e o legado de toda a humanidade.
“Vale mais ser amado ou temido? O ideal é ser
as duas coisas, mas como é difícil reunir as duas coisas, é muito mais seguro -
quando uma delas tiver que faltar - ser temido do que amado(...). Os homens têm
menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o
amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser
necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do
castigo, que nunca falha.” Nicolau
Maquiavel.
Para Maquiavel uma coisa era clara:
pessoas boas não vão longe e os maldosos tendem ganhar, e isto ocorre pelo
triste fato de que tais seres não são limitados por amarras morais que os bons
carregam, estão dispostos a usar de todos artifícios, por mais sombrios e
tóxicos, para alcançar os seus objectivos.
Nicolau se destacou por reflectir a
respeito dos possíveis choques que essa participação poderia causar,
diferentemente dos humanistas cívicos que haviam elaborado suas teses até
então. São ideias novas como esta que fazem Maquiavel destacar-se como político
revolucionário.
Podemos resumir a ideia da obra
Discursos Sobre a Primeira Década de Tito Lívio destacando que Maquiavel se
compara aos grandes navegadores, afirmando estar consciente dos riscos que
estaria correndo ao percorrer novos caminhos na esfera do pensamento político.
No mundo actual vivemos
necessariamente numa sociedade de mudanças contínuas e perpétuas, mudanças que
nunca podem ser mapeadas previamente com precisão. As pessoas tentam prever as
mudanças e adiantar-se a elas da melhor maneira que podem, mas essas previsões
nunca podem ser reduzidas a uma ciência exacta. O negócio dos empreendedores é
prever mudanças no mercado, tanto para as condições de procura quanto de
oferta. Aqueles que têm mais sucesso lucram na proporção da precisão de seu
juízo, enquanto os que fracassam em suas previsões caem pelo caminho. O
resultado é que os empreendedores de sucesso no mercado livre serão aqueles com
mais capacidade de se antecipar às futuras condições económicas.
Contudo, a previsão nunca pode ser
perfeita, e os empreendedores continuarão a diferir quanto ao sucesso de suas
previsões. Se não fosse assim, jamais haveria qualquer lucro ou perda nos
negócios. Portanto, há mudanças continuamente em todas as esferas da economia.
As preferências dos consumidores mudam; as preferências temporais e as
consequentes proporções de investimento e de consumo mudam; a força de trabalho
muda em termos de quantidade, qualidade e lugar; alguns recursos naturais são
descobertos, enquanto outros chegam ao fim; as mudanças tecnológicas alteram as
possibilidades de produção; as alterações no clima influenciam as colheitas e
por aí fora. Todas essas mudanças são traços característicos de qualquer
sistema económico. Na verdade, não conseguiríamos conceber verdadeiramente uma
sociedade sem mudanças, em que todos fizessem todo dia a mesma coisa, e nenhum
dado económico jamais mudasse. E, mesmo que pudéssemos conceber uma sociedade
assim, pode-se duvidar de que muita gente fosse querer torná-la realidade.
“Os homens não esperam o advento da ciência
social para formar ideias sobre o direito, a moral, a família, o Estado, a
própria sociedade, pois não podiam privar-se delas para viver.” Émile Durkheim, As Regras do Método
Sociológico, pp18.
Para Keynes, “a economia é essencialmente uma ciência moral e não uma ciência natural,
pois lida com introspecção e com valores”, Keynes, The general Theory and
after, part II, Defence and Development, Vol. XIV, pp- 296-297.
Num ensaio sobre Marshall, o
economista inglês afirmou que o “mestre
economista deve possuir uma rara combinação de atributos… deve ser matemático,
historiador, estadista, filósofo, até certo ponto”. Keynes, Essays in
Biography, Vol. X, pp- 173-174.
Importante referir, que seja qual for
a escola, modelo ou função matemática, qualquer modelo económico proposto
estará fadado ao fracasso, pois se a ambição individual humana for sempre mais
forte do que a ambição colectiva. Deste modo, para se encontrar um modelo de
equilíbrio, será sempre necessário o intervencionismo e proteccionismo do
Estado, por forma a garantir a legalidade do Estado de Direito, por um lado, e
os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos, por outro. Só assim, é
possível conter este desequilíbrio de forças de um sistema económico empírico e
volátil. Por outras palavras, tornar a vida do dia a dia dos cidadãos segura e
previsível em preterimento dos lucros desmesurados dos capitalistas.
Segundo o juiz Sérgio Moro, a
corrupção pode adquirir um aspecto mais grave e quando se torna habitual,
quando se torna uma regra de comportamento, é denominada “corrupção sistémica”. Sérgio Moro disse que a corrupção
sistémica afecta a economia de qualquer país, porque acaba afugentando os
investidores externos e internos.“Mas,
não só isso, muitas vezes este sistema de corrupção impede que agentes
envolvidos na economia de um determinado país tomem as melhores decisões do
ponto de vista económico para aquele país”.
A corrupção sistémica é prejudicial
especialmente no aspecto da democracia. “A
democracia é fundada na confiança entre governantes e governados. Mas, em contexto
de corrupção sistémica, esta confiança é extremamente abalada”.
“É urgente, prioritário enfrentar a corrupção
em todas as suas formas, mas especialmente esta dita corrupção sistémica”, com o envolvimento do judiciário, da
sociedade civil, do sector privado e dos políticos não envolvidos na corrupção.
“Isso tudo é necessário para combater
a corrupção sistémica, para que passe a ser apenas um comportamento desviante e
não uma regra de comportamento”, Sérgio Moro, Fonte: Agência Lusa.
“A singularidade é um ponto de gravidade no
infinito, onde o espaço e o tempo tornam-se sem sentido. A singularidade é
basicamente uma palavra para dizer “eu não sei”.” Prof. Michie Kaku, Físico Teórico, 2010.
“É um pouco perturbador pensar que há objectos
lá fora, que quebram as leis da física. Deve haver leis maiores, que estão a
ser utilizadas e obedecidas que acabamos por não compreender ainda.” Dr. Phil Plait, Astrónomo, 2010.
Remontando à mitologia grega, conta
uma lenda que a Esfinge, enviada por Hades, invadiu Tebas destruindo os campos
e afugentando os moradores.
A criatura propôs a retirar-se do
local se alguém conseguisse decifrar o seu enigma, porém aquele que não
decifrasse seria devorado. “Decifra-me ou
devoro-te!”
O seu enigma era: “Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio dia e três
à tarde e é mais fraco quando tem mais pernas?”
Édipo solucionou o mistério,
respondendo: “O homem, pois ele gatinha
quando pequeno, anda com as duas pernas quando é adulto e usa bengala na
velhice”.
Ao ver o seu enigma solucionado a
Esfinge suicidou-se, lançando-se num abismo.
“Concordo com o diagnostico, adivinho o
prognostico linear que resulta do mesmo, mas assim estamos sem futuro e
Maquiavel teria razão absoluta, mas acredito na possibilidade de futuro, mesmo
que mínima, portanto que fazer para superar esta morbidade. deixo-te o desafio
para um texto de resposta a esta questão. Se é isto é assim que fazer então o
que fazer? Logo pedia-te este exercício.”,
Andrade da Silva
O homem sempre gozou de livre arbítrio.
Tem a consciência entre o bem e o mal, o bom e o mau. Pode fazer boas escolhas
ou má escolhas. Delas fará a sementeira e a posterior colheita. Como disse o
meu caro amigo, Andrade da Silva, “o país
precisa de seus heróis”. E o país e o mundo terá sempre os seus heróis,
pois sempre que o livre pensamento existir, e a luta pelo bem e pela verdade
for proclamada, a humanidade terá esperança. Mas quanto mais o homem desvenda o
universo, e mais conhece que impera o caos e não a ordem, descobrimos que o nosso
lugar no universo, o planeta que é a nossa casa, encontra-se não numa regra,
mas sim numa excepção, onde impera a ordem. Cabe a cada um de nós fazermos as
melhores escolhas e decisões, não só a nível individual, mas também colectivo.
Assim como a esfinge foi sempre um
símbolo de um enigma, assim o resultado do exercício também é um enigma. A
resposta dependerá sempre da decisão da humanidade.
Assim como a Esfinge fala para a
humanidade o famoso enigma: "Quem
começou o dia em quatro pernas, continua sobre duas pernas e termina em três
pernas?"
A resposta: “O homem e o seu destino.”
Talvez a melhor resposta para este
exercício, salvo melhor opinião, será:
O Homem terá
sempre possibilidade de futuro, mesmo que mínima, enquanto sonhar, acreditar
que é possível ter futuro e evoluir na rectidão e no bem.
Assim a resposta que dou é simples: O
futuro será sempre o homem e o seu destino!
José António Bragança
PS:
As melhoras para o nosso poeta e amigo José de Carvalho:
https://liberdadeecidadania.blogspot.pt/2017/12/05-poemario-rimance-do-imenso-mar.html