quinta-feira, 30 de abril de 2009

CIDADÃS E CIDADÃOS ( Conclusão)


Caras cidadãs e cidadãos

Um capitão de Abril que tenha vivido sempre à luz dos ideias de Abril nunca dirá que é preciso mais dinheiro para comprar verdadeiras inutilidades, que matam a terra e sacrificam à doença, à fome e à morte milhares dos nossos queridos irmãos africanos, asiáticos e outros.

De um capitão de Abril ouvirão uma dura critica à proliferação de grandes superfícies de consumo que matam o pequeno comércio, mas também um forte apelo para que se invista mais em formação profissional, em melhor escolas, hospitais, segurança na velhice e nas ruas, melhor acesso aos bens culturais e ao desporto, se dê mais atenção ao desenvolvimento dos nossos jovens, se combata a marginalidade e a toxicodependência, se varra o lixo tóxico em violência e programas sem estética ou real valor das Televisões que guiadas pelo lucro fácil produzem subprodutos que só podem influenciar a emergência de comportamentos violentos e destrutivos das pessoas e dos valores, o que, não permitirá o desenvolvimento harmonioso da nossa sociedade.

De um capitão de Abril ouvirão que é urgente regressar a Abril, para aprofundar a democracia, moralizar a política, extirpar dos partidos os quistos da perversidade humana, combater todos os ditadores e corruptos, e entregar o governo do País a uma plêiade de mulheres e homens sábios que nos conduzam com equidade, justiça e em liberdade para o bem comum.

Seria importante que o fizéssemos por nós, mas também para servirmos de alguma luz ao nosso planeta em que reina mais a violência do que o dar as mãos para construir o futuro. Dêmos este novo modo de fazer política ao mundo.

Cidadãs, cidadãos

Se formos coerentes, justos, trabalhadores com mérito, determinados e conscientes podemos conseguir este desidrato, o de transformar este Portugal doente, num Portugal da liberdade, da Fraternidade e da Justiça Social. Temos de trazer através da nossa militância de porta a porta, nos bares, nos transportes, nos empregos, na vizinhança, na família, mais gente, muita mais gente para o nosso campo.

Ninguém nas eleições deve ficar em casa. Todos devemos votar, mas ser muito, muito mais exigentes com os partidos políticos.

É preciso que nós todos e muitos mais, através de um amplo, forte, inevitável e invencível, porque não sai do terreno, movimento de cidadania quebre a arrogância dos ricos, dos poderosos e dos políticos que têm um poder que lhes delegamos, porque a sede do poder, constitucionalmente, reside no Povo, para que todos cumpram os seus deveres profissionais, morais, éticos e sociais para com o país.

O sonho, sonhado em 25 de Abril 74, tem de se tornar realidade, sonho-concreto, e, para isso, temos de ir além das puras acções de resistência, devemos criar organizações fortes para exigirmos um combate eficaz e com resultados contra a corrupção, ou seja, os corruptos têm de ser presos, e não podem ser nomeados para novos cargos públicos, onde, podem continuar com a sua actividade.

Temos de exigir melhor e mais formação profissional para os jovens e para quem trabalha ao longo da carreira, só assim se podem ganhar qualificações e ter acesso a melhores e mais bem remunerados empregos.


Exigir melhor saúde e mais apoio aos idosos.


Exigir melhor escola com professores competentes e motivados, mas também com as escolas mais bem apetrechadas, para melhor puderem transmitir aos nossos jovens e universitários melhores e mais actuais competências.

Temos de exigir como imperativo de solidariedade e de liberdade melhor segurança social, mas também segurança nas ruas, porque não podemos ficar prisioneiros nas nossas casas, para que as ruas fiquem nas mãos dos marginais. A polícia é para estar nas ruas também à noite.

Combater o consumismo louco que mata a terra e torna os pobres mais pobres e os produtores de inutilidades mais ricos. Como é possível que Portugal um dos países com mais dificuldades tenha mais e as maiores superfícies comerciais, com o sacrifício do pequeno comércio, o que, torna desertas as nossas cidades?

É preciso, repito, denunciar a má qualidade das nossas televisões que seguindo a obsessão do que o que importa é ganhar muito, muito, dinheiro apresentam programas de má qualidade que exploram ao máximo a intriga, a violência, a inveja, constituindo-se em verdadeiros produtos tóxicos.


Caras Cidadãs e cidadãos

Por tudo o que já conseguimos vitoriamos o 25 de Abril, por tudo o que ainda falta conseguir que é ainda muito, muitíssimo, em nome daquela aurora da juventude do 25 de Abril de 1974 apelo a todos, mas de um modo particular aos jovens de hoje, para que não deixem morrer a oportunidade que o 25 de Abril abriu de se conseguir viver num país de todos e não de meia dúzia, porque o dos senhores era o Portugal fascista que foi derrubado em 25 de Abril 74 por centenas de soldados e dezenas de jovens sargentos e oficiais, apoiados pelo povo, nomeadamente pelo de Almada e do Pragal que alimentaram e vitoriaram por todas estas ruas a poderosa força da Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas, forte na sua força militar, mas sobretudo nas suas convicções.

Por tudo isto e para continuar Abril aqui estamos, certos, de que tudo valeu a pena, e certos de que valerá a pena lutarmos pelo futuro com mais democracia, isto é, justiça, honestidade, melhores empregos, segurança ,escola saúde, desporto e ambiente, por tudo isto:

VIVA O 25 de Abril!
VIVA Almada!
VIVA A GESTA MILITAR Do 25 de Abril!
Viva a juventude Portuguesa!
Vivam os Portugueses!
VIVA PORTUGAL!




quarta-feira, 29 de abril de 2009

CIDADÃS E CIDADÃOS ( 1ª parte)



Caras cidadãs e cidadãos de Almada


Em 1ºlugar quero saudar Almada por ter o Pragal, onde, no 25 de Abril de 1974, a Escola Prática de Artilharia, esteve posicionada, no Cristo Rei, para ajudar a derrubar o regime fascista;

Saudar e agradecer ao povo do Pragal e de Almada por nos terem ajudado naquela gloriosa manhã e, a mim, particularmente, nos dois anos em que, após o 25 de Novembro 75, os democratas enjoados me prenderam por dois anos na prisão da Trafaria. Agradecimento que torne extensivo a todo o querido Povo do Alentejo.

Saudar esta Margem Sul por ter vozes da revolução, como Luísa Bastos

Saudar e agradecer aos presidentes das juntas de freguesia e a todos os autarcas deste concelho o convite que me fizeram para estar convosco e a grandiosidade desta comemoração

Mas sobretudo saudar-vos a vós cidadãs e cidadãos que aqui estais, aos vossos pais, filhos, netos e todos os vossos familiares e amigos, porque sois o POVO DE ABRIL que constrói o Presente e o Futuro.

Caras Cidadãs e Cidadãos

Daqui, desta terra, sem medo, proclamo que se desiludam todos os inimigos de Abril se pensam que estas comemorações são uma mera romagem de saudade.

Não! Aqui estamos numa actividade politica que Abril consente, para fazer andar o presente para o futuro, e não só para vitoriar o passado.

Que se desiludam, envelhecemos, é certo, mas não nos rendemos.

Envelhecemos, mas trazemos jovens para este campo da luz e da luta, e havemos de trazer cada vez mais.

Envelhecemos, mas não nos acobardamos.

Também daqui proclamo sem nenhuma hesitação que o regime de Salazar era um regime fascista, e que Salazar não era tão inteligente quanto se faz crer, porque se o fosse, teria percebido que por algum tempo se pode governar bem o povo português com patranhas e mentiras, sem necessidade de Pides. Todavia ninguém poderá em democracia pretender prolongar o reino da mentira para além do seu prazo de validade que é relativamente curto.

Caras cidadãs e cidadãos

Neste presente momento da nossa história a mentira está a chegar ao fim do seu período de validade, por isso, nas sedes do capital financeiro se procuram novas personagens, para com outra música se continuar o fado de sempre, ou seja, mais pobreza para os pobres e muito mais riqueza para os muito ricos, mas contra isto nos temos de levantar e dizer basta, e vão-se embora!

Os donos do dinheiro querem fazer crer que falar destas coisas não faz sentido que é de gente ridícula, ou mesmo atrasada mental, porque pretendem que glorifiquemos a nossa melhor qualidade de vida em relação aos africanos, asiáticos e sul-americanos, o que é verdade.

Não o esquecemos, mas se vivemos melhor não é porque esses senhores sejam generosos. Se vivemos melhor é fruto de muitas batalhas e da morte de muitas mulheres, mesmo muitas mulheres, porque são as mulheres que estão à frente das lutas mais progressistas que também os homens travaram, e vão continuar a travar, para que não retornemos ao trabalho sem direitos.

Eles temem, ou, como na Madeira, impedem estas comemorações, porque sabem que o que aqui fazemos dá força aos ideias da libertação do povo e à concretização do objectivo de mais e melhor democracia em Portugal, na Europa e no Mundo.

Há por aí políticos assustados que Portugal realize isolado as boas práticas democráticas contra a corrupção e a lavagem de dinheiro, mas porque esse medo, se toda a Europa reconhece que assim deve ser?

Mas porque esse medo, se também fizemos os descobrimentos e o 25 de Abril sem autorização das cortes da Europa ?

Mas a quem confiamos o nosso futuro, a gente que tem medo de combater os corruptos, porque eles são uma força tenebrosa que vence a Política?

Foi a este estado que chegamos, mas porque estamos à beira do abismo, temos de mudar de rumo, e esta é mais uma grande força de Abril que eles, os banqueiros não consentem, mas nós sabemos que Abril não nasceu sob a bandeira da exploração do capitalismo selvagem e especulativo, mas sim sob o signo da liberdade, da democracia e do desenvolvimento, e, assim, se vai manter.

Sabemos que os donos do dinheiro querem que os governos neo-liberais dentro de um rotativismo com alternância, mas sem alternativas, continuem a sugar o sangue de quem trabalha em Portugal, e no Mundo. Conhecemos esses propósitos e, por isso, os denunciamos, o que aqueles senhores queriam que ficasse bem calado.

Mas o Povo de Abril e os militares de Abril que nunca traíram e estiveram sempre do mesmo lado da barricada: do mérito, da justiça social e da solidariedade, nunca serão calados.
( continua)


andrade da silva 25 Abril 09


terça-feira, 28 de abril de 2009

INQUIETAÇÕES E ESPERANÇAS DE ABRIL (conclusão)


Hoje, passados trinta e cinco anos, o Portugal Democrático não tem nada a ver com o Portugal da ditadura.

É fundamental não perder de vista esta realidade.

Não confundamos os males de então com os dias difíceis de “hoje”, que já o eram “ontem”
e tem vindo a sê-lo ( há tantos) destes 35 anos.

Quiçá, terá mesmo alicerces numa data venerada por alguns inimigos da Revolução, dum certo Novembro da nossa Primavera.

Alguns desesperados desabafam: “está tudo como dantes”...”está tudo na mesma “ .Não o devem repetir. Isso significa comparar tempos e agonias diferentes.

Cuidado…não branquear o fascismo.
Sobretudo não devemos fazê-lo pelos mais novos e pelos que não viveram o triste passado da opressão.
Os desencantos de agora e respectivas frustrações são de hoje, embora as suas raízes sejam antigas e outras tenham vindo juntar-se-lhes no país e no globo. São-nos:
Resultado da essência e natureza dum sistema predador: Responsável pela miséria, pela fome e pela doença de milhões de seres humanos;
Responsável pela depauperação de países e pela pilhagem de continentes.

- esse sistema tem um nome, anda a monte e chama-se: “capitalismo”…mascarado ou não de Neo-liberalismo, ultra-liberalismo global…ou de outra exuberante alcunha qualquer.

Veio agora a chamada crise recente desmontar um arsenal ideológico de mentiras, de manipulação de palavras, de subversão e ilusão de conceitos e de ilusão de realidades…para sacudir responsabilidades e reverter em benefício próprio as razões que lhe estão na origem.
…………………………………………………………………………….
A crise é só de hoje? Claro que não.
Hoje terá chegado aos poderosos, mas há que tempo a vivemos.
Há anos que vimos afirmando que o sistema gera desumanas situações sócio-económicas, com uma aparente e ilusória contrapartida de progresso económico,

onde os ricos tem ficado cada vez mais ricos
e os pobres, cada vez, mais pobres.

Não faltariam elementos para desfilar um rosário de exemplos, paradigmas da crise, das crises.

Há muito que a economia social foi estrangulada e a vertente financeira(especulação) se sobrepõe à vertente produtiva (economia real).

Essa é a crise e, infelizmente , há muito.



E o que é que isto tem a ver com o nosso 25 de Abril?? Perguntarão.

Tem tudo a ver.
Para nós Capitães de Abril, para a esmagadora maioria de nós, de todos nós , o verdadeiro 25 de Abril assentava numa base programática ( o programa do MFA) com os direitos e os deveres do cidadão, dignos dum Estado-Social…e que, apesar de tudo -mas muito- da luta dos progressistas, a Constituição da República Portuguesa viria a consagrar, em letra, em 2 de Abril de 1976.

Que País e que Estado-Social temos, 35 anos depois?

Que outra “guerra” ou outras “guerras” nos atormentam?

Dos três marcos da Revolução Social: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os poderes instalados só vibram com a Liberdade.

E isto acontece, porque as suas centrais manipuladoras, tentam anestesiar os próprios povos. Atiram-lhes com a Liberdade…como se esta, só por si, tudo resolvesse.

Mas onde andam a Igualdade e a Fraternidade que parecem de outra galáxia?

Adensa-se o desassossego e a inquietação.

É que a Liberdade, anda de boca em boca, para que haja cada vez mais liberdade para se “explorar” ou “oprimir”.

Liberdade para falsear a História…
Liberdade para branquear a ditadura…
Liberdade para promover a cultura do esquecimento contra a cultura da memória… renascer fantasmas!

Liberdade que quer substituir a ideia de mudança (de Revolução) pela ideia de Mercado.

Liberdade que dá força à competição feroz e ao “jogo do empurra” e enfraquece a solidariedade na rua, na escola, na família, no emprego, na política...

Os capitães de Abril e todos que, se sentem mal com este estado de coisas, querem a LIBERDADE…a verdadeira. Outra liberdade.
A Liberdade para ser usada na participação, numa participação mais séria…mais séria nas mudanças e nas alternativas: empenhados e responsáveis na construção do futuro... muito para além dos actos eleitorais.

Será por termos usado mal a Liberdade (que Abril nos deu) que o Portugal de hoje não corresponde ao que ambicionávamos há 35 anos?!

Sendo um país diferente :
muitos sonhos estão ainda por realizar,

muitas situações de injustiça e iniquidade convivem connosco ainda hoje e agora!

Voltámos a estar em “guerra”.E sabemos onde estão os inimigos.

Há 35 anos estávamos longe de pensar que no nosso Portugal de hoje, acantonado na União Europeia, viria a ter em 2008:
Absurdos indicadores de pessoas no limiar da pobreza(200.000), de desempregados(500.000),de tarefeiros(700.000) e de trabalhadores a prazo(800.000).

Que irá acontecer aos dois milhões e meio (pouco mais de metade da população activa que resta) com emprego tão ameaçado!??

Que se passa?

Desde operário a licenciado o português é bom profissional em todo o mundo!
Que nos fazem ou deixamos que nos façam cá dentro?

E os sucessivos Governos que têm feito? Onde está o projecto aglutinador dos portugueses para corresponder ao Portugal do 25 de Abril!?

Por isso repito: Voltamos a não nos sentir bem!

O 25 da Abril merece mais, merecia mais.

Outra Politica.
Outra cultura. Outra cultura de mentalidades. Um outro apetrechamento geral e social, mais qualificado e actual.

Digno do 25 de Abril de todos nós.
Digno de todos aqueles que têm contribuído para que a nossa Constituição Portuguesa de 1976 não se ficasse pelas boas intenções…e fosse sucessivamente emendada, quantas vezes contra o Estado-Social.

Digno de todos aqueles que têm lutado para que o projecto de Abril sirva às gentes e não só a uns privilegiados…

Digno de quantos nas suas organizações, nas suas fábricas, no campo, no mar, lá… onde podem, utilizam as novas armas que Abril lhe deu…

Em conclusão:

Há trinta e cinco anos quisemos um país novo .
O programa do MFA deu o mote: descolonizar, democratizar e desenvolver.

Descolonizar : Descolonizámos, o melhor que se foi possível à data.
Democratizar: Encetámos caminhos de Democracia sérios, mas inacabados.
Desenvolver: Grandes avanços, sobretudo pela mão do poder Local. No xadrez nacional duvida-se da razoabilidade da distribuição de fundos e da criação dos projectos mais adaptados ao país, às suas necessidades e a um desenvolvimento sustentado.
Reconheçamos que tivemos dificuldade em deixar tutelar o Desenvolvimento à ganância dum sistema ou ao sistema da ganância…e o sistema padece de gravosa infecção…incurável.
Assim o julgará a maioria dos Capitães de Abril …comparando com o que se ansiava e estou convencido, também a maioria dos portugueses.

Que fazer?
Quantos anos de sabedoria se aprendeu nas trincheiras das vida?!
Quanta força nos deram os que lutaram antes de nós e os que continuam persistentes lutando..

Não podemos desesperar.
Tivemos muitos avanços e grandes recuos.Mas…

Continuando muitos “25 de Abril” por fazer; não podemos…não queremos … virar a cara.

No resistir…no construir…
No 25 Abril do combate ao desânimo... Do 25 de Abril de muitos combates é certo...porque o caminho se faz caminhando, lutando.

Há vitórias e derrotas nas constantes batalhas da Vida....mas a grande Vitória é continuar a lutar...a lutar pelo que acreditamos.
……

Queremos arredar de nós o desassossego íntimo.

Ainda não é desta que nos deixaremos abater apesar da tormenta
Todos nós somos parte da solução.


Competentes e empenhados nas nossas tarefas diárias cumpriremos Abril, estaremos a cumprir ABRIL.


A luta continua e com ela continuará sempre

Aquele sonho, a renovação e a esperança

que fizeram Abril
que deram força a Abril.

Tal como há 35 anos.
Tal como durante 35 anos.

Porque: O Povo é quem mais ordena…”
Grandola vila morena….”
O 25 de Abril está vivo.

25 de Abril sempre..

Manuel Duran Clemente
Coronel Reformado
Abril 2009

segunda-feira, 27 de abril de 2009

INQUIETAÇÕES E ESPERANÇAS DE ABRIL (1ª parte)

O 25 de Abril…voltamos a estar inquietos!!!

Não é um aniversário qualquer…porque já são, uns maduros 35 anos!
Não é um aniversário qualquer…porque estamos passando por uma grave crise interna e global.

……………………………………………………………………………
Houve 25 de Abril porque queríamos ser Livres, estar…em PAZ, contribuir, com plena cidadania, para a construção do futuro…do nosso futuro e a ditadura fascista não nos deixava.

Esta era também uma “ outra guerra”. Um desassossego intimo.

Mas também houve 25 de Abril porque havia guerra: a guerra colonial.

Houve 25 de Abril porque havia colonização, ditadura, opressão, obscurantismo, repressão, demagogia, isolamento…um pesado policiamento das consciências.

Todos os que não se sentiam bem…com este estado de coisas… fizeram o 25 de ABRIL.

Fomos um só povo: europeus e africanos. Os do Norte e os do Sul, do Litoral e do Interior:
A sentir em português o acto: REVOLTA...
A falar em português a palavra: LIBERDADE...

A guerra que travámos tinha várias espécies de “teatro de operações”:

...o teatro de operações, dessa guerra, não tinha apenas o cheiro da mata e do capim, das chuvadas tropicais, do sol abrasador...dos trovões dos morteiros ou do rasgar das rajadas, dilacerando corpo e espírito...

da hipócrita dominação colonialista exploradora
e
dos homens que gritavam: queremos a Liberdade.

...o teatro de operações, dessa guerra, tinha o frio pungente da casa de pedra que chorava o seu filho ou marido perdido, o seu pai morto, entes queridos desaparecidos.


O império,
o do sofrimento,

Portugal redimiu-se numa noite e fez surpreendentemente, dum conjunto de jovens militares, emergirem capitães, timoneiros do povo armado…mas também, sob a égide dum povo unido, erguer uma das mais belas alvoradas.

Esta alvorada libertadora nunca poderá ficar dissociada:
-nem da madrugada da forte fusão Povo-MFA….soldado/capitão;
-nem da madrugada do movimento popular, vigilante e seguro;
-nem do 1º, Primeiro de Maio”, que veio logo a seguir;
-nem das anteriores heróicas lutas dos resistentes e combatentes antifascistas.


Por isso mesmo será sempre justo o clamor de reconhecimento e também de comemoração festiva:
-para todos os combatentes da Liberdade, de qualquer cor ou credo, dentro e fora do país!
………………………………………………………………………….

-Uma Alvorada libertadora, só por si, não faz uma Revolução…mas há Alvoradas que as fazem.
Nesse dia, há 35 anos, o 25 de Abril sendo um Golpe Militar, trabalhoso e difícil, cuja intenção e grandeza não se poderão negar, teve na estrondosa adesão popular a plataforma para um estado superior.


Vindos da luta e do sacrifício de longos anos, o povo, o povo trabalhador e o movimento popular levantou o Sol naquele dia, há 35 anos, e com ele a nossa Alvorada, a dos capitães, foi REVOLUÇÃO…fez-se REVOLUÇÃO…a REVOLUÇÃO dos Cravos.

Ao povo, aos cidadãos… foi restituído o que era deles e por isso eles acorreram: a tomar nas suas mãos o que lhe era pertencia:
-nas instituições;
-nas fábricas;
-nos bairros;
-nas escolas;
-na terra…no campo…na serra.

Nós capitães de Abril (militares de carreira) aprendemos (na guerra onde nos meteram) a arte da organização militar, mas também colhemos nela as contradições do sistema, cruzando informação e sabedoria com o povo soldado e o povo colonizado, escutando o que se passava no resto do mundo…

Sabem, os que tiveram em guerra, a quanto anos de reflexão
a quantos anos de saber
a quantos anos de aprendizagem
podem equivaler um dia de trincheira?!?

Comissão de guerra após comissão de guerra( e alguns tiveram 3 em oito anos), impregnou-se em nós, exactamente, nesses anos 60, o que os anos 60 deram ao mundo:
Sonho, luta, renovação e esperança…

Nós capitães, anos após anos, constatámos que afinal o nosso inimigo não estava na mata tropical mas no Terreiro do Paço…Altas patentes militares e Governantes mentiam-nos sem pudor.

E foi, paradoxalmente, com os conhecimentos adquiridos nessa guerra, que soubemos preparar com profissionalismo e competência a tomada do poder, em Portugal e também na Guiné, como aconteceria a 25 de Abril.

Duran Clemente

Abril 2009


domingo, 26 de abril de 2009

CARTA


Caro Nunes

Claro que, como Salgueiro Maia, em casa de quem conspirei e sempre o achei um homem generoso, embora o tenham manipulado, também, aos 25 anos, não dei tudo o que tinha, para que o 25 de Abril fosse uma auto-estrada para corruptos, oportunistas e vampiros sugarem todo o sangue das gentes, para isso já bastava o fascismo.

Mas falemos claro, aos 25 anos, da minha parte, não interveio nenhum factor corporativo de que fala, para aderir ao 25 de Abril, o mesmo em relação aos meus camaradas que não beneficiaram nada com o 25 de Abril. No meu caso saí da Academia Militar como o nº1 do meu curso, depois do 25 de Novembro 75 passei a ser um maldito, porque lutei ao lado do povo pele sua dignidade e por melhores condições de vida, o que ganhei com isso?

O amor de muitos populares, meus irmãos, o ódio dos latifundiários, a raiva dos democratas enjoados que me mandaram para a Madeira, a ver se a FLAMA ( Movimento Independentista da Madeira) e os bombistas chefiados por um meu antigo colega de liceu tratavam da minha vida ( denunciei-o ao governador Militar, Brigadeiro Azeredo, como não me deixei matar prenderam-me por dois anos, condenaram um inocente - mas só falam dos presos anti-fascistas -) e também o ódio mesquinho dos partidos que não aceitam que os cidadãos defendam as causas da justiça social fora das suas hostes. Essa gente não aceita a liberdade de pensamento, são intolerantes, têm medo que a generosidade que, eles próprios desconhecem, seja um vírus letal para as suas lideranças autocráticas, isto é, o espírito totalitário da inquisição, de D. Miguel, de Salazar são a matriz genética dos que exercem poder em Portugal. Que fazer?

Acusar o 25 de Abril desta perversidade é de facto algo que só pode resultar de uma análise apressada da realidade e da verdade. A situação é muito grave em Portugal, mas não é por causa do 25 de Abril, mas sim de toda a corja de oportunistas que o 25 de Abril trouxe no seu seio que só queriam fazer um golpe de estado, mas o povo e meia dúzia de militares animados pelo pensamento generoso do general Vasco Gonçalves não o pemitiram, e, então, houve que criar a ideia que quem discordava era do partido comunista.

Penso que o General Vasco Gonçalves nunca poderia ser um ditador, pelo que se o PCP ou outro partido quisessem instaurar uma ditadura não poderiam contar nem com Vasco Gonçalves, nem com outros, nem comigo.

De propósito têm-se confundido falta de direcção política e militar da Revolução com totalitarismo, isto é, uma certa anarquia como uma forma de subordinação ao PCP, o que da minha parte recuso determinantemente. Tinha e tenho pelo povo, nomeada e particularmente pelos trabalhadores e militantes de base do PCP a mais profunda amizade e consideração, porque são um filão de gente generosa, o que é a mesma realidade no PS, gente progressista e generosa, isto é, são o tudo que um ser humano pode ser, independente do seu partido, desde que este não exista para defender a injustiça social.

Caro Nunes e caros amigos já nascidos em Portugal depois do 25 de Abril, penso que Portugal não foi destruído no 25 de Abril, penso e vivi o Portugal anterior, durante 25 anos, pelo que também já tenho mais anos de democracia 35. Daqueles 25, 23 foram de conformismo católico e politico e destes 10, 11 de um puto relativamente feliz filho de um oficial do Exército que viveu sempre com dificuldades. Dizia-se que ser oficial do Exército era ter uma miséria dourada por causa dos galões. Nesta área para quem vive do seu vencimento nada mudou.

Todavia o Portugal daqueles tempos era também corrupto, só que disso ninguém podia falar, embora seja verdade que havia muito menos para roubar, daí que não desse tanto nas vistas. Denunciei esta situação em Novembro de 72, portanto aqui tudo se mantém, logo não vejo como pode um regime fascista, ditatorial, ser melhor que esta doente democracia.

Na minha opinião e pelas minhas vivências de completo desprezo por todos pelo fascismo, acho que só podia ser pior, entre tanta coisa refiro que, por exemplo o meu pai, capitão do exército, quando morreu, tinha eu, 15 anos, e esse maldito governo deu-me 100 escudos mês, com desconto de 1 escudo para o selo. Éramos 3 filhos, recebíamos 297 escudos mês, a pequena casa onde vivíamos tinha uma renda de 350 escudos, logo, sobre a bondade desse maldito regime estamos falados, ponto.

O meu 25 de Abril nada tem a ver com vampiros, nem com a perversidade humana. O meu 25 de Abril já não existe, porque também é um 25 de Abril interior que em Portugal e no mundo com o ódio que existe, e que se tornou o elemento estruturante das sociedades, talvez seja impossível, e eu um ridículo poeta ,um poeta menor, talvez mesmo tonto por pensar nestas coisas, mas continuo a insistir em pensar que hoje Portugal é melhor, e pode ser melhor com mais democracia, e sempre com liberdade, e, naturalmente, com direitos e deveres, e, naturalmente, com uma justiça que puna os criminosos.

Todavia penso como o Nunes que a corrupção, o oportunismo, a mediocridade, o amiguismo matam e estão a MATAR PORTUGAL, e nesta tarefa há muitos cúmplices, sobretudo entre os lobos disfarçados de democratas e militares de Abril que só se querem servir, mas seja como for temos um instrumento importante, embora muito condicionado para denunciar estas situações - a liberdade - Temos é de nos incomodar, o que muitos não querem, mas disso não é responsável o 25 de Abril, mas sim o subdesenvolvimento humano da nossa sociedade que tem sido fomentado por toda a horda que só pensa sacar, para satisfizer a sua insaciável ganância.

Creio que só há um caminho lutar por mais e melhor democracia. Os regimes ditatoriais são uma estrumeira que não se pode limpar, os democráticos podem tornar-se numa estrumeira, mas podem limpar-se, basta o povo estar esclarecido, e, isto, faz toda a diferença. Esta foi a grande diferença que Abril introduziu na vida portuguesa, por isso valeu a pena, e talvez um dia o Nunes, compreenda esta realidade, o que nem sempre é fácil por falta das vivências sinistras do regime fascista, mas….


Sei que nada sei sobre o provir, sei que a generosidade humana existe, mas está subjugada por ‘bestas’, hipócritas, corruptos, mentirosos, não sei se a Vitória é certa, mas sei que é preciso derrotar a perversidade e ganhar a LUZ, isto, sei ,e isto lhe digo e vos digo.

Abraços
25 de Abril de 09
Asilva
PS: Irei falando da grandiosidade e da amor imenso vivido nas comemorações do 25 de Abril em Almada, concelho de gente sem medo e grande gente de Abril. Falamos a milhares de jovens e adultos. Vi o poder autarquico junto e no meio do povo.
Uma grande jornada de Abril,durante dois 2, apesar do grande custo tentei ser um capitão sem sono. Um grande abraço para os capitães, os oficiais, os sargentos, os soldados e tantos outros profissionais sem sono. Vencer o sono é muito difícil.

sábado, 25 de abril de 2009



25 DE ABRIL


O 25 de Abril foi, é e será um grande marco da nossa história, como o foram a Fundação de Portugal, a Revolução de 1383, os Descobrimentos e a Implantação da República, com a singular particularidade que o estamos a viver, a sofrer e a construir.

Havemos de construir, ou alguém por nós, o DIA INTEIRO, é uma inevitabilidade que para acontecer bem basta que façamos o que deve ser feito, e compete a cada um de nós e a todos fazermos.


Um Abraço de Luta e Esperança a todo o Portugal de Abril.


POR ABRIL PESENTE E PRONTO.

VIVA O 25 de ABRIL!

VIVA PORTUGAL!

Asilva

sexta-feira, 24 de abril de 2009

25 DE ABRIL


Tenho saudades!!!!

Tenho saudades duma madrugada de Abril!!!

Tenho saudades duma Primavera cheia de esperanças e sonhos.
Tenho saudades de ver o povo na rua sorrindo, falando, exprimindo sua alegria.
Tenho saudades de militares com armas apontadas para nada.
Vivi num dia o que se esperava há anos.
Não parecia real. Aos poucos as incertezas, o desconhecido e o receio foram
dando lugar a certezas, desejos, caminhos diferentes para andar.
Devagar, devagarinho percorri ruas, lugares, olhei os outros, sorri, vivi
emoções.
Os militares de Abril e nós éramos um só.
Tenho saudades!!!
E andei por entre a multidão, por entre carros de combate, cobertos de cravos,
por entre militares com sorrisos.
Éramos um povo em festa.
E aqui não posso, nem quero esquecer os militares de Abril. Conheci alguns de
corredor e rotina, conheci outros do meu quotidiano, refiro em especial o
Coronel Carlos Clemente e o Coronel Andrade da Silva, foram eles e tantos
outros que mudaram o meu passado, para o meu presente.
Não quero nem devo esquecê-los
Não podemos esquecê-los.
Tenho orgulho em tê-los conhecido.
Tenho saudades!!!
E Abril foi acordando muito de mansinho e de mansinho foi chegando a nós.
Falou-nos. Falou de aspirações, falou de futuro falou de progresso, falou de
paz, falou de certezas.
Será que ouvimos?
Tenho saudades!!!
Tenho saudades do carinho de Abril, da primavera de Abril.

Foi há 35 anos.
Em 25 de Abril de 1974
Lembras-te?

Fernanda Neves

quinta-feira, 23 de abril de 2009

25 de ABRIL SEMPRE


















Liberdade


Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.


Sérgio Godinho
Canções de Sérgio Godinho

quarta-feira, 22 de abril de 2009

25 de ABRIL SEMPRE ATÉ À VITÓRIA E À ETERNIDADE.



A Voz dum Homem de Abril, esses Homens, jovens oficiais que tudo arriscaram pela Liberdade do Povo Português, deveria ser escutada
" Relatório da Acção"


Abril/74DESENROLAR DA ACÇÃO
Dia 24- Uma vez que o Cmdt e 2.° Cmdt eram elementos armados e decididos a resistir, tendo inclusivamente estabelecido previamente um sistema de Alerta através do Posto local da G.N.R., foi provocada uma reunião com aqueles Oficiais (cujo pretexto foi assentar pormenores relativos à visita do ex-ministro do Exército, General Andrade e Silva, projectada para 25 de Abril) com a finalidade de facilitar a sua detenção.


Reunidos assim no Gabinete do Comandante aguardou-se a confirmação pela rádio do início das actividades; imediatamente irrompe pelo citado gabinete uma equipa constituída pelos Tenentes de Art. Andrade e Silva, António Pedro e Sales Grade, que juntamente com os outros Oficiais presentes (Capitães Mira Monteiro e Patrícia, e Tenente de Art. Ruaz e Nave) prenderam o Cor. Belo de Carvalho e o Ten. Cor. João Nascimento tendo-lhe sido na altura relatada toda a situação pelo Sr. Cap. Patrício, os quais foram conduzidos para um quarto que ficou vigiado por dois Oficiais armados. -


Seguidamente, com as Centrais Rádio e telefónica já ocupadas e com as entradas do Quartel sob controle, foi exposta a situação e indicados os objectivos e finalidades do Movimento, tendo para o efeito:- O Capitão Santos Silva chegado clandestinamente meia hora antes da B.A 3, onde se encontrava em diligência reunido os Oficias do Q.C. que aderiram na sua totalidade. (Este Oficial. na qualidade de mais antigo, havia assumido o Comando desta E.P.A.) - O Capitão Mira Monteiro teve idêntica acção junto dos Sargentos e Furriéis, verificando-se apenas a total adesão dos últimos. Assim foram detidos todos os Sargentos presentes. Também o Ten. Andrade e Silva falou aos primeiros cabos Mil. da Unidade que também aderiram unanimemente.


- Cerca das 24 horas foi organizada uma formatura geral, com a presença dos quadros decididos a actuar à qual foram distribuídas funções:COMANDO- Cmdt: Cap. Santos Silva; Adjuntos: Tenentes Martins C. Ruaz, Sales Grade e Sousa Brandão.BTR ART. 8,8 em (a 6 b.f.)- Cmdt: Cap. Oliveira Patrício; Subalternos: Tenentes Marques Nave, Almas Imperial, Ferreira de Sousa e Aspirantes Mil. Tolentino e Gonçalves.BTR ART 10,5 em (a 4 b.f.)- Cmdt: Cap. Duarte Mendes; Subalternos: Alteres Gaspar Madeira e Formeiro Monteiro e Asp. Mil. Guerra.COMP. ART MOTORIZADA (4 Pelotões)- Cmdt: Cap. Mira Monteiro; Subalternos: Tenentes Andrade da Silva, António Pedro, Ribeiro Baptista, Amílcar Rodrigues e Asp. Mil. Carvalho e Salgueiro.Reserva (3 Pelotões)- Cmdt: Cap. Canatário Serafim; Subalternos: Tenente. Jesus Duarta e Alf. Mil. Medeiros.


b. Dia 25(1) Armadas, equipadas e municiadas, as forças iniciaram o movimento à hora prevista na O. Oper. (3 horas), tendo a C. Art e a BTR 8,8 constituído uma coluna (de 16 viaturas militares e 1 civil transportando uma equipa de exploração) a qual alcançou e ocupou a posição de Cristo Rei, em ALMADA, pelas 7 horas. Simultaneamente com a saída destas forças, a BTR de 10,5 ocupou posições a cavaleiro das estradas de MONTEMOR-O-NOVO e LAVRE, com as missões de interdição destes eixos e de segurança próxima da Unidade.


(2) Actuação da BTR ART 8,8- Ocupou posições de crista, permitindo-lhe bater em tiro directo, qualquer coluna que atravessasse a Ponte, ou qualquer navio no estuário do Tejo; como objectivos em Lisboa, nomeadamente o Monsanto e o Terreiro do Paço.


- Cerca das 9.30 horas apontaram sobre uma fragata em movimento, conforme ordem recebida do P.C. mantendo 2 bocas de fogo apontadas até as fragatas saírem do Tejo e as restantes 4 bocas de fogo apontadas sobre Monsanto.


- Não tendo sido necessária a realização de fogos, esta Unidade exerceu no entanto Importante acção de presença e de esclarecimento da numerosa população de ALMADA, tendo sempre constituído elemento capaz de, em quaisquer condições, Influenciar o desencadear da acção, pela colocação dos seus tiros nos objectivos que se revelassem.


(3) Actuação da PART MOTORIZADA- Montou a segurança à BTR 8,8 em e estabeleceu o controle do acesso à PONTE SALAZAR- Cerca das 9.00 horas montou um dispositivo com a finalidade de interceptar uma viaturacivil da P.M. na qual seguia Major de Cav. Manuel Cruz Azevedo, conforme ordem emanada do P .C.


- Cerca das 11.30 horas ocupou posições para interceptar um DEST FZ que se deslocava para Lisboa, caso este não fizesse o sinal de código (agitação das boinas) emanado do P.C.; o referido DEST seguiu ao seu destino, tendo algum tempo depois passado pela posição em sentido inverso. Mais tarde pelas 14.30 horas) este mesmo DEST contactou com as NF, conforme havia sido comunicado pelo P.C., tendo ali permanecido sem qualquer acção.


- Pelas 15.15 horas, a CART recebeu a missão de se deslocar à CR do GOV. MIL. LX (TRAFARIA) a fim de libertar os Oficiais pertencentes ao Movimento; esta missão foi integralmente cumprida pela libertação de 11 Oficiais ali detidos. Esta força fez-se reforçar dum secção artilharia guarnecendo um obus 8,8 em que, depois de cercado o forte entrou em posição frente ao portão principal e a escassos metros deste. Ordenada a rendição. o portão foi aberto prontamente. Durante a acção foram detidos na área 24 elementos da G.N.R., os quais acompanharam as N.T. à posição inicial. Os Oficiais libertados, escoltados por forças da CART seguiram para LISBOA.


- Pelas 16 horas foi dada ordem para cercar e ocupar o Regimento de Lanceiros 2. Montado o dispositivo, o Cmdt da força foi contactado por elementos do R.C. 7, que informaram estar com o Movimento. Seguidamente os portões do R.L. 2 entreabriram-se dando passagem a 2 Asp. Of. que manifestaram desejo de contactar com o Cmdt da força, a quem declararam que praças, graduados do QC. e eles próprios desejavam tomar parte na acção, o que não haviam ainda feito por oposição dos seus Comandos.


- Armado e com 2 Furriéis Mil. como guarda costas, o Cmdt da força entrou no aquartelamento em causa, a fim de contactar o Coronel Cmdt e saber das sua posição. Deparou com enorme confusão no bar e dependências anexas, onde se encontrava grande número de Oficiais tentando os subalternos persuadir o seu Cmdt a aderir ao Movimento. Aquele Senhor, tentando ganhar tempo, declarou ao Cmdt da força sitiante que esperava as «necessárias» . ordens daqueles que nessa altura estavam já senhores da situação.


Deparou-se então a seguinte situação: .- Oficiais subalternos desejavam tomar parte activa na acção;- Capitães diziam aderir mas declararam Que não saíam do Quartel;- Cmdt e Major Cruz Azevedo manifestaram-se contra o Movimento;- Restantes Oficiais superiores mal definidos;- O Cmdt da força teve conhecimento de que a situação de quase total indisciplina que se verificava na Unidade, se•deveria principalmente ao facto de na manhã deste dia terem estado no Quartel várias personalidades de destaque, entre as quais o Almirante Henrique Tenreiro, que foi deixado sair em liberdade.


- Foi tentado um contacto com o P.C. por RACAL-TR 28, que não foi obtida; - entretanto chegou o Major Monge com indicações relativas ao procedimento a adoptar; - A força sitiante, que já se encontrava dentro do quartel, recebeu mais tarde do novo Cmdt da Unidade indicação para ali pernoitar, o que foi comunicado à posição de Cristo-Rei.



Sousa e Teles
22 de Abril de 2009

PS 0,PSD 0. PORTUGAL EMPATE A ZERO.


A entrevista do Sr. Primeiro ministro foi muito centrada nos recados do Sr. Presidente da República, para dar a sua interpretação de que tudo aquilo se dirigia para outrem que não para o governo, porque tudo, o que o Sr. Presidente a República sugeriu, está o governo a fazer e bem, mas mais delicioso é que o Sr. Ministro Santos Silva descobriu a preciosidade política de que a palavra do Sr. Presidente, no exercício da sua magistratura de influência, é para toda a Nação.

Todos, no entanto, percebemos, ou percebem alguns que em muita matéria o diagnóstico do Sr. Presidente da República tem a ver com o PS e o PSD, mesmo nas grandes obras. Muitas delas foram feitas pelo Sr. Cavaco da Silva, 1ºMinistro. Foi consigo que se iniciou a total dependência dos portugueses em relação aos bancos com a compra da casa própria, do carro etc., o que, aumentou o endividamento das famílias, facto muito cantado e exaltado pelo Sr. António Barreto, nos cadernos de economia publicados pelo Público.

É errado e falso que ninguém, tenha previsto esta crise. Em Fevereiro de 2008 assisti a uma conferência no Ministério da Defesa Nacional em que o economista Ferreira do Amaral anunciava 2008, como o ano de todas as crises, através da intersecção da esfera financeira com a da economia real, e que isto iria ter consequências gravosas, e, então, proponha aquele economista a baixa da taxa de juros, entre outras medidas, e referia, ainda, que o facto da nossa segurança social não estar privatizada protegeria os portugueses.

Destas más novas dei notícia no blogue da Associação 25 de Abril e em memes enviados para a Fundação Mário Soares e Manuel Alegre, este segundo foi secundado por Marília Gonçalves. Estas e outras intervenções tiveram resultados nulos.

Quanto ao desemprego disse o Sr. primeiro-ministro que criou mais de cem mil postos de trabalho, todavia o que mais interessaria saber é qual o saldo entre emprego e desemprego, e que empregos foram os criados, os precários?

Quanto às causas e responsabilidades da crise, ninguém em Portugal tem a ver alguma coisa com o que está a acontecer, porque todos os males que nos acontecem são importados, também virão do exterior o desequilíbrio da balança energética e alimentar, bem como, o endividamento das famílias e o externo do Estado? Também não deu nenhum contributo interno para a crise, a corrupção e a completa imoralidade dos vencimentos principescos das administrações que geriram para a falência? Na América há responsáveis em Portugal não, então, o Sr. Presidente da República, quando os refere, de que está a falar?

Quanto ao controle do défice todos devem saber como foi conseguido, através da supressão de apoios na saúde à generalidade dos portugueses; congelamento de salários de milhares de funcionários; agravamento das pensões das pessoas que foi conseguido de dois modos, por um lado, com o aumento dos anos de trabalho, e, por outro, a desmotivação dos trabalhadores e a sua perda de competências tem como consequência não resistirem à pressão e ao stressse da humilhação, e, por isso, saem das suas profissões com pensões mais magras etc., isto é, pagaram a factura os mesmos de sempre, para agora, o governo proteger as grandes fortunas.

Tem razão o primeiro ministro, quando diz que compete aos agentes políticos apresentarem novas políticas e programas políticos. De facto são precisos novos políticos e novas politicas, mas é verdade que esta capacidade está congelada, para desgraça de Portugal.

Também tem toda a razão ainda, quando diz que a liberdade de imprensa não é, não pode ser, um instrumento para difamar outrem, isso, será a degradação da liberdade de imprensa e da democracia sempre que acontece, seja quem for a vitima.

De todo o disco riscado se pode concluir que o país vive num empate a Zero, porque das medidas do governo e do PSD resultarão a continuação desta crise e a doença desta Democracia.


andrade da Silva 21 abril09

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Seara de Luz Portugal Abril Portugal de Todos























Carta Aberta à Juventude de Portugal

(sois a Promessa do Futuro)
(2° parte e fim)


Seria que os portugueses deixavam sua terra, suas casas, , suas famílias, para ir para países desconhecidos, outra maneira de viver, trabalhar tantas vezes recebendo ofensas, trabalhadores clandestinos, sujeitando-se a humilhações nos países a que chegavam, escondidos em bairros de lata, sem papéis que lhes permitissem habitar e menos ainda trabalhar nas terras a que haviam chegado, faziam-no por e para fugirem à boa-vida? ou por tentarem acabar com um estado de sofrimento permanente, sem esperanças, e onde na última década anterior ao 25 DE Abril a única certeza que se tinha era que se uma família tinha um filho rapaz, iria um dia, vê-lo tão jovem ser levado para a guerra colonial em África para defender os interesses de uns quantos, enquanto eram os filhos do povo que pagavam com suas vidas, com sua saúde, o preço dos interesses malévolos de meia dúzia. E os que não morriam, quantos voltaram deficientes? outros muitos outros traumatizados, marcados para sempre, por matar ou ver matar os colegas e amigos diante de seus olhos. Matar e ver morrer não pode deixar incólume um ser humano que realmente o seja! Uma dor infinita o habita para sempre. E essa guerra injusta era o que vos esperava Jovens, se o 25 DE Abril não tivesse tido lugar e se a política iniciada com Salazar e continuada com Caetano tivesse prosseguido.
Ah dizem ou pensam alguns de vocês: a gente não ia! mas isso Juventude é esquecer a PIDE e o sistema opressivo e repressivo que então existia. Quem se opusesse às ordens fascistas era preso, preso e torturado, das formas mais terríveis e desumanas que se possam imaginar.
Porque as prisões estavam cheias não apenas com os Resistentes adultos, estavam também cheias de JOVENS ESTUDANTES BARBARAMENTE TORTURADOS, porque não aceitavam a imposição do silêncio, que impedia a mais leve forma de protesto. Porque esse direito que vocês hoje têm de dizer o que pensam, dantes era punido com a prisão e a tortura. E no entanto hoje vocês quando falam, esquecem que isso foi uma das grandes Conquistas de Abril: O Direito à Palavra!
Terrível não acham a gente saber que nos dói e não o poder dizer por ser considerado um crime?! Pois isso era o que se vivia em Portugal até essa Manhã de Abril!
E nessa manhã única na História do Mundo começava a mais Bela Revolução. Onde se viu fazer cair um regime de tal poder de controlo sobre a população, sem fazer um morto?

Porque as mortes que houve num derradeiro sobressalto da maldade fascista, vieram dos Pides que das janelas dispararam sobre o povo desarmado. O seu ódio ao Povo de Portugal manteve-se inalterável até ao fim.
E quem pretenda que tal horror, responsável de tanto crime, é que era o bom tempo? que maldade, que ignorância, que atraso, que falta de memória ou que capacidade de deturpar os factos os anima?
Jovens e vocês escutam tais parvoíces? quando o seu maior ódio era contra vocês, a vossa incauta juventude que se voltava! quando os vossos gestos mais inocentes eram tidos e olhados como desaforo moral, como o de dois enamorados andarem de mão na mão ou se num banco de jardim a rapariga encostava a cabeça ao ombro do namorado!
Jovens documentem-se! procurem antigos jornais anteriores ao 25 de Abril, se os souberem ler e analisar mesmo um jornal fascista para o caso serve, porque vos permitirá ver o que proclamavam como valor a seguir E leiam entre outros bons Jornais o “NOTICIAS DA AMADORA” por exemplo, cujo Director pagou o preço da sua integridade com o ser privado de Liberdade! Quando ele apenas informava os portugueses!

E por favor Jovens aprendam a estabelecer comparações, vejam o que era a vida em PORTUGAL antes do 25 de Abril, procurem informações sobre os DIREITOS abertos a todo o povo português após o 25 de Abril e vejam a diferença! Não vão na conversa de saudosistas! vocês têm à vossa frente as portas do Futuro.
Desenham com a luz de vossos cérebros no vosso coração o Portugal, o Mundo em que gostariam de viver, onde mais tarde gostariam de ver crescer vossos filhos. E quando tiverem a certeza do que querem, batam-se para que o vosso sonho seja realidade! Em que Mundo querem viver? No Mundo em PAZ e Fraterno ou num mundo individualista e indiferente?
O coração Jovem foi sempre berço da Generosidade e de sonhos de progresso, por isso Juventude o caminho para chegar até lá, está nas vossas mãos, na vossa inteligência! naquilo que nos distingue dos animais ditos irracionais: é que nós sabemos pensar! e neste caso, pensar, reflectir é saber analisar em posse de dados concretos e não seguir caminho à voz de gente que caduca não quer deixar a Juventude seguir o caminho de Luz que é o seu, rumo a um Futuro ridente e de PAZ.

E acima de tudo aprendam a reconhecer as falsas maneiras dos que vos querem vendar gato por lebre, para depois de se encontrarem no Poder, serem os inimigos temíveis, idênticos aos do período que antecedeu o 25 DE Abril de 1974

Até sempre

Marília Gonçalves


Portugal Minha Seara















Carta Aberta à Juventude de Portugal
(sois a Promessa do Futuro)
(1°parte)
Quando se é muito jovem, pensa-se quase sempre deter a verdade absoluta! o que é de todo impossível, e nós os mais velhos sabêmo-lo tanto melhor, porque fomos em tempo jovens também, e que sabemos que a vida é uma interminável aprendizagem! Conhecemos bem realidade da nossa Juventude e conhecemos bem a vossa, porque vos amamos, a vossa geração é nossa filha! E quem pode conhecer-vos melhor que quem vos vê os passos desde meninos, desde que cambaleantes e corajosos desafiando a gravidade vos haveis posto de pé? Pois vida fora todos temos sempre que enfrentar esse mesmo desafio, erguermo-nos dos nossos medos, das nossas decepções, porque somos Seres Humanos e acima de todas as considerações, manda a nossa Dignidade e o respeito que devemos merecer-nos. A auto-estima, o auto-respeito conquistam-se no dia a dia, porque a nossa verticalidade, esta postura que só o ser humano tem, obriga-nos a comportamentos que nos não desqualifiquem aos nossos olhos e aos da sociedade na qual estamos integrados, num interminável questionamento da consciência, em escolhas constantes, que nos parecem ou podem parecer as mais adequadas e as mais justas. Mas para que tal seja, para que possamos ter a certeza de não nos enganarmos é necessário ter referências sólidas e poder estabelecer comparações entre os vários casos de figuras que se nos deparam. E essa possibilidade de optar quando chegamos à uma conclusão que nos convém, é a Democracia. Democracia é a possibilidade que cada um tem de escolher segundo a sua consciência, para poder fazer valer as suas convicções dentro da sociedade a que se pertence. Ora para saber escolher é preciso ter modelos para comparar. Modelos para os quais nos documentamos aprofundadamente! Dá trabalho? pois dará algum, mas que magnífica recompensa, sermos nós a comandar os caminhos de nossas vidas, os passos do nosso Futuro , para que ninguém possa escolher por nós! Mas ainda assim é absolutamente necessário saber o que se quer da vida, o que desejamos que seja o Futuro que nos espera, de modo a não atraiçoar-nos a nós próprios, por um simples engano, ou por um instante de preguiça cerebral que nos impediu de reflectir! Assim pude ver entrevistas a Jovens de Hoje que pouco ou nada sabem do que foi o Salazarismo/Caetanismo:FASCISMO Pois vou dizer-lhes o que me toca ainda hoje trinta e cinco anos depois do 25 de Abril de 1974 lhe ter posto cobro: passados tantos anos continuo em França, mau grado meu, que o meu maior amor é PORTUGAL, os seus caminhos, suas gentes as suas cores, o cheiro que corre as ruas, a pó torrado do sol, o cheiro do café quando passamos à porta duma pastelaria ou dum Café, o cheiro a morangos nas ruas e os sons que só existem em Portugal, desde a Língua à música, às canções que correm de boca em boca, aos poetas populares que com suas quadras fazem o retrato de suas e nossas vidas. Porque para aqui vim menina (com um interrengno ligado a meu casamento) como tantos outros, uns por umas razões outros por outras, por cá fico e provavelmente aqui morrerei longe da Luz em que nasci e que nunca me larga os olhos e o coração. Outros tiveram mais trágica história,mas enfim o que posso contar melhor e que nada pode desmentir é a minha vida e a de todos os que me estavam mais próximo e que por bons tanto vi sofrer. Mas se estou longe fisicamente, o meu pensamento e o meu sentir estão permanentemente empenhados em tudo o que toca Portugal. Por isso em minha casa sempre se falou português, por isso escrevo em português, contra o que a distância nada pôde. Mas porque partiu tanta gente de Portugal? Porque se esvaziaram as aldeias?
(continua e conclui amanhã)

Marília Gonçalves

sábado, 18 de abril de 2009

O NEO-LIBERALISMO PERDE PAIS:


O Mundo é composto de mudança, mas tanta e tão rápida confunde.

Quem poderia supor que o Sr. Presidente da República pudesse, de algum modo, fazer um diagnóstico tão preciso, igual, mesmo igual, que é muito mais que idêntico, ao que outros e também, modestamente, eu, andamos a fazer, no deserto, há mais de um ano? ( Da minha parte desde pelo menos Janeiro 2008 no calado blogue Avenida da Liberdade da Associação 25 de Abril, por causa exactamente desses e de outros temas tratados sem peias)

Tirando as videntes de serviço ninguém. Só que uma vez mais, o Sr. Presidente da República sabe que o diagnóstico está correcto, mas é contraditório nos seus próprios termos, e peca por várias incoerências, desde logo, porque há alguns anos atrás, o Sr. Prof. Cavaco da Silva cooperou com grande entusiasmo na construção das bases deste monstro sonegador, sem qualquer ética, dos capitais públicos em proveito de políticos, banqueiros e empresários e de Chairman-políticos; e porque sabe que o sistema partidário português está bloqueado, quer porque não há alternativas, só há rotativismo e alternância, quer porque os velhos partidos interiorizaram e estruturaram a perversidade humana, o que é algo de terrível, e torna a politica num instrumento de dominação e escravização, e não de liberdade e desenvolvimento.

Sem desmerecer das criticas pertinentes e justas que o Sr. Presidente da República faz, e que têm dois claros destinatários, o governo do Sr. Eng. Sócrates que tem sido mais neo-liberal que alguns partidos liberais da Europa, e o PSD que, desde há muito, abandonou as práticas social-democrátas para realizar também as políticas económicas e sociais liberais, assim, com um ou outro, estaríamos globalmente na mesma, mas em alguns sectores pior com o PSD.
Neste momento se a segurança social estivesse privatizada, em parte ou no seu todo, o desaire a nível das famílias portuguesas mais frágeis seria de uma dimensão excepcionalmente dramática, portanto, a quem se dirige o Sr. Presidente para a alternativa?

Obviamente que tem toda a razão o Sr. Presidente, quando denuncia que os agentes económicos responsáveis por esta crise continuam a influenciar as decisões políticas, mas esqueceu-se de acrescentar que isso é assim, porque os responsáveis políticos pelo desastre estão, desde sempre, conluiados com os banqueiros e os grandes empresários, e continuam a seguir as mesmas politicas, para, eventualmente, no fim dos mandatos terem lugar nos Conselhos de Administração dos bancos e das grandes empresas.

Sem a liquidação desta dança de cadeiras e sem mudar de politicas e políticos, as correctas palavras do Sr. Presidente da República, ou serão lançadas ao vento com arrogância, ou serão aproveitadas por todos para as integrarem no seus discursos políticos, a favor das políticas que seguem.

Denunciar as dificuldades das famílias, a fome é uma virtude de cidadania.

Saber no concreto que há pessoas que se apresentam nas caixas registadoras dos supermercados exactamente com 3 euros, para comprarem e satisfazem as necessidades básicas da alimentação, destrói qualquer coração por mais empedernido que seja, até o do Presidente do BES, porque de facto isto não é ficção, são casos reais que tenho presenciado, e sabido por quem nas caixas dos supermercados trabalha.

Todavia, se ao cidadão humilde e perdido no deserto só lhe resta gritar a sua dor e a sua impotência perante tanto crime e vilanagem impunes, o dever ético exige a quem, há tanto, é votado sucessivamente pelo povo Português que seja um agente de mudança, e se realmente pensa e vive o que diz, deverá trabalhar ou dar evidentes sinais aos cidadãos que é preciso produzirem-se alternativas politicas, porque denunciar o actual estado de coisas já fazemos muitos a que se juntaram, em muito boa-hora, Rui Veloso e os Xutos e Pontapés, com canções inspiradas.

Enquanto os gritos de impotência dos cidadãos anónimos, a que agora se associa o Sr. Presidente da República morrem na margem, não atravessando ou vencendo o oceano da arrogância dos poderosos, os que podiam e deveriam promover uma alternativa a este caos de desumanidade, desordem financeira e impunidade, passam umas férias eternas no paraíso da ausência e, assim, tudo fica adiado até que o povo guiado pelo desespero ou por algum titã da ocasião se aventure por ínvios caminhos que podem ser de mais sofrimento e não de mais liberdade e desenvolvimento.

Se as denuncias são importantes o fundamental seria criar alternativas ao paradigma de poder e partidocracia que mina e destrói a sociedade portuguesa. Os actuais partidos estão contaminados pelos vírus da perversidade humana, o egocentrismo, o desinteresse efectivo pelas pessoas concretas e os seus dramas. As pessoas são tratadas como meros peões nos jogos de poder dos secretários gerais e das máquinas administrativas dos paridos. Sem uma mudança profunda no funcionamento dos partidos, a rotação de uns por outros na Governança terá consequências limitadíssimas.

Mas será mesmo que os pais do neo-liberalismo abandonaram os seus dilectos patronos –os banqueiros e os grandes empresários, ou tudo isto é um mero jogo de espelhos?

andrade da silva 18 abril

PS: Não resisto a supor que daqui a alguns dias se comece a dizer que o PR é do Bloco de Esquerda, ou que este olhando para esta aparente dissidência do Sr. Cavaco o convide para apadrinhar a convenção da grande esquerda. Não é preciso ser bruxo.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O 25 DE ABRIL É QUANDO O POVO QUISER ! SERÁ ASSIM?...


De um homem de Abril a todo o Povo, e, particularmente, aos jovens ”

Penso que não, porque, se assim fosse, teríamos de concluir que o povo não quer mais justiça social, mais desenvolvimento humano e cultural e um papel mais activo na vida política local, nacional e internacional, o que, por ser tão paradoxal, não deve ser tão verdadeiro, assim.

Na minha opinião, o atraso social e político que se vive em Portugal, mas também em vastas zonas da Europa e do Mundo deve-se ao facto do povo não poder sozinho, ou não saber como, obter o desígnio da constituição de uma Governança que melhor realize o seu ideal de uma sociedade justa.

Debrucemo-nos um pouco sobre a concepção, ao longo da história, do que é o povo. No tempo dos romanos seria a escumalha, os que não tinham quaisquer direitos, depois na Idade Média foi o 3º estado, os servos, ou seja, igualmente gente sem direitos, hoje, nas democracias é definido, pelos vitoriosos e pelos banqueiros, como uma massa informe, estática que só se move para seguir os vencedores, pelo que, maquiavelicamente, o que mais importa aos poderosos é conquistar o poder.

É dentro desta perspectiva de que, o que importa, é alcançar o poder, depois o povo seguirá o vencedor que se definem todas as estratégias politico-partidárias ganhadoras, através do marketing político, em que se vendem às populações políticos e programas políticos, segundo as mesmas regras da comercialização de qualquer produto das prateleiras dos supermercados, isto é, estudam-se as condições de mercado e as necessidades das pessoas, e apresenta-se-lhes o produto embrulhado em papel de oiro - o milagre da ilusão, ou mesmo alucinação - e, normalmente, quando se descobre o engodo já é tarde demais, e pouco há a fazer.

Na política pareceria que com as práticas dissonantes dos governos em relação aos programas sufragados que os povos, onde, as democracias consentem, poderiam corrigir os eventuais erros das suas escolhas anteriores, nos actos eleitorais seguintes, todavia esta chamada inteligência popular de que os vitoriosos, no actual paradigma. tanto falam, também parece não funcionar, há sempre uma crise que enchendo de medo as pessoas condiciona as suas livres opções.

Assim, o povo, no sistema partidário actual tem pouca capacidade de gerar alternativas que não sejam condicionadas pelos lideres partidários, escolhidos pelas respectivas máquinas e pela comunicação social que têm como patrão, o de toda esta gente - jornalistas e políticos – é o capital financeiro, são os banqueiros.

Dentro deste quadro de opções produzido pelos que se auto-dominaram a elite dirigente, os graus de liberdade do Povo limitam-se a escolher mais do mesmo, por vezes, através do encantamento propagandístico, até pior do mesmo.

De escolha em escolha, sem alternativas, mas com alternância, o Povo Português lá vai escolhendo de 4 em 4 anos governos que cada vez mais se desviam do que uma parte minoritária do Movimento das Forças Armadas sonhou que poderia e deveria ser o 25 de Abril de 74. Uma Revolução que retirasse o poder às todo poderosas famílias tradicionais, donas do país, no fascismo, e o transferisse para as classes que nunca tiveram direitos, mas também, aqui, e uma vez mais, as pré-elites que sonharam com este quadro e o povo na generalidade não estavam preparados para uma realidade revolucionária coerente, com objectivos mobilizadores.

Sem estratégia e com a natural imaturidade politica, historicamente comum a todos estes períodos revolucionários, instalou-se um certo caos, a destruição construtiva necessária, que foi aproveitada, pelos que temem o povo, como agente da história, para porem cobro a estas veleidades, o que fizeram em 25 de Novembro de 1975. Alegaram e têm alegado que era preciso suster o golpe totalitário do Partido Comunista, comandado pela URSS, o que foi vendido, como qualquer sabonete, ou qualquer dogma de fé dos tempos da inquisição.

Por tudo isto a análise histórica infelizmente parece dar razão aos que olham para o povo, como um corpo imenso de gente rotinado no rito de seguir os vencedores, sem de facto acreditar séria e profundamente nas lideranças políticas. Mas será mesmo assim, ou terá de ser sempre assim?

Creio que o povo poderá desempenhar conscientemente o seu papel na história se, se alterar o actual paradigma de Governança, mas para isso é absolutamente necessária a emergência de uma nova classe politica intrinsecamente democrática, honesta, assertiva, competente que derrube as máquinas partidárias como aparelhos de produzir capatazes do capital financeiro e máquinas totalitárias de conquistarem o poder, transformando-os sim, em organizações de excelência humana, técnica, cientifica, cultural e moral para em estreita cooperação com o povo realizarem os seus anseios, e promoverem o desenvolvimento humano do povo, no sentido de o tornar um autor e actor na construção do Futuro.

O 25 de Abril será quando o Povo quiser, mas tem como condição absolutamente necessária a emergência de uma nova liderança politica, com novas organizações partidárias ou renovação das existentes.

Para esta ingente tarefa todos são chamados, nomeada e particularmente os mais jovens com as competências e os valores pertinentes ao exercício desta tão nobre missão e desígnio pôr o PODER DO ESTADO AO SERVIÇO DO POVO, DA MAIORIA ESMAGADORA DA NAÇÃO.

Quão belo seria que esta Nau Catrineta se fizesse às almas e aos corações dos portugueses e chegasse a bom porto! Que Belo
e Inteligente!...

andrade da silva
PS: ALERTA
HÁ GENTE QUE TRAÍU A REVOLUÇÂO DO POVO, E, HOJE, QUER CAVALGAR AS ONDAS DE PROTESTO, PARA QUÊ?
Fico verde de raiva.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Sejamos Solidários


Este apelo visa promover uma maior visibilidade da doença neurológica que é a Epilepsia, sublinhando o carácter solidário com a situação e com as acções que a Associação EPI–APFAPE aquí propõe.


Destinatário: Presidente da Assembleia da República

Petição para Instituir o Dia Nacional da Epilepsia

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República:

PETIÇÃO PARA INSTITUIR O DIA NACIONAL DA EPILEPSIA

Considerando que :
- A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais predominantes em Portugal;
- Há cerca de 50 000 pessoas com epilepsia em Portugal;
- Qualquer pessoa, de qualquer idade, raça, camada social e nacionalidade, pode vir a ter epilepsia;
- Estas pessoas vêem, muitas vezes, as suas participações sociais e laborais comprometidas devido à discriminação e ao estigma que sofrem;
- Existe um profundo desconhecimento, da população em geral, sobre esta doença e seus condicionantes;
- Existe ignorância relativamente às formas de actuação correctas em momentos de crise epiléptica;



Neste sentido, urge promover uma maior visibilidade para a EPILEPSIA; é necessário quebrar mitos, fornecer informações adequadas e seguras e normalizar esta doença. Só assim, saindo da escuridão, é que conseguimos criar condições de formação e adaptação psicossocial para estas pessoas, bem como de educação da população em geral.

Vem desta forma a EPI–APFAPE , Associação Portuguesa de Familiares Amigos e Pessoas com Epilepsia, I.P.S.S., registo nº11/2007 de 14/08/2007, contribuinte nº 507611004, sedeada na Avenida da Boavista, nº 1015, 4100-128 Porto, conferir aos cidadãos a possibilidade de exercerem os seus direitos constitucionais de entrega de assinatura da presente petição a submeter à Assembleia da República para que seja instaurado o dia 11 de Março como o DIA NACIONAL DA EPILEPSIA.
A presente petição vai assinada pelos cidadãos abaixo-designados que aderiram à proposta apresentada pela Associação requerente.
Porto, 19 Fevereiro de 2009
Os Peticionários

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