domingo, 31 de janeiro de 2010

HOMEM SEM AVESSO.


"AOS SARGENTOS DO 31 DE JANERIO DE 1891, HOMENS DE CARÁCTER E SEM AVESSO, QUE FORAM ABANDONADOS PELOS QUE CONCEBEM AS REVOLUÇÕES, MAS NUNCA ARRISCAM, COMO SEMPRE TEM SIDO.

A CARNE PARA CANHÂO, DEPOIS DE FEITAS AS SALSICHAS PARA MAIS NADA SERVE E SOMENTE DEVE COMPORTAR-SE COMO OS SAPATEIROS ENTREGAR A OBRA AOS SENHORES PARA QUE ELES A ESTRAGUEM, COMO SE DE SEUS SAPATOS SE TRATASSE”



Quis um leitor virtuoso deste blog colocar um belo poema de Sidónio Muralha, como comentário ao post sobre e o novo pobre de Portugal, Belmiro de Azevedo, diz o poeta:

Os Homens não têm Avesso. Assim seria, se homens de coluna vertebral existissem, mas o que mais há, são nobres, burgueses e plebeus sarrafeiros, poucos homens existem prontos a pagar o preço de terem carácter. Preço que é muito alto, e somente os plebeus virtuosos e muito raros, burgueses que conhecem a luminosidade e o virtuosismo, se dispõem a tão dura provação. A vida das vielas, do alecrim, da manjerona e do tinto é bem mais apetecível e prazenteira.

Todavia, neste momento, nada mais acontece que a chinização do Mundo. Não há nem República, nem monarquia, nem democracia, nem social-democracia, mas somente lenta e silenciosamente se processa a chinização do Mundo, uma forma de terrorismo subterrâneo que alienadamente todos aceitam.

Perturbador, cruel, mas verdadeiro, levará algumas décadas, mas se nada for feito pelos plebeus virtuosos, dentro de uns longos, ou mais escassos anos a escravatura científica, tecnológica, ideológica e policial dominará por completo, as formigas que são a maioria de nós.

Hoje a China é o Sol de todos os ditadores, e dos democratas do faz-de - conta, mas também pode ser o cemitério desta Europa, através da Bomba Atómica demográfica, propagando ainda mais os vírus, do que o lixo de que se alimentam os plebeus que sonham ser, ou ter tanta porcaria, quanto o pobre do Sr. Belmiro de Azevedo.

Caminhamos para a Idade Média dos tempos pós-modernos, e toda esta gente vai para a morte desta civilização social-democrata, com a mesma inconsciência que os judeus, os homossexuais e outros “subseres”, no alto conceito desse grande louco da História, Hitler, se dirigiam para os altos-fornos.

Pouco mudou, as formigas não têm tempo para pensar, e as vozes chãs não lhes chegam, morrem, como o ladrar dos cães rafeiros, nos quintais exíguos e desertos, e os donos das gentes sabem disto, por isso, se riem destas atitudes ridículas, no que são acompanhados por bem pensantes patetas que se julgam gente nesta matriz diabólica, mas também não o serão, serão meros servos com alguns graus de liberdade, ilusão que os leva a desejarem o silêncio das vozes desalinhadas, falta-lhes também o carácter.

E eis a segunda questão do poema, para não ser homem do avesso é preciso ter carácter, o que implica um alto preço a pagar, e é exactamente este preço que é de sangue, sofrimento psicológico, banimento social que poucos querem pagar e, para, a tal fatalidade fugirem, lá vão, em todas as mercearias, shoping’s, capelas e catedrais, vendendo a sua alma a quem mais migalhas lhes puder dar, para se safarem.

Talvez o consigam, mas seria bom que perguntassem que sociedade, que tipo de vida vão deixar, como herança aos seus filhos e netos, talvez que esta visão os envergonhasse, e os levasse a mudar de rumo. Mas quem quer se maçar com coisas tais, se para chatices já basta o quotidiano de escravo, e, ou de mentecapto a que a pré-chinização já vai obrigando.

Por aqui não passam as profecias do fim do mundo, nem de Bandarra, nem de Nostradamus, por aqui, somente passam os ventos frios que indicam tempestades, graves e duras, e os estudos que referem que desde há 4anos consecutivos a democracia regride no Mundo, apesar dos critérios muito largos destas observações que, naturalmente, consideram os EUA, como o país paradigmático da Democracia, que, entretanto, melhorou o seu discurso, através do Presidente Obama.

Mas também esta visão cruza-se com realidades mais comuns, como a privatização de algumas ruas em Londres, que se diz uma city de gente esclarecida, mas que lá se vai submetendo a estas trágicas conquistas do privado sobre o público. Por ora, as ruas ainda estão abertas e permitem carreiros às formigas, desde que não comam pelos cantos, não tirem fotos, e claro está, não desobedeçam aos seguranças civis. E estamos na Inglaterra.

Mas ainda tem também a ver com os 500 ou 600 mil desempregados, com os 27% da população portuguesa com mais de 65 anos, com o aperto que vem aí para 2011 e anos seguintes com a redução do défice de 8.3 para os 6 ou 5, até aos 3% e com o anunciado ganho de centenas de milhões de euros no campo das pensões. Parece que só resta pôr as pessoas a trabalharem, por mais penoso que as tarefas possam ser, até à hora da morte, independentemente, das condições de saúde.

O único factor que pode dar alguma capacidade de manobra às formigas é o facto do Elefante não ter todo o poder para nos esmagar, ou submeter pelo medo, como José Gil referia, quando os professores já exangues, por falta de qualquer resultado das suas manifestações se submetiam, e se venceram nas suas lutas actuais, foi exclusivamente, porque o Povo português ainda pôde alterar a correlação de forças na área do poder. Mas esta inteligência do povo, pode ser subvertida, como desde sempre e, nomeadamente, nestes 100 anos de República ignominiosamente o tem sido, e resta saber, agora, com que consequências.

31 Janeiro 2010, 119 anos depois do 31 de Janeiro de 1891.

andrade da silva

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

BELMIRO DE AZEVEDO - O POBRE COITADO!



Belmiro de Azevedo, que parece o Vasco da Gama dos tempos de hoje, tem, nesta semana, a grandiosa revista Visão a seus pés, para dizer com muita verdade da qualidade de ditadores, jotinhas e outras coisas dos nossos políticos, e para declarar que sendo rico é pobre.

MY GOD, CRUZES CANHOTO! Até me benzo, com a mão esquerda, porque sou, ou pretendo ser de “la sinistra”, e depois de ter comungado milhares de vezes, rezado dezenas de terços com braços em cruz, alguns em noites de Inverno, cheio de medo e frio no Terreiro da Luta/ Funchal, junto de nossa senhora, nos idos de 1960, quando aquilo metia medo ao susto, não vivia ninguém por ali, tornei-me agnóstico, por causa da discriminação classicista que o padre Vidal fazia no Centro Académico, a cujo secretariado pertencia.

Fui também secretário diocesano da Juventude Escolar Católica (JEC), e fiz dois cursos de cristandade, sem nunca ter feito qualquer confissão pública, os meus actos sexuais solitários de adolescente, só a mim diziam respeito , estivesse ou não, a pensar na minha querida e angélica Ângela, linda como a Lua, apesar de ter uma perna mais curta. Esta era a real, no imaginário amava a Marisol .

Mas Sinto que valeu a pena e as minhas orações foram ouvidas por nossa senhora, em que, a do Socorro, é a minha madrinha, também não sei porque carga de água, devia ter sido baptizado na Sé Catedral e fui na Igreja de Nossa Senhora do Socorro. Será que não fui na Sé, por ser só para fidalgos? Não sei, e não o vou saber, a minha mãe já não está apta a revelar o que se passou, que também não é muito importante, o que é singular e com valor, é que quando me cruzo com um Católico mais jovem crente e bondoso, virtuoso, dou por muito bem empregue as minhas orações. E penso como seria diferente o mundo, se a maioria dos católicos acreditassem em Deus e praticassem os dois mandamentos fundamentais do Amor de Deus: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a si mesmo.

Mas voltando ao Sr. Belmiro, onde e quando tem um comportamento de pobre? Se alguma vez o foi, já o esqueceu, há muito. Pode é ser forreta, para não dizer outra coisa, mas isso seria patologia, psicopatologia, e até é um comportamento diferente do dos pobres que costumam ser gastadores.

Quanto aos políticos ditadores e empresários que temos estamos falados. Será que o entrevistador não conhece qual o sistema de trabalho nos supermercados Continente, quanto ganham as operadoras de caixa, qual o seu regime de trabalho?

Estes senhores bem podem ir pregar para outro lado.

Todavia os sindicatos de facto têm de fazer muito mais e melhor, têm de primeiro libertar as pessoas da alienação e do medo, e têm de fazer sentir aos escravizados que os patrões, como o Sr. Belmiro e o governo só entendem a lei da força dos milhares em luta, a clássica, a de todos os tempos. O poder não mudou nada, e para o provar aí está o caso dos professores, em que o governo cede em tudo até na valorização do mérito.

O Sr. Belmiro fundamentalmente só tem contribuído para o aumento da divida externa, através do consumismo, e para retirar ao usufruto dos tais pobres, espaços importantes, como o de Tróia. De facto destes ricos com o seu quê de franciscanos o rincão de Santa Comba está cheio.


Já agora quanto enriqueceu o senhor com a crise? De qualquer modo espero que um dos projectos em que votei já esteja a ser financiado pela Sonae, é um bom acto, que louvo.

Quanto Sr. Manuel Fernandes, ex-director do Público, bem poderia ir para o Iraque fazer um jornal de apoio à invasão daquele país pelos americanos, e sobretudo constatar o progresso ou caos daí resultantes.

Obviamente que concordo que Sadam, o presidente do Irão, 1º Ministros de Israel, os dirigentes do Hamas e outros deveriam ser presos por forças da ONU e julgados no TPI. Defendo a ingerência interna, sob a bandeira da ONU, para defender e impor o respeito pelos direitos humanos.

Defendo que todos os governantes que cometem crimes contra o seu povo, e apoiam por laxismo a corrupção, ou são corruptos devem ser julgados e presos nos seus países, mas quando estes são incapazes de o fazerem deveria um Tribunal Internacional substituir-se à justiça interna.

Mas também ficamos a saber que o Sr. Belmiro não apoia nem o Bloco de Esquerda, nem Manuel Alegre, e, aqui, o seu jornal não lhe segue o gosto… coisas…Que se cuidem…

De qualquer modo tenho pelo senhor Belmiro alguma consideração, porque diz o que muitos pensam sobre os políticos. Só é imperdoável o endeusamente que faz dos maus empresários que temos, onde, o senhor Belmiro é um também um pouco diferente. Não sendo um defensor dos shoping`s, tenho de reconhecer que em alguns existem obras muito bonitas, jardins de encanto, como acontece no Colombo, e que se não fossem pessoas, como este empresário nunca o Tuga conheceria.

Claro que poderiam haver outras alternativas, mas quando estas não surgem, é bom haver estes ricos arrogantes que fazem alguma coisa, para enganarem os plebeus, mas que lhes dá fruição e prazer, tal e qual, como na prostituição, como dizia Jorge de Sena, na sua última entrevista, quando questionava, como seria a vida para os desgraçados desamados por todas, e que só as prostitutas lhes dão alguma coisa, se a prostituição não existisse?

Por isso as amo, embora não seja cliente, é uma impossibilidade psicológica quase absoluta, mas amo-as, pelo trabalho humano que fazem, perante a crueldade do desamor que deserda muitos homens e mulheres de toda a pinga de afecto, ou de libertação da imaginação libidinosa – e quanto os meus terços de braços em cruz podem ter contribuído para a rigidez dos pensamentos e das posturas no acto sexual ?

Neste perverso negócio odeio com igual força os homens que as exploram, e o mesmo se passa na prostituição geral e global dos negócios da “city”, quando as minhas irmãs e irmãos e eu próprio sou explorado. Detesto - odeio, ponto - os exploradores que nada tem a ver com os empreendedores, estes, respeito-os.

asilva

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010










SAUDAÇÃO AO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

E APELO

ÀS

COMEMORAÇÕES NACIONAIS ASSOCIATIVAS






Em plena Primeira República, a 31 de Maio de 1924, fundou­se a Federação das Sociedades de Instrução e Recreio, actual Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, simbolizando a aspiração de muitos progressistas e democratas em se organizarem e implementarem um modelo de mudança social abrangente a todos os cidadãos. Esta ideia rompeu o modelo classicista vigente no regime monárquico, trazendo a esperança ao povo português, ao mesmo tempo que criou as sementes para o desenvolvimento de um amplo e participado movimento associativo popular.

Com o objectivo de comemorar o Centenário da República, a Confederação constitui e apresentou publicamente a 31 de Maio de 2009 a Comissão Nacional para as Comemorações Associativas do Centenário da República com o objectivo de se associar a esta importante efeméride.

As comemorações associativas do Centenário da República, ao mesmo tempo que pretendem realçar o seu significado e valores, visam evocar de uma forma descentralizada, abrangente a todas as associações, a memória de todos os homens e mulheres, amigos e associados, que contribuíram decisivamente para a sua realização e que nele participaram, num claro acto de coragem pessoal, colectiva e vontade de forçar a mudança do rumo político do país.



As associações nascidas no seio da República assumiram um papel pioneiro, na instrução, educação, formação de valores, cultura e recreio que fizeram da nossa sociedade, uma sociedade mais solidária com a capacidade de organizar, debater e realizar em prol do bem comum. Por isso pretendemos realizar a nível nacional comemorações dignas destes feitos.

Porque a memória faz­-se construindo o dia de amanhã, não poderíamos deixar de evocar o feito do dia 31 de Janeiro de 1891, pelo que as comemorações Associativas Nacionais terão o seu início nos dias 30 e 31 de Janeiro em Gondomar e Vila Nova de Gaia, respectivamente. As Comemorações Associativas Nacionais com Debates, Conferências e Espectáculos, decorrerão ao longo do ano em Aveiro, Marinha Grande, Coruche, Loures, Lisboa, Oeiras, Almada e Faro. Será editada uma Exposição e um DVD. Apoiamos também a iniciativa da Comissão Oficial das Comemorações dedicada às Bandas Filarmónicas.


Estas comemorações afirmam­se de uma forma clara como o substrato fundador da nossa modernidade política, social e cultural e do insubstituível papel das colectividades de cultura, recreio e desporto, pelo que se apela a todas as Colectividades e Associações de Cultura, Recreio, Desporto e Social que se associem a estas comemorações, dedicando ­ao longo deste ano ­um momento da vida associativa, a comemorar o Centenário da República.




Viva o Movimento Associativo Popular! Viva a República!



A Direcção da Confederação


e a Comissão Nacional Associativa para as Comemorações do Centenário da República


Lisboa, 25 de Janeiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

CAVALO DE FERRO GALGANDO A NOITE, EM PLENO DIA.



De manhã, à tarde ou de noite, a uma velocidade vertiginosa, com um barulho ensurdecedor, ei-lo, forte, único, imponente, galgando a noite, mesmo quando é dia, atirando-se em frente pelos túneis e pela escuridão fora , poderoso. Ei-lo, o meu cavalo de ferro, colectivo – o Metropolitano, mais popularmente de Metro chamado.

Pára aqui, acolá, mais além, ainda, está sempre a parar, de estação em estação, para desespero de quem vem a queimar a hora, que somos todos nós. O tempo não chega para nada. Sim. Uma pessoa tem de "dormir, comer e fazer sexo", caso contrário, a vida é mesmo uma grande seca. De facto para quem quer chegar já a porto seguro, e anda perdido pelo inferno das paragens é desesperante, mas tem o seu quê de descoberta e mesmo de incenso, cheiros e adivinhação. Claro cada estação tem a sua história e as suas gentes, somos todos diferentes e iguais, mas uns são mais diferentes e outros mais iguais, por exemplo, os da pontinha são os mais diferentes, porque raio o serão?

Em Alfornelos, lembro-me, vá lá saber-se porque carga de água, dos fornilhos da guerra de África, e de umas pernas todas maltratadas com os pregos daqueles engenhos explosivos cobardes. Todavia rapidamente desperto deste pesadelo e, face a face, contemplo tantas Vénus, e de tão parvo, ilhéu, adjacente que sou, logo olho o Céu, e bendigo ter olhos. Platonicamente sonho o insonhável, e penso na noite e no cavalo que a galga, mas antes desejaria que este o cavalo se tornasse no Olimpo, e os tabus caíssem e uma das Vénus me quisesse para pajem – tanta parvoíce junta, quando recomendavelmente deveria ficar a chorar os malditos fornilhos, mas nunca consigo deixar de amar o belo, e olhar a vida, como um repertório maravilhoso de sensações. Pura loucura. Oh Erasmo, porque elogiastes o que não tem ponta, por onde se pegar, somente é um mal que se pega .É um vírus

Chegámos à pontinha, a pontinha da sociedade, se fosse no Funchal seria um belo pedaço de terra que entra pelo mar dentro e pelo amor também. Sobre o mar, à luz da lua, ama-se melhor e mais devagar, devagarinho, mas, aqui e agora, estamos na ponta da sociedade, e como não podia deixar de ser entra a gente da ponta, são iguais aos outros, mas são muito mais diferentes, pois que um rufia será sempre diferente de um cidadão republicano, doutor, bem comportado, que tem poder e mando, e olha os seus concidadãos, como os monárquicos olham os seus cavalos de carga, ou seja, os que acartam o estrume das éguas que transportam as mui veneráveis princesas, que todos os homens amam. Têm pele sedosa e nas voltas são muito desabridas e sem tabus. Oh excelsa Sissi. My God i’m crazy, só pode ser, desculpem. Saíam deste comboio.

Como o escritor espanhol Vila-Matas que fala destas coisas esquizofrénicas eu também, a anos-luz do ilustre escritor, perscruto os olhos e as almas daquela gente, por vezes, os olhos é bem mais difícil, vão fechados, o que, poderá ser o estado mais frequente destas almas, verdadeiros autómatos desta sociedade que não dá tempo para que aquela mulher me olhe, mas mesmo por entre as pálpebras cerradas vejo que a noite não foi boa. O seu parceiro, porque não era sexta-feira adiou o momento libidinoso, mas que se poderia fazer depois de um jogo de futebol ganho pela equipa adversária e a porcaria de uma telenovela que só falou, naquela noite, do casamento gay, em linguagem doce dos doutores, mas com outras expressões menos coloridas entre as gentes da pontinha.

Todavia não só penso em coisas de mais abaixo, penso também nas grandes problemáticas do mais ao alto, e, então, oiço toda aquela gente a protestar contra a sua situação, e a dizerem baixinho, que não há solução, que são formigas e que por cima delas e de nós passam os elefantes, portanto, bem nos podemos considerar felizes e concidadãos com sorte por não sermos esmagados, não estarmos no desemprego e termos recebido o salário no dia certo, o que, não é para todos.

O meu filho começa bem este ano, como estagiário não recebeu o seu vencimento a 22, receberá a 26, porque o digno republicano presidente da empresa, não conseguiu assinar a ordem de pagamento. Enfim ano novo, práticas de sempre. Como me sinto humilhado e revoltado por este insulto.

Enfim no zoo lembro-me dos meus primos primatas e das árvores e também de umas coisas simpáticas que por lá fiz a bem do Sol e da Lua, enfim devaneios.

Na praça de Espanha lembro-me sempre de uns Lusitanos que, como endoidados, queriam declarar a anexação de Espanha a Portugal, nos idos de 1975, através da a ocupação da embaixada. O mesmo tentaram em Évora e mais longe não foram nos seus desmandos, porque o meu feeling, não reconhecido pelo poderoso comandante da região militar, ali me conduziu, e perante o acto de fé que militares, policias e energúmenos faziam, a tudo aquilo pus cobro, e ordenei, sem lugar para qualquer dúvida ( honro-me de ter sido sempre muito, muito explicito, na guerra, na paz e na revolução) à policia militar e à PSP que perseguisse os ladrões. Seja como for uns anos mais tarde fui chamado a tribunal, como presumível autor daqueles actos abomináveis. Fiz este depoimento e nunca mais fui incomodado, lá houve um juiz, juiz, naquele tribunal, o que, nem sempre é o caso.

Agora chego a S. Sebastião, luz, tudo gente bonita, El Corte Inglês e lembro-me dos dois mundos que por aqui existem. Há uns tempos atrás, por aquelas ruas, desceu uma manifestação do Partido Comunista com gente de norte a sul, percorri a manifestação de lés a lés, e vi a cara e as vestes dos que amassam o pão com as suas mãos, pão que muita vezes é duro e transporta lágrimas e sangue e, este, Mundo é diferente das e dos que se passeiam no corte inglês com peles de Lontra. Todavia para meu espanto lá encontrei um mui ilustre general que se dirigia para uma sala de cinema com um pacotão de pipocas.

My GOd! O que os meus olhos vêm.

Chegado a S. Sebastião deixo o cavalo, o ruído, a noite e volto ao vento do dia, vejo a mesma gente, mas agora já com a luz do sol a bater-lhes nas caras vejo que são meus iguais nesta caminhada por vezes sem sentido, ou com sentido proibido, mas com muitas sensações que valem bem este grande prazer de viver.

Gosto tanto do metropolitano –pudera vir de Lisboa até casa a pé, seria obra – pelo que ao metro regresso sempre, e descubro a minha faceta de detective e a minha maldade intrínseca. Num destes dias um rapariga exótica levantou-se para dar o lugar a uma mãe, e foi seguida pelo olhar obsessivo de um indivíduo mais diferente do que igual aos doutores republicanos, e, logo, pensei que se a rapariga e aquele ser menos igual saíssem na mesma estação, o rapto seria consumado. Fiquei atento e pensei alertar a rapariga para o perigo iminente, mas isto seria esquizofrénico, risco que correria se a rapariga fosse simpática, como não o era, mas sim arrogante e sobranceira, então, decidi que a abandonaria ao seu trágico destino, contudo o homem saiu e ela não.

A exótica rapariga salvou-se de um fim trágico, e eu fiquei a saber que afinal tenho a marca de água da humanidade – a maldade . Só mesmo no metro ou nas casas de banho se descobre quão humanos e afinal iguais somos às Vénus de S. Sebastião, e aos manhosos que se abotoam com milhões ou uns míseros euros.

Perdoo-me, porque a chuva e o ruído do metropolitano não perdoam a ninguém, mas mais a uns que a outros, e eu sou dos menos perdoados. Coisas…

Mas amovo-vos queridas ( a vós especialmente) concidadãs e queridos ( e também a vós especialmente) concidadãos. Oh Erasmo! Oh Freud que fazer?

Cai o pano, um sorriso silencioso, em esboço, se desenha no vento que passa. Creio que mais que pó, sou vento.


andrade da silva

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

RETRATOS DO ALENTEJO PORTUGAL NOSSO

Alqueva

casa vazia




a casa está vazia
fria
a lareira apagada
inchada
de silêncio
as cadeiras junto às paredes
encostadas
oferecem memórias vagas

numa gaveta
alguns objectos usados
uma carteira
uns brincos
sóis de trazer nas orelhas
pendurados

ali
a pequena navalha
preto o cabo
sempre a trazia
consigo
cortava vida
aos pedacinhos
pão e chouriço
pequenos copos de vinho

sobre os móveis
molduras
felizes os rostos
a sorrir

o pó do tempo
tudo começa a cobrir

agora
quando volto
a casa
lugar que me viu nascer
é sempre assim
ninguém me espera
não há braços
para me receber

só o silêncio
lembranças
um certo jeito
de olhar
finissima agulha
no peito
a espetar

Rosalina Carmona



sobre a Autora

Alentejana de Pias (Serpa). Vive no Barreiro. É funcionária da Câmara Municipal. Investigadora e historiadora. Cinco livros publicados sobre a História do Barreiro. O último sobre o Barreiro no século XV.
Foi encarregada pelo Presidente da Câmara de organizar a Exposição comemorativa dos 150 anos dos comboios no Barreiro.

http://soplanicie.blogspot.com/

sábado, 23 de janeiro de 2010

HAITI – VIDA. HAITI- MORTE, ONDE, TUDO É AINDA PRECISO. MAS PORQUÊ?


Uma vez mais os artistas se juntaram num espectáculo universal, para socorrer as vitimas do Haiti, que nunca mais será Haiti para os mortos, mas poderá, de algum modo, ainda, vir a ser o Haiti dos sobreviventes, se o Mundo não se cansar destes desgraçados, e rapidamente os entregarem aos ditadores e à sua sorte, ou até aparecer outra catástrofe para onde com malas e bagagens toda a comunicação social se mudará. Cinismo meu não, são os factos que o revelam, basta recordar a Bósnia, Kosovo, Timor, Iraque e os tsunamis na Indonésia.

Haiti que nasceu da revolta dos escravos e depois, através da cumplicidade internacional que tem apoiado ditadores, novamente se tornou um país de escravos para a maioria, no que também reside um factor determinante da dimensão desta tragédia, porque nunca houve nenhuma politica de desenvolvimento para o Povo.

Se é importante registarmos esta imensa onda de solidariedade, não deverá esquecer-se que é numa solução deste tipo, catastrófica, colossal, dantesca que através de tragédias naturais, guerras ou pandemias artificialmente induzidas que desde há décadas, muitos vêm divulgando que assenta o plano B, pretendido pelos poderosos para tornarem a terra um lugar habitável com o desaparecimento de milhões, biliões de seres humanos, o que, não só aliviaria as graves tensões sociais, civilizacionais que aí vêm, mas daria resposta à questão de que a universalização da economia ocidental para ser viável, precisaria de três terras. Esta solução com o desaparecimento de milhões, não é, aliás, em nada muito diferente do que aconteceu na Idade Média com a peste negra.

Mas haverá alguns sinais da possibilidade de existência, ou de algum pensamento sobre este plano B? Se atentarmos no que tem sido dito sobre pandemias nos últimos anos, incluindo a da gripe A, temos de ficar muito, muito preocupados, por não sabermos se estamos, ou não, perante balões de ensaio. Todavia se deixarmos estas coisas mais virtuais, como, então, se poderá explicar a cumplicidade do Mundo face aos vários genocídios em África, com milhões de mortes, por exemplo, na região do Ruanda? Será porque morreram em guerras feitas com armas vendidas pelos senhores da guerra da Europa e das Américas? Será por causa disto que cai o silêncio, sobre estas mortes, ou será porque farão parte da SOLUÇÃO FINAL, dos tempos modernos.

Regressando ao Haiti esperemos que o auxílio chegue ao POVO, e não seja mais uma fonte de enriquecimento ilegítimo de todos os corruptos e totalitários que com as suas faces ocultas ou não, impunemente, no seu país e no seio da comunidade internacional, sugam todo o sangue aos povos e aos países, e nesta triste rota, ressalvando as trágicas e infinitamente grandes diferenças, também Portugal está cada vez mais emaranhado.

VIVA O HAITI, MAS É PRECISO MUDAR O MUNDO, PARA ERRADICAR VÁRIOS HAITIS: SOMÁLIA, SUDÃO, ETIÓPIA, NIGÉRIA, PALESTINA, ÍNDIA ( a miserável), AS RUAS DOS SEM ABRIGO EM LISBOA, PARIS E AINDA EM LISBOA MILHARES E MILHARES DE HABITAÇÕES DOS POBRES, verdadeiros casebres que cairão e matarão os seus habitantes ao menor tremor de terra, como os ilustres técnicos do Instituto Superior Técnico, do Governo, das ONG’S e da Protecção Civil sabem muito bem, então, porque se calam?

Que caia o pano que esconde as faces ocultas da vilania, da mentira, da hipocrisia, da corrupção, mas porque não cai?


23 Jan. 10

andrade da silva

Poema para Amigos


Pertencer a uma paisagem
Que bom é ter um lugar
Pertencer a uma paisagem
Dar-lhe corpo, coração
E saber de cada aragem
Aquilo que as outras são

Não ser somente uma rua
Que nos atravessa, passa
Mas um bairro continente
Que nos prende, nos enlaça
Como sonho que esvoaça
Ou uma estrela ridente.

Ser pertença libertária
Como raiz ao expandir
Nessa força que contrária
É livre de estar ou ir.

Ser dum chão ser gente nossa
E saber interpretar
Tudo o que em nós se desdobra
Na sede de partilhar
Até à fímbria do dia
Até à orla do mar
Ser semente, poesia
Ser voz e poder cantar.

Marília Gonçalves

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A Esperança num Mundo seguro, onde se possa Viver, cabe aos não conformistas disciplinados que se dedicam à Justiça, à Paz e à Fraternidade.

Martin Luther King

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

UM QUASE ENSAIO EM DÓ MENOR.



VIOLÊNCIA: HITLER, SALAZAR A FACE NEGRA E MAIS GERAL DO HOMEM.

Marília a questão é dolorosa mas:

Ser violento é seguir os instintos, é fácil, compensa e dá pouco trabalho. Ser generoso exige uma grande aprendizagem e uma racionalidade ética e moral transcendente, é um comportamento residual e de elevado risco, isto é, hitler´s e Salazares há aos montes em potência e em exercício de funções no Mundo, enquanto, Terezas de Calcutá são alguns milhares, apesar de valerem por milhões, mas poderão perder a Batalha pela transformação do Mundo.

Com esta trágica premissa como pano de fundo façamos uma breve análise à emergência dos verdadeiros genocidas da história, como Hitler e o actual presidente do Irão, por exemplo, entre outros, que podiam ser muitos, mesmo muitos mais.

Quando se quer explicar a emergência do racismo de Hitler contra os judeus por ter sido vitima de uma injustiça praticada, por um professor judeu, aquando do seu ingresso numa Escola de Belas Artes, toma-se uma atitude muito reducionista e sem qualquer âncora cientifica ou inteligível.


Mas interessa dizer que sobre esta matéria da violência de estado não há nenhuma resposta universal, e, provavelmente, nenhum facto isolado pode espoletar tanto ódio por uma raça, como foi a injustiça praticada contra este eventual ou incidental artista, no caso, Hitler. Calculo quão enorme possa ter sido a sua frustração, que me parece legitima, mas o mais normal nestes casos, de uma revolta incontida, seria a vitima atirar-se ao júri, e não contra um povo, uma raça, mas pode ter acrescentado a gota que faltava ao seu carácter paranóico ou esquizofrénico de ódio contra os outros, os diferentes: os judeus, os homossexuais, os comunistas etc.


Todavia o mais importante e o que interessa reter é que Hitler também incarnou a revolta pela humilhação a que a Alemanha foi sujeita pelos aliados, aquando da derrota na 1ª guerra, mas também a saída para a crise económica e social, que entretanto consumia aquele país. Hitler é o homem providencial, determinado, com o discurso mobilizador, arrebatador capaz de tirar a desforra daquelas humilhações. Ele incarnou o ódio de um país à arrogância dos vencedores. Hitler é alma da Alemanha humilhada contra a Europa soberba, burguesa, arrogante. A humilhação colectiva é o grande motor de ódios nacionais e civilizacionais ( Islão – Cristandade) dantescos, ao que se juntam outros factores da personalidade e do poder, mas Hitler e Salazar e outros só sobrevivem, porque representam muito do espírito colectivo e individual de cada um de nós, numa dada época, ou sempre.

Julgo que não se deve esconder a verdade, que parece evidente, a de que entre os tiranos e as populações que os suportam não há só relações de medo, ignorância, mas há também uma grande concordância. Salazar não é um homem só, ele também é os muitos milhares ( e estes são também ele) que o veneraram ,e, ainda hoje o fazem com todo o descaramento, chamando de cobardes e rufias a quem derrubou o fascismo, e de grande português a Salazar, e fazem-no em plena democracia mesmo depois de uma certa, embora envergonhada, denúncia dos crimes do fascismo, o que é ainda mais estranho, é que esta gentalha goza em plena democracia de todo o prestigio. É de perguntar, como e porquê?

Julgo que a única explicação psicológica é que ou são psicóticos e, consequentemente, não se apercebem do sofrimento alheio, por causa do embutimento dos sentimentos, ou são sujeitos associais que deveriam merecer uma profunda vigilância das autoridades, mas ao invés estas são coniventes. Numa palavra por determinismos internos ao ser humano e por traições mil – Abril traído - não foi possível extirpar Salazar da nossa convivência colectiva, tal qual como se passou com Moisés a quem foi mais fácil tirar o seu povo do Egipto, do que o Egipto de dentro do seu povo.


Não é possível deixar de referir que mesmo as ditas boas pessoas quando humilhadas e revoltadas podem fazer atrocidades gravíssimas. Hoje, muitos dos que são bons pais assassinaram na guerra impiedosamente mulheres grávidas, extirparam os fetos e vivem actualmente, como se nada tivessem feito, ou quando muito sentem um grande sofrimento pelo camarada que perdeu um braço, portanto, não é difícil quando alguém é alvo do ódio ou do preconceito de outros que estes pratiquem sobre as suas vitimas actos bárbaros, e esta é questão sempre aberta, actual, basta pensar nos comportamentos do Exército inglês na Irlanda do Norte, ou dos americanos no Iraque etc.. Há bem poucos anos na estação do Rossio gente exaltada vociferava que era de meter ferros em brasa pelo dito cujo acima dos homossexuais, diziam e eram capazes de o fazer, portanto, entre o bondoso povo há muito espírito e preconceito racista, homofóbico e outros do velhaco Hitler.


Hitler é um autor, mas é também uma consequência do ódio ao diferente que no caso dele numa situação particular tomou dimensões dantescas, mas Hitler não é a excepção. Onde, não funcionarem mecanismos de controlo do poder e da bestialidade humana os crimes repetem-se sob vários aspectos, políticos, ou religiosos. Temos aí o Irão, a Etiópia, a China, a Arábia Saudita, a Coreia etc, que confirmam que o crime colectivo pode ser muito geral.


O crime individual pode ter outras explicações quer psicopatológicas, quer biológicas, como níveis elevados de testerona, mas sobretudo défices elevados na formação pessoal, pelo que a desregulação dos mecanismos de controlo social e a injustiça social podem levar ao comportamento associal.

Haverá muitos factores comuns a toda a violência e uns mais específicos a cada caso, mas a humilhação, os tabus, os estereótipos, a falta de controlo social, a cumplicidade colectiva, a maldade, os medos podem levar a extremos de violência inarráveis, e se a isto se juntar a psicopatologia, então, estamos no inferno de Dante. Seja como for não se pode ou deve ignorar que no caso de Hitler, Salazar houve, e ainda há, uma grande concordância quanto à necessidade, imperatividade e justeza dos seus crimes, e, isto, é muito grave, porque esta gente actualmente usa os mesmos argumentos que aqueles vis seres, para justificarem os actos, o que nos questiona sobre a essência da natureza humana que de um modo chão leva a uma constatação terrível, os crimes de estado só são cometidos com a cumplicidade de milhões, e são praticados por milhares: políticos, professores doutores, cientistas, militares, policias e povo pé descalço – os bufos - o que, não é favorável à espécie humana.


A violência individual embora se cruze com a questão da natureza humana admite explicações com maior enfoque no indivíduo e nas suas relações com a sociedade, que pode a levá-lo a atitudes reactivas violentas É certo que não há nenhuma explicação global e definitiva para a violência individual e sobretudo a colectiva, politica, social, ou religiosa, todavia seria bom que educadores e lideres tomassem como boa referência que a besta humana existe em cada um de nós, a maioria das vezes e do tempo adormecida, mas se a ocasião se proporcionar pode acontecer o pior.

Contudo também há muitos factores individuais e subjectivos que ajudam a compreender melhor, porque é que dois indivíduos vivendo na mesma sociedade e até com problemas idênticos não recorrem ambos à violência, e sabe-se que assim é, porque para a emergência do comportamento assertivo, justo tem um papel muito importante a educação na infância e na adolescência, isto é, o papel dos pais, da escola, dos dirigentes políticos, das TV, e de nós todos etc..


Todavia no que concerne à emergência de Hitler’s todos os governos, todos os povos deveriam ter o máximo cuidado em não praticar actos administrativos, sociais, ou de outra natureza injustos que cortem as asas a um projecto de vida colectivo, porque no limite podem fazer parir hitler´s, ou seja, num momento de encruzilhada histórica grave, a Governança pode ser presa fácil de psicopatas, psicóticos e personalidades histriónicas radicais, ouvidas e seguidas em nome de um qualquer deus da matança por Nações inteiras, se os povos se sentirem violentados por um demónio facilmente definido e identificável.


Quem somos nós homens é uma matéria apaixonante e, talvez a nossa foto de família possa não ser muito colorida. Mas contra o determinismo da História as mulheres e os Homens verdadeiros seres da Criação Humana e da Civilização da Paz e da Luminosidade se baterão neste combate desigual pela Liberdade, a Fraternidade e a Justiça Social até ao fim do seus dias, sendo o que todo o homem deve sempre ser – JUSTO E AMANTE DO BELO.

19 Jan. 10

andrade a silva


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Poesia e Resistência


Pátria

Por um país de pedra e vento duro

Por um país de luz perfeita e clara

Pelo negro da terra e pelo branco do muro

Pelos rostos de silêncio e de paciência

Que a miséria longamente desenhou

Rente aos ossos com toda a exatidão

Dum longo relatório irrecusável



E pelos rostos iguais ao sol e ao vento



E pela limpidez das tão amadas

Palavras sempre ditas com paixão

Pela cor e pelo peso das palavras

Pelo concreto silêncio limpo das palavras

Donde se erguem as coisas nomeadas

Pela nudez das palavras deslumbradas



— Pedra rio vento casa

Pranto dia canto alento

Espaço raiz e água

Ó minha pátria e meu centro



Eu minha vida daria

E vivo neste tormento

Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


Ano novo


Um feliz ano novo
Cheio de alegria e afecto.
Pleno de calor humano,
Espontaneidade...
Beleza,
Paz,
O contrário da frieza …
Do decreto.


Filipe Papança


Caro amigo:

Na terça-feira dia 9 de Fevereiro às 19h30 vou dar uma palestra no Palácio Galveias sobre:
A matemática, a poesia e o Ensino Militar
Aparece e divulga
Com amizade,

Filipe Papança

Caras amigas e amigos vamos ouvir com muito agrado o nosso amigo.
asilva

sábado, 16 de janeiro de 2010


Poemas de um livro destruído


A memória longínqua de uma pátria Eterna mas perdida e não sabemos Se é passado ou futuro onde a perdemos


Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

BASTA! BASTA! BASTA! ... O MUNDO TEM DE MUDAR.






Foi a natureza que matou milhares de seres humanos no Haiti, mas é a TRAIÇÃO À HUMANIDADE de todos nós, mas sobretudo dos RICOS, DOS GANANCIOSOS, DOS BANQUEIROS, DOS GRANDES EMPRESÁRIOS, DOS DITADORES, DOS GOVERNOS QUE ELEGEMOS que vai continuar a matar milhares e milhares, milhões de pessoas por tudo o Mundo e no Haiti.

Bem Haja os que ora socorrem o Haiti, mas o Mundo tem de mudar. O Mundo continua a viver de um modo geral na Idade Média, quantos Haitis existem no Mundo? Mas como são as coisas entre nós, como foi possível mil e tal pessoas terem passado o Natal sem luz numa freguesia da região Oeste? Onde estavam os geradores de campanha dos Exércitos da GNR e do Exército? Mas ninguém vê isto?

O mundo tem de mudar, Portugal tem de mudar, poucos o querem, por isso, são imensos os recados para que os não alinhados se calem, mas isso não pode acontecer, seria terrível. Seria manter sem réplica a hipocrisia, a fantochada, as falsas ilusões. São precisas outras e novas alternativas.

É preciso coragem, acção, não basta dizer que está mal, mas não mexer uma palha e o venerando e respeitável c.. É preciso mexer-se. É preciso mudar, mudar quase tudo, sobretudo libertar a cidadania, ou seja, as pessoas que estão acorrentados a gente que não tem uma gota de humanismo, só egocentrismo, fanatismo e desejo de brilharem acima de todos, como verdadeiros senhores feudais, cujos castelos são os partidos fechados sobre si.

É preciso impor a democracia participativa, a democracia dos cidadãos. Os partidos, os autarcas, o governo, a Assembleia da República têm de ouvir o Povo, e o povo não pode estar de acordo que um banqueiro ganhe em Portugal mais que cento ordenados mínimos nacionais, o que, é um escândalo, por ainda ser pior que nos países pais e mães do capitalismo. Mas se os outros não quiserem ser justos exijamos ao governo e aos partidos, aos autarcas que o sejam em Portugal, e o exijam na União Europeia e na ONU.

Basta de ser hipócrita e trafulha, é preciso ser CIDADÃO, CONCIDADÃO, sei que este grito ficará abafado pela indiferença de quase todos que dirão dos que trilham estes caminhos - pobres, impotentes e ridículos sujeitos. Todavia a realidade reclama uma MUDANÇA PROFUNDA NA GOVERMANÇA DO MUNDO E DE PORTUGAL. O MUNDO E PORTUGAL NÃO PODEM CONTINUAR A SEREM GOVENARDOS POR BANQUEIROS E GRANDES EMPRESÁRIOS DESALMADOS E POLÍTICOS CORRUPTOS TESTAS DE FERRO DOS TIRANOS.

BASTA! BASTA! BASTA!
15 jan 2010
andrade da silva

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

25 de Abril de 1974 - Um porquê do POVO...



Numa altura em que recomeça a estar na moda a lavagem e o branqueamento do regime ditatorial do "Estado Novo" e do seu principal mentor, mas não único obreiro, António de Oliveira Salazar, porque as vozes que se ouvem e incomodam surgem de quadrantes vários, até de alguns que deveriam ter muita contenção, pois não só foram servis durante, como viraram rápido para "outras modas", leia-se DEMOCRACIA, impõe-se não esquecer alguns factos.
Para tal, nada melhor do que desenterrar da memória nomes, datas, e acontecimentos. Depois, cada um de nós que se entenda com a própria consciência e AJA de acordo.
O que abaixo se reproduz, não é exaustivo. Muitos mais existiram e muitos mais incómodos e crimes foram cometidos contra cidadãos honestos, jovens, velhos, mulheres e crianças. Nada detinha a sanha esquartejante do regime e seus algozes. POR ISSO, A RAZÃO DO PORQUÊ DO 25 de ABRIL de algum do POVO de Portugal.


Relembrando:

1931, o estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;
1932, Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;
1934, Américo Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve de 18 de Janeiro; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada durante a repressão da greve de 18 de Janeiro; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal
1935, Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);
1936, Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro; Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;
1937, Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiro, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;
1938, António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;
1939, Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos;
1940, Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;
1941, Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;
1942, Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Carlos Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do P. C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;
1943, Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;
1944, general José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal; assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro.
1945, Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;
1946, Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;
1947, José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;
1948, António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;
1950, Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
1951, Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
1954, Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
1957, Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958, José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
1961, Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962, António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
1963, Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964, Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
1965, general Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967, Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, morre vítima de tortura na PIDE;
1968, Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
1969, Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972, José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na "fuga-libertação" de Alcoentre, em Junho de 1975;
1973, Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974, (dia 25 de Abril), Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas.
A PIDE acaba como começou, assassinando. Aqui não ficam contabilizadas as inúmeras vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em outros locais de repressão. Mas ainda podemos referir, duas centenas de homens, mulheres e crianças massacradas a tiro de canhão durante o bombardeamento da cidade do Porto, ordenada pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da revolta de 3 de Fevereiro de 1927. Dezenas de mortos na repressão da revolta de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários deles assassinados por um pelotão de fuzilamento, à ordens do capitão Jorge Botelho Moniz, no Jardim Zoológico. Dezenas de mortos na repressão da revolta da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tantas dezenas na repressão da revolta de 26 de Agosto de 1931. Um número indeterminado de mortos na deportação na Guiné, Timor, Angra e no Cunene. Um número indeterminado de mortos devido à intervenção da força fascista dos "Viriatos" na guerra civil de Espanha e a entrega de fugitivos aos pelotões de fuzilamento franquistas. Dezenas de mortos em São Tomé, na repressão ordenada pelo governador Carlos Gorgulho sobre os trabalhadores que recusaram o trabalho forçado, em Fevereiro de 1953. Muitos milhares de mortos durante as guerras coloniais, vítimas do Exército, da PIDE, da OPVDC, dos "Flechas", etc. .

É longo. Mas também longa foi a "noite" em estivemos mergulhados e de novo ameaça!

O que queremos branquear?

Que saudades ou nostalgias poderá um POVO ter de semelhante regime?

Jerónimo Sardinha
15Jan10

INFERNO DANTESCO





Haiti, Ruanda, Nigéria, China, Índia, Irão

Infernos, Auschwitz

Ditaduras,

Favelas

Miséria, fomes, mortes

Mas, agora, o Haiti existe.

Só existe, porque houve um terramoto, e morreram milhares de milhares de miseráveis.

A ONU e a Comunidade Internacional choram os miseráveis.

Mas porque não deixam morrer os miseráveis, será só, porque as televisões estão lá?

Pobre Mundo. Pobres Povos.

Pobres miseráveis sem abrigo, pobres velhos que morrem por aí.

A fúria da natureza mata, mas mata muito mais, porque os desgraçados estão instalados onde não deviam estar, e como não deviam estar.

Diz, agora, às 0h 18m de 14 de Janeiro na RTPN, uma linda menina que aquela gente, a do Haiti, só conheceu, conhece e conhecerá a miséria, miserável e inumana, a superstição, somente… portanto…. cai o pano.
Todavia as primeiras páginas dos jornais e as aberturas das TV vão encontrar material bastante, para muitos e muitos dias de informação e declarações, depois o Haiti, pária, jamais será lembrado até outro terramoto. Menos falado será se for vítima de um furacão. Eis as regras do mundo.

Choro os desgraçados e revolto-me, impotentemente, contra os que não vêem tanta e tanta gente que morre por aqueles lugares por força de erros contra a natureza, ditaduras, fomes, doenças etc.

Andrade da silva

ATT TOTALMENTE FALSO !!!

BRINCADEIRA DE MAU-GOSTO !!!

Centro Hospitalar Baixo Alentejo, EPE **
Hospital José Joaquim Fernandes - Beja
Rua Dr. António Fernando Covas Lima

7800-309 BEJA

'Chamo-me Catarina Pinto, tenho um filho com 15 meses chamado Francisco.
Desde os primeiros dias de vida tem sido extremamente difícil
alimenta-lo, rejeita todo o tipo de alimentação, não por reacção
alérgica mas por não querer.
Tem sido sempre acompanhado pelo Hospital Fernando Fonseca onde já
lhe fizeram todo o tipo de exames e não conseguem nenhum tipo de
diagnostico, já foi alimentado por umas sondas mas nem por isso aumentou de
peso.
Com 15 meses pesa apenas 6.900 gramas . Peço que alguém que tenha
conhecimento de algum caso igual ou semelhante que me contacte
imediatamente para que eu possa saber de que maneira poderei ajudar o
meu filho.
Muitíssimo Obrigada


Serviço SOS Criança
Instituto de Apoio à Criança
Portugal*


Nota: Informação não verificada, que me deixou apreensiva...
mas com coordenadas tão completas pareceu-me excessivo para brincadeira...
depois, se é verdade é uma mãe aflita, e eu também sou mãe...
mas é verdade que a nossa sociedade está doida, põe-nos doidos a todos e não sabemos em que e quem acreditar
talvez faça parte duma técnica de desmobilização e desmoralização gerais
Que fazer?
abraço

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

OS BÁRBAROS GOVERNAM O MUNDO. SALVE PORTUGAL!




Acerca do bom viver em Portugal, de que dá noticia o jornal Expresso, direi: SALVE PORTUGAL! Hossana! SALVE FINISTERRA – onde a terra acaba, e o mar começa –. ALELUIA! Viva Portugal!

Mas falemos das verdades ocultadas.

Verdade, verdadinha, é que a má governação, o abocanhamento do Orçamento Geral do Estado e a escravatura não são coisas só de Portugal, estendem-se da Europa à China, passando por África (Nigéria, Ruanda etc.) Médio Oriente (Irão, Iraque, Arábia Saudita etc.) Ásia, América Latina, EUA etc.. Para bem de nós todos a máfia é universal. Mas verdade irrefutável é também que ter nascido branco e no espaço euro-americano, é uma grande vantagem.

Claro que em Portugal vive-se bem, vive-se muito acima das nossas possibilidades. 70%, ou mais, dos portugueses são cigarras, o que, o endividamento público e das famílias revelam. Estamos a viver ainda o tempo da cigarra. Coisas…

Os tempos difíceis só virão mais p’ra frente, depois das eleições presidenciais, lá para 2012, 13, e, por aí fora, quando os juros subirem, as contas públicas tiverem de ser apertadas, o crédito externo encarecer e o serviço da divida pública for de corda ao pescoço. Até lá estamos no melhor dos reinos da Dinamarca, digo, de Portugal.

De qualquer modo PORTUGAL é um belo país para se viver, está é mal governado, embora haja gente a governar-se muito bem. Para além de estarmos no 21ª lugar do bom viver, também devemos estar nos lugares cimeiros da gatunagem, da corrupção e da falta de cidadania, mas isto são pormenores.

É preciso ousar mudar, desde logo na próxima eleição presidencial, para não ser mais do mesmo, ou pior do mesmo, mas QUEM OUSA MUDAR?

Pois há coisas... coisas do Diabo... coisas de malfeitores... coisas da globalização dirigidas por forças universais poderosos das finanças e da politica ( Trilateral, Vaticano, Fundo Reserva Americano, FMI, Banco Mundial, Banco Central Europeu etc) para nos reduzirem a bárbaros e violentos, para depois aceitarmos a escravatura fascista recauchutada em troca de segurança.

O totalitarismo está vivo e recomenda-se, usam-se métodos psicossociais sofisticados. Não há um Hitler, mas sim um mercado de consumo louco, uma ganância incontrolável que gera muitos pequenos hitleres comandados por um GRANDE HITLER FINANCEIRO que mexe todos estes cordelinhos, e já ninguém despertará a tempo para esta realidade, quando a maioria acordar a sua situação de indigência e insegurança será de tal sorte que tudo aceitarão, desde que lhes seja permitido beberem a sua própria urina – a vitória desta gente é converter o mundo num Auschwitz Universal, dantesco. CONSEGUIRÃO?

Enfim coisas…. ou meras loucuras de escriba…coisas….

11 Jan. 10

andrade da silva

domingo, 10 de janeiro de 2010

Portugal é o 21º melhor país do mundo para viver

Expresso.pt

Portugal está mais bem classificado que o Reino Unido, Grécia, Eslovénia, Mónaco, Suécia, Polónia e mesmo o Japão, na lista da revista International Living.
Expresso TV

O 25 DE NOVEMBRO 75, CONTRA O 25 DE NOVEMBRO DE 75.




Não quero intervir na polémica entre o Cor. Vasco Lourenço e outra gente do 25 de Novembro 75, a propósito dos livros publicados por aquele e o Cor. Sousa e Castro, porque é um certo ajuste entre os que estiveram do mesmo lado no 25 de Novembro 75, resta saber porquê e para quê?.

Todavia fica-se a saber que o Sr. Cor. Jaime Neves queria fazer mortos, o que é muito importante e significativo, isto é, os mortos dos comandos e da Policia Militar não eram suficientes, apesar de terem sido sacrificados depois do regimento da policia militar se ter rendido, mas também interessaria saber quem incumbiu, ao que consta, o Sr. Cor. Aventino Teixeira de fazer a lista dos militares de Abril a prender.

No meu caso, disse-me o Sr. Ten-cor Galamba de Castro que me recebeu em Lisboa, quando o Brig Perazat Correia me correu de Évora, que não fui preso por intervenção directa do Sr. General Eanes, mas fui deportado para a Madeira, com total aceitação do grupo dos nove que não queria sangue, mas aceitava a prisão, ou a deportação de uns quantos.

Também interessaria saber quem mandou instaurar os inquéritos do 25 de Novembro, e quem os produziu que no meu caso pessoal são um monte de mentiras, apesar de ter sido expurgado de outras mentiras mais escandalosas no QG da Região Militar de Évora. Ora se mesmo depois disto são uma escandalosa falsidade, o que não seriam antes. Mas alguém foi responsabilizado por tão escandalosamente ter mentido, e ter cometido uma grave falta de lesa ética militar?

Mas para além dos tenentes-coronéis de Novembro, considerados capitães de Abril, que não chegaram a generais, mas mantiveram poder e posições privilegiadas na sociedade portuguesa, há os que pagaram muito mais caro o terem sido do 25 de Abril, e terem lutado ao lado dos que formariam o grupo dos nove, no 28 Setembro 74, 7 de Março 75 em Setúbal - parece esquecerem que o sangue ia começar a correr aí, com a ordem do Sr. Maj. Casanova para que a polícia fizesse fogo sobre a população, o que, me tendo sido denunciado pelo alferes Pauleta, logo energicamente impedi - e o 11 de Março 75, só que toda esta gente que estava no lado denominado, então, pelos que viriam a formar aquele grupo, de contra-revolucionários, reaccionários e mesmo fascistas, passou a ser os aliados desse mesmo grupo, como o programa da RTP1 de 25 Novembro 2009 revelou , através do depoimento muito claro do Sr. General Almeida Bruno, e revelador sem qualquer margem para dúvidas da aliança directa e efectiva destes militares com o CDS, o PSD e PS, através dele próprio, do referido oficial Casanova e do Sr. major Monge. Foi de facto a grande aliança contra o perigo Vermelho ou Russo.

Seria importante que se dissesse tudo sobre esta conspiração que não quis só pôr cobro à bagunça e falta de direcção politica e militar daquele período, mas sobretudo matar tudo o que fosse cidadania, para permitir aos poderosos em aldrabices sucessivas meterem aos bolsos 9 mil milhões de euros, ou seja, 900 euros de cada português, ou dito de outro modo, milhares e milhares de anos de vencimento desses tais capitães de Abril que na maior parte dos casos só falam dos seus EUS, esquecendo o POVO e o PORTUGAL de Hoje, que para além do seu fantástico desenvolvimento pós 25 de Abril 74 vive a paredes meias, com uma vergonhosa corrupção do tipo da Nigéria que não pode acabar bem. Não fora a domesticação, como a Sra. Nogueira Pinto refere, que o 25 de Novembro trouxe aos partidos com tradição revolucionária no fascismo e a coisa estaria muito preta, ou não fora o caso também da impunidade como no poder local, ao que dizem, de norte a sul, por todas as câmaras se gere a passagem dos terrenos de aptidão agrícola, para urbanos com muitos sacos azuis e financiamento dos partidos pelo meio. Todavia a investigação parece estar bloqueada por não haver nenhum justo, ao que dizem. Mas se toda a gente o diz, porque não investiga o Ministério Público este caso? Estranho!

Mas acautelai-vos, desde a China a Portugal, a corrupção faz tremer os poderes, e sabei que o 25 de Abril 74 foi para Portugal e para o Mundo bem mais importante que o Maio 68 em França, e, apesar, de tanto vendido, traidor e cobarde nem todos estamos no jardim das tabuletas, ou com as patas metidas nas gamelas, onde, chafurdam os “pig’s”. Ainda há gente de pé.

andrade da silva
PS: Bem quero postar o texto sobre a violência, todavia o confronto com o quotidiano pelo seu escândalo e violência, tem adiado o seu tratamento numa óptica mais teorica, mas na violência tudo se passa, como o filme da RTP sobre Elvis revela, debaixo de uma voz de encanto, há a parte m. de que, o grande psicólogo Ellis, fala e que nos é comum, e que, se desenvolvendo, faz de muitos ditadores assassinos.
NOTA:
A matéria da polémica foi postada no blog "Fio do Prumo" que pode ser consultada, através do respectivo link.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ATT URGENTE



DIRIGENTES ASSOCIATIVOS VOLUNTÁRIOS E BENÉVOLOS

EM GREVE DE FOME JUNTO À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

APELO À SOLIDARIEDADE ASSOCIATIVA


Caros colegas

Dirigentes, Activistas e Associados

das Colectividades e Associações

No passado dia 5 de Janeiro de 2010, pelas 18,00 horas, estes nossos colegas iniciaram uma GREVE DE FOME junto da Assembleia da República para exigirem a definição da Lei 34/2003 de 22 de Agosto, bem como um largo conjunto de outras reivindicações que há vários anos vimos reclamando e que são o desejo e a necessidade de todos nós.

Os nossos colegas estão determinados em levar esta luta até às últimas consequências pelo que precisam de todo o nosso apoio activo. Nesse sentido apelamos a que manifestem a vossa solidariedade activa, através de participação na vigília durante o dia das 8 às 24 horas, transportem os vossos estandartes e bandeiras, mobilizem atletas, músicos, actores, dançarinos, bem como outros activistas, utentes e associados e enviem fax, e-mail ou cartas ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidente da República, exigindo uma resposta rápida. No local, existe um livro para registar as presenças e recolher opiniões.

A luta dos nossos colegas não pode ser em vão. Temos todos que lutar pelos nossos direitos e exigir dos poderes políticos instituídos que passem a olhar para nós de forma diferente. Os serviços e dirigentes da Confederação estão disponíveis para qualquer informação complementar.

Vamos todos participar nesta jornada histórica do nosso Associativismo Popular!

Viva o Associativismo Popular!

Lisboa, 7 de Janeiro de 2010

A Direcção da Confederação das Colectividades


http://www.confederacaodascolectividades.com/

http://www.museudascolectividades.com/

Com as nossas saudações associativas.

O Secretariado da CPCCRD

Helena Isabel Galhoz

R. da Palma, 248-1100-394 Lisboa – Tel. 218882619 Fax. 218882866

cpccrd@confederacaodascolectividades.com