domingo, 28 de fevereiro de 2010

A POBREZA MATA E ROUBA A LIBERDADE.




A Marília, num seu comentário ao poema, A Chamada, revolta-se e com toda a justiça, por tanto se falar de Liberdade, quando velhos e crianças morrem de míngua, fome e frio pelas nossas ruas e cidades. Muitos, alguns, pensam que estes concidadãos vivem pior que no esclavagismo e na idade Média, então, os seus donos eram no mínimo obrigados a alimentá-los e abrigá-los, enquanto que, nesta sociedade vivem das esmolas que não são obrigatórias. A esmola depende exclusivamente da generosidade de alguns.


A Liberdade não pode ser um conceito abstracto, naturalmente que quem tem fome e não tem casa É UM PRISIONEIRO DA SUA CONDIÇÃO SUBHUMANA. Não é uma pessoa livre, vive na ditadura da miséria e da exploração, ponto.

Há em Portugal de 20 a 30% de portugueses sem direitos e sem liberdade, mas disto não tenho dúvidas, digo, e dizia-o no blogue da Associação 25 de Abril que foi calado no dia 13 de Junho 2008, dia de santo António, é bom não esquecer.

A liberdade de expressão não é uma prática corrente em Portugal. Sempre que se pode, todos quase sem excepção calam as opiniões diferentes. Os que em Portugal detêm algum poder tendem a ser totalitários e inquisidores. É uma questão de cultura e mentalidade.

Quanto às crianças são as piores vítimas de toda esta injustiça.

Mas para se alterar todo este estado de coisas, em democracia, entre nós, seria preciso que 2,5 milhões de pessoas estivessem de acordo, e até seria bom que nos lessem, mas somos lidos por quantos? E quantos lideram projectos políticos que ultrapassam toda a nojeira de que aqui falamos?

Quem defende a sociedade justa, livre e do mérito está fora deste tempo canalha, onde, vencem todos os trafulhas. É louco, quem perante tanto deserto e vazio fala do que a maioria quer, mas nada quer arriscar e quer que tudo caia do céu, ou lhes seja dado pelos que só querem o seu sangue e força de trabalho, contradição fundamental e que só pode levar cada um a aceitar a injustiça que por desdita lhe é atribuída.

Percebo, como diz António Lobo Antunes acerca dos seus textos, que são quase um diário, também os textos que, aqui, se editam, o são, que partilhamos com alguns amigos, enfim…

Não é por falta de pedir a quem nos lê que tragam mais cinco, mas pela Internet correm coisas, muitas, que prendem mais a atenção. Seria preciso um milagreiro, mas esse eu não sou e parece que, por aqui, não há nenhum de serviço, coisas…

COISAS…..

andrade da silva
PS: Uma saudação muito especial aos que nos seguem, também vos seguimos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

POR TI MADEIRA. A CÍTIRA DO POETA.




A CHAMADA


Sempre soube que as pedras
rolam pelas encostas dos montes
se não tiverem nada que as segure
como os teus olhos contrariando
a chamada
do outro lado da casa.

Há uma cadeia de sons
apelando para os odores das águas límpidas,
desses cheiros sem cheiro
oculto na terra viçosa e aberta às chuvas.
Por ela - sem que me perguntem – respondo
mesmo à distância
como se estivesse prisioneiro do seu chamado
no ruído do eco longínquo
que só se escuta no interior dos búzios.
E lá vou
evitando afogar-me nas agudezas das ondas
com a transparência do papel branco
onde decidi deixar para sempre escrito
o amor
como te imagino no centro do mar
apesar
de no teu dorso de ilha
alguém ter pintando a paisagem absorvente
do apego eterno
e nele respirar um inconfessável medo.
Sucumbo aos chamados surdos
como se nos teus trinados uma canção
se repetisse
nas promessas celestiais.
Sabes porém que não precisas
de artifícios.
Se me dessem o céu recusaria.
Prefiro o teu destino de pecado,
cedo a todos os vícios
e neles ergo os alicerces
de todos os meus princípios.

Na tua boca escondem-se as razões
finais.
Mas não digas a ninguém.
É segredo.


(inédito.04.09.04)José António GonçalvesPoeta da Madeira (falecido)


enviado por um leitor. Obrigado

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

POR TI MADEIRA


O PESADELO, A TRAGÉDIA E A ARROGÂNCIA


O PESADELO


Em 1985 escrevia, no Diário de Noticias do Funchal, o engenheiro silvicultor Cecílio Gomes que vivia um tremendo pesadelo pela desertificação das serras, e, por isso, previa grandes enxurradas que com as ribeiras entulhadas, as saltariam e dariam cabo de toda a cidade.


Eu, cidadão, licenciado em ciências militares pela Academia Militar, em sociologia pelo ISCTE e em psicologia pela Faculdade de Psicologia de Lisboa, isto é, sem nenhuma especialização em ciências da terra, desde 1995 que vivo aquele mesmo pesadelo. Dei disso notícia em Dezembro de 2009, não podia escrever antes, estava sujeito à lei da rolha, mas vivia preocupado com o estreitamente das ribeiras, com o entulho de toda a espécie que para lá se deita, por não se fazerem obras para tornar os seus leitos mais fundos, por se construírem casas por todos os sítios e de qualquer maneira, debaixo de rochas carecas e pelas serras estarem cada vez mais despidas, sem o seu tapete verde, o que todos os anos comentava, e, por isso até fui insultado.

Conheci os Invernos no Funchal até 1967,eram terríveis. Conheci a fúria das águas do mar, das chuvas e dos ventos, só pensando no regresso destes Invernos temia uma tragédia de grandes proporções com muitos mortos pela derrocada de casas. Felizmente apesar de terem caído muitas o número de mortos não foi tão elevado. Fala-se em 600 desalojados, o que parece equivaler a 300 casas. Mas, mesmo assim, morreu muita gente, e que dor sinto pela família Macedo em que todos pereceram e só ficou vivo um rapaz de 18 anos, de seu nome Feliz, o que ainda choca mais, por vezes, a natureza parece fazer troça dos desgraçados. Se este rapaz já não era feliz, porque o seu pai com 45 anos não tinha emprego, como será agora com a perda do pai da mãe e dos irmãos?

Claro que no meu pesadelo nunca vi tal batelada de água de 100 garrafões de 5 litros numa cozinha com pouca dimensão, claro que nunca vislumbrei o dilúvio, não sou bruxo, nem os outros. Todavia para esta tragédia acontecer talvez não fosse preciso o dilúvio, como já tinha acontecido em 1993, e como em Dezembro de 2009, perante um certo temporal as infra-estruturas se comportaram.


A TRAGÉDIA


Todavia agora que a tragédia se abateu aparecem os Académicos a confirmarem que o cidadão normal, anónimo, tinha razão em quase tudo, como claramente a revista Visão de hoje ( 25 de Fev) reporta, estão lá todos os elementos da minha preocupação:

1- A convicção que as autoridades construíram de que a Madeira se tornara uma terra de Primavera permanente
2- A desarborização das montanhas
3- A construção sem regras por toda a encosta abaixo da cota 600
4- O estreitamente, desvio das ribeiras, numa total falta de respeito pela natureza

Os ingredientes na terra estavam todos presentes, faltava a água que cai dos céus, veio em quantidade ainda mais forte do que temia e foi o que se viu.


A ARROGÂNCIA

Não posso deixar de reconhecer que João Jardim é HOMEM para reagir às adversidades, mas não posso deixar de criticar a sua arrogância, ao dizer que não está para aturar o parecer dos académicos, que os há a mais em Portugal, com o que também concordo, mas neste caso, não é preciso ser académico, para perceber que este modelo de desenvolvimento não respeita nem a natureza , nem o homem, e não falo do ponto de vista de nenhum partido, falo como ser humano que ama o Homem, todos os seres e a Terra.

Por tudo isto a reconstrução deve ser supervisionada por uma equipa técnica independente, como já na Madeira sugeriram, para que não se faça tudo na mesma, como João Jardim teimosamente insiste.


andrade da silva
e.mail Governo regional da Madeira gab.vp@gov-madeira.pt; residência . Quinta Vigia, Av. Infante, 9004- 547 Funchal, linha solidariedade:760100999

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

POR TI MADEIRA





ATÉ O MAIS LONGE TODO O NOSSO AMOR E AFECTO




Seria muito dramático que os que vivem nas zonas mais isoladas, onde, sempre levaram uma vida muito mais difícil, apesar de gozarem de uma paz natural invejável e de uma paisagem tipo da do filme Avatar, paraíso em que o contacto com a natureza é total fossem esquecidos neste momento, em que a sua querida natureza lhes pregou uma grande partida.

Espero que estes nossos concidadãos, porque não vivem sobre as vistas do mar e nos locais mais frequentados pelos turistas, não sejam esquecidos. Neste momento, como a terra lhes fugiu debaixo dos pés, ficaram sem nada e passaram a ser os mais isolados e dos mais necessitados. É preciso chegar a estas pessoas com rapidez e muito afecto.

Continuo a reclamar junto do Governo Regional da Madeira apoio psicológico para as famílias enlutadas e para os desalojados, bem como, para que ninguém fique para trás.

Seria bom que não se cometesse um erro grave de esconder as tragédias pessoais e materiais, por causa dos cifrões. Apesar da importância nuclear que o turismo tem para a vida das famílias madeirenses, a boa solução dos problemas das 600 famílias atingidas, bem como, das dezenas, centenas de pequenos comerciantes não pode ser iludida. Noutros tempos escondiam-se, em dias de cerimónia, as pessoas de pés rapados, isto é , descalços. Mas hoje os tempos são outros. Interessa encontrar as melhores soluções sem sacrificar ninguém, o que, espero que venha acontecer.

Madeira sem te ver de novo erguida, sem ter noticias seguras de ninguém fica para trás, choro o teu presente, mas contigo cantarei o teu futuro.

Uma lágrima e um canto de força e esperança, por ti , Madeira!
MADEIRA!
andrade da silva

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

POR TI MADEIRA.


Exmo. Sr. PRESIDENTE DO GOVERNO DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA.

Como Madeirense, com família a residir no Funchal, a quem não aconteceu nada, mas que ama os Madeirenses, a Madeira, o Funchal, tenho seguido com lágrimas e dor a grande tragédia que caiu sobre a Madeira, e espero que, como acabou de dizer o Sr. Dr. Alberto João Jardim, nunca mais se provoque a natureza, quer nas serras, quer nas ribeiras e na orla marítima, muito embora, a natureza, por vezes, atinja um grau de fúria incontrolável, como neste caso. Mas e sempre a natureza tem de nos merecer grande respeito.

Todavia como residente em Lisboa, como antigo Militar e psicólogo Militar a quem, o Governo Regional da Madeira, através do meu antigo colega de liceu, e amigo que prezo, o Dr. Brasão de Castro, prestou o maior apoio quando por volta de 2004 fizemos aí um grande trabalho de investigação, e, porque avalio que há concidadãos nossos que precisam de apoio psicológico, fiz, nesse sentido, no uso dos meus direitos e deveres de cidadania e de um grande amor à nossa Terra, um apelo ao Sr. General CEME e aos governantes que refiro no e-mail que junto envio.

Se o apelo de apoio psicológico for considerado como pertinente, julgo que deverá ser formulado pelo Governo Regional, todavia, como psicólogo, sugiro esse apoio a tanta gente em estado de choque.

Os meus sentimentos pelas mortes, mas com a certeza que nós, os Madeirenses, como Portugueses, como e com Portugal voltaremo-nos a erguer e com mais RESPEITO pela natureza, e, assim, A MADEIRA HÁ- DE CONTINUAR A SER UMA LAPINHA DURANTE O DIA E UM SONHO À NOITE. MAS TAMBÉM PERANTE A FRAGILIDADE DA VIDA HUMANA, DOS RICOS E DOS POBRES, DOS DE UM PARTIDO OU DE OUTRO, SERIA IMPORTANTE ENCONTRAR-SE NA TÃO PEQUENA-GRANDE MADEIRA UM MODO DE CONVIVER MAIS DE ACORDO COM A NOSSA ALEGRIA E GENEROSIDADE INTRÍNSECAS. ESTA GRANDE TAREFA, SEM RECURSO À SANTIFICAÇÃO DAS PESSOAS, PODE SER POSSÍVEL, AGORA, NESTE MOMENTO DE GRANDE TRAGÉDIA, QUE PODERIA TER CEIFADO MAIS VIDAS, SE OUTRO FOSSE O DIA OU A HORA.

Um madeirense em Lisboa que chora a tragédia

andrade da silva


PS: E.mail enviado ao Sr. Presidente do Governo Regional da Madeira, em 23 Fevereiro. Número de solidariedade 760100999, Divulgue



domingo, 21 de fevereiro de 2010

POR TI MADEIRA


LUTO, DURO LUTO.


A Madeira, os Madeirenses necessitam de um amplo movimento de apoio e solidariedade por muitos e muitos anos. O que está a acontecer na Madeira são algumas tragédias numa só. É preciso apoio imediato aos vivos, reconstruir as casas e a cidade.


PORTUGAL, EUROPA, ONG'S DIZEI PRESENTE.


É PRECISO AVANÇAR PARA O TERRENO COM OS MEIOS ADEQUADOS E URGENTES: MAQUINARIA, HELICÓPTEROS, A ENGENHARIA MILITAR E REFORÇO POLICIAL.
QUANDO PARTEM, QUANDO CHEGAM?


BEM-HAJA VAI CHEGAR A FRAGATA CORTE REAL E JÁ CHEGOU UM C-130. BEM-HAJA ÀS FORÇAS ARMADAS.


APOIO IMEDIATO É UM DEVER HUMANO E PATRIÓTICO.


CHORO, CHOREMOS, ESTA GRANDE CATÁSTROFE, MAS SOBRETUDO SEJAMOS SOLIDÁRIOS COM ESTE BOM POVO.


asilva

A pátria é nos lugares onde a alma está acorrentada. Voltaire



Companheiro Amigo
à sua bela e tão cantada Ilha da Madeira, que sofre neste momento a força incontida da Natureza e que deixa em simultâneo muitas perguntas em suspenso
a seu tempo a elas voltaremos
Entretanto sofre o Povo, os filhos da Madeira e sofrem todos os portugueses
Amaine o tempo as perguntas surgirão!
Aqui fica o meu abraço para todos os que vitimas sofrem a perda dos seus e a deterioração de tanta beleza
de que aqui deixo o testemunho pela voz do príncipe dos Poetas de Portugal




ILHA DA MADEIRA - LUÍS DE CAMÕES

 

"Passamos a grande Ilha da Madeira,
Que do muito arvoredo assim se chama;
Das que nós povoamos a primeira,
Mais célebre por nome do que por fama.
Mas nem por ser do mundo a derradeira,
Se lhe avantajam quantas Vénus ama;
Antes, sendo esta sua, se esquecera,
De Cypro, Guido, Paphos e Cythera."

"Os Lusiadas", Canto V
Luis de Camões

o meu abraço fraterno e um beijo para si meu querido e estimado companheiro.
A seu lado neste terrível momento
sua amiga
Marília

sábado, 20 de fevereiro de 2010

À MADEIRA - Pelas vitimas inevitáveis e pelas muitas evitáveis...


À Madeira.

A todos os Madeirenses.

Ao Meu Querido e muito Ilustre Amigo e Humanista Andrade da Silva.

A minha modesta e humilde SOLIDARIEDADE, nesta hora de DOR e LAMENTO.

Jerónimo Sardinha

POR TI MADEIRA





SOLIDÁRIO COM TODOS OS QUE SOFREM


COM ESTA TRAGÉDIA NA MADEIRA!
firmino mendes

POR TI MADEIRA


Lágrima



Lágrima vivida,
Sofrida,
Por uma pessoa desaparecida.
Lágrima de despedida.
Ama sofrida
Espera do redentor
Espírito consolador
Despertar do amor.



Filipe Papança


homenagem de Filipe Papança. Abraço Amigo

CHORO PELA MINHA QUERIDA MADEIRA E O MEU POVO.


A Madeira é vítima de uma grande intempérie. Morre-se no Funchal, a água tudo leva.

Choro o desastre e os mortos.

Mas meu Deus que tanta incúria sobre aquelas Ribeiras! Há tantos anos vivia com este pesadelo de grandes inundações, porque as ribeiras foram sendo estreitadas, mas dizia-se que nunca mais os rigorosos Invernos regressariam. Enganaram-se ou criminosamente esqueceram, o que nunca deviam ter esquecido, que ninguém ainda domina a natureza.

Choro a desgraça do meu Povo. Espero que o meu Povo se erga. Choro as mortes, mas espero que repensem o modelo de desenvolvimento e os riscos que o mesmo comporta. O que ainda pode acontecer a casas e casas construídas em zonas antes selvagens, de ravinas e outras, o que, há uns anos critiquei junto de um professor universitário de arte que logo me chamou de homem das cavernas. Mas pode não ser assim.

Como disse em Dezembro, alguém esqueceu o poderio do general Inverno e não o devia ter esquecido. Interrogo e espero que o meu Povo questione, porquê para além das chuvas esta desgraça está a acontecer na minha querida Terra?

Madeira o meu abraço e as minhas lágrimas de dor e raiva.

A minha família vive no Funchal, felizmente está bem, mas podia não estar, mas a minha grande família madeirense está de luto, e por eles e com eles também estou e todos os Madeirenses.

Que a natureza não os fustigue mais, mas que as promessas vãs e os dinheiros sujos não façam esquecer as responsabilidades, se as houver, como julgo que há.

Apesar de agnóstico peço a Deus protejais o meu Povo, já que os poderes o podem ter abandonado.

CHORO A DESGRAÇA E AS DESGRAÇAS QUE SE ABATEM SOBRE O MEU POVO. MADEIRENSES SOBREVIVEREMOS. SOMOS VALENTES, GENEROSOS, SENSÍVEIS, PORTUGUESES E DEMOCRATAS. AMAMOS A HUMANIDADE, A TERRA, AS PLANTAS, O ANIMAIS, O SOL, A LUA, AS MONTANHAS e O MAR. A NOSSA MADEIRA É ETERNA, LINDA. UMA TERRA ABENÇOADA.

A VIDA REGRESSARÁ. A PRIMEVERA DAS FLORES REDIMIRÁ A NOSSA TERRA. CHORAREMOS OS NOSSOS MORTOS, MAS EXALTAREMOS A VIDA.

MADEIRA CHORO CONTIGO!



Um madeirense

andrade da silva

25 de Abril em Luta, Adiante!!!

Georges Moustaki Portugal (fado tropical)

 

AMIGOS, COMPANHEIROS, CAMARADAS, LEITORES



Tenho andado perplexa quanto ao resultado prático obtido
por tantos blogues de esquerda em Portugal
e pelo Mundo fora.
Porquê?

 continua aqui

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

LIBERDADE DE EXPRESSÂO E DEMOCRACIA NA MADEIRA. E VAI BAILINHO!



Toda a gente conhece os limites à liberdade de expressão na Madeira, o que, o Diário de Noticias do Funchal tem revelado, e todos sabem que o jornal da Madeira é vendido ao preço simbólico de 10 cêntimos, que, obviamente, não são cobrados, sendo o jornal da Diocese do Funchal, pago com dinheiros do erário público, porque, assim, o entende o Sr. Alberto João e nada, nem ninguém, o trava.

Mas, ainda, para maior detalhe dos limites da LIBERDADE DE EXPRESSÃO na Madeira basta seguir as queixas do mensário humorístico Carajau, neste, refere-se que o Governo de João Jardim tem uma equipa de advogados para processar a comunicação social, onde gasta, segundo aquele jornal, mais de uma centena de milhares de euros.

A questão do défice democrático na Madeira e do condicionamento da liberdade de expressão é um problema com muitos anos que todos conhecem, nomeadamente o PS Regional. Todavia por interesses, que só podem ser estranhos à democracia, tem sido escondido e suportado por todos os partidos, incluindo e, particularmente, o PS nacional, e os demais órgãos de soberania, enfim...

Mas porque agora se discutem problemas da mesma natureza, quanto ao governo central, pode ser que alguém queira ouvir as próprias denúncias do PS- Madeira, e, neste caso, de um modo particular, o Sr. Presidente da Assembleia da República. Não é possível ser infimamente democrata sem respeitar a livre expressão do pensamento divergente, qualquer limite a este exercício da cidadania relevam de um pensamento proto ou totalitário, não há volta a dar a este facto.

Reprimir a liberdade de pensamento é uma característica de todas as ditaduras de todos os tempos, e, obviamente, percebe-se porquê, com uma comunicação social domesticada é meio caminho para ganhar eleições.

Tudo isto é muito triste e lamentável, e, obviamente, que quando se estabelece qualquer paralelismo com as pseudo-democracias africanas a portuguesa terá sempre melhor qualidade.

Embora, não estejamos obrigados a copiar figurinos e devamos, se possível, avançar mais do que outros, pelo menos, no que nem sequer custa dinheiro e leva a poupanças, como seja, não ser corrupto e combater a corrupção ( há quem diga que, por aqui, se escoam mais de dois dígitos do PIB, fala-se em 13%, mas que pode ser bem mais que isso), mas se tivermos de nos referir a algum país que seja, por exemplo, à Noruega, ou muitos outros países da OCDE, que são dezenas, e em cuja lista nós ocupamos o 3º lugar de país mais desigual, imediatamente a seguir ao México e à Turquia, o que, é muito, muito grave, e não nos honra em nada.

Naturalmente que com BPN, o caso da Madeira, a gestão danosa que tanto por aí se pratica e tanta corrupção à solta e negócios ocultos ou ocultados, à Direita e à Extrema-Direita falece razão para serem os paladinos das boas práticas governativas. O diabo é que isto não serve de desculpa para outros erros. A Esquerda Socialista e toda a esquerda deviam fazer a diferença em relação às práticas do capitalismo de desastre, o que, frequentemente, não acontece, e penaliza dramaticamente a democracia, e impede a percepção pelos eleitores de qualquer alternativa política válida a este apodrecer, em que a Democracia vai definhando.

Espero que de tudo isto resulte uma melhor democracia para Portugal e para Madeira, no que, naturalmente creio muito pouco, mas que terá de acontecer, mais cedo do que desejam, os que sangram o país.


andrade da silva

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ENCONTRO COM FILIPE PAPANÇA: A MATEMÁTICA, A POESIA E A VIDA MILITAR:





O POETA E O MATEMÁTICO

De Edson Gonçalves Ferreira

Para Felipe Papança


O poeta prestava atenção na métrica
Enquanto o matemático o olhava curioso
Os dois preocupados com a harmonia do universo
Parecia pura contradição: ciência humana e ciência exata?
Estavam os dois embevecidos com o trabalho
Zelavam pela Beleza
Aquilo que agrada o ver e o sentir
Quando, de repente, não mais que de repente
O matemático perguntou ao poeta se ele estudou muito matemática
O poeta respondeu com a mesma pergunta: se o matemático estudara línguas
Quando os olhares se encontraram, os dois caíram na risada
Tinham feito uma pergunta tola um para o outro
A prova inconteste estava diante deles
A beleza do soneto do poeta e as operações fantásticas do matemático
Tudo tão lindo quanto à orquestração harmoniosa do universo
Sim, pois tudo obedece aos princípios das ciências
Das ciências no plural!


Divinópolis, 09.02.2010





APONTAMENTO DE REPORTAGEM.


Em 9 de Fevereiro, Filipe, Poeta, Professor de Matemática na Academia Militar, juntando estes três tipos de pó de que, parafraseando Sagal, alguns humanos serão feitos, num encontro muito interessante, realizado naquela data, ao cair da noite, no palácio Galveias, brindou-nos com uma dissertação sobre esta trilogia: matemática, poesia e instrução militar.

Julgo que o Filipe não encontrou a síntese destes três universos, sobre o que queria questioná-lo, mas a noite já tinha avançado muito e guardei a questão. Todavia revelou factos muito interessantes.

Assim, ao longo da nossa história e nos períodos mais marcantes das transformações sociais e politicas do país, surgiram iminentes militares a darem grandes contributos na área das matemáticas para a modernização do ensino militar, com as suas consequências no ensino civil. Neste escol de militares matemáticos estiveram os que sob a visão do Marques de Pombal reconstruíram a Lisboa destruída em 1755 – o grande Terramoto - castigo de Deus, segundo alguns. Já, então, os pecados eram mais que as virtudes.

O nosso querido amigo também invocou muitos militares matemáticos e poetas. Julgo que sendo o comando militar, por um lado ciência e, por outro arte, é um terreno muito propício para nascer a alma poeta. Talvez seja um poema a melhor forma de exalar o último suspiro, quando longe de casa se morre em nome da Pátria, em que, tantas vezes, os seus mandantes nos abandonam, como, aliás, fazem com a maioria dos mais dilectos filhos da Pátria, o Povo simples, o ZÉ.

Também penso que a arte faz desabrochar muito no meio militar a teatralização, daí se chamar aos campos de batalha teatro de operações, e de muitas das figuras carismáticas terem personalidades com traços histriónicos evidentes, e serem actores de eloquente gabarito.

Por entre poemas, colunas e as gentes esvoaçou uma linda e querida Vénus, desconhecida para alguns, por desdita faço parte destes, que lá registou este evento. A sua pose ao tirar as fotos foram de uma arte, uma beleza, bela, com aquele sorriso que só a alma diáfana e gentil sabe, assim, sorrir.

My God ! Que tanta e tamanha é a bem aventurança espalhada pelo mundo, mas … My God! A minha cabeça explode, os meus sentimentos tornam-se magma. Louco…

Obrigado Filipe.


andrade da silva

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Reminiscência



A cal escorria-me dos olhos azuis de tanto céu e transformava-se em manchas doiradas ao poisar no chão. O verde dos vinhedos coloria-me o vestido e mesmo as mãos lembravam acenos da paisagem. A terra tisnada num reflexo de tempo, de sol, abria-se à procura de ar ou de água que mais abaixo murmurava suave. Ribeiro, não,não era. Antes uma fita ondulante e musical a refrescar a tarde, rasgada apenas pelo som das cigarras. Pássaros não os havia àquela hora de calor. Perto da pequena nascente o zumbido atordoante das abelhas, numa reminiscência de mel.

Foi há muitos anos, tão longe daqui. Quase duvido ter sido eu a presenciar tal imagem da vida.

Não uso vestido rodado nem rodopio a cantar, mas sei que dentro de mim existe ainda, embora não saiba bem onde, essa que nos dias meninos olhou e viu.

                                                               Marília Gonçalves

sábado, 13 de fevereiro de 2010

APELO URGENTE À NOBREZA E AO CARÁCTER NUCLEAR DO PS.



EXPRESSO ESTA RIDÍCULA, MAS GENEROSA E INGÉNUA SOLICITAÇÃO:


“ QUE TODOS O QUE SÃO NOBRES DE CARÁCTER E DEMOCRATAS NO PS QUE LEIAM ESTE APELO E O PASSEM AOS DEMAIS. SERIA UM BEM PARA O PS, MAS SOBRETUDO PARA PORTUGAL”




Será que à alma sobrante do PS de nobreza e carácter ainda não acudiu a necessidade de combater as várias falácias:

» a de que existe liberdade de expressão. É evidente que dizem isto os que têm um longo repertório de vozes de donos, são polilofónicos, porque a verdade é que cada vez mais os órgãos de comunicação social estão nas mãos do poder económico que, lá, vão permitindo a liberdade de expressão, aos que apresentam naipes do CDS, PSD, PS E BE, e aos demais foi um vento que lhes deu;

» a das vítimas e paladinos da liberdade de expressão que agora são quase todos, e muitos ontem proclamavam que era uma patetice falar da falta de liberdade de expressão, agora, competem, entre si, para ver quem é mais vitima. Acrescento que conheço o que a censura, em 13 de Junho de 2008 foi mandado calar um blogue da associação 25 de Abril, para sanear as vozes incómodas, muito embora, nesse blogue se dissesse que era para falar livremente, sem peias, mas era só para os amigos; num outro blogue, porque tinha um pensamento divergente com o seu dono fui implicitamente criticado, e finalmente num jornal do Algarve, porque apareceu outra administração, alterou-se a linha editorial, o que também já aconteceu no Diário de Noticias, e, também por razões politicas ou ideológicas, o grande paladino da liberdade de expressão, da ocasião que passa, o Sr. Manuel Fernandes, afastou alguns comentadores do jornal Público. Resumindo nesta área há muito praticante da censura;

» a falácia de que o que importa discutir é somente o desemprego e a economia, obviamente que estes são as questões mais importantes para a maioria do povo. Todavia são questões fundamentais do Estado de Direito o funcionamento do Estado, como e a quem são distribuídos os cargos mais importantes nas empresas públicas; como é que as empresas públicas e privadas financiam as campanhas eleitorais, etc? Qual a natureza e a qualidade da nossa Democracia e do Estado de Direito? E estas questões têm de ser discutidas, porque os dinheiros desviados dos cofres do estado para as trafulhices acabam por faltar nas escolas, hospitais etc.

» a falácia dos aspectos formais, o não conhecimento formal por parte do governo das intenções de compra de televisões etc contra os factos, e ainda a falácia da menção de censura contra o governo, que, obviamente, só poderá ser avançada depois do PSD resolver a sua questão interna, e que, portanto, a estratégia será a de deixar o governo cair de podre, prejudicando a democracia e a imagem do país. É evidente que a estratégia da direita e da extrema-direita é criar todos os dias novos casos que o vasto desvario, profundo sentido de impunidade e de posse do poder total permitiu ao Sr. 1ºMinistro praticar, real ou supostamente. É de admitir que sobre o 1º Ministro podem recair muitas mentiras ou verdades que o PS pode desconhecer, mas há uma notícia que muitos militantes do PS conhecem bem, se é verdadeira, ou falsa, a de que o Sr., 1º Ministro por mau feitio dava cabo todas as semanas de um Telemóvel, como a Visão, on-line revela?

E para além disto:


Será que o PS ainda não viu que muitos dos seus amigos de ontem, estão de facas afiadas para alterar a actual situação politica em favor da direita e da extrema-direita?

Será que o PS ainda não viu que quanta mais areia atira para todas as questões que o jornal SOL revela, cada vez mais, torna obscuro este assunto com total prejuízo para a Democracia, para o governo, para o partido e para a esquerda em geral?

Será que o PS ainda não viu que hoje os seus detractores usam os próprios argumentos que o senhor Eng. Sócrates usou, aquando de casos idênticos com o 1ºMinistro Pedro Santana Lopes?

Será que o PS ainda não viu que se ontem só falavam do condicionamento da liberdade de expressão o jornal SOL, o Público, a SIC e a TVI, hoje, são todas as estações e todos os jornais?

Será que o PS ainda não viu que está a perder toda a iniciativa, e que o governo só sabe atirar areia para cima destes assuntos, e não consegue sair da zona de morte da própria emboscada que criou?

Será que o PS não percebeu que hoje todos os jornalistas se apresentam como profissionais condicionados pelo poder político?

Será que o PS ainda não viu que quanto mais se atrasar na resposta forte e novo, nesta matéria, criando mesmo um novo governo, ou elegendo novo secretário geral do PS, pode perder não só o governo, mas poderá, o que é mais grave, fragilizar irremediavelmente a democracia, e entregar o poder à direita e extrema-direita que obviamente estão a forçar todos os recursos legais e sobretudo a sua comunicação social, que é quase toda, para ganhar o poder, o que acabará por acontecer se o PS se mantiver à defesa e enredado numa mortal culpabilidade, porque nem defende de um modo motivado o seu secretário geral, como deveria acontecer se cresse que havia uma acção mancomunada contra o 1ºMinistro, nem procura esclarecer todo este enredo de compra de órgãos e de dinheiros de empresas para as campanhas do PS, como sejam os 750 mil euros pagos ou a pagar pela PT para essa figura celestial, o jogador Figo, intervir nas campanhas do PS. MY GOD, sem comentários.

O PS não deve esquecer nenhum destes pontos, num contexto de grave crise moral, ética, social e politica, e deve assumir as responsabilidades que lhe cabem, e reunir com a máxima urgência os seus órgãos de direcção para definir novos rumos, ou esclarecer claramente toda esta vergonhosa história. Manter-se na posição de atirar areia, ou de silêncio e completa imobilidade será a curto ou médio prazo um completo desastre para o PS e para a esquerda, e o grande responsável por tudo isto foi o autismo, o medo e a falta de coragem que se instalou no PS de dizerem o que deviam dizer ao Primeiro Ministro e Secretário Geral do seu partido.

Por tudo quanto acontece os mais responsáveis são os pseudo amigos do primeiro-ministro que alimentaram o seu narcisismo, o mito do animal feroz, e que também acabarão por abandoná-lo, como os seus amigos jornalistas, que agora só se queixam do condicionamento ao exercício das suas funções pelo poder.



O PS NOBRE, DEMOCRÁTICO E DE ESQUERDA DEVE AGIR E SAIR RAPIDAMENTE, COM ENERGIA E NOVAS SOLUÇÕES DE ESQUERDA, DIGNIDADE, DE DIREITO E DE JUSTIÇA SOCIAL, DA ZONA DE MORTE DA EMBOSCADA QUE CRIOU, E SOBRE A QUAL CAÍU.

Nobre povo do PS não podeis deixar atolar o país neste vergonhoso pântano, que é de ontem, de hoje e de amanhã se não se quebrar a coluna vertebral a hidra neo-liberal do capitalismo de desastre, como Naomi Klein define em “ A doutrina do Choque”, editado por SmartBook, 2009, capitalismo este, entre nós representado pelo centrão + CDS = desastre, corrupção, delapidação, no interesse de alguns, da coisa pública.


andrade da silva 13 fev 2010



PS: Que se enamorem muito entre si, e também se descubra uma nova e luminosa saída para PortugaL, para que a nossa Pátria/ Mátria/ Frátria, seja a(o) namorada(o) dos nossos dias, enquanto portugueses.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

AVISAR A MALTA:




ALERTA!

Há por aí muito, muito mesmo, falso paladino da defesa da Liberdade: uns operam à luz do dia com belos discursos em sua defesa e outros ocultos, mas entre todos há uma Santa Aliança de silêncio e cumplicidade, para serem os coveiros da democracia liberta e livre”.




Face ao ataque massivo e total da direita e da extrema-direita na conquista de todos os órgãos da comunicação social, através do seu poder económico, que lhes permite comprar todos os órgãos até, o do mais pequeno e ignoto lugar de Portugal, para publicitar o que bem entender, como até os anúncios da TV paulatinamente referem, o que faz a esquerda?
Em termos estratégicos a esquerda deveria ter antecipado respostas, e no mínimo, em termos tácticos defensivos, o que, é sempre uma desvantagem, devia responder aos avanços da direita, mas o que faz?
Sem estratégia e sem táctica morre, e deixa-se apanhar pelas curvas e contra-curvas que o PS e o governo tecem. Penso que alguns gostariam do regresso aos tempos heróicos das lutas cruentas, só que, a disponibilidade para o sacrifício transcendental, hoje, é menos intensa. A burguesia esmagadoramente quer é conversa fiada de protesto, e uma parte do povo vive alienada pelas telenovelas e vitórias do Benfica, e o resto que se lixe.
O problema da liberdade de expressão não toca de um modo grave e universal a todos. Muitos eleitores estão-se nas tintas para esta questão, e mesmo a quem o assunto interessa, parece não ver que as trapalhadas, omissões na legislação em defesa da pluralidade de opiniões e cumplicidades do governo e do PS, em cujo seio, como em muitos outros partidos, também há muito inimigo da liberdade de expressão para o pensamento divergente, leva a que a direita e a extrema –direita, sem sujarem as mãos, estejam a fazer a maior concentração de compra dos órgãos da comunicação social, para obtido este monopólio darem a machadada completa na liberdade de expressão.

O sucesso deste esquema, obviamente, que se deve à falta de convicções nesta área por muita gente do PS, o que, não permitiu a constituição de órgãos democráticos para a supervisão do pluralismo na informação, enquanto serviço público, e também não encontrou eco ao nível de alguma esquerda que constituiu núcleos duros neste ou naquele órgão de informação, de que o jornal Público é um exemplo, e, consequentemente, sentiu-se protegida, por ora, neste pântano.
Sem nenhuma estratégia à esquerda, com as trapalhadas do PS e com a moleza de alguma esquerda comodamente instalada neste ou naquele órgão, naturalmente que, assim, a direita e a extrema-direita se vão instalar na Comunicação Social e em S. Bento e mesmo em Belém.
Em Portugal, como na América, as pessoas só poderiam mudar a sua posição conservadora, se à esquerda alguém protagonizasse um verdadeiro sentido de mudança, como isso, pode não acontecer, as pessoas poderão optar pela segurança que a direita inspira, como, aliás, tem acontecido na Europa, e, já agora, no Chile.
A esquerda tem de reinventar o Futuro e, sobretudo MEXER-SE, DEIXAR A RETÓRICA TÃO COMUM, DESDE SEMPRE, À BURGUESIA, QUE QUANTO MAIS DECADENTE ESTÁ, MAIS SE ATOLA NA PANTONICE, NA RETÓRICA E NOS JOGOS PALACIANOS, QUANDO O TEMPO É DE DEFINIR ESTRATÉGIAS E TÁCTICAS DE ACÇÃO E MOBILIZAÇÃO QUE CONTEM COM O POVO - OS PLEBEUS .

Há quem diga que já não há plebeus, ou que ninguém se sente como tal, mas na realidade o que mais existe, são plebeus e servos, basta andar nas ruas e nos transportes públicos para os topar, mesmo desgraçados, então , o que faz falta?

Se eles dizem e imaginam-se outra gente, é porque estão anestesiados, condicionados, ora, se se LIBERTAREM DO EFEITO REACCIONÁRIO E VIL QUE OS SUBJUGA compreenderão a sua miserável situação, e lutarão para serem de facto, realmente, cidadãos com igualdade de direitos, face a igual mérito, situação que está muito longe de acontecer.

PORTANTO, É PRECISO NOVAMEMTE AVISAR A MALTA E AGIR, MEXER-SE. DEIXAR A RETÓRICA. MOBILIZAR O POVO COM NOVOS AGENTES, NOVOS DISCURSOS, NOVAS PRÁTICAS, COERENTES, TRANSPARENTES, GENUÍNAS, VERDADEIRAS, E ACABAR DE VEZ COM O COMPORTAMENTO MANHOSO, MANIPULADOR, MENTIROSO, PÓS –REVOLUCIONÁRIO, PROTO-TOTALITÁRIO, DE DIZER UMA COISA, E NO QUOTIDIANO SER TÃO MALANDRO, COMO OS DEMAIS, TORNANDO TUDO ISTO NUMA POCILGA, O QUE PODE LEVAR A QUE MUITOS DOS 50% DE ELEITORES QUE SE ABSTÊM O FAÇAM, POR SE RECUSAREM A PARTICIPAR NESTE TEATRO DE MARIONETAS.

A visão negativa de que a politica é porca, deve-se a milhares de comportamentos errados praticados de norte a sul do país, por cidadãos eleitos que depois são protegidos pelas trituradoras máquinas partidárias que eticamente deviam pugnar pelo comportamento justo e honesto dos seus membros eleitos, e, pelo contrário, por conveniência eleitoralista ou outras os protegem.
AVISEMOS A MALTA, E SOBRETUDO AVISEMOS QUE A PROMOÇÃO DE MESSIAS A LÍDER NO PSD É UM GRANDE GOLPE DA DIREITA E EXTREMA-DIREITA NESTA GRANDE JOGADA, OU SEJA, OS QUE SÃO PROMOVIDOS A PALADINOS DA DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, PODEM CONDUZIR-NOS DA ASFIXIA DEMOCRÁTICA, À MORTE DA DEMOCRACIA.

MAS O QUE PODE VALER MAIS, A ASFIXIA DEMOCRÁTICA, OU A MORTE DA DEMOCRACIA? SE A DEMOCRACIA, PARA O SER, SÓ PODE SER LIVRE?

Com Lideranças à altura da Emergência Nacional que se vive, o POVO DARÁ O SEU CONTRIBUTO PARA A VITÓRIA DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE.



andrade da silva

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010


pisco de peito ruivo

voltaste
de novo
ao meu quintal
meu
pisco de peito ruivo
pequenino ser
viajante
da natureza
natural
modesta criatura
efémera
como eu
meu igual
voltaste
e o teu peito
ruivo
logo alegrou o meu
que não é ruivo
mas podia ser
de alegria

por te ver.



Publicada por azinheira sou eu

domingo, 7 de fevereiro de 2010

EMERGÊNCIA DEMOCRÁTICA NACIONAL. SIM!


S.O.S


Resposta urgente ao comentário preocupado da leitora Azinheira e aos demais que vivem a mesma grande e perturbadora ansiedade, a cujo grupo pertence este obscuro cidadão que vos escreve, mas que sendo um militar de Abril por dever moral, calar não se pode e, mais, NÃO DEVE. Dever que obriga a todos os portugueses democratas e, de um modo particular, aos não vencidos ou convencidos militares de Abril, pela plutocracia”



Sim os bons Portugueses dormem, mas sobre esse descansado dormir, a democracia morre ferida de mil ataques, jogadas e misérias mais próprias de um regime dos confins africanos, com vivências à lá mugabe, em termos de uma vergonhosa corrupção económica, politica e moral que nem os tribunais, nem a opinião publica, nem o parlamento julgam.

Parece, sente-se uma fria e terrível sensação de tudo estar saque, e que o aviltamento das almas, sobretudo a do Povo, não pode ser mais trágico. O que aconteceu a este Portugal?

Sim. O que nos aconteceu?

O momento que atravessamos é de uma gravidade extrema a DEMOCRACIA MORRE a machadadas vis com muitas e graves cumplicidades, a maior e mais grave, a da ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, em que, como corajosamente denuncia Cravinho, os lideres parlamentares parecem assobiarpara o lado nestas horas trágicas que podem acabar muito, muito mal, com o regresso da direita ao poder, muito reforçada pela extrema-direita, pela via eleitoral, por ora, se isso chegar.

Sobre os últimos desenvolvimentos políticos: a negociação do orçamento geral do Estado, as transferências financeiras para a Madeira, ( minha querida terra, sem governo democrático) o caso de Mário Crespo e, mais grave, o envolvendo a compra da TVI, Correio da Manhã e Público, podendo envolver altos dignitários da Governança, só mesmo a completa alienação das coisas da res -publica não obriga a uma clara, pronta e urgente intervenção da Assembleia da Republica, para indagar a verdade sobre todo o esquema que um procurador da Republica e um juiz referem existir nestes casos para tentar alterar o sentido do voto dos portugueses.

Facto que se real, poderia mesmo alterar a configuração legitima e democrática do poder, instituindo, em última instância, uma ditadura da maioria contra a vontade genuína dos eleitores que só se pode exprimir em eleições intrinsecamente livres e democráticas, o que, já mesmo em circunstâncias normais não acontece completamente, mas tanto pior, quando planeadamente se adulteram os mecanismos de formação da opinião


Neste âmbito também cabe e deve:

» O governo analisar e questionar sobre a verdade da existência ou não daquele denunciado esquema, para a tomada viciada do poder pela via eleitoral;

» Ao Sr. Presidente da República questionar o Sr. Procurador Geral da República, sobre os fundamentos da sua decisão de não investigar os indícios, que parece muito prejudicada face aos despachos revelados e às notícias sobre a rede tentacular denunciada na comunicação social para obter os objectivos referidos nos despachos. Rede que tal como é apresentada é coerente com os objectivos pretendidos, ou seja, condicionar gravemente o resultado eleitoral, o que, de acordo com esquema denunciado só não aconteceu por haver liberdade de expressão e uma imprensa não completamente controlada, o que, se procurava eliminar;

» A todos os portugueses exigirem aos vários órgãos constitucionais que ajam, e à Assembleia da República que garanta a legalidade democrática.


Numa palavra é preciso tudo fazer, para que não se perca a essência moral da democracia e da Republica, baseada no comportamento ético dos representantes do povo e no funcionamento legal das várias instituições, e no procedimento de igual modo para todos os cidadãos, como só pode ser o caso, dos tribunais e da justiça.

Se tudo isto ruir: a dignidade dos agentes políticos, a verdade das eleições, o comportamento honesto, a justiça social, a liberdade de expressão, deixa de haver democracia, há somente um simulacro que mais cedo, do que tarde, aproveitará a um qualquer ditador totalitário.


Como militar de Abril independente, somente ligado aos compromissos sagrados e intocáveis do Movimento das Forças Armadas, que se mantêm vivos, e para cujo sucesso contribuí desde sempre. Desde 1972 que denunciava em carta dirigida a um meu camarada a necessidade de nos levantarmos contra o regime podre, não posso calar a minha angústia e revolta, por ver tanto pântano, em que nos afogamos, e, por isto, aqui, ladro, nas quem me ouve?


Poucos, porque, como convém, dirão, o que pode este obscuro cidadão? Nada, mas como cidadão faz o que pode, e faz, assim, o que deve. Dever extensivo a todos os democratas, aos partidos, nomeada e particularmente ao PS que não se pode reduzir à voz troante e incómoda do Sr. Lelo, e ainda de uma forma particularíssima aos MLITARES DE ABRIL NÃO VENCIDOS OU, PIOR, CONVENCIDOS PELA PLUTOCRACIA.

7 Fev. 10. Um momento grave da DEMOCRACIA Fundada em 25 de Abril 1974

andrade da silva

Amizade ou Julgar?


Amizade


Ninguém tem o direito de julgar a outro, suas roupas, porquês, seus méritos, suas melhores ou piores decisões, pois para isso, teria que saber ler as entrelinhas da vida, algo raro, cujo dom a poucos acompanha...


Renata Bucciarelli

REBRA
"REBRA-Rede de Escritoras Brasileiras"

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Carta a um Capitão de Abril e a sua Resposta...



Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010
Carta a um Capitão de Abril

Estimado Capitão
Andrade da Silva

Essas Pias que tão bem recorda e fala e aonde ainda é recordado por alguns, são as “minhas” e as de Francisca, como disse o nosso amigo Carlos Domingos, poeta do mundo, que tal como ela, Francisca, foi um militante clandestino contra o fascismo de então e o de agora.
Essas Pias pertencem ao concelho de Serpa, mas já pertenceram ao de Moura antigamente. Por isso aquela moda, natural de Pias: . Isto em boa pronúncia pieira, que é como deve ser cantado. Pois eu recordo-me bem, quando o capitão, então alferes, Andrade da Silva lá andou. Se não estou em erro, até esteve na ocupação da herdade da Ínsua, perto da herdade do Alvarrão. A Ínsua fica na margem esquerda do Guadiana, já para os lados de Moura. Eu também lá estava nesse dia, trabalhando. Recordo-me de quando nos reunimos todos, sob a copa da azinheira, onde todos os dias descansávamos ao almoço. Os militares, então muitos bonitos nas suas fardas, que já não representavam tristeza, barba escura e cerrada, negros e compridos os cabelos. Soldados de arma ao ombro e revolução em riste! Imagem mítica de guerrilheiros da Sierra Maestra, transposta para o Alentejo, vermelho de esperança. A esperança estava em todos os olhares e rostos e peitos e corações. E saía para o ar provocando explosões, de alegria. Eu, rapariga nova (não o são todas as raparigas?) 16 anos! Assistia a tudo, um pouco afastada, tal como as minhas companheiras, que ali estávamos todas juntas, separadas dos homens como era o hábito. Não porque não quiséssemos estar lá junto deles, a ouvir todas as palavras e a guardá-las em nós. Mas é que os homens, tão revolucionários eram e não nos queriam lá, perto deles. Não nos deixavam chegar a certos sítios que julgam só deles, ainda hoje.
Mas nós é que já não somos raparigas novas, já nos passaram pela pele 35 anos. Já não estamos para isso, apesar das tentativas que ainda hoje alguns fazem. São pequenas revoluções que temos de travar, todos os dias. Mas essa seria outra conversa e não é chamada agora para aqui.
Pois eu e as minhas camaradas não ouvíamos todas as palavras. Chegavam-nos algumas: revolução, exploração, a terra a quem a trabalha, viva a reforma agrária. Mas no final ouvimos distintamente: viva o 25 de Abril! E todos e todas respondemos unissonamente: o povo unido jamais será vencido!
Esta é uma recordação, que eu não sei se é também do Capitão, apesar de ser Alferes então, se realmente lá esteve nesse dia ou não, mas ficou para sempre, guardada em meu coração.

25 de Abril sempre! Fascismo é que nunca mais!
Publicada por azinheira sou eu, no blog:







Quarta-feira, 3 de Fevereiro de 2010
Resposta de um Capitão de Abril
Cara Amiga

Obrigado. Andei por muitas terras, naturalmente estive perto de si, mas o problema das terras era comum a Pias e a outros lugares, mas o que me deu água pela barba foram os problemas dos lagares.

Amei Pias, como todo o Alentejo. As pessoas mexiam-se e as coisas aconteciam. Construia-se o Futuro e da minha parte nunca ao de leve passou qualquer divisão de partidos, para mim era a aliança pura do Movimento das Forças Armadas e o Povo, era a justiça em marcha, era a construção do Futuro, nunca pratiquei violência contra ninguém, mas nunca aceitei que alguém se pudesse deitar sem pão, só porque o lagar não funcionava, ou a terra não produzia, isto, nunca devia ter acontecido, e, então, depois de Abril era impensável e nunca comigo isso poderia ser tolerável.

Honro-me de ter evitado a violência, mas ter ajudado a crescer a alegria, e a fazer com que se pagasse milhares de contos em salários em atraso. Todos os latifundiários denunciados por essa prática cobarde, depois de muita resistência lá arranjaram os trocos para pagarem

Ao povo de Pias um grande abraço e para si.

Andrade da Silva
Gentilmente "retirado" do blog: www.soplanicie.blogspot.com
a quem se agradece, reconhecido, a gentileza.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CARNAVAL DE LOBOS.



Num país longínquo, na estratosfera, está tudo doido, andam todos a brincar a um triste e perigoso Carnaval, andam uns senhores a administrarem a coisa publica, como se fossem reis e donos de toda a riqueza nacional, ao serviço dos fidalgos e dos burgueses de que são amigos, que se corrompem uns aos outros, mas, obviamente há piores e mais eficazes padrinhos, só que esses vivem em países em que há petróleo para tudo, neste outro, de que falo, nem batatas já existem.

Neste país instituiu-se um regime que tem o pior do monárquico, a sobranceria, a pré-destinação e a consideração de que para além dos nobres, dos burgueses e do clero, só existe o “pagode” que é um pouco abaixo do 3º estado nas monarquias modernas, e o pior de uma república, - a coisa pública seria da comunidade de todos os cidadãos, quem o diria? - o desejo esquizofrénico de uns plebeus se igualarem ao Rei, como, um outro, dos seus penhascos grita, a propósito de uns certos alguns.

Nesta país falam-se de negociações que são uma verdadeira peça de Carnaval, fala-se de pântano, como se fala de milhões roubados ao erário público para beneficio dos mesmos de sempre, fala-se de crise, e diz-se para os desgraçados a pagarem, sem beliscarem os ricos, e sem se dizer que este país exíguo já perdeu a independência, como hoje, o diz uma pavoa empertigada, mas que outros dizem há séculos, que depois de um Rei imberbe, que endoidou, ter partido para uma batalha num Al qualquer que de quibir se vergou. Uma verdade escondida por certo nevoeiro de falácia.

Neste país, um dia, a juventude que dava o sangue em guerras longínquas quis pôr termo à ditadura que matava a nação, e dava cobertura a meia dúzia de famílias que alimentavam o totalitarismo e tudo sugavam. Àqueles jovens filhos ínclitos da Nação e da República, foi-lhes cortado o passo pelos serventuários do estrangeiro que receberem milhões para sabotarem a libertação, e de todo o dinheiro se aproveitaram para a boa gestão das suas contas e dos seus apaniguados, aterrorizando o pagode que carros de combate dos fascistas vizinhos invadiriam as colmeias de comunistas, mas que os demais corriam risco, se não dessem cabo da rapaziada comunista que quereria fundar um exército de libertação, o que, só poderia acabar numa ditadura comunista – como esta ficção, parece-me, por vezes vivida, mas é próprio dos sonhos, segundo Freud que estes tenham uma parte real e outra onírica, o que, será o quê, neste meu pesadelo ? - e a parte da Igreja reaccionária abençoou os ateus que, em conluìo e sob a bandeira reaccionária, queimaram na fogueira inquisitorial a esperança e a fé. Venceram.

Só que depois reuniram-se em conclave com todos os vampiros, e logo traçaram o guião de todo um cenário trágico- cómico que só pode acarretar um mau Carnaval, um Carnaval fúnebre, um Carnaval de lobos, um desastre para a Pátria, mas o pagode, entretanto, vive a leste disto tudo, pensam que vivem no país da Alice das maravilhas, mas quando acordarem, se acordarem deste pesadelo, logo verão que só há cinismo e mentira em qualquer anunciação de Bom Carnaval, pois o que se quer é que o pagode se lixe e que o país caía exangue, e mais se curve perante o estrangeiro.

O Carnaval vai continuar até um funeral da Pátria. Mas onde está todo o povo? Será que o país desta gente está toda no WC?

Haverá bons Carnavais nas antecâmaras da morte? Mas se o tal pagode quiser, sabe-se lá porquê, fazer um Carnaval “à là séria”, como será?.

Por vezes penso, como seria triste e desgraçado, se um dia acordasse e o meu país de Abril tivesse alguma coisa a ver com este submundo que, em pesadelo acordado, vislumbrei. Penso que isso nunca será possível, porque um povo que um dia, num 25 de Abril próximo, venceu, jamais pode ser vencido, porque como se dizia na canção, como a gaivota queremos voar, porque como ela somos livres.

Brinco, imagino loucos cenários, mas somente CHORO e SINTO LUTO PELA LIBERDADE, PELA DIGNIDADE, mortas num país distante e muito estranho que amo, mas que me é ESTRANGEIRO. Sou já um estrangeiro de mim mesmo. Grito:

NÃO MATEM O PAÍS LIVRE EM ABRIL NASCIDO.

Andrade da silva 4 Fevereiro 2010

PS: Só por mera coincidência em Portugal reuniu o Conselho de Estado para estudar o Futuro da Nação, e os que concordaram com OGE, para 2010, desentenderam-se por causa das transferências financeiras, para a Madeira, minha querida terra, onde, reina, o rei da reinação, mas também do arbítrio, João Jardim, que fez hoje 67 anos, e desejou-nos um Bom Carnaval, mas qual e quando?

CONVITE


Montmartre


Montmartre, santuário natural
como sua gente,
que nem sabe o que sente;
Algo superior,
Vindo do interior.

Filipe Papança



CONVITE


Caro amigo:

Na terça- feira, dia 9 de Fevereiro, às 19h30, vou dar uma palestra no Palácio Galveias sobre:
A matemática, a poesia e o Ensino Militar
Aparece e divulga
Com amizade,

Filipe Papança

CARAS Amigas e amigos aceitem o convite.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

INTERROGAR A HISTÓRIA, OS SEUS QUÊS.






RESPOSTA URGENTE E BREVE À PERGUNTA DA MARÍLIA, abaixo postada.




Tinha um post feito para editar sobre Liberdade de Expressão e Democracia, onde, iria abordar a pergunta da Marília, todavia até às 20 horas não sabia que o executivo da TV, presente no almoço, a que se refere o jornalista Mário Crespo, era o Director da SIC, logo um superior hierárquico do jornalista, facto que altera um pouco análise ao caso.

Todavia uma resposta urgente àquela pergunta leva-me a intervir, para dizer que se todas as perguntas são legitimas, é absolutamente necessário compreender que as respostas ao FUTURO, ESTÃO NO FUTURO.

Quanto a Hitler, PORQUE NASCEU DE UM DADO CONTEXTO OU PARTIDO, como já fiz notar no texto que escrevi sobre a violência, a maldade está disseminada intersticialmente por entre a natureza humana, portanto, nenhuma interrogação ao passado, criando relações causais entre personagens e partidos, é, na minha opinião, resposta para hoje. A realidade deve ser analisada na sua complexidade e mobilidade, não há nenhum facto no passado que dê uma resposta para o aqui e agora e para o Futuro.

O passado tem de ser analisado para melhor entendermos o presente e o Futuro, mas o que será este, é o que a partir de agora construirmos, pelo que a pergunta de qual o partido de Hitler, não acrescenta nada à construção do Futuro.

Hitler é um subprotudo da decadência de toda a Alemanha, provocada pela humilhação a que a Europa arrogante a submeteu. Os Grandes responsáveis pela emergência de Hitler são os países Europeus vencedores, depois a cumplicidade de milhões de alemães, o partido foi o nacional-socialista, como podia ter sido outro qualquer, e tê-lo-ia sido noutra circunstância, se, entretanto, Hitler não tivesse sido o polarizador do descontentamento naquele momento e pertencesse àquele partido. Interessa pensar que os ditadores emergem mais por força das conjunturas nacionais e internacionais, do que por força de partidos que não tenham uma matriz e uma prática totalitária reiterada.

Não há respostas fáceis na História. O Futuro é uma nova construção que se faz sem esquecer o passado, mas em que este não é nunca uma fatalidade e muito menos um monstro estático, obviamente, que podemos chegar a situações mais totalitárias que as do passado, mas os protagonistas vão agir e agem de modo diverso, é preciso olhar em redor. Quem cometer erros grosseiros também vai ter dificuldade em ser o homem do leme, numa eventual e trágica passagem da democracia para o totalitarismo, outra será a personagem, porque quem a isso se propuser na vigência da democracia não passará, por mais frágil que esta seja. Um eventual futuro Ditador ainda estará encoberto, este ainda não é o seu tempo. O mais importante é evitar a criação as condições objectivas e subjectivas que possam provocar a sua emergência.

Andrade da silva

uma só linha de Pergunta assinada pela Marília


O Hitler e o Mussolini de que partidos surgiram?
Quem responde? Marília

O Fim da Linha


Este artigo vê aqui a luz do dia, porque o Mário Crespo viu interdita a sua publicação no Jornal de Notícias. Não só foi interdito, como cessou a colaboração que regularmente vinha mantendo. Esta é a DEMOCRACIA que temos e a LIBERDADE que nos espera.
Não brilhamos pela novidade, pois foi denunciado no Telejornal da SIC e assumido pelo próprio.
Daqui endereçamos os nossos respeitos pela atitude corajosa e frontal do Conselho de Redacção daquele Canal e do seu Presidente.

Ao Mário Crespo diremos tão sòmente, que este espaço estará sempre ao seu dispôr.

E, se alguns "AMIGOS" que nos espreitam o quiserem encerrar, como já aconteceu a outros congéneres, avancem. Todos nós vimos de um tempo em que isso era normal e corrente. Só o mandante era mais astucioso e inteligente. Haverá motores internacionais e livres que nos acolherão.


Jerónimo Sardinha






O Fim da Linha

Terça-feira dia 26 de Janeiro.

Dia de Orçamento.

O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa.

Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”).
Fui descrito como “um profissional impreparado”.
Que injustiça.
Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal.
Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”.

Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o.
Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”.

É banal um jornalista cair no desagrado do poder.
Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos.
Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos.

Isto é mau para qualquer sociedade.
Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados.
Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”.

Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre.
Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009.
O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu.
O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”.
O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”.
Foi-se o “problema” que era o Director do Público.
Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu.
Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) na imprensa.



Trabalho de pesquisa da autoria do
Coronel Andrade da Silva

Jerónimo Sardinha
2Fev10