terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

INTERROGAR A HISTÓRIA, OS SEUS QUÊS.






RESPOSTA URGENTE E BREVE À PERGUNTA DA MARÍLIA, abaixo postada.




Tinha um post feito para editar sobre Liberdade de Expressão e Democracia, onde, iria abordar a pergunta da Marília, todavia até às 20 horas não sabia que o executivo da TV, presente no almoço, a que se refere o jornalista Mário Crespo, era o Director da SIC, logo um superior hierárquico do jornalista, facto que altera um pouco análise ao caso.

Todavia uma resposta urgente àquela pergunta leva-me a intervir, para dizer que se todas as perguntas são legitimas, é absolutamente necessário compreender que as respostas ao FUTURO, ESTÃO NO FUTURO.

Quanto a Hitler, PORQUE NASCEU DE UM DADO CONTEXTO OU PARTIDO, como já fiz notar no texto que escrevi sobre a violência, a maldade está disseminada intersticialmente por entre a natureza humana, portanto, nenhuma interrogação ao passado, criando relações causais entre personagens e partidos, é, na minha opinião, resposta para hoje. A realidade deve ser analisada na sua complexidade e mobilidade, não há nenhum facto no passado que dê uma resposta para o aqui e agora e para o Futuro.

O passado tem de ser analisado para melhor entendermos o presente e o Futuro, mas o que será este, é o que a partir de agora construirmos, pelo que a pergunta de qual o partido de Hitler, não acrescenta nada à construção do Futuro.

Hitler é um subprotudo da decadência de toda a Alemanha, provocada pela humilhação a que a Europa arrogante a submeteu. Os Grandes responsáveis pela emergência de Hitler são os países Europeus vencedores, depois a cumplicidade de milhões de alemães, o partido foi o nacional-socialista, como podia ter sido outro qualquer, e tê-lo-ia sido noutra circunstância, se, entretanto, Hitler não tivesse sido o polarizador do descontentamento naquele momento e pertencesse àquele partido. Interessa pensar que os ditadores emergem mais por força das conjunturas nacionais e internacionais, do que por força de partidos que não tenham uma matriz e uma prática totalitária reiterada.

Não há respostas fáceis na História. O Futuro é uma nova construção que se faz sem esquecer o passado, mas em que este não é nunca uma fatalidade e muito menos um monstro estático, obviamente, que podemos chegar a situações mais totalitárias que as do passado, mas os protagonistas vão agir e agem de modo diverso, é preciso olhar em redor. Quem cometer erros grosseiros também vai ter dificuldade em ser o homem do leme, numa eventual e trágica passagem da democracia para o totalitarismo, outra será a personagem, porque quem a isso se propuser na vigência da democracia não passará, por mais frágil que esta seja. Um eventual futuro Ditador ainda estará encoberto, este ainda não é o seu tempo. O mais importante é evitar a criação as condições objectivas e subjectivas que possam provocar a sua emergência.

Andrade da silva

4 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Caro Companheiro

aqui quanto a mim, a politica, não pode ser uma questão de bondade ou da ausência dela no ser humano. Mas de Democracia, de República, onde tem que haver leis que enquadrem direitos e deveres e que não permitam
precisamente que alguém por razões que lhe são pessoais, prejudique a Sociedade em Geral.
Claro que gente boa ou mà pode surgir onde quer que seja, mas a democracia devia ter protecções que impeçam loucos sejam de que tipo forem de fazer deslizar a democracia para a ditadora.
São precisas referências cidadãs, de respeito,que impeçam que ou por traumas, ou por maus instintos, um individuo provoque situações de sofrimento entre os povos, levando-os a descrer de tudo e do amanhã
senão acabaremos por entrar num ciclo vicioso.
E claro que quem faz aplicar a lei ou aqueles que a votam devem ser os primeiros a dar o exemplo. Ou pelo menos deviam.
o faz o que eu digo não faças o que eu faço, não pode ser o modelo para uma Democracia, mesmo para que os partidos possas ser e sejam credíveis.
é que eu acredito no ser humano.
acredito que há uma saída.
Mesmo que leve tempo a encontrá-la
tem que ser para o bem geral
Marília

andrade da silva disse...

Como é óbvio isto não é uma questão de bondade ou maldade,o que quis dizer é que numa situação extrema há Hitler`s em muitos partidos e n a sociedade. O do seculo passado foi nacional-socialista, um ditador emergente hoje pode ser do partido o raio que o parta, hoje será diferente foi isto que quis dizer. Salazar era dos grupos da acção catolica,etc.

Até, como defendo que o homem não é nada bonzinho têm de ser as leis democraticas a impedir os desmandos, tem de ser a politica, mas o circuito tende a ser vicioso, porque quem faz a politica, quem avalia,julga etc. são outros homens, mas obviamente que há meia dúzia de homens que ultrapassam e dominam a sua maldade ao serviço de causas, mas são residuais, muitos estão presos, outros nos cemitérios, outros fazem o que podem que é muito pouco.

Quantos cinicos conhece que se dizem gente de bem e já calaram rádios à bomba, fecharam jornais, arrumaram blogues e de que partido serão?

E o que terão a ver com Mussoloni, aliás, muitos deles considero pós-revolucionários, proto-totalitários, isto é, gente de muitos lados, mas irmanados pelo totalitarismo praticam os mesmos actos, é isto de que falo,claro que o modo de dar volta a isto é com a conquista do poder por gente que queira fazer leis justas e pugnem por práticas transparentes e honestas, mas a questão é saber onde estão, e como podem ganhar o poder em democracia.

A resposta se olharmos para a europa não parece fácil, e aqui voltamos ao mesmo, que é os vencedores não mobilizam as virtudes dos homens, mas ganham pelo apelo ao egoismo, à gula,á luxuria, ao consumismo etc.

Pois tudo é uma questão da politica, mas quando e onde estiveram em praticas as leis justas promotoras do bem comum, onde, está a republica larga, fraterna de todos e para todos os portugueses?

Nós podemos dizer tudo, mas o nucleo duro de tudo, o ponto de partida e chegada de tudo é e será sempre o homem, só haverá politicas justas, quando através da educação e da aprendizagem da generosidade formarem-se jovens e adultos justos, até lá a politica é um instrumento para a subjugação do mais fraco, pelo mais forte ou canalha, e por mais que se queira que isto seja de outro modo, isto é um DETERMINIMO MILENÁRIO. até agora invencível,porque por medo e desonestidade nem sequer temsido equacionado.

Que pena tão pouca gente nos ler, enfim...
abraço
asilva

só planície disse...

caros amigos
este caso do mário crespo é muito preocupante e depois de vos ler ainda fico mais preocupada. vou fazer o que puder para divulgar o vosso blog. para que outras consciências despertem para os perigos que nos espreitam.

andrade da silva disse...

Cara Amiga Azinheira

Estive ontem no seu blog agradeço a carta que me escreveu. Julgo que podemos fazer um link entre os nossos blogues. Neste blgue fala-se de tudo, com liberdade.
abraço
asilva