sexta-feira, 30 de março de 2018

05 - POEMÁRIO * Ecce Homo, sempre!





(TEMPO DE SORTILÉGIO) 
Ecce Homo, sempre! 



Desfeitas as entranhas, sangue e pus,
o que restou de mim, aos pés da cruz!

Os fariseus não brincam em serviço!
Famélicos, em bárbaro delírio,
fizeram dos meus restos um feitiço,
quiseram-me a sofrer mais um martírio...

E se morri, o tempo não passou!
De mim, persiste ainda a luz que sonha...
Mãos dadas com o fel que me imolou
nas aras da ignomínia e da vergonha...

O tempo exalça ainda a impunidade
e é débil toda a voz que dá o alarme!
Se em mim persiste o grito da verdade...
...também a ira de crucificar-me!



José-Augusto de Carvalho 
Alentejo, Páscoa de 2002.

quinta-feira, 29 de março de 2018

EIA A NOSSA PÁSCOA - CAMARADAS VETERANOS DA GUERRA COLONIAL!


CAMARADAS EIA - AS NOSSAS PASCOAS!
A MARCHA FINAL DOS VETERANOS DA GUERRA COLONIAL 2015-2035.

Hoje, falei dos veteranos da guerra. Voltei a esta reportagem, e ao estudo INDEPENDENTE (a) (exército e faculdades) que coordenei , solicitado pelo general Luís Sequeira e a uma das conclusões do estudo: que os últimos de nós, saídos da guerra, aos 20 de idade, em 1975, baixarão à campa fria em 2035 .CAIRÁ,então, O PANO de um modo DEFINITIVO.

Todavia, desde 2015, com mais incidência a partir de 2020, para uma esperança de vida de 80 anos, partirão, em média , por ano, 60 mil antigos combatentes, muitos sem nome conhecido, mas nossos HERÓIS e Camaradas .

Desde 2015 já terão partido muitos por força da finitude natural da vida.

Espero que tenham sido felizes e a todos o meu abraço camarada e continência.
Quanto aos nossos camaradas DEFICIENTES, em 2011. o Governo,o General Chaves, deputado Marques Júnior  prometeram mudar tudo, algo foi feito?
andrade da silva
alferes em Angola Lumbala Velha/ Cavungo/ Mucaba/ Negage/ Damba. Comandante de companhia em suplência, como ora de diz, em Lumbala Velha e Mucaba

(a) ESTUDO:

http://www.aofa.pt/rimp/SINOPSE_DFA1.pdf

UM ACTO DE QUE MATRIZ?

Este texto foi eliminado  na página de facebook a União de combatentes de África (https://www.facebook.com/groups/990590954345721/) porque fala de VERDADES?


Repórter TVI | TVI Player
TVIPLAYER.IOL.PT













VIVA O TENENTE TITO MORAIS



Porque são Tempos Abril Celebremos os nossos heróis!



Cruzador S.Rafael




No dia 4 Outubro 1910, o Segundo Tenente da Marinha que revoltou o Quartel de Marinheiros, era republicano e partiu com um pelotão de marinheiros ao assalto do Palácio das Necessidades.

O primeiro assalto foi com um pelotão de marinheiros comandados por aquele Segundo Tenente, Tito de Morais, que não consegue entrar. Os lanceiros rechaçam o primeiro ataque dos marinheiros. Eles regressam, então. ao Quartel de Marinheiros e aí chamam de novo o Segundo Tenente Tito de Morais, e dizem-lhe que os marinheiros tomaram o Cruzador São Rafael mas todos os Oficiais que estão a bordo são Monárquicos e ninguém quer aliar-se a República: “você é que tem que ir tomar conta do navio”.

Faz lembrar aquela história do Quartel do Carmo - eu rendo-me mas preciso de um Coronel, como disse o Historiador Fernando Rosas num dos jantares debate da Associação Tito de Morais.

E Tito de Morais vai então para o São Rafael que está conquistado e dá ordem de prisão ao comandante e aos oficiais que não aderem à revolução e manda-os em segurança para o Quartel da Marinha.

O Almirante Tito de Morais, na altura, jovem Segundo Tenente, comanda o São Rafael que juntamente com o Adamastor, às 11 horas da manhã do dia 4 Outubro, posicionam os navios e abrem fogo sobre o Palácio das Necessidades. Com tanta sorte ou com tanta pontaria, um dos tiros acerta na cornija do Palácio Real e faz tombar a bandeira simbólica. Um outro dos tiros acerta nos aposentos da Rainha que vai provocar a fuga da Família Real, primeiro para Mafra e depois para a Ericeira de onde seguem mais tarde para Gibraltar e depois para o exílio em Londres.


Este é um dos episódios marcantes que deram início à construção da República Portuguesa em 5 de Outubro de 1910

LOUVOR

"2ºTenente Tito Morais"


Bravo, heróico e glorioso tenente Tito Morais, como é do DNA dos tenentes
Desempenhei na noite de 24 de Abril 74 ,às 22h 55, ao chefiar a equipa de assalto ao gabinete do comandante da Escola Pratica de Artilharia, um papel idêntico,logo, reconheço o valor intrínseco destes INVICTOS E ETERNOS ACTOS:
VIVA O TENENTE TITO MORAIS! VIVAM TODOS OS TENENTES E TODA A GENTE HERÓICA E DE CORAGEM!
E como nos vamos aproximando de mais um Abril É BOM ALEMBRAR:
Se em Portugal não tivesses havido Abril, o nosso estado, hoje, teria muito mais vírus fascistas do que tem.
Grande parte do povo português nunca sequer ouviu falar desta realidade, porque ela não interessa nada aos partidos e os militares de Abril , desgraçadamente ou ficaram sós, ou submeteram-se a cangas.
andrade da silva

segunda-feira, 26 de março de 2018

Fernando: Aquele Abraço. Até Sempre.Até JÁ!


Um grande companheiro , ainda o vi e o ouvi algumas vezes na Tertúlia à Margem. Sempre nos identificamos muito na defesa corajosa do povo plebeu. Para mim o Fernando era um grande português,um enorme republicano, um invicto companheiro, , empático, assertivo. humilde e vigoroso no verbo . Socialista do povo,pelo povo e com o povo. Um amigo e companheiro de ideal.

Vi-o pela última vez no lançamento do Livro de Maria Josá Gama - uma invicta Portuguesa- sobre as personalidades do PS

Partiu o Fernando- uma lágrima. Até sempre amigo . Aquele abraço e um abraço solidário à tua família, amigos e companheiros.

ATÉ SEMPRE! ATÉ JÁ!

João Andrade da Silva. militar de Abril,simplesmente
Fernando Antunes da Costa, "fundador do PS, segundo a lista elaborada, em 1977, por Tito Morais e Catanho de Menezes", morreu este domingo, em Lisboa.
WWW.JN.PT|POR JORNAL DE NOTÍCIAS

sábado, 24 de março de 2018

15 - NA PALAVRA É QUE VOU... ' A fisga


(Histórias de um tempo perdido para sempre)

A fisga 



O Lourenço jogava ao berlinde e ao pião, como todos os rapazinhos da sua idade, mas não usava fisga. Um dia, quando regressavam da Feira anual, um seu colega de Escola, o Anastácio, quis saber:

--- Lourenço, por que não usas fisga?

A resposta foi seca:

--- Não uso porque não quero.

Anastácio não aceitando a resposta como esclarecedora, insistiu provocante:

--- Tu não sabes atirar, é por isso que não tens uma fisga.

Lourenço olhou interrogativamente o colega e precisou:

--- Eu não disse que não tenho uma fisga, eu disse que não uso fisga.

Anastácio ficou calado, perplexo. E Lourenço, friamente, clarificou:

--- Tu perguntaste por que não uso fisga e não se eu tenho uma fisga.

Anastácio compreendendo o ardil em que caíra, tentou sair dele com um desafio:

--- Se tens fisga, sabes atirar como nós sabemos…

Lourenço acenou que sim com um movimento de cabeça.

Nesta altura da conversa todos pararam na expectativa do que se adivinhava. E o que se adivinhava chegou quando Anastácio lançou o repto:

--- Se sabes atirar, vamos ver qual de nós dois tem melhor pontaria.

Lourenço encolheu os ombros, com indiferença.

Anastácio concretizou o repto:

--- À melhor de cinco fisgadas. Quem perder tem direito a desforra. Se houver empate, uma terceira série de cinco fisgadas decide o vencedor.

Todos concordaram à excepção de Lourenço que de novo encolheu os ombros num sinal evidente de indiferença.

Foi fácil a escolha de um alvo --- uma rolha de cortiça colocada numa das muitas fendas de um muro não rebocado de uma horta. Os atiradores alvejariam a rolha a vinte passos de distância.

Lourenço propôs usar a fisga de Anastácio para ficarem ambos em total igualdade. A proposta foi aceite. Por sorteio, Anastácio seria o primeiro a alvejar a rolha.

Pouco demorou a recolha de projécteis, pequenas pedras escolhidas no chão, arredondadas e de dimensão um pouco inferior â de um berlinde.

Anastácio era conhecido de todos como um bom atirador de fisga; Lourenço era para eles um grande ponto de interrogação; não tinham memória de o ter visto com uma fisga na mão.

Anastácio cumpriu a primeira série de cinco fisgadas. Acertou quatro vezes. Era um bom resultado.

Todos os olhares se concentraram curiosos em Lourenço. Que iria suceder?

Lourenço acertou as primeiras quatro fisgadas e olhando fixamente Anastácio disse:

--- Pronto, empatámos.

Surpreendidos, todos disseram:

--- Lourenço, ainda te falta uma fisgada…

Lourenço encolheu os ombros e justificou:

--- Pode ser, mas eu devo errar a rolha, não vale a pena arriscar. Está bom assim, empatámos.

Anastácio ficou apreensivo. Afinal, Lourenço o surpreendera. Era um bom atirador de fisga e agora até recusava a possibilidade de vencer; mas a sua ânsia de superação prevaleceu e aprestou-se para a segunda série de fisgadas.

Uma dúvida assaltou os demais colegas: seria que Lourenço não queria perder mas também não queria ganhar para não desgostar Anastácio?

Os dois atiradores ocuparam os seus lugares para a segunda série de fisgadas.

Anastácio repetiu o resultado. Errou de novo a primeira fisgada e acertou as quatro restantes.

Havia ansiedade evidente em Anastácio e um mal-estar contido nos demais.

Lourenço atirou certeiramente quatro vezes e entregou a fisga a Anastácio.

--- Toma lá a tua fisga. Já chega de fisgadas, ficámos empatados.

Todos ficaram calados, excepto Anastácio, que protestou:

--- Quem desiste, perde!

Calados, os colegas adivinhavam situação desagradável. Lourenço sossegou-os ao se dirigir ao adversário com um sorriso:

--- Está bem, Anastácio, tu ganhaste, és um bom atirador. Podes levar a taça.



José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 24 de Março de 2018.

quinta-feira, 22 de março de 2018

UMA GREVE QUE PODE MATAR E AUMENTA A DOR, COMO?

A Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, os sindicatos e os partidos podem deitar todos os foguetes pelo sucesso da greve.
Todavia, aqueles que entraram nas urgências por acidente para serem operados na segunda-feira, como a MariaGBCG, ( ou seja, a mãe do meu filho) e não foi nem na 2 e 3ª feiras por falta de vaga e na 4ª feira por uma febre sobrevinda, mas que podiam ser na 5ª ou 6ª feiras e não o serão por causa da greve, sendo empurrada para segunda-feira, que ficará a pensar destas greves e deste SNS?
Claro que conheço gente sempre cheia de sorte que não adoece ,e quando adoecem conseguem logo tudo, como o meu amigo José A, que não é um homem de poder, mas nasceu com o dito cujo para a lua, também acontece - e tem sempre muita sorte , lá para o Hospital de Cascais, e acha que os outros exageram nas suas criticas ao SNS . Tem uma invejável sorte e não acredita em Deus - que absurdo! Mas nem em todos as coisas são tão assim.
Tenho pelos enfermeiros a mais elevada amizade e compreensão pelos seus problemas, mas NÃO PODEMOS ACEITAR QUE AS OPERAÇÕES URGENTES POSSAM SER ADIADAS. Teria de haver um plano de CONTINGÊNCIA. pelo que quem faz greve e os partidos que as apoiam também se deviam bater, para que todas as MariasGBCG fossem transferidas para um Hospital onde pudessem ser operadas. Quem é responsável ou sofre pelas suas dores e eventuais consequências?
Uma desumanidade criminosa impune que desrespeita os direitos Constitucionais à Vida e à Dignidade.
Um dia acontece aos que se julgam acima de tudo: PROTEGIDOS!
Pobres Marias e Joões
Tristeza!
andrade da silva


quarta-feira, 21 de março de 2018

DE PÉ.... PORQUE


                                    


                               EIA!

CONTIGO CONCIDADÃO  NÃO VENDIDO, NEM VENDÍVEL - PARTILHO





Enviado do Funchal por Rita  Sousa

PS: Embora no poema  PORQUE, esteja identificado a sua origem "MAR NOVO", o nosso amigo Carvalho,  e, bem, diz para  se identificar a autora: Poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, Bem-Hajas!



terça-feira, 20 de março de 2018

EXECUTAM OS OPOSITORES!




Estive na manifestação contra a execução da vereadora no Brasil, Marrielle   , mas,  desde logo, notei  duas coisas estranhas   : uma, a primeira, só vi figuras conhecidas do PS e do BE;  outra, alguns queriam dar à execução um cunho racista.






" UMA LÁGRIMA


É uma heroína do Mundo, nossa.



Sou Marielles, as e os do Brasil, Palestina , Síria, de todo o Mundo e as que foram mortas por um ex-combatente americano nos EUA: a minha colega psicóloga com 29 anos de idade, uma médica e a directora do serviço.

Por todas as vitimas mulheres e homens meus irmãos - uma lágrima .

Às vivas e vivos abraço-vos.

Que caiam todos os ditadores e corruptos do mundo e também em Portugal.

Uma lágrima, real com dor, como foras (fossem) minha irmã, minha filha. minha mãe.."

Entretanto,  durante o decorrer da manifestação,  para  sobressaltar almas e corações  que esquecem o nosso real, os nossos reais, dirigi-me  à repórter da Antena 1 para denunciar a hipocrisia destes governantes, que ,através da Assembleia da República, manifestaram o seu pesar, mas  matam civilmente os opositores, como na África do Sul fascista ( insidiosos totalitários)  ,e, em 1976, quando tinha 27 anos, o sr .General Eanes, por causa da minha participação  na reforma agrária  mandou-me para  o MATADOR da Madeira,  depois de me rotularem de COMUNISTA, um comunista  que nem do PCP receberia ou recebeu qualquer apoio ou palavra, logo,   só podia ser para a FLAMA ( movimento bombista) me executar, e, assim, depois de me ter recusado por 2 vezes a embarcar,  desembarquei  no Funchal, em 23 de Março 1976, e, logo,  no dia 27 de Março fui abordado pelo bombista -mor , Firmino, meu antigo colega, a dizer-me  que não me queriam lá. Dei disso conhecimento ao general Azeredo que de imediato me disse não ter nem serviço de informações, nem nada, para me defender ,que estava entregue a mim mesmo - que me defendesse, e ele nunca me abandonaria, como o faria com qualquer outro militar e, até, se referiu aos policias (porquê?????)

A prova de tudo vai chegar  célere, no dia 18 de Abril  1976, sou cercado pelo GANG OS DIABOS À SOLTA, estive na eminência de ser linchado, tive de fazer fogo com o revólver  que o Dinis de Almeida me deu, porque, sabia que iam  tentar executarem-me  ( toda a gente sabia) . 

Não me deixei matar, fui preso e, desde logo, o Brigadeiro Azeredo descartou-se. Mantiveram-se firmes, entre outros,  o coronel Lacerda, chefe da secção de Justiça  do Governo Militar da Madeira  e o Capitão Nóbrega, oficial da Policia Judiciaria Militar (camaradas de grande Honra Militar e cidadã) que com todas as provas, incluindo a do guarda Viveiros - que em tribunal declarou ter temido o bando - um policia também honrado . sempre defenderam, como não podia deixar de ser, a tese da legitima defesa , do que ,os meus advogados, graciosos, drs Goucha Soares e Camotim, fizeram inequívoca prova com todas as testemunhas que foi possível trazer a tribunal, pelo apoio de dezenas de alentejanos, numa acção coordenada pela Adelaide, uma capitã de Abril, casada com o meu camarada, o, então, capitão Ferreira de Sousa. 

Todavia contra todas as provas e o provado em sentença, no tribunal, valeu  a decisão de ódio e vingança do juiz Gonçalves Pereira, e fui condenado, do que deram ampla noticia o Manuel Geraldo, no "Diário de Lisboa", e o meu camarada, o,  então, Capitão Duran Clemente ( Um Bem-Haja eterno a todos estes e aos que me acompanharam  no desterro)

                                PRESO E ESCOLTADO POR UM EXERCITO DE PM

Quis dar este depoimento à repórter da Antena 1, mas podia ser da 2, da 3, da 4 ou de outra qualquer da ALTICE  que o recusou, outros o  mesmo, quase de certeza o fariam,  então, disse-lhe que compreendia que não o recebesse, para garantir o seu posto de trabalho, manchado pela ignomínia  do encobrimento, mas que deixava esta narração à sua consciência de cidadã, e entreguei-lhe um opúsculo  sobre a IDA ÀS ENTRANHAS VERMELHAS  da Revolução de Abril.

O mesmo documento entreguei a Ana Catarina Mendes do PS, dizendo-lhe  para fazer   um exame de consciência àcerca da  morte, no Escoural em 1979, do Casquinha com 17 anos, e quanto a mim lá me disse  que não me tinham morto,   porque estava ali.  Retorqui-lhe  que para muitos era uma MALDIÇÃO,  porque denuncio a hipocrisia e o   cinismo, mas que só estava ali, porque me tinha defendido  (não fora militar, bolas!),e se Marielle se deslocasse dentro de um carro de combate também não teria sido morta,evidentemente, mas, por me ter defendido   estive preso 2 anos,e, EIA: enterraram-me vivo os demais donos da politica e da vida nacional   Selou-se o  encontro com um cumprimento e a promessa que ia ler o texto, o mesmo texto entreguei ao líder parlamentar do BE.  Lerão, compreenderão ,  apesar de serem história do real. concreto ? ? ???)

Enquanto  viver, mesmo com a recusa das antenas 1, 2,3 e de todos estes....,  falarei, onde, elas e eles estiverem, desassombradamente. Será que me matarão???? Claro que enquanto nas antenas , não houver no mesmo lugar, onde estiver,  uma repórter de coragem vou sendo poupado às balas ou ....etc destes algozes...

Vivam os que gozam esta democracia sem olhar a meios e aos custos que outros tanto pagaram, mas que não fazem parte das listas dos seus  donos, não usam cangas!...
 VIVAM!

andrade da silva

24 OUTRAS EXECUÇÕES:


http://operamundi.uol.com.br/conteudo/geral/49021/nao+e+so+marielle+conheca+mais+24+casos+de+liderancas+politicas+mortas+nos+ultimos+quatro+anos.sht

                                                    CLAMOR!

domingo, 18 de março de 2018

TEATRO DA VIDA.



TEATRO DA VIDA.
PAI!

PAI -ABRAÇO-TE.

 ENSINASTE-ME A HONESTIDADE,A INTEGRIDADE. FOI UMA GRANDE CHATICE.LIXEI-ME, FIQUEI POBRE, REMEDIADINHO, QUASE SÓ, MAS SOU TEU FILHO E É TUDO.O TODO DO MEU COSMOS!


MINHA MÃE OBRIGADO POR TUDO E POR TERES AMADO O MEU PAI, O QUE, NO TEU CASO FOI UM AMOR MUITO, MUITO,MUITO GENEROSO

PAIS PORREIROS AQUELE ABRAÇÃO

MEU FILHO OBRIGADO POR ME TERES ACEITE COMO TEU PAI! E OBRIGADO À TUA MÃE POR SER A TUA MELHOR AMIGA DO COSMOS



COMO O DIA DO PAI É QUANDO O AMOR QUISER .HOJE, DIA 18 DE MARÇO 2018, VOS ABRAÇO E AOS FILHOS. A TODOS OS QUE AMAM.

OFEREÇO- VOS CENAS DOS DIAS ASSIM... SIMPLESMENTE DIAS NOSSOS .. OS NOSSOS DIAS... COISAS!....

PAIS  E FILHOS AMIGOS, TODOS OS HOMENS E MULHERES ,MÃES AMIGAS AQUELE ABRAÇÃO E MIL BEIJOS

E AQUELA LAGRIMASINHA ... COISAS.... SOMOS FRÁGEIS... SAUDADES... POIS..POIS... COISAS... O TEMPO VOOU..VOOU...  SAAAAAAAAAAAUDADESSSSSSSSS!


(VER AMPLIADO)


05 - POEMÁRIO * Ousadia



TEMPO DE SORTILÉGIO 


Ousadia 







A memória rompeu o negrume 

e chegou com as vestes do mito. 

É História nas lendas que assume 

um Passado a querer-se interdito. 




São imagens dos tempos perdidos? 

São palavras ou ecos vadios 

que martelam os nossos ouvidos, 

alta noite, a carpir desvarios? 



Somos isto: um alforge pesado, 

carregado de angústias e medos 

ou a herança do Pégaso alado 

que cantaram os velhos aedos? 



Que com Pégaso ousemos os astros 

e os vindouros nos sigam os rastros!... 






José-Augusto de Carvalho 
Alentejo, 13 de Fevereiro de 2018.

sexta-feira, 16 de março de 2018

16 MARÇO 1974 -COLUNA DAS CALDAS- EM CONTINÊNCIA PELOS MEUS HERÓIS DE PORTUGAL DE ABRIL


DIGO MEUS HERÓIS,PORQUE NESTE ANTRO DE HIPOCRISIA e CINISMO ou dizem que não há heróis,ou são outros os heróis e nunca nenhum é soldado, mas para mim, muitos são soldados D. Afonso Henriques. Nuno Alvares Pereira. Vasco da Gama, Machado Santos, Salgueiro Maia, na rua do Arsenal, Fabião,Vasco Gonçalves, Varela Gomes, os militares de Abril : oficias, sargentos, praças e as mulheres e homens que estiveram com Abril no Pragal,


PRAGAL .ALMADA
Alentejo Lisboa, Porto, Portugal e os meus generosos camaradas da Coluna das Caldas ( caro Carvalhão és a minha referência, mas também o Rocha Neves) que naquela manhã depois de uma decisão de Otelo, Monge, Casanova Ferreira, Almeida Bruno e capitão Ramos, ordenaram a este capitão, para ir às Caldas e trazer aqueles grandes camaradas até Lisboa para acabarem com a ditadura.
Antes na casa do Salgueiro Maia também um grupo de unidades: Escola Prática de Infantaria, Artilharia, Cavalaria, Para quedistas e CIAAC ( cascais) se reuniam para o mesmo efeito. Coisas.. mas ficamos sossegados, porquê?????
Disse o meu camarada Varela que se mexeram,porque tudo estava a ser muito lento, nós também na Escola Prática de Artilharia sentíamos o mesmo ,e em 4 Dezembro 1973 , no dia de Santa Barbara, tivemos para deter o ministro do Exército etc. mas resolvemos guardar os trovões para mais tarde.
A coluna sai comandada pelo capitão Ramos que vai de Lisboa com essa incumbência, que segundo ele lhe foi dada ou assinada por baixo por Otelo ( o Saldanha moderno) e lá marcharam heróicos por ali abaixo, num aventura enganosa, com o suposto objectivo de derrubarem o governo, segundo a luminosidade do general Spinola, sem populaça e confusões.
Depois viria a democracia, como tentaram depois do 25 de Abri várias vezes e venceram em 25 de Novembro 1975. ( vou voltar a este 25 de Novembro,ontem, falei durante 4h sem intervalo ,nem para beber água - logo não meti água...ah ah!... as verdades- a uma historiadora de Abril sobre o que sei e vivi, e ficou no ar a pergunta e SE NÃO TIVESSE ACONTECIDO AQUELE 25 de NOVEMBRO- O QUE SERIA DE PORTUGAL???)
Como todos sabem saíram das Caldas perderam ,depois foi “o caldas “, foram presos. Visitei-os na prisão.
Porém, todavia, contudo só também não fomos presos, porque o ÓSCAR que nos telefonou durante a noite para a Escola Pratica de Artilharia, tendo sido atendido pelo Oficial de Prevenção, Alferes Firmino Mendes, comunicou -nos que ia entregar às 8 h da manhã a Ordem de Operações, não o fez, e nós não passamos do Estado de alerta e, ainda, bem, se não Abril teria sido um mero desejo... e alguns teriam aprendido o preço de derrubar uma ditadura se o conseguissem ?????, não o conseguiram durante 40 anos - o facto - mas acham que o 25 de Abril foi favas contadas. Que cínicos, arrogantes e COVARDES.
Depois fomos dos primeiros a querer reunir a tropa com uma reunião no Hangar do polígono da Escola Prática de Artilharia que teve na segurança imediata o meu camarada Sales Grade, totalmente pacifista, mas que as circunstâncias o empurraram para coisas bem diversas, e cumpriu bem as missões um grande camarada, um grande português,um humilde herói-
Todavia , o enorme sacrifício destes heróicos cidadãos-militares não foi em vão ,foi um grande motivo no Além Tejo para a mobilização do regimento de Cavalaria de Estremoz, em que acompanhei a equipa de oficiais de ligação da artilharia,logo, a Sul, o seu sacrifico foi importante.Não foi em vão.
Caros camaradas , querido povo português, queridos soldados não sou poder nem politico, nem financeiro, nem cultural sou um de vós, povo anónimo, que falo,não me calo, nem rastejo lambendo botas - um louco - logo, grito no deserto.
A ignomínia dos políticos indecorosos e indignos e de muitos camaradas militares cercou-nos, mas RECORDO-VOS como sei, posso e com toda a integridade em sentido e continência:
FIRME!
SENTIDO!
APRESENTAR ARMA!
andrade da silva




quinta-feira, 15 de março de 2018

01 - LIBERDADE E CIDADANIA * Não!

Marielle, uma voz

"Hoje dizemos Marielle. Uma voz coletiva que tem nome, que se ocupou em lutar contra a noite, que carrega no seu corpo negro todas as mulheres assassinadas, todos os corpos e todo o sangue, todos os nomes expropriados de seus donos, todos os sonhos, toda a vida que a morte carregou para o oco da noite. Que diz alto os nomes dos assassinos e os acusa. A voz tem um nome, Marielle. E Marielle foi morta outra vez. Mas esta morte tem um nome, porque carregava muitas vozes, porque nunca estava sozinha nunca será esquecida, porque através dela é que lembramos dos esquecidos."

Por Mauro Luis Iasi.

 “Quando é abatido o que não lutou só,
o inimigo
ainda não venceu.
– BERTOLD BRECHT.
A chuva caia torrencialmente sobre a cidade. Iansã mandava seus raios e os clarões tentavam negar a noite que insiste em suas sombras. Os corpos não se viam, a pele negra se confunde com a noite, os rios de sangue fluem para a vala, de todas as feridas abertas, dos navios descarregando sua carga humana acorrentada, no verde dos canaviais, nas favelas, nas ruelas da velha cidade, das flechas de São Sebastião.
O sangue, ferro vermelho, rio que tanto carrega a vida como se esvai para fora dela, também dá cor as bandeiras que a defende. Na noite as cores se amam no negro, o vermelho, o lilás o preto. Iansã manda seus raios.
Outro corpo cairá. Na noite não saberemos seu nome, dos sonhos que carregava, dos braços que o esperavam no vazio da volta. No porão do navio negreiro se contará a carga faltante. No mar escuro o esquecimento fará parte da memória dos peixes. São muitos e diários, aqueles que partem sem deixar seu nome para que gritemos, para que nossas lágrimas de dor e raiva alcancem seu corpo, para que o abutre do esquecimento não dilacere sua memória.
Os índios e as montanhas guardarão suas almas, das senzalas se ouvirão cantos incompreensíveis, o bater dos pés no chão para que a terra acorde de seu pesadelo de morte. O ar da noite gelará por um instante e cada gota de chuva brilhará como uma estrela.
Nunca saberemos todos os nomes. Algumas vozes, no entanto, carregam a magia de falar por todas as vozes esquecidas, sei lá por que razão, rolam de sua face lágrimas de outras gentes, sentindo em seu corpo o açoite e o tiro, a dor e a falta. A voz da memória é que fala nelas e com sua força rompe o tecido do tempo e a pretensão da noite, revolve a terra numa agricultura reversa, desplantando o oculto. Nessas vozes cantam cânticos ancestrais, contam-se histórias de nossos avós, que lançam faíscas de luz na noite do esquecimento. Iansã manda seus raios.
Tal magia se adquire ao se comer o mesmo pão do sofrimento, quando se vive na noite ao lado dos explorados, quando se nasce onde não se pode viver, quando se vive ali onde a regra é morrer. É a voz de quem sobreviveu aos seus e levou suas almas costurados no vestido, no lenço preso na cabeça, na bandeira que leva com seus mortos para marchar nas avenidas que levam nomes de seus assassinos.
São vozes que brotam do fundo da terra, das covas rasas, das valas e que se servem da boca de pessoas vivas, no sentido mais vivo da palavra viva. Dos lábios e línguas no prazer dos beijos, dos açoites de verdades que rasgam os véus escuros da noite que insiste. Iansã manda seus raios e o clarão mostra o que a noite oculta.
Por conta dessas vozes vivas sabemos dos outros que a noite esconde. Sua voz tem nome e corpo, mas sua estatura projeta algo muito além do portador da voz, porque foi buscar seu tamanho na memória dos índios e das montanhas, das senzalas e favelas, da força dos pés que acordam a terra. Por isso podemos dizer seu nome e ao dizê-lo acordar os mortos que carrega, devolvê-los aos braços que esperavam, ao caminho interrompido que trilhavam. Iansã nos ilumina com seus raios.
Hoje dizemos Marielle. Uma voz coletiva que tem nome, que se ocupou em lutar contra a noite, que carrega no seu corpo negro todas as mulheres assassinadas, todos os corpos e todo o sangue, todos os nomes expropriados de seus donos, todos os sonhos, toda a vida que a morte carregou para o oco da noite. Que diz alto os nomes dos assassinos e os acusa. Esta voz tem um nome e dizemos: Marielle. Iansã ilumina seu corpo com seus raios. A voz tem um nome, Marielle. E Marielle foi morta outra vez. No navio negreiro, no canavial, nas ruas estreitas do Rio de Janeiro, na favela, na fábrica, em casa, agora no carro. Mas esta morte tem um nome, porque carregava muitas vozes, porque nunca estava sozinha nunca será esquecida, porque através dela é que lembramos dos esquecidos. Seu nome é Marielle, seu nome é mulher, seu nome é negra, seu nome é justiça, seu nome é luta, seu nome é socialista, seu nome é Marielle.
Iansã chora tempestades.
Cada gota de chuva lava nossa cidade, cada raio a ilumina. Cada gota de sangue que cai na terra renasce em nossa luta… que nunca termina… nunca… nunca termina.
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Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. É autor do livro O dilema de Hamlet: o ser e o não ser da consciência (Boitempo, 2002) e colabora com os livros Cidades rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil e György Lukács e a emancipação humana (Boitempo, 2013), organizado por Marcos Del Roio. Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, às quartas.