quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ENCONTRO COM FILIPE PAPANÇA: A MATEMÁTICA, A POESIA E A VIDA MILITAR:





O POETA E O MATEMÁTICO

De Edson Gonçalves Ferreira

Para Felipe Papança


O poeta prestava atenção na métrica
Enquanto o matemático o olhava curioso
Os dois preocupados com a harmonia do universo
Parecia pura contradição: ciência humana e ciência exata?
Estavam os dois embevecidos com o trabalho
Zelavam pela Beleza
Aquilo que agrada o ver e o sentir
Quando, de repente, não mais que de repente
O matemático perguntou ao poeta se ele estudou muito matemática
O poeta respondeu com a mesma pergunta: se o matemático estudara línguas
Quando os olhares se encontraram, os dois caíram na risada
Tinham feito uma pergunta tola um para o outro
A prova inconteste estava diante deles
A beleza do soneto do poeta e as operações fantásticas do matemático
Tudo tão lindo quanto à orquestração harmoniosa do universo
Sim, pois tudo obedece aos princípios das ciências
Das ciências no plural!


Divinópolis, 09.02.2010





APONTAMENTO DE REPORTAGEM.


Em 9 de Fevereiro, Filipe, Poeta, Professor de Matemática na Academia Militar, juntando estes três tipos de pó de que, parafraseando Sagal, alguns humanos serão feitos, num encontro muito interessante, realizado naquela data, ao cair da noite, no palácio Galveias, brindou-nos com uma dissertação sobre esta trilogia: matemática, poesia e instrução militar.

Julgo que o Filipe não encontrou a síntese destes três universos, sobre o que queria questioná-lo, mas a noite já tinha avançado muito e guardei a questão. Todavia revelou factos muito interessantes.

Assim, ao longo da nossa história e nos períodos mais marcantes das transformações sociais e politicas do país, surgiram iminentes militares a darem grandes contributos na área das matemáticas para a modernização do ensino militar, com as suas consequências no ensino civil. Neste escol de militares matemáticos estiveram os que sob a visão do Marques de Pombal reconstruíram a Lisboa destruída em 1755 – o grande Terramoto - castigo de Deus, segundo alguns. Já, então, os pecados eram mais que as virtudes.

O nosso querido amigo também invocou muitos militares matemáticos e poetas. Julgo que sendo o comando militar, por um lado ciência e, por outro arte, é um terreno muito propício para nascer a alma poeta. Talvez seja um poema a melhor forma de exalar o último suspiro, quando longe de casa se morre em nome da Pátria, em que, tantas vezes, os seus mandantes nos abandonam, como, aliás, fazem com a maioria dos mais dilectos filhos da Pátria, o Povo simples, o ZÉ.

Também penso que a arte faz desabrochar muito no meio militar a teatralização, daí se chamar aos campos de batalha teatro de operações, e de muitas das figuras carismáticas terem personalidades com traços histriónicos evidentes, e serem actores de eloquente gabarito.

Por entre poemas, colunas e as gentes esvoaçou uma linda e querida Vénus, desconhecida para alguns, por desdita faço parte destes, que lá registou este evento. A sua pose ao tirar as fotos foram de uma arte, uma beleza, bela, com aquele sorriso que só a alma diáfana e gentil sabe, assim, sorrir.

My God ! Que tanta e tamanha é a bem aventurança espalhada pelo mundo, mas … My God! A minha cabeça explode, os meus sentimentos tornam-se magma. Louco…

Obrigado Filipe.


andrade da silva

5 comentários:

QUEM ASSINA? disse...

ai ai ai ai sr Andrade da Silva, que a mulher não é nenhuma alface e essa visão do amor é muito redutora, que faz desses dois aliados apaixonados, desses cúmplices da vida que se incendeiam por partilhar uma nesga de céu, por vezes mais bela, ou que permanecem atrás duma janela a
contemplar a chuva com sua música na vidraça,que param
maravilhados ante o olhar duma criança que passa,e que partilham serões e leituras por vezes em voz alta... e quando o belo em certos casos cessa, que faz dessas mãos dadas, aliadas ainda contra o infortúnio, a dor, a injustiça.
Eleve o amor a um outro exemplo:dois seres que partilham a vida, e se vão vendo envelhecer mutuamente, com esse olhar tão cheio do passado que cada ruga é uma história vivida a dois, apesar de todas as dificuldades e de todas as tentações desnudas que atravessam as vidas,
senão, quando o corpo se cala, onde ir buscar a ternura que faz as tardes loiras ainda quando se vê perto o fim do caminho?
Tantas vertentes tem o Amor
tão complexo e completo é o ser humano
abraço amistoso

QUEM ASSINA?

andrade da silva disse...

Falei de Vénus, falei de uma imagem. Falei do Belo, que também é amor.

Compreendo o amor de que fala, que também é o meu, mas não é o único modo de amar.

Nunca para mim uma mulher será uma alface, mas nunca lhe negarei a beleza, como também a vejo no genero masculino.A natureza criou o belo na mulher e no homem, e cada um o percepciona de um dado modo, eu,segundo o meu.

Sempre louvarei o BELO, A beleza e foi tão só isso que proclamei, porque de resto somos diferentes, mas iguais, e estava num contexto poético e neste registo adoro os poemas de amor de Camões, mas minha amiga no coneito largo do amor SOU VENTO, SIMPLESMENTE VENTO, mas sempre um amigo verdadeiro e sincero.

Obrigado pelo seu olhar doce e romântico do amor, o meu é mais libidinoso, é assim a vida.

Mas minha amiga também olharei das janelas o passar das tardes dos tempos finais, quando o outono chegar e aí acharei alguma piada por também ter devaneios, visões talvez poéticas. Uma boa coisa é sabermos rir de nós.Rio-me de mim e isso faz-me bem.

Mas Vénus, Diana,e toda a beleza diafana fisica, mental, sentimental povoa-me a alma, mas também por toda esta elevação no meu sentimento pela mulher,desde há muito que olho a mimha Pátria, como a minha Mátria, como a proclamava Natália Correia, e nunca esqueci que um dos meus cromossomas é X, logo feminino.

E é também esta sensibilidade que bebo em Flor Bela Espanca que por seus amores cedo partiu. Tudo é simples e muito complexo, mas, e ainda, o acto de escrever sobre um sonho é uma ficção.

abraço que o vento leve
asilva

QUEM ASSINA? disse...

e as mulheres cuja beleza é interior,
tive uma prima avo em casa da qual dormia às vezes o coração de pomba, generoso, mais belo que encontrei em minha vida
todos a diziam feia, mas eu, garota que a conhecia em socorro de tudo e todos com o fruto de seu labor, quantas vezes me aconteceu olhar para ela e maravilhada pensar: é tao linda!
e garanto querido amigo, que quem assinou o texto acima sorve arte e dela vive, é apenas preciso saber procurar no que se não vê à primeira vista (não faço auto-defesa, há mais feias exteriormente que eu, ah ah ah)
quer crer? mais importante que a beleza aparente é aquele cunho que se desprende dum ser humano, a que vulgo se chama charme, e que não é mais que essa beleza interior, que sai, patente a nosso olhar de cada poro!
se a beleza interior falta ai sim está a verdadeira fealdade!
com amizade sincera eu que conheço tão bem os revezes do amor, mas que não sei dispensar a ternura, que sem ela todos os outros caminhos se fechariam
e creia no momento de poente a ternura dum sentimento duma vida, deixa olhar a morte ainda com o sorriso de paz
abraço e amizade

andrade da silva disse...

Amiga

Que tão bela á a lua, a amor prefeito ou a esterlicia que semdo bela é também agressiva, mas a natureza é sempre bela, eu também penso que tenho beleza interior e ponto, mas gostaria,m e tenho alguam inveja pot não a ter exteior e não saber cantar serenatas. Coisas...

Sobretudo interessa que a amiga seja feliz. Eu sou um pouco ou muito "louco" coisa.
sbraço asilca

Anónimo disse...

Caríssimo Filipe:
Só hoje tive a dita de abrir este espaço poético-matemático, aproveito para lamentar ã impossibilidade de ter comparecido ao encontro-Galveias, mas pelo que leio, confirmo o que previa: foi um sucesso!.
Esta tarde falei para o CEUC, onde me informaram que também faltou ao Encontro a 27 Fev.
Talvez a 18 março às 18-30 para a Celebração Univ. das 19 na Av. de Berna.


Bom tempo de Deserto e que seja inspirador...
Adivinha quem escreveu?!...