quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O 25 DE ABRIL E A LIBERDADE DE SER CRIANÇA.



Em 7de Maio estive, como, aqui, dei conhecimento no externato Roseiral de Santa Teresinha para falar do 25 de Abril. Nesse texto falava também do meu encantamento sobre a viagem de camioneta de Lisboa a Pinheiro de Loures.

No externato fui recebido por uma jovem professora, a professora Susana e outro professor, que me conduziram para uma sala com raparigas e rapazes dos 4º e 5º anos. Falei-lhes do 25 de Abril, do antes e do depois. Aprendi muitas coisas com eles, como disse, e fiquei deslumbrado.

Hoje recebi o boletim do externato, e lá vem o retrato deste dia pelos seus principais protagonistas as crianças: a Margarida Ferreira escolheu, para ilustrar o conto que lá deixei, crianças numa roda a dançarem com militares, ou seja, a festa do 25 de Abril, a sua marca de água ( se a Susana me enviar o desenho em suporte informático procurarei publicá-lo) e dois outros fizeram de repórteres. Diz o Afonso Carreira:

“ Gostei de ouvir o Coronel Andrade da Silva a falar sobre o 25 de Abril. Ele contou-nos muitas coisas que se passaram nesse dia. Fiquei a saber que ele era amigo do capitão Salgueiro Maia” – como disse, o Salgueiro Maia era muito conhecido entre estas maravilhosas crianças, aliás, como o são todas as crianças do mundo. Por isto me faz uma grande confusão, dor e mágoa como o mundo pode ser tão cruel para as crianças, e em Portugal também havia e ainda há sinais dessa crueldade.

Conheci professores que davam reguadas horríveis num colega que até tinha um nome tão querido: Amado. Ainda hoje oiço os seus gritos e vejo a terrível imagem. A escola primária do fascismo faz com que reviva passados 53 anos essas cenas traumáticas. Como psicólogo poderia dar um nome a isto, e poderia pedir ( devia mesmo fazê-lo) uma choruda indemnização ao estado e aos manhosos que defendem Salazar e outros tais. Poderei ter uma espécie de Stresse Pós Traumático que pode ter influenciado a minha vida.

O Rúben Gomes diz:

“ Gostei de ficar a saber muitas coisas que se passaram antes da Revolução dos Cravos e o que os militares fizeram para que ela acontecesse. O coronel foi muito simpático e explicou-nos duma maneira divertida o que se passou no dia 25 de Abril 74”.

Obrigado Rúben, fico vaidoso com o teu juízo positivo à minha intervenção. Se me desses notas, passaria na oral. Porreiro, Ruben!

Como no texto que escrevi na altura depois de mais de um tempo de formação estas maravilhosas crianças queriam ouvir mais histórias. As crianças adoram histórias, e há tanta história para contar do 25 de Abril que são mesmo de encantar.

Obrigado. Muito obrigado à Direcção do Externato, à professora Susana e a todos os professores, um beijinho para a Margarida e a todas as meninas e aquele abraço e aperto de mão para os grandes mandões lá da turma, mas oh putos deixem-se disso, nós em nada mandamos mais que elas. Na democracia somos iguais perante os deveres e os direitos. OK! Valeu!

Como sabeis este espaço é vosso apareçam e digam.

Abraço de Abril

asilva

2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Crianças, Educadores:
venham até aqui, pois neste espaço é sempre Abril
intervenham, façam perguntas, contem casos que conhecem
Dar a conhecer, partilhar experiências, é a melhor maneira de fazer compreender a quem não sabe
a beleza sem par do 25 de Abril que nos devolveu a Dignidade de sermos povo.
25 de Abril Sempre
fascismo nunca mais!
para que as crianças possam ser crianças alegres e felizes e os adultos livres e conscientes!

Marilia Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

A Caminho de Abril


Se soubesses o que é

para a criança

ver o pai

ao pé dum carcereiro

a saber que o pai

apenas ali está por amor

que tem ao mundo inteiro!

Se soubesses o que é para a criança

ver o pai ao pé dum carcereiro...



Marilia Gonçalves