quinta-feira, 25 de março de 2010

PEC, O ASTERÓIDE CONTRA MUITOS PORTUGUESES.



Segundo um bonito texto do inimigo público, o PEC é o asteróide que nos vai cair em cima. Boa e oportuna comparação, com alguma desmesura catastrófica, mas percebe-se a metáfora. Todavia, pelo seu desmesurado pessimismo muitos, muitos, não acreditam que tal esteja a acontecer, ou possa sequer vir a acontecer, pelo que fazem de conta que nada se está a passar, adiam a angústia e o sofrimento, e quando se aperceberem do que realmente os espera, poderá ser, já, demasiado tarde.

Talvez que o asteróide que nos coube por desgraça, para salvar os ricos, mantê-los, mas, sobretudo, torná-los ainda mais ricos não seja tão catastrófico, mas será sempre um desastre moral e ético, uma ignomínia e vai custar muito caro em grandes sacrifícios aos trabalhadores, à classe dita média baixa, pensionistas e pobres. De 2011 em diante vai ser a matar, 2010 é um pré- aquecimento, depois será ainda mais a doer. Como sempre joga-se numa certa acalmia pré-eleitoral.

Contudo a questão mantém-se em aberto que é da alternativa, e com Rangel ou Passos Coelho no PSD, desenha-se uma alternativa à direita, onde, o populismo de Rangel pode desempenhar um papel decisivo.

A realidade tem de ser encarada e não mistificada, as alternativas politicas e económicas têm de ser pensadas e expostas aos portugueses a dois níveis: 1- como podem ser efectivadas em Portugal 2- como podem influenciar e alterar as politicas da União Europeia.

Sem um real sucesso nestes dois campos será um devaneio, pensar-se que é possível conseguir a adesão massiva dos portugueses para uma mudança politica, alternativa ao neo-liberalismo. A realidade tem de ser lida e um grande número de portugueses está mais preocupado com o seu cabaz de compras do que com a transparência da vida pública. Portugal é Portugal, não é a Suécia, e, entre nós, tem larga carreira histórica a corrupção da pequena à grande, a aldrabice e a trafulhice.

Mas é preciso fazer compreender aos portugueses que por este caminho, sem a efectivação de uma alternativa não neo-liberal, caminhamos para o desastre, pela conjugação de dois factores: a drástica degradação da situação socio-económica de muitos portugueses; e tão, ou mais grave, ainda, uma severa limitação aos direitos e garantias que em termos da cidadania, a constituição da República, já, como última reserva, consagra, ao nível do direito, do espírito do 25 de Abril.

Os tempos são perigosos, difíceis e a direita populista prepara-se para o assalto final ao poder, o que, exige às esquerdas comportamento inteligente, corajoso e convergente que lendo os sinais comportamentais do Povo o mobilize, para levar a que Portugal deixe de ser um feudo de estagnação e subdesenvolvimento.


Claro que ao dizer isto, e tudo o que neste blogue tenho vindo a escrever, sei que não estou a fazer mais que um quase diário que é partilhado por meia dúzia de amigas e amigos, o que, considero lamentável, não porque queira ser líder do que quer que seja, como peregrinamente um comentador sugeriu, mas sim, porque não sendo bruxo tenho dito algumas coisas que vieram a acontecer, contrariamente, ao que pensavam e diziam todos os políticos de longas carreiras.

São estes factos que fazem pena, não em função de mim, quem sou eu? Mas sim do país que somos e desses que mais sofrem e vão sofrer, e isto, por mais estúpido, ridículo e estranho que possa parecer é o que me interessa, de resto, o mais são coisas que para mim já passaram de moda, ser rico, ou corrupto, ou líder, depois de 40 anos na mesma luta, qual o sentido que isso faz ?

Sou plebeu, quero morrer plebeu, não quero, nunca quis outra condição. Vou morrer na condição de honra e dignidade, como antes aconteceu com o meu pai, e um dia acontecerá com a minha mãe.

Somente pretendo viver para além da esperança de vida, primeiro, porque gosto muito, muitíssimo, de viver, segundo, porque tenho um filho jovem licenciado, mas não sei quando ganhará a sua autonomia, e também para poder acabar de pagar, exactamente aos 75 anos, o T2 que habito, numa zona de habitação módica e de construção de qualidade média, portanto, o que me move é um profundo apego à liberdade, à justiça social, à fraternidade e à solidariedade para com todos os meus concidadãos de Portugal e do Mundo, e a minha ligação à Terra, aos animais e às plantas, numa palavra ao cosmos, ao fim e ao acabo, os mesmos motivos inteiros que me levaram ao 25 de Abril 74.

É também por tudo isto que estes textos não ultrapassam a dimensão de um quase- diário, digo-o nem sequer como queixa, é tão só uma dolorosa constatação, mais dolorosa ainda, quando é verificável que qualquer blogue reaccionário, neo-fascista tem significativa audiência.

Tempos….


andrade da silva

7 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Companheiro, Amigos, Leitores

qual é actualmente a taxa de analfabetismo, de iletrismo em Portugal?
Dos que sabem ler qual a taxa dos que compreendam e sabem interpretar o que lêem?
Sabendo estes números muita coisa haverá a dizer sobre o seu texto.
Porque o populismo se faz seu público, é entre os que menos percebem o que se diz, os que menos atingem as intenções da falsa mansidão, sempre à procura de incautos, que não saibam aprofundar o porquê da eterna necessidade do bode expiatório, entre os mais pobres, mais fracos, mais indefesos, neste caso a mão de obra dos que se aproximam hoje de Portugal à procura do pão e de um pouco de futuro, exactamente o mesmo que os portugueses desde os descobrimentos fizeram também em terra alheia... e a que preço, e isto espalhando-se pelo Mundo inteiro!!

Marília Gonçalves

Unknown disse...

Com governos mentirosos, as taxas visiveis são as que pagamos!
Todo o resto é suspeito. Basta ver os relatórios das infinitas manifestações; o sindicato diz que a afluência foi x, o governo diz que foi x/10, x/9, x/8...
Um governo que não ouve (não precisa, nem quer) o povo sem pessoas competentes, para enfrentar as prioridades.
Sao tantos os relatórios aldrabados, que este governo tem exibido por aí...

Sonho com o um TPP (Tribunal Para Políticos) e um código penal melhorado...

andrade da silva disse...

Caro Pierrot
Seria muito importante criar-se um código da conduta ética para os servidores do estado e um orgão tipo alto Comissariado para a Corrupção para de um modo extra-judicial agir ao nivel das responsabilidades éticas, ou então leis muito bem feitas e definidas contra a corrupção e as violações eticas, o que dificilmente acontecerá,por razões óbvios.

Ao nivel dos tribunais é evidente que nenhum caso de corrupção será julgado, porque as leis e os tribunais consentem todos as manobras dilatórias, e, por outro lado, por negligência consciente ou incompetência diz-se que a eneralidade dos processos são mal instruidos, com ilegalidades formais ou insuficiência de provas que só vão presos os que não conseguirem contratar os advogados mediáticos.

Sem uma profunda alteração politica os tribunais não resolverão nada.

Mas isto somos nós a falar, porque a generalidade do país quer acreditar nas verdades muito parciais dos que por uma ou outra razão ideologica e,ou material lhes interessa este completo estado de podridão até que o país se submeta por completa exuastão politica, socila e psicologica, isto é, primeiro a tortura sistematica para provocar a submissão, este é o metodo que está a ser seguido e muito, muito poucos o reconhecem e contra ele se erguem, mas ladram dos seus quintais.
abraço
asilva

Anónimo disse...

É Hora de Mudar
Só a luta pode derrotar o PEC
este nome horrível, que nos vai lixar a todos os trabalhadores aos jovens aos reformados.Foi aprovado na assembleia da república com os votos do ps e a abstenção dos partidos de direitaPSD/CDS
e os votos contra dos partidos de esquerda PCP e do Bloco.
Perdeu-se uma batalha, mas não se perdeu a guerra.
A luta também se trava fora do parlamento. A possibilidade de derrotar esta ofensiva, depende em larga medida, da capacidade de resistência e luta dos trabalhadores e do povo povo Português.
A LUTA CONTINUA!

Marília Gonçalves disse...

Meio Século
Marília Gonçalves

No tempo em que os cavalos
Tinham patas de vento
O vôo ultrapassava a dor
E as raízes
Quando sonhos azuis
não podiam montá-los
A desenhar o sulco
De térreas cicatrizes.
No tempo em que os cavalos
não escolhiam caminho
Levantavam as crianças
Do solo atraiçoado
No tempo dos cavalos
E das imperatrizes, as leis
Eram sombra de quem ia montado.
No tempo em que os cavalos
Desenharam memória
Da cor da sua cinza
Sobre a cinza dos dias
No tempo em que o terror
Era vê-los, olhá-los
Como vento a passar sobre histórias vazias.
No tempo em que os cavalos
Numa cidade inquieta
Galopavam no tempo
Que não queria parar
Uma mancha de sangue
Desenhava-se preta
Nos dias ressequidos
A perder-se no mar.
No tempo em que os cavalos
Eram maiores que a estrada
Havia vozes cegas
Ou olhos por gritar
No tempo em que eram monstros
Que vinham dispará-los
Sobre a esperança nascida
Que não queria murchar
No tempo dos cavalos
No tempo dos cavalos
Na Pátria ia crescendo
A raiva popular.


Marília Gonçalves

JArtur disse...

ESTE PAÍS NÃO E PARA VELHOS!

Começamos a estar fartos que nos continuem a enfiar os dedos pelos olhos dentro.
Os velhos, mesmo que novos de idade, continuam a usar dos mesmos métodos do antigamente para continuarem a usurpar os direitos civis consagrados na Constituição.

Com esta nova forma que arranjaram de nos usurpar o direito a saúde, e a educação dos nossos filhos, assim como a tentativa de nova delapidação do património Nacional. Causa-me náuseas ver os nossos Seniores arrastarem-se com o peso da idade e da doença, ainda terem que pagar mais com o programa que nos querem impingir, para ter melhor saúde depois de terem que receber uma pensão de reforma miserável sujeita a descontos indirectos de forma escondida.

Julgo ter chegado a altura de haver uma invasão nos Sites do governo, Ministérios e organismos do Estado com mensagens de desacordo do programa (PEC) agora apresentado.

Aí sim, o Meteorito que nos querem fazer cair em cima, seja um dos começos do reverso da medalha.

A minha solidariedade para todos vós.

andrade da silva disse...

Caro JAtur

É preciso que em Portugal e no Mundo se constituam governanças justas que respeitem a dignidade humana desde o nascimento até à morte, de acordo com os ciclos de vida: nascimento, infância, adolescência, entrada no mercado de trabalho, vida activa, velhice, morte, do que já falei por alguns sitios e em mais falaria se pudesse sair do meu quintal, mas vivo cercado no meu quintal pelo desinteresse dos prpprietários das almas, mas aqui posterei esse texto.
abraço
asilva