sábado, 17 de abril de 2010

VIDA.


Neste Abril sou solidário na dor com os que sofrem, como vou sofrendo. Neste Abril a natureza deu-nos o pão que o diabo amassou.”



Conheço algumas coisa da vida, umas muito belas, outras belas, algumas cinzentas e outras negras, como todas as demais pessoas. Destas coisas todas que conheço, muito cedo deparei-me com o grande contraste o de morrer cedo demais e o de uma quase eternidade.

Pelos meus 12 anos, vi partir com um ataque de coração, uma minha avó de cinquenta e tais anos, que sentada, com um gato ao colo, no cimo das escadas que ligava o rés do chão da sua moradia, cheirando tabaco, um comportamento que já, então, considerava horrível, contemplava os carros que iam para a montanha ( local na Madeira, a norte de S. Gonçalo ), um dia deixou de estar ali, e foi viver para o cemitério de S. Gonçalo, cujas paredes laterais se viam do seu ponto de observação.

Por esta altura vivia ainda uma minha bisavó de 99 anos que morreu por causa da infecção que o arranhão de um gato da rua lhe provocou, contrariamente, à minha avó contemplativa, a minha bisavó ninguém a podia ter quieta, gene que herdou a minha mãe, mas que, agora, jaz inerte.

Depois pelos meus 16 anos vejo partir o meu pai, com 56 anos de idade, um homem que era um colosso de saúde, força, inteligência e valores. Um homem incorruptível, completamente blindado a ofertas para obter favores. Dele recebi a única bofetada correctiva com que me brindou, por ter aberto a porta da casa, pelo Natal, a uns soldados que colocaram na mesa de jantar do capitão Silva, um bolo e duas caixas de bolacha.

Tive a triste ideia de dizer que aquilo seria uma oferta de um seu amigo coronel, logo, recebi uma bofetada e, por ordem, com se alinhavam a minha direita, a minha irmã e a minha mãe.Estávamos absolutamente proibidos de receber qualquer prenda.

Depois comemos o bolo, acompanhado das desculpas do meu pai, era uma oferta institucional da Manutenção Militar aos comandantes. Pessoalmente desculpei-o, e gostei do bolo e das bolachas.

O meu pai que tanto cumpria a sua função de comandante da guarda fiscal do Funchal- sem qualquer temor, enfrentou poderosos, como o deputado da Nação Dr. Agostinho Cardoso, tio de João Jardim - como fazia fotografia e cinema e montava com engenho e força admirável um pombal, este homem, em três meses é destruído por um cancro. Percebi cedo que as árvores também se abatem.

Perdi muito precocemente o meu pai, e com ele ruiu toda uma vida, passei de remediado a pobre. Passei, em 1963, de filho de capitão, a órfão de um capitão com direito a uma pensão de 100 escudos mês, com o desconto de 1 escudo para imposto de selo. Descobri a crueza da vida, mas não a maldição do fascismo, porque, então, católico praticante considerava que estas passagens eram desígnios de Deus, logo, nada a fazer, e era dever aceitar tais desígnios.

A vida foi andando, descobri cedo que a vida era finita, contudo ficou a minha mãe forte, heroína, intuitiva, impulsiva, com um sentido profundo de justiça.

Nova ainda atirou uma caixa de costura à cabeça do patrão. Andou nas Revoluções e revoltas da Madeira contra o fascismo, não tinha medo de ninguém, nem estava disposta a aturar quem quer que fosse, para além do meu pai, ausente em serviço pelo oriente, por Macau. Andávamos sempre com a casa às costas de S. Martinho, para S. Gonçalo, de S. Gonçalo, para S. Martinho, que tempos!...

Tinha sete anos e vi-a dar uma grande bofetada num dos nossos senhorios que queria através dela travar uma batalha com um inquilino Homem, escolheu uma mulher, enganou-se. Encontrou uma Maria da Fonte, e o malandro levou uma grande bofetada, foi-se queixar à policia, e o major comandante, o major Morna, um grande major, mandou-o bugiar e deixar de ser big.

Depois de receber a noticia de que está hospitalizada num hospital com um AVC, depois da Alzheimer a ter tentado deitar abaixo, o que, não estava a conseguir, surge, agora, nesta luta desigual um novo trunfo – o AVC – e ei-la agora a travar uma das suas últimas batalhas.

Vejo-a heróica, em 1976, vinda da Madeira para dar apoio ao seu filho preso – eu, seu filho –pelos energúmenos deste podre regime democrático, podre desde 1975. Este regime que me mandou em 1976 para a Madeira para ser MORTO pela flama ( movimento separatista da Madeira), como o bombista-mor, de nome Firmino, meu antigo colega, daquele grupelho o declarou, o que denunciei ao Brigadeiro Azeredo. Todo o país soube isto, mas não se comoveu. A podridão deste regime tem 35 anos.

Como a Flama não me matou tive de ser preso, porque não me deixei matar por um grupo de 10-15 indivíduos do bando Diabo à solta que me queriam linchar. O juiz presidente do tribunal, coronel da Força área Cruz Novo, declara aos meus advogados Dr. Xencora Camotim e Goucha Soares e a mim que estou inocente, mas que votou a minha condenação a 18 meses de prisão, para desarmar a vingança ideológica e o ódio ao jovem capitão de Abril, do juiz Rui Gonçalves Pereira que me queria condenar a 4 anos de prisão maior para ser expulso do Exército.
Todavia como se isto não bastasse os fascistas querendo baralhar tudo, lançaram a ideia de que era um dos apoiantes de uma manifestação a Américo Tomás, o que, muito exasperou a minha mãe, e lhe complicou a vida, porque, então, a sua base de apoio era na casa de uma nossa amiga comunista, a Modesta , numa terra, o Couço, em que 80% ou mais votavam PCP.

Esta Mulher, de seu nome Conceição, minha mãe, aos 87 trava a sua ou uma das suas últimas batalhas, e, agora, procuro aplicar em mim próprio e à minha família o que ultimamente tenho sugerido a familiares e amigos para pensarmos e aceitarmos que não somos eternos que temos de partir, e que este partir é tanto mais razoável, quanto mais idade e menor qualidade de vida temos, como no caso de cancros, Alzheimer, AVC, sei que isto dói muito, como sempre disse e há muito pouco o dizia baixinho à minha colega Cláudia, agora, estou nesta prensa, mas sei que não há outro modo de a viver.

Dói, dói muito, mas pior seria se a razão fosse derrotada pela soberba. O meu coração rebenta como todos os outros, e mais porque neste momento tendo ido para a Madeira a minha irmã médica, fico sem saber bem o que fazer, partir, ficar, esperar alguma clarificação que só para segunda-feira haverá, que fazer? A Madeira não é ali, e uma vez mais o 25 de Abril interfere nas minhas decisões, assumi compromissos, estou numa encruzilhada…

Penso e aguardo, mas espero nunca me deixar vencer pela soberba, e o mesmo farei junto dos meus, conquanto compreenda que entre nós, seus filhos, não estamos todos em igualdade de circunstâncias, sei que tudo é muito mais doloroso e difícil para minha irmã que ao longo de toda a vida viveu com a minha mãe.

Queira-se ou não as diásporas são uma forma precoce de se morrer uns para os outros. A diáspora é uma forma de morte antecipada.

Neste Madeirense em Lisboa com a sua família dispersa pela Madeira, Lisboa, Algarve o rasto da morte acompanha-me desde há muito, mas cantarei a vida, embora nesta luta confusa de ficar, partir, aguardar, vivendo com um profundo sentimento de impotência, acreditando profundamente que nada posso fazer por agora, sobretudo enquanto as minhas irmãs se puderem apoiar mutuamente, fico enrodilhado num circulo. Há momentos que não sabemos bem o que fazer, embora o impulso evidente seja só um, mas…

Aqui estou, neste Abril que desejaria fosse melhor para todos, mas também bem outro para os meus, para os que em semelhantes palpos se encontram e para mim. Enfim é a vida, nas sua curvas e contra-curvas….

Vida… Vida….

asilva

9 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Companheiro, Amigo
não se esqueça que acima de tudo é um ser humano.
Penso que nestes dolorosos momentos, tem também, embora seja Abril, uma obrigação de presença com sua mãe!
se negássemos a nossa humanidade com suas consequências, nunca teríamos capacidade de amar e compreender os outros.
As Importantes festividades de Abril
terão lugar apesar de sua ausência.
Não é ao 25 de Abril de 1974 que você vai faltar (isso assim seria uma tragédia) mas à sua Grata Comemoração!
A sua mãe Capitão, você deve-lhe a vida e tudo o que fez por Abril a sua extraordinária luta pela REFORMA AGRÁRIA, devem-se ao dom de vida de sua mãe!
Seja apenas o ser Humano, e filho presente neste momento trágico de uma vida que se extingue
é porque é Humano que todos gostamos de si
Força meu Amigo e Coragem
da sua sempre amiga
Marília Gonçalves

Jerónimo Sardinha disse...

Caro Andrade da Silva,
meu Bom Amigo e Companheiro desta via sacra que são as nossas vidas.

Sem palavras, faço minhas as da nossa Amiga Marília.
Talvez um dos melhores comentários e expressão de solidariedade da nossa Companheira.

Sabes, conhecendo-me, qual a opinião que tenho de vidas e circunstâncias.

Deverás fazer o que a tua intuição, consultada a consciência te aconselhar.
Recorda-te que Mãe só tens e sempre só terás essa.
25 de Abril, haverá muitos. Sendo que no estado de decrepitude em que, como bem o frisas, este se encontra desde há 35 anos, me parece melhor seguir a opinião de Pombal:
Cuide-se dos vivos (no teu caso, enquanto ainda)...

A ela deves tudo. Até o "tal" Abril, pois sem a sua maternidade, os seus ensinamentos e os seus valores transmitidos, não terias, certamente, lá estado.

Como uma vez me escreves-te, são as curvas apertadas da vida.

Solidário contigo, sempre,

Jerónimo Sardinha

Marília Gonçalves disse...

Meu Querido Amigo, Capitão de Abril

desejo sinceramente que serene sua consciência, pois entre a malta de esquerda, a nossa gente, todos compreenderão facilmente que o momento da perda de uma mãe, fragiliza. Mesmo que queira estar presente nas Festividades de Abril, apenas seu corpo estará presente, e mesmo se tomar a palavra, não poderá estar com sangue frio que lhe permita dizer aquilo que exactamente faz falta!
Nós, companheiro, nem queremos nem acreditamos no super-homem!
Não tem o direito de destruir a sua magnifica sensibilidade, que o faz ser quem é, contrariando o coração menino, que em tão aflitivo momento falará dentro de si!
Se optar como o desejo sinceramente, pela sua presença ao lado de sua mãe, porque não pode estar em Abril, pela minha parte lançaremos em sua intenção um ramo de cravos rubros ao Sena
e que cada amigo do blogue pensando na sua dor que o obriga a estar ausente desfolhe um cravo do nosso Abril, aí em Portugal, e estando presente no pensamento de todos, estará apesar de tudo em Abril
Que esse Alentejo que tanto ama, ostente ramos de papoilas em seu nome, que como o grande defensor que foi da Reforma Agrária bem merece.
Dê a sua mãe a última coisa que lhe pode dar, segurar-lhe a mao no instante da partida. E todos os que Amam Abril, por Solidariedade e estima para consigo, marcarão com sua presença o sua voz Presente como sempre esteve na Luta por Portugal de Abril
Nada mais posso acrescentar,e permita ao homem forte e corajoso que sempre tem sido, o direito de pelo menos mais uma vez ser a criança na ternura pela mãe

uma sua Companheira de Abril
com toda a estima e relembrando-lhe a estima de todos os amigos e Companheiros que sabem bem o quanto é meu amigo você é de Abril
Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

Amor de Mãe


Veio bater à minha porta

o perfume da baunilha

ou de flor que nunca vi

mas oh espanto oh maravilha

lembra a voz de minha filha

quando me diz, estou aqui.



Todo o ar se reveste

de aroma doce silvestre

meu sabor a juventude

a relembrar quatro berços

quatro céus quatro universos

minha lira ou alaúde.



O perfume de baunilha

envolve como mantilha

o ar brando o céu azul

sol intenso que em mim brilha

o que espero que não mude

os passos de minha filha

doirando-me a estrada rude.



A acácia o malmequer

o lírio ou a açucena

minha vida de mulher

numa mãozinha pequena

em minhas mãos a crescer.


Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Desculpem mas o vosso comentário está deslocado, obviamente que não é por causa das comemorações do 25 de Abril que não parto mas por circunstâncias variadas e também porque o diagnostico médico é de um AVC que ainda náo se conhece as dimensões, estando a minha mãe com alguns sinais vitais a funcionar o ouvir, mexer a boca e os movimentos de mãos, está estacionário um a boa ajuda seria me falar quem soubesse alguma coisa destas coisas.

Bem de facto os vossos comentários não dão nenhuma ajuda esclarecida e útil neste caso,porque obviamente não é por causa do 25 de Abril que não vou à Madeira, obviamente.

Mas obrigado pela intenção se foi a de ajudar,

Oh marilia

não insista com a história das comemorações do 25 de Abril, e o que está a dizer sobre o AVC, é tão provavel ser morte, como não ser, logo o apoio que precisaria não é o da confusão que estão a estabelecer, mas de esclarecimentos que os médicos assistentes não dão por ser fim de semana.
asilva

só planície disse...

joão compreendo perfeitamente essa impaciência e nervosismo.são resultado da impotência de nada podermos fazer, eacontee dnquanto vemos os nossos entes queridos a sofrer. abraço solidário e tenta serenar, e aceitar o que tiver de acontecer. abraço

saltapocinhas disse...

Amigo,
há dias, por acaso, numa passagem pelo MIC, reconheci-o num artigo que falava da sua passagem por Mucaba. É o Alferes Andrade da Silva! Exclamei. Fiquei contente por saber de si. Podia falar também um bocadinho sobre esses tempos, mas não é esta a oportunidade. O momento é de tristeza. Só não entendo essa sua incapacidade de decidir se vai ou não para perto da sua mãe, porque o Alferes Andrade da Silva que eu conheci era um homem cumpridor do seu dever, de honrar compromissos, elevado sentido de justiça, mas acima de tudo humano. É disto que se trata agora, humanidade e amor, é isto que prevalece. Lembro-me de me contar que o seu pai já tinha falecido e lembro-me também da emoção com que o fez. A minha mãe fazia hoje anos, hoje não, já foi ontem, já passa da meia noite, há 10 anos teve um AVC e morreu 1 ano depois. Nesse dia eu estava de férias no Algarve e logo que soube vim a correr para o hospital de Aveiro onde cheguei 4 horas depois, tentei falar com ela mas ele já não conseguia articular as palavras, pela maneira como emitia os sons pareceu-me zangada. Ainda hoje penso: porque é que eu não estava cá nesse dia, não valia de nada, mas esta aqui.
Não sei se esta minha história ajudou em alguma coisa.

Eu ia para lá. Tenho a certeza que o Alferes Andrade da Silva que conheci já tinha decidido.

Volto outro dia.
As melhoras para a sua mãe

Saul Laranjeira

andrade da silva disse...

Obrigado Azinheira

Caro Saul
Obrigado.

A minha questão não é nenhuma falta de capacidade de decisão, mas é sim NESTE MOMENTO E TALVEZ PELA 1ª VEZ NÂO SABER QUAL A MELHOR DECISÃO PORQUE A MADEIRA NÃO È ALI E se neste momento a minha mãe e irmã residente no Funchal contam com o apoio da minha irmã médica do Algarve que está lá mas tem de regressar e ainda não se sabe qual é a evolução é se DEVEMOS ESTAR OS DOIS AO MESMO TEMPO OU SE NESTA FASE NOS DEVEMOS REVESAR PORQUE NENHUM DE NÒS PODE LÁ FICAR POR MUITO TEMPO E A MADEIRA EStá a 100km de mar, neste quadro sei que para a minha irmã residente será melhor o apoio repartido, sobretudo se o internamento da minha mãe se mantiver.Para a minha mãe não sei dado que já trazia um quadro de Alzheimer.

Para mim claramente que o melhor era estar lá e isso nem poderia ser questionado por quem me conheça minimamente, não só pelo amor que tenho à generalidade das pessoas, mas de um modo total à minha mãe, mas também à minha irmã residente que precisa de ser apoiada para poder vir a apoiar a minha mãe, portanto o que quero é tomar nestas circunstâncias a decisão que seja a MELHOR PARA A MINHA MÃE E PARA A MINHA IRMÃ RESIDENTE NO Funchal e este é o dilema.

~Meu caro amigo não há nenhuma indecisão no Andrade da Silva de ontem ou de hoje, compreendo que no imediato para a minha mãe e irmã o melhor era estarmos lá todos, todavia terá de haver alguma reserva para quando a minha irmã do Algarve regressar e houver uma quebra na minha irmã residente eu poder então apoia~la.

Se a minha mãe entretanto morrer e eu chegar tarde SINTO QUE FIZ UM SACRIFICIO ALTRUISTA PORQUE COMO TODOS O QUE MAIS DESEJO È ESTAR JUNTO DA MINHA MÂE.TODAVIA SE ELA SOBREVIVER COMO ESPERO O MEU APOIO PODE SER MAIS ÚTIL quando o da minha irmã cessar.

ESte é o meu dilema e por enquanto considero a melhor decisão para manter alguma capacidade de reserva no apoio continuado a mina mãe e irmã, tenho também a duvida se a minha mãe sente a minha falta JULGO QUE NÃO PORQUE JÁ ANTERIORMENTE NEM SEMPRE ME RECONHECIA POR Causa do seu adiantado estado de Alzheimer, mas nunca tive dúvidas que no imediato o melhor para mim seria partir, mas a madeira não é ali e no caso como espero de sobrevivência da minha mãe o amanhã pode ser muito critico, sobretudo a passagem do apoio de duas pessoas para nenhuma. 900Km de mar causam grande problemas.

Neste momento a minha convicção é que esta é a PIOR DECISÃO PARA MIM, mas pode não ser para o que pode vir a seguir, se sobreviver como espero.

O MAIS FÁCIL ERA PARTIR JÁ. NÃO SEI É SERÀ MELHOR TER 3 apoios de três filhos num momento que depois num curto espaço passa a um ou se manter 2 por mais tempo, sobretudo na importãncia que pode ter para a minha irmã residente, cuja exaustão também tem de ser evitada, esta é questão, que é um pouco difernte a que os vossoa amigos e generosos comentários querem resolver.

também é nestas ocasiões que se vê o peso terrível da insularidade ou de estar muito longe da terra.

DE facto deparo-me numa contenda entre sentimentos e razão para melhor tentar defender o que julgo ser melhor no curto prazo.
asilva

Marília Gonçalves disse...

Caro Companheiro e Amigo
é evidente que todos desejamos que sua mãe ultrapasse esta crise
Isso é o que todos os amigos desejam
mas foi a sua aflição, que é humana, que nos lançou a todos em seu auxilio, pelo que depreendemos de seu post.
Olhe, a experiência que tenho sobre um AVC? foi com meu pai, tinham-lhe extraído um rim, uma grande parte da supra-renal do rim que ficou. Partiu em convalescença e no centro em que convalescia em consequência do pouco de supra-renal que lhe ficara, teve uma subida de tensão arterial a 32 e o AVC de imediato
Meu pai tinha 44 anos, e anteriormente nada tinha tido a nível do cérebro. Esteve em coma vários dias. Ninguém sabe como, conseguiu voltar, mas totalmente paralisado do lado direito.
A idade e a força de vontade (de ferro) ajudaram-no. Assim que recuperou do coma os médicos deram-lhe uma placa de borracha extra dura,que ele devia apertar nas mãos, para recomeçar a reeducação.A primeira vez que o fez desmaiou imenso tempo, mas a cada vez recomeçava e passado poucos meses andava e anos depois escrevia e muito, com uma letra de desenho idêntico à que tinha antes do AVC, mas tremida.
Mas este caso que foi de um longo sofrimento, difere do de sua mãe, e possivelmente acontecerá o mesmo com cada AVC, que provavelmente será diferente de outro qualquer.Por isso penso que nossos testemunhos num caso destes é que não fazem avançar em nada a sua interrogação. Outro AVC de que tive conhecimento foi com o pai do meu genro, o senhor tinha 60 anos, mas nunca parou de sangrar e em dois dias partia.
Tem razão! só os médicos frente à historia clínica de sua mãe, poderão pronunciar-se. E mesmo assim pode sempre haver surpresas.
Os médicos não esperavam que o meu pai recuperasse do dele, pela intensidade com que se deu, deveria ter partido de imediato.
Sei que vive momentos de dor e aflição e embora a nossa estima, a de todos os amigos e companheiros, que tanto lhe queremos e o respeitamos, nosso sentir pode ser um apoio, mas você de dorido e aflito que está, não os pode sentir.
Acredite que todos nós, seus irmãos de combate e companheiros de Luta o que mais desejamos é que sua mãe recupere! Assim isso dependesse das nossas pobres e humanas, impotentes vontades.
De qualquer forma estamos todos a seu lado!
abraço amigo
Marília