terça-feira, 25 de janeiro de 2011




Aragem


Pelos livros que me ofereces
ou a música inspirada
onde estão todas as preces
laicas e silenciadas...
por enviares da distância
imagens sons e história
por me devolveres infância
além do fio da memória
porque meu irmão teu gesto
é seara sementeira
do tempo que ao passar lesto
lavra a palavra colmeia
porque um enxame de luz
borboleteia pra mim
no desenho ainda azul
do nosso país jardim
cada livro é o caminho
cada som é nova estrada
a escrever asa no ninho
na minha árdua escalada
onde vou subindo a gosto
mesmo se a custo, porém
vejo ardentias de Agosto
no Janeiro que aí vem.

Ai arte, ai cultura
ai livros vontade
palavras ternura
na voz da saudade.

Ai vento, ai maré
óai, sementeira
pois ser-se quem é
é uma maneira
de rasgar distância
de abrir pensamento
de espalhar cultura
nas asas do tempo.

Pelos livros que me ofereces
esse baú de palavras
cofre de imaginação
é que acordo tantas vezes
a ver crescer coração!


Marília Gonçalves

4 comentários:

Helena disse...

Bom dia!
Que bonito!
Este espaço já se tornou lugar de passagem obrigatória. Bem... tenho estado de ressaca... de uma enorme ressaca e com um enjoo que me irá acompanhar, certamnte, por mais 5 anos.
Sopram ventos adversos...

Abraço

Marília Gonçalves disse...

pois pudera, estamos todos, os da margem esquerda
um grande abraço
sua amiga
Marilia

andrade da silva disse...

Marilia

Bem aventuradas são as aragens da manhã,sempre que correrem livremente pelas palavras é sinal maior que a democracia ainda não voltou ditadura.

abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

oh amigo, as suas palavras têm um perfume d'oriente!... mas nem estranho, desde ontem que me anda o oriente no caminho
abraço
Marilia