
Desde 2008 que sucessivamente venho a gritar que nenhuma força à esquerda do PS sozinha é capaz de provocar qualquer alteração significativa na governação, ideia que um número substancial de militantes desses partidos por uma questão de completo imobilismo, nem sequer admitiam discutir. Todavia uma voz esclarecida do PCP, António Murteira, desde há bastante que também o referia como indispensável.
Hoje o Comité Central do PCP decidiu promover um encontro com o Bloco de Esquerda, obviamente que os resultados podem ser nulos, por uma questão de tacticismo, mas se isso vier a acontecer é de uma gravidade democrática e nacional gravíssima. Todavia, desde já saúdo o primeiro passo, de uma cadeia de muitos, muitos, embora Bernardino Soares tenha dado um ar de pouco entusiasmo, quanto a este encontro.
Julgo que neste momento os militantes dos partidos que foram imobilistas, porque tiveram um medo atávico de ofenderem os interesses dos dirigentes dos seus partidos, devem sentir uma profunda vergonha, por não terem ajudado os seus partidos a juntarem esforços mais cedo, e deveriam pedir desculpas por terem ignorado e, mesmo, de um modo arrogante e de irrealista auto-suficiência, terem recusado por medo, falta de coragem e ausência de livre arbítrio esses apelos de quem AMA, SOBRETUDO, PORTUGAL E OS PORTUGUESES, A DEMOCRACIA, A DIGNIDADE E O DESENVOLVIMENTO.
Mas honra aos militantes que sempre sinalizaram com dignidade esta necessidade, como é o caso de António Murteira e Ester Pita, entre outros, agora, e, já atrasadamente, é natural que muitos reconheçam esta imperativa necessidade, como o sublinhava nos textos "Mudar de Politica, e Pela Vida Contra a Morte. Abaixo a roleta Russa". A LIBERDADE DE ABRIL é assim, quem não é cínico, nem cobarde, nem dogmático não precisa de carta de Alforria de ninguém para defender o que é justo.
Também, assim, foi comigo no 25 de Abril 74, quando em Novembro de 1972, da Damba, sem consultar ninguém, lançava um alerta, em carta dirigida ao meu camarada Custódio Pereira, antecipando que a Guerra estava perdida ( dois anos depois foi o colapso) e que era preciso mudar de politica. Agora 3 anos depois deste apelo de unidade, que também alimentei junto do Movimento da Nova Esquerda, que foi morto na incumbadora pelos seus pais, vejo um passo importante nesse sentido entre o PCP e o Bloco de Esquerda.
É um passo importante, mas ainda com uma perspectiva ténue de êxito, se os militantes continuarem à espera que a decisão venha de cima, e será em qualquer caso modesto, mas pode tornar-se de gigante se alimentar a criação de uma dinâmica de convergência entre os sociais- democratas e socialistas do PS, as esquerdas, os sindicatos e os cidadãos independentes de esquerda.
É fundamental para se criar a possibilidade de mudar o rumo à política neo-liberal e de desastre que se está a seguir, uma ampla, larga e forte base de apoio, para levar a cabo o que poderia ser um PEC importante para agora com medidas como: a venda do submarino, a suspensão da compra ou venda do segundo; a execução dos casos pendentes nos tribunais administrativos em que o Estado reivindica que particulares lhe paguem 14 mil milhões de euros; a taxação significativa de rendimentos imorais de particulares, bancos e seguradoras e ainda, dos gestores a ganharem 200 mil euros; a indexação ao vencimento do Presidente da República do vencimento dos gestores públicos; venda de parte do parque automóvel e do imobiliário público excedentário, a preços de mercado e não de favor, no quadro de uma larvar corrupção e etc.,etc.
Mas que de futuro se registe que as posições imobilistas não só não servem os partidos políticos, como sobretudo enterram Portugal e são uma verdadeira nódoa no comportamento dos que nunca saem da sua zona de conforto - a que se chama ter as costas quentes- não arriscam nada, mas estão sempre prontos a criticarem os que heroicamente ousam estar sozinhos ou pouco acompanhados na defesa de um Futuro melhor para Portugal e os portugueses.
É PRECISO EXPULSAR PARA BEM DE PORTUGAL, DA EUROPA E DO MUNDO OS IMOBLISTAS QUE NUMA TENTATIVA DE SOBREVIVÊNCIA, A TODO O CUSTO, SE DESLOCAM PARA O FUTURO DE COSTAS.
andrade da silva
PS: o Sr. Primeiro-ministro num monólogo a três, hoje, na RTP1 arvorou-se no cavaleiro que nos defenderá até ao último recurso do FMI, mas seria importante que o fizesse sem a chantagem politica e psicológica, através de justas, competentes e equitativas medidas, e seria importante que as oposições anunciassem a alternativa à austeridade que o governo queria promover, ao não fazerem dão pesados trunfos ao governo, e deixam uma grave zona de sombra na análise dos programas de governação.
Para analisar esta intervenção estiveram na RPT -N Maria João Avilez, Marcelino do DN, André e Inês, nada de novo. Fizeram o monólogo contrário a 4. Uma tristeza. Conclusão Sócrates vai jogar forte e feio com o espantalho do FMI, cuja entrada em Portugal é grave, e se deverá à incúria e ao cinismo de muitos, mas que Sócrates, através de um processo de vitimização vai culpar todos, mas sobretudo o PSD e o Presidente da República, para tentar ganhar eleições.
Também nas contas do sr. Eng Sócrates para além do PS, só existe o PSD, os restantes não mereceram praticamente nenhuma referência. Seria importante tirar-lhe a base desta arrogância.
4 comentários:
caro amigo; não sei onde está o espanto o PCP é um partido revolucionário, não admira pois que revolucione, nesse ou noutros campos
abraço
Marília Gonçalves
Marilia
O que me não espanta, nunca espantará ou espantou é o acto revolucionário, o que me indigna e indignará, sem nunca me surpreender ou espantar é sempre o imobilismo e o medo de se ter opinião e a arrogância da auto-suficiência, perante a calamidade, mas obviamente que falei de militantes amedrontados e imobilistas e não me referi a nenhum partido, pela razão muito simples porque é comum a muitos, logo....
abraço
asilva
APENAS ME ESPANTA QUE DO IMENSO ROL DE SUAS AMIZADES NINGUÉM COMENTE O QUE ESCREVE
Marilia
A FALTA DE COMENTÀRIOS
Adiante a resposta se sabe, talvez... talvez... haja gente a espiar o que cada um diz e pensa, talvez... mas há quem leia.
Imenso rol de amigos? Onde? não pertenço a nenhuma organização onde uns aquecem as costas dos outros para dizerem ámen.
Mas o que quero que faça que me cale, olhe que já fecharam um blogue para me calarem, enfim uma voz livre fora de todos os rebanhos é um perigo.
Acha que não entendo, ou não leio os sinais, mas a questão é sempre a mesma TO BE, OR NOT TO BE. Tenho optado pela atitude moral.
abraço
asilva
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