quinta-feira, 9 de junho de 2011

QUANDO CHEGAR À TERRA TEFEFONO!...

Mãe






Sr. Carlos, muito obrigado, quando chegar à terra telefono!


Dizia, no metro das 18, deste dia 9 de Junho 2011, a mãe de uma rapariga com um grave defeito na vista, com os olhos muito saídos das pupilas e quase invisual....


Acordei, como o dia, melancólico. Acordei no rés do chão, não fiz o que devia ter feito. Temos o direito de nem sempre darmos o nosso máximo, como temos o direito de errar. São direitos assertivos que ainda a carta dos direitos humanos não adicionou, uma grande lacuna.


Todavia, não sabia bem porquê, embora tenha sempre presente esta data do dia 9 de cada mês, mas hoje nem sabia que era 9, ou melhor talvez soubesse, mas ao acordar nem me lembrei que seria esta a data, e, assim, interrogando-me do porquê desta melancolia, lá dei comigo a pensar que neste dia faz 7 meses que a minha mãe morreu.


Não celebro o dia da sua morte, recuso-me a isso. Celebro e vivo a sua vida de uma mãe coragem, que ainda há dois dias, em sonho, me avisava para os perigos do verbo livre, não vendido, nem hipócrita. Mas há 7 meses ela expirou nos braços da minha irmã Fátima que ainda tem esta ferida a sangrar, e nós, os irmãos ( irmã e irmão) lá lhe vamos pondo o mercúrio possível. Mas tudo leva o seu tempo, e o tempo do luto e da dor é grande.



Mesmo depois de ter partido, e, agora, com uma visão mais global da realidade ela sabe quantos jacarés disfarçados andam por aí, mas ela também sabe que eu, tanto quanto ela, tenho um verbo directo e sincero, mas sempre sem ódio ou raiva contra as pessoas, é de critica dura aos actos maldosos e injustos. Na minha família os actos maldosos contra as pessoas, os animais e as plantas são intoleráveis, venham donde vierem. Não somos cúmplices.


Mãe obrigado! Quando chegar, ou chegarmos, à Terra, telefono-te, talvez esta terra fique um pouco mais longe do que a daquela senhora, que será algures no Norte, nas Beiras ou no Alentejo, a minha, a nossa, pode ser em nenhures.


Como sabes, estamos, outra vez, nos santos populares e, por aqui, amanhã é dia de Portugal e segunda-feira dia de santo António, um fim de semana de 4 dias para os Lisboetas, um rebuçado saboroso antes das dores, dizem crise. Mas por quantas já passamos, quando uns cães raivosos me morderam e a ti, e à nossa família tão cruelmente ?... coisas malditas, mas quando chegar à Terra, telefono-te, passa bem!


A Fátima está na Missa a pedir por ti ao Deus em que tu e ela acreditam. Eu acredito na lágrima que me cai


Beijos e abraços


Teus filhos.

4 comentários:

Isaura disse...

Um beijo amigo. Pela tua Mãe, pela minha Mãe, por todas as Mães.
Abraço.

diamantino disse...

Um abraço sentido

andrade da silva disse...

abraços pelas nossas mães, a quem tanto devemos e nos amaram, o que, perante outras tragédias foi uma dádiva. Obrigado Isaura e Diamantino. Salve!
asilva

TIA BELA disse...

Dia 9, registo.
A minha foi em 1983...tanto tempo: ontem, o pai com a mão na minha:1989 há um bocadinho! Ninguém mais lhe chama filho... essa é a realidade audivél. Ninguém mais olhará para mim nem para si com a dádiva total como eles nos olharam. Ficamos mais duros, de vez em quando deixe rolar, uma duas as que quiser... vai ajudar o luto, esquecimento não, não os ofendamos... onde quer que estejam cheguemos!