segunda-feira, 4 de julho de 2011

GRÉCIA:BANCARROTA ANUNCIADA, PORTUGAL ESTÁ NA MESMA ROTA?


( Há mais de uma década que andava a dizer, por entre increus, que quando os alemães se chatiassem de nos pagarem a paz social, isto ia ficar negro, e quanto à res- publica, desde os anos 76/77/78 que nos meus escritos de prisão está lá quase tudo. Quando somos injustos, ingratos, egoístas e deixamos os melhores para trás e apoiamos os velhacos, os impostores, como na inquisição e na PIDE, muitos torturados beijaram as mãos dos torturadores - as legitimas fraquezas humanas que é preciso humildade para as confessar e aceitar.Estive preso com pseudo-revolucionários, e vi os que soçobraram, mas logo se arvoraram à saída da prisão em heróis, quando lá dentro foram miseráveis e indignos farrapos humanos- só merecemos o INFERNO. Ao PURGATÓRIO, já chegamos, bem mais tarde do que esperava, e ao Inferno, ainda vamos a tempo dos nos safarmos, falo de cerca de 30 a 40% da população, obviamente? )




O cinismo, o ilusionismo e o descaramento, para ser brando na terminologia, nunca foram tão longe, mas é o que as cigarras merecem, só que as formigas, injustamente, vão pagar a maldita factura da insolvência criada por aquelas.


Desde os governos de Cavaco da Silva que reconheço que estamos a viver acima das nossas possibilidades.Escrevi ao próprio governo a dizer que a nossa rota estava errada, e recebi desse mesmo governo uma resposta por escrito que era dos portugueses que pagava IRS, dos que estava incluído no grupo dos 20% que melhor ganhavam, o que, me permitiu ver quanto as pessoas estavam a recorrer ao crédito, para viverem como viviam , com muito mais desaforo que eu. Logo...



Em Janeiro de 2008, porque ganhei a carta de alforria da liberdade de expressão, no blogue avenida da liberdade da Associação 25 de Abril, rebentado por uma vontade soberana, em 13 de Junho de 2008, no blogue do expresso e no blogue liberdade e cidadania, denunciei que vinha aí a chinização e uma certo regresso a um a dada idade Moderna, pós-moderna, e, logo, até revolucionários que se consideram da 1ª linha, me chamaram pessimista, e que nós portugueses éramos isto e aquilo.



Como os demais amantes sinceros considero Portugal um grande país, mas mal governado, e, agora, dizem que a Grécia está FALIDA, NÃO PODE CUMPRIR, NÃO PODE PAGAR, e que a declaração da bancarrota só será feita daqui a dois anos, para não afectar os bancos alemães e franceses, disse- o, ontem mesmo o Sr. João Barradas no programa prós e contra, e que nós seremos caçados por essa turbulência, inexoravelmente.


Neste mesmo programa o Sr. Cantigas ( que grandes cantigas traz), e sr. Pires de Lima do CDS, como há dias o sr. Marcelo Rebelo de Sousa, como o sr prof. Catedrático da Irlanda, e, ainda, o Sr. X e Y da banca e das finanças dizem a todos os portugueses : Oh gentes, mesmo que venham estar piores em 2016 que hoje, aceitem calmamente todas as medidas que vos impõem. Sejam pacientes e disciplinados. Não façam asneiras. Tem de ser assim, muito embora a bancarrota possa ser o porto de Chegada.


Todavia acho extraordinário que actualmente toda a gente fale de consumismo, contra o consumismo, e se considerem uns optimistas, mas como, oh gente louca e desvairada, cínica ? De facto toda a gente quis mais vencimentos para fazer gastos sumptuários, os ricos, e desnecessários, os pobres, e nisto foram cúmplices os bancos e todas as demais cigarras dentro dos sindicatos, partidos e até dentro da Igreja. Quem denunciava o consumismo era um parvalhão. Tal como na tropa, quando em 1980 se falava da guerra subversiva, e depois tiveram de aprender as técnicas daquela guerra para irem para Timor e o Afeganistão... coisas...


Falo com a moral de quem tem os pares de sapatos e ténis contados e utilizados até ao limite, não tem uma TV plasma e tem um TM de 1ª geração com uma memória para 6 mensagens, fica claro. Todavia gasto em assinaturas de revistas, tertúlias, produtos integrais - paradoxo são mais caros que os outros, apesar de diminuírem as despesas em saúde - e faço os consumos que César das Neves considera sábios, leio poemas, dou abraços e beijos e desloco-me para os distribuir ( A revista Dirigir nº114 do IEFP trata de um modo brilhante e muito completo o assunto consumismo. Já agora consideram um quase crime económico e ecológico o consumo de água engarrafada. Com o uso de filtros a das torneiras é da mesmo qualidade)


De facto é preciso rever o nosso modelo de crescimento e do comportamento social, mas não na rota da chinização, mas não na rota fascista, nem de modelos produtores de entropia, desastre e miséria, mas sim, da justiça e da dignidade, para o que seria necessário falar verdade, repor o comportamento honesto, e levar a que todos paguem a crise na medida que a criaram: primeiro os banqueiros, governantes e os grandes empresários parasitas que sobretudo investiram nos bens de consumo importados, depois os consumistas, finalmente todos nós, e, daqui resultam algumas medidas imperativas, de facto UMA REVOLUÇÃO.


Uma REVOLUÇÃO PELA DIGNIDADE que estabeleça UM RENDIMENTO MÁXIMO MORALMENTE ADMISSÍVEL, uma reforma fiscal justa, combate à corrupção , à economia paralela, se altere o padrão comportamental do consumo, reestruturando a politica de vencimentos que não se deve basear em subsídios, mas sim, em vencimentos justos. Sempre o defendi na Instituição,onde trabalhei - as Forças Armadas.


Todavia, face aos baixos salários que temos justifica-se o tal subsidio de férias que é um investimento para a economia e para as pessoas, é importante que as pessoas gozem de férias. Diferente é o subsidio de Natal que é sobretudo um incentivo para o despesismo, pelo que não deviria existir para vencimentos a partir de um certo nível, 3000 a 4000 €, e para os demais nunca devia exceder um dado valor de mil a mil e quinhentos euros, também deveria ser generoso. Como subsidio que é devia ser equitativo e não respeitar o vencimento, isto é, o estado faria uma transferência das verbas poupadas para os mais desfavorecidos, e se houvesse ainda verbas excedentárias deveriam ser dirigidas para o financiamento do estado Social.


Contudo, segundo o Sr. Cantigas, a solução para Portugal passa pela privatização de tudo. Mas se o dinheiro recebido só serviria para a diminuição do défice público e não do défice dos privados que é maior que o público, o que resolve as privatizações? E também não se vê como a passagem da EDP ou dos CTT para o sector privado aumentem a riqueza nacional e a competitividade da economia portuguesa, ou no que a altera?


Enfim, andamos estes anos todos a ouvir as cigarras e, agora, dizem que temos de estar de cócoras, para nos salvarmos ou morrermos no cadafalso da bancarrota. Ora neste dilema que anunciam - eles próprios anunciam - como querem que sejamos passivos, calmos, serenos, numa palavra tontos?




Como?




andrade da silva




PS: Sobre os livros e discursos de Mário Soares. São muitas as citações que tenho nos meu diário de prisão sobre este nosso concidadão, quando apelava ao nosso patriotismo para recebermos de braços abertos o FMI, ou quando em 31 de Janeiro de 1997, no Porto, recordando a acção heróica dos sargentos de 1891, gritava para fazermos frente ao golpe fascista que segundo ele poderia eclodir naquela ano, comentava, então, assim as suas palavras: "Mário Soares corre o risco calculado de só ficar pelas palavras, julgando assim que foge ao pesado julgamento da história - acrescento agora do povo e não da burguesia - que o há-de identificar como alguém que deixou de servir o socialismo e o povo trabalhador".


Mais apontamentos tenho sobre os seus comportamentos e da nomenclatura do PS: Manuel Alegre, Jaime Gama, Gonelha, e outra gente, MY GOD, que gente! Portugal, como não poderias estar, onde, estás?



COMO?


Ainda o meu aplauso para a intervenção com fibra de Carlos Carvalhas do PCP, obviamente que todos os construtores do Futuro querem é construir um modelo de sociedade diferente dos que não foram justos, obviamente, Sr. Pires de Lima que também teve dificuldade em dizer qual era o seu: o da Noruega, o da Alemanha, o da Suazilândia, o dos EUA?



















2 comentários:

TIA BELA disse...

Mas eu explico-lhe... em 2006 eu cheguei a um serviço público onde se procediam a penhoras de IRS e de IVA, a solicitação dos tribunais e dos solicitadores de execução, não se faziam estatísticas, mas no final desse ano eu resolvi comparar com 2005. O aumento das penhoras, solicitadas à direcção geral dos impostos pelos Tribunais e pelos solicitadores de execução naquele serviço fora de 206%, o que isto queria dizer? O que nós sabíamos o Banco de Portugal tinha permitido que se autorizassem empréstimos sem a devida salvaguarda. Metiam-se declarações de IRS falsas, que depois eram substituidaS, com a conivência da administrção fiscal e das entidades bancárias. O costumeiro não te rales!Um abraço!

andrade da silva disse...

Facto muito grave que quem de direito deveria explicar, embora não sendo fiscalista ou economista não possa aquilatar bem do que se fala, mas por aquilo que revela de encobrimento de comportamentos ilegais será sempre da máxima gravidade.
asilva