O teu nome ninguém jamais cantou.
Som agreste, de cardos eriçado,
a sangrar de papoilas, retalhado
por lâminas de sol. teu nome eu vou
pendurar num poema, lado a lado
com nomes de poetas e de heróis,
e adorná-lo de estrelas. Vou, depois,
sentado na soleira do passado,
ouvir o vento entoá-lo pelas quelhas,
soletrá-lo na cal das casas velhas,
gemê-lo entre os caniços ressequidos.
Teu nome, meu amor, alor selvagem,
grito de silvas que me vem na aragem,
guardo-o baixinho dentro dos ouvidos.
( Prisão de Caxias, 17 de Outubro de 1972, dia do seu aniversário)
Carlos Domingos.
2 comentários:
Um abraço para Carlos Domingos. Companhereiro dos percursos de longa duração, neste largo oceano de beleza imensa e escolhos tamanhos, que impedem o usufruir do pleno êxtase da beleza.
Abraço
asilva
Um abraço para Carlos Domingos. Companhereiro dos percursos de longa duração, neste largo oceano de beleza imensa e escolhos tamanhos, que impedem o usufruir do pleno êxtase da beleza.
Abraço
asilva
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