sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CARTA DE ALFORRIA E RESPECTIVOS SIMBOLOS







" DESEJO UMA CARTA IGUAL PARA TODA A GENTE DO ÚNICO E GRANDE CONTINENTE- HUMANIDADE"





A minha carta de Alforria, foi-me concedida pelo jovem mais nobre que conheço, o meu filho, em 9 de maio de 2007, dia dos meus anos, e é confirmada pelos vários símbolos ( na foto) que militares, soldados, sargentos e oficiais que comandei, ao longo da minha vida de soldado, me quiseram ofertar, como centenas de avaliações a que me sujeitei, antes e depois do 25 de Abril, e que guardo com muito respeito e amizade, as boas e as negativas, e, estas, de um modo particular. Algumas foram assinadas, o que, revela a coragem de quem as fez, mas também e, por certo, a confiança que depositavam no seu capitão, que sabiam que nunca exerceria qualquer retaliação, pelo contrário, muito me serviram para resolver problemas e alterar alguns procedimentos.


Guardo também com muita honra e orgulho a pequena história da minha vida militar que os civis e militares do Centro de Psicologia Aplicada do Exército me dedicaram, através do esforço de muitos, mas especialmente da Dra. Fernanda Neves.




CARTA DE ALFORRIA, OUTURGADA PELO MEU FILHO




"Nem todos vão concordar com o que dizes ou pensas - mas tens todo o direito às tuas próprias opiniões.


Nem todos sentirão aquilo que sentes - mas tens todo o direito a ter os teus sentimentos.



É preciso ter CORAGEM para expressar as nossas opiniões e sentimentos pessoais - para construir os nossos sonhos e procurar concretizá-los....


É precisamente essa coragem que faz com que sejas uma pessoa única e especial.


Espero que cada novo dia traga força e motivações renovadas, para que possas continuar no caminho da felicidade".



Esta é a minha opinião relativamente à tua maneira de ser, de lidar com o Mundo que te rodeia...


E serás sempre o melhor pai do Mundo...


... muitas continências e muita saúde


Beijo e abraço


teu filho


João Silva



Já antes era um homem livre, fossem quais fossem os grilhões, mas depois do meu filho me declarar um homem livre, que mais posso fazer, eu, que seguir o trágico destino dos que pensam pela sua cabeça numa sociedade mundial, mas sobretudo, as pré- modernas, dominadas por néscios que exercem o seu cruel poder económico, social, ideológico e cultural sobre multidões de concidadãos que transformam em eunucos.


Todavia os eunucos europeus, contrariamente aos do Império do Meio não deixam falecer em si a pulsação da revolta. Também ela já vai emergindo no Império do Meio, denunciando um regime inaceitável que assenta o seu crescimento económico de 8% ou mais, num trabalho sem direitos, em que no preço final dos produtos transaccionáveis só 5% corresponde a custos da mão- de- obra.


Mas neste querido Portugal, espantosamente, entre a minha carta de alforria e a luta heróica dos trabalhadores chineses, que se vão organizando em sindicatos independentes, ao meio dia, em ponto, todos os dias, se dá o fenómeno raro das sirenes dos bombeiros tocarem. Hábito salutar que a crise ainda não matou, e que de facto sempre me deixou uma impressão extraordinária. Hoje, com mais força me acudiu à alma, depois de ontem ter lido a crónica de Loba Antunes na visão , em que fazia referência a este maravilhoso acontecimento. Toque de sirene que andava às voltas no meu subconsciente, como algo de extraordinário e único, nosso, muito nosso, ou talvez não, não sei, mas para mim é muito nosso, só pode ter a ver com a nossa idiossincrasia.


Talvez seja, da minha parte, um acto ignorante, da chamada ignorância activa, mas deixo-me ficar, a pensar que só os bombeiros portugueses descobriram este acto belo...





andrade da silva

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado pelo belo post; que bonita carta de alforria; um grande abraço para o pai e para o filho com todo o calor alentejano, jorge