sexta-feira, 23 de setembro de 2011

PORTUGAL, MADEIRA A MUI BELA E QUERIDA MÁTRIA MALTRATADA.


foto de Barbosa Ribeiro

A maior e melhor conquista de Abril foi a LIBERDADE, A DEMOCRACIA e com ela a reconquista da DIGNIDADE DE SER CIDADÃO, realidade muito sentida e vivida entre o povo-plebeu do Alentejo que acompanhei de manhã à noite entre 25 de Abril 74 e 25 de Novembro 75, o fim da Guerra e o poder local.

O poder local, a democracia MUDARAM Portugal de norte a sul, e o seu embrião também esteve, pelo menos no Alentejo, nas comissões de melhoramentos, moradores, saneamento básico  nascidas com o 25 de Abril74, que fizeram "milagres" sem dinheiro e com a união de todos, a solidariedade activa e não discursiva. Recordo o muito que se fez no Couço, com a energia de um líder popular, o Canejo, então, conhecido, entre os populares do Couço, como membro do Partido Comunista B, isto é, rebelde em relação à linha dos dirigentes ( foi assim que sempre me foi apresentado, é um facto histórico, logo...).

Todavia esta grande conquista tem permitido todas as mais vis violações à nossa muito bela e amada Mátria, através do cancro da CORRUPÇÃO, velha, muito velha e intersticial, endémica na sociedade Portuguesa.

Quem conheceu e conhece Portugal de Norte a Sul, sabe bem que por toda a parte, com todos os autarcas, de todos os partidos, a face de Portugal, das terras e das gentes mudaram para muito melhor.

Os autarcas e os governos da República fizeram obra justa e eloquente, contudo paralelamente criaram uma teia de empresas, negociatas em favor dos próprios e dos seus partidos que tornou quase todas as obras realizadas mais caras, encarecendo os nossos impostos, diminuindo a eficácia da governação, e permitindo o nascimento de novos ricos com base na sujeira, na roubalheira.

Na Madeira, como ontem, no programa da quadratura do circo, da SIC, disse o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa , nasceu um "polvo", todavia não há inocentes, nomeadamente na Câmara Municipal de Lisboa e nas suas juntas de freguesia, ou haverá?

Será que ninguém enriqueceu ilicitamente, por pura e simplesmente serem militantes dos partidos do chamado arco do poder? António Costa pode não saber, mas todos conhecemos, e como na Madeira, de um modo geral, não ligamos nada a isso, continuamos a votar neles e a tratá-los por excelências, o que, não nos incomoda, porque quase todos aceitamos a corrupção, como um método esperto de ir buscar ao estado, o que este nos leva ilegitimamente. Os portugueses têm uma má relação com o estado, e não entenderam para que servem os seus impostos, no que têm bastante razão, por causa da corrupção e da gestão danosa.

D. Alberto João nunca deveria ter tido a confiança dos meus conterrâneos, porque não é, nunca foi, um democrata, como muitos outros que nesta pobre democracia têm sido eleitos, e têm servido um clientelismo que vive à base das tetas do Orçamento Geral do Estado, desde pelo menos do século XIX, como Eça de Queiroz tanto denunciou, e hoje, como ontem, a piolheira Nacional beijou as mãos de D. Alberto João, aceitou a sua atitude ditatorial e todos os seus desmandos, e tudo toleraram, porque tiveram nele o seu alter-ego, e, agora, vivem o seu complexo de Édipo politico, e querem agora matar o "PAI", o LÍDER ALFA.

D. Alberto João fez de facto muita obra justa e importante. Na saúde apetrechou a ilha com centros de saúde bem equipados e estendeu os cuidados primários e de apoio aos doentes acamados nas suas residências, obras muito importantes, mas esqueceu o lançamento de mais um hospital central, falta grave de que ninguém fala e é uma urgência, emergência esquecida.

Foi também importante ter feito investimento e ter dado emprego. O estado tem de proteger os cidadãos, como muito bem fazem quase todas as câmaras. O que foi um erro, quiçá um crime, foi canalizar a realização das obras para as empresas amigas, e no caso da Madeira também para empresas de membros do PSD, deputados regionais e membros do governo regional.

Foi importante mudar as ligações entre as localidades e ter alindado a terra, todavia fez obras completamente disparatadas. Para mim, madeirense, tenho alguma dificuldade em compreender complexos balneários a 100 metros do mar; não entendo a plantação massiva de palmeiras; não entendo as obras sobre as ribeiras, embora reconheça a exiguidade territorial e a grande dificuldade em construir; e terem -se feito túneis por tudo quanto é sítio, alguns importantes, mas não rentáveis, por exemplo, numa terça-feira de há muitos anos atrás, em horas ditas de ponta, contei que no túnel entre S. Vicente e o Porto Moniz circularam num sentido e noutro pouco mais que meia dúzia de viaturas, num trajecto no interior do túnel que leva alguns minutos.

Foi muito importante a obra social, construindo verdadeiras vilas de construção social, como o Bairro da Nazaré, onde, vivem dezenas de milhares de pessoas. Todavia também parece a olhos nus que os camponeses pobres foram esquecidos, continuam pelos campos com uma vida dura, de foice às costas, mal vestidos a venderem os seus produtos à beira das estradas, mas estes mesmos camponeses pobres estão também nas localidades interiores de Portugal, como tive oportunidade de ver por vila Nova de Cerveira, S. Pedro do Sul, terras limítrofes claro, serra de S. Macário, À da Bela no Alentejo  etc. etc.

Todavia para além das obras importantes que fazem, na minha opinião, de D. Alberto João, um Marquês de Pombal madeirense, fez gestão danosa, nunca verdadeiramente denunciada pelo PS, (vá lá saber-se porquê), de facto, desde há muito, como tanta gente sugeriu, era preciso fazer o confronto entre a obra feita e o que se poderia fazer de melhor, como finalmente o PS Madeira começou a fazer nesta campanha, facto que saudei em Agosto.

O rol das obras sem sentido na Madeira, obra danosa, é imenso como centenas de metros de protecções de praia para defender 50 metros de jardim, tornar o Funchal incaracterístico, permitir construção de hotéis sobre a costa marítima, dando cabo de toda a beleza, marinas, piscinas que são destruídas antes ou logo depois de serem inauguradas, como no Garajau e Lugar de Baixo, e tudo foi permitido, por todo o lado, como auto-construção de habitações e de habitações de luxo, sem nenhum plano director, isto é, um reino sem rei nem roque, que talvez tenha permitido a auto-construção desordenada com os custos que teve numa invernia de um Fevereiro passado , para evitar toda a contestação aos grandes negócios imobiliários.

Contudo, a grave questão, a maior questão, é a deformação sebastianista e salazarenta dos portugueses, isto é, estão sempre à espera de um Salvador, e quando o encontram fazem dele um "PAI", e tanto melhor, desde que se assemelhe a um pai tirano e a um esqueleto de Salazar saído dos armários, e, isto, justifica, o sucesso de D. Alberto João e de tantos outros Bokassas e lobos disfarçados de cordeiro, espalhados por todos os cantos e recantos de Portugal e Madeira.

Portugal e a Madeira merecem novo Futuro, mas isso está nas mãos dos Portugueses. Todavia se nada mudar, como parece ser o sinal que vem do PS, quanto ao combate da corrupção, o Inferno destinado a quem não tem a coragem e a dignidade de lutar pela liberdade, a dignidade e a honradez, será o porto de chegada, com a escravização, o silenciamento, o sofrimento, a pauperização de cerca de 6.666.666 milhões de portugueses, ou seja 2/3. A Terra, Portugal, nas actuais condições económicas, financeiras ecológicas e de consumo só têm capacidade para garantirem o “céu” na terra a 1/3 da população, ou seja cerca de 3.333.333 portugueses.

Num Futuro digno, a despesa justa da Madeira, como de todo o Portugal, tem de ser assumido por Portugal, todo o Portugal e a Europa. A Despesa danosa devia levar ao arrolamento de todos os bens dos corruptos e à sua efectiva prisão. Se isto não for feito a impunidade será absoluta, e os cidadãos probos esmagados por todos os esqueletos salazarentos e totalitários que se apropriaram da ALMA LUSA, e, pior, da liberdade dos portugueses, enquanto, cidadãos e pessoas individuais.

De um português e madeirense que tem honra e orgulho em o ser.

andrade da silva

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