" A TODAS E TODOS QUE QUEREM DEFENDER PORTUGAL E A DEMOCRACIA"
Em 2009
disseram vários capitães de Abril ao
Jornal Publico o que parcialmente
reproduzo e destaco: sem que o governo dê atenção à rua, sem que o PS assuma as
suas responsabilidades, e convirja com o povo vitima destas politicas de subdesenvolvimento,
ou sem que surja uma outra alternativa que congregue e mobilize 66.66% sob a bandeira da DEMOCRACIA
UNIVERSAL E INTERGERACIONAL, DA DIGNIDADE HUMANA E DESENVOLVIMENTO, a alternativa
será ditatorial e uma tragédia para todos os portugueses.
O que
dissemos, em 2009, pela sua actualidade se repete:
“
“A democracia
está doente”
“Há pessoas que exercem a liderança sem terem interiorizado um comportamento democrático. Salazar está vivo, somos muito ditadores. As pessoas no poder têm muitos tiques ditatoriais, criam cordões sanitários para as vozes divergentes”, analisa Andrade da Silva.
“A crise pode fomentar” a adopção de
“medidas mais drásticas e mais gravosas”, das quais “os direitos do trabalho
sairão combalidos”, acrescenta Andrade da Silva. “Corre-se um risco de implosão
social grave e dessa implosão não ser dirigida por democratas”, alerta
Todos apontam o dedo à política,
independentemente de quem está no governo, independentemente dos partidos. E
alargam a responsabilidade às empresas, aos sindicatos, às universidades, à
sociedade civil, aos cidadãos. Todos são responsáveis. “Caímos no rotativismo,
não há alternativas, só alternância”, descreve Andrade da Silva. E é preciso
começar a assumir os erros.
Mário Soares foi citado (e elogiado pela
“clarividência”) por três dos capitães, enquanto Cavaco Silva foi duramente criticado
por Andrade da Silva. ( não fiz parte deste coro de elogios a Mário Soares , continuo a não fazer,
porque também em 31 Janeiro de 1997, gritou que vinha aí, um golpe fascista,
depois foi o que se viu, logo… enquanto Cavaco Silva foi duramente criticado
por Andrade da Silva. “ “Muita coisa começou com ele [como primeiro-ministro] e
agora critica”, recorda.
A justiça só existe para os que têm
posses”, critica Andrade da Silva, exemplificando com o caso da tragédia de
Entre-os-Rios, em que as famílias terão de pagar as custas da acção interposta
contra o Estado.
O país “vive à conta de alguém”
A motivação do 25 de Abril não era a “impunidade dos poderosos”, nem a “desmotivação dos professores”, nem horas de “produtos tóxicos e mentecaptos” na comunicação social virada para “o negócio e o lucro”, nem a “chinezação” do trabalho sem direitos, nem que a corrupção se transformasse no “cancro nacional”, enumera Andrade da Silva.
O que podem
os cidadãos?
Miguel Judas fala em “bloqueamento democrático” nos partidos, num sistema político “caduco” e em “cidadãos atomizados”. “Não há renovação, o sistema reproduz-se a si próprio em circuito fechado, desligado das bases e da população”. Aliás, a política em geral está “bloqueada à emergência de ideias novas”, pois foi apropriada por “escassos milhares de cidadãos”, e os “espaços públicos” têm “dificuldade de emergência”. “Onde está a democracia participativa?”, pergunta
“Não existe uma cidadania organizada” e
a mudança não virá de dentro do sistema, diz Miguel Judas. “Movimentos como o
de Manuel Alegre não mudam nada, porque estão dentro do sistema.” O que é
preciso é uma “regeneração democrática”, que dê “notoriedade” ao povo. Hoje “só
as individualidades têm peso, são sempre os mesmos que falam”.
As lutas serão travadas fora das
instituições e ficarão à mercê dos líderes populares emergentes”, concorda
Andrade da Silva, sublinhando que “o Governo comete um erro grave quando dá
pouca atenção ao grito dos manifestantes”, porque “as pessoas podem ser conduzidas para situações de desespero ao
aperceberem-se de que o modelo da rua se esgotou”.
“Devia haver mais interligação entre
eleitos e eleitores e não fomos capazes de a fazer.” Andrade da Silva tem
dúvidas sobre se é “a melhor solução”, mas defende “que os cidadãos se
organizem conscientemente”. E mais clarificação política. Se há “liberais no PS
e no PSD”, estes “deviam formar um partido à parte”. “Assumam e vão a votos.
Isso já seria uma grande revolução organizacional”, acredita.
O país precisa de “deputados mais autónomos que possam fiscalizar a acção governativa e que não sejam veículos de transmissão partidária mas tenham compromissos de honra com os eleitores e com as promessas eleitorais”, defende Andrade da Silva.
O país precisa de “deputados mais autónomos que possam fiscalizar a acção governativa e que não sejam veículos de transmissão partidária mas tenham compromissos de honra com os eleitores e com as promessas eleitorais”, defende Andrade da Silva.
O que vejo hoje assusta-me.
Pessoas tristes, maldispostas, parecem pré-programadas com um chip, sem
momentos para pensar. Há uma multidão de polidores de esquinas, de homens
encostados para aí, nas tabernas, a beber, a jogar à sueca. A 25 de Abril de
1974, era um país de uma alegria transbordante. Hoje é um país pobre, não do
ponto de vista económico, mas sobretudo cultural, moral, republicano e
civilizacional”, recorda, saudoso, Andrade da Silva. “O D de desenvolvimento
também era de desenvolvimento humano”.
“Começámos a fazer uma viagem, mas o ponto de chegada nem se vê com telescópio. O que está perto são os monstros marinhos, a corrupção, a mentira, a violência simbólica e prática dos governos sobre os cidadãos, capazes de engolir a caravela da liberdade”, descreve Andrade da Silva. Claro que são “perturbações conjunturais”, reconhece: “O 25 de Abril não está derrotado nem ninguém o derrotará. Envelhecemos mas não nos rendemos.”
“Começámos a fazer uma viagem, mas o ponto de chegada nem se vê com telescópio. O que está perto são os monstros marinhos, a corrupção, a mentira, a violência simbólica e prática dos governos sobre os cidadãos, capazes de engolir a caravela da liberdade”, descreve Andrade da Silva. Claro que são “perturbações conjunturais”, reconhece: “O 25 de Abril não está derrotado nem ninguém o derrotará. Envelhecemos mas não nos rendemos.”
A minha luta será sempre por Portugal e os portugueses, contra o subdesenvolvimento.
andrade da silva
PS: Declarações completas em
comentário
1 comentário:
cinco capitães da revolução traçam o diagnóstico do país em tempo de crise
Abril foi há 35 anos e eles gostavam que tivesse progredido, ano após ano. Mas por vezes têm dificuldades em encontrá-lo agora, por aí. Claro que há a liberdade e a democracia. E isso é muito. Mas não era exactamente este o país que eles, os que fizeram Abril, esperavam. Em tempo de crise, não temem golpes nem ameaças não democráticas. Mas receiam a implosão social, falam de uma ruptura iminente. De medos, ainda que outros. E lamentam o fim da solidariedade e do voluntarismo.
Andrade da Silva faz um aviso prévio. Está “muito desencantado” e vai expor a sua “visão poética amarga” sobre a revolução que ajudou a fazer. Coronel do Exército na reserva, um dos responsáveis pela reforma agrária, licenciado em sociologia e psicologia, não vê meio termo. “A democracia não é compatível com a actual situação. Ou se resolve a crise, ou vem uma ditadura.”
Este deve ser “um momento para reflectir”, porque este “é um problema para amanhã”, “dentro de seis meses ou um ano o céu pode cair-nos em cima da cabeça e não há plano B”, aconselha Miguel Judas. Primeiro-tenente da Marinha à altura da revolução, membro da comissão coordenadora do Movimento das Forças Armadas (MFA) e membro do Conselho da Revolução, Miguel Judas considera que se vive “o final de um ciclo, o esgotamento de uma república”, que exige a fundação de uma nova.
.....
afinal não é possível postar aqui a totalidade do artigo que se encontra em:Cinco capitães da revolução traçam o diagnóstico do país em tempo de crise
25.04.2009 - 06:59 Por Sofia Branco
http://www.publico.pt
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