-“ E se com isto, enfim, vos não moverdes/ do penetrante medo que tomastes /atai as mãos
ao vosso vão receio /pois eu (Camões)
só, resistirei ao jugo alheio!…..( CAMÕES)
Há menos de um ano, em Junho de 2011, o Fundo Monetário Internacional , previa que, se
tudo corresse bem, o quadro macroeconómico em Portugal seria o seguinte:
Evolução do PIB 2012
-1,8; 2013 + 1,2; 2014 + 2,5%
Desemprego 13,4% 13,3% 12%
Divida pública 112,2% 115,3% 115%
Défice 4.5 % 3% 2.3%
Sendo estas as
previsões do FMI, se tudo tivesse corrido bem, neste momento, deveríamos estar
com uma diminuição no crescimento muita
mais suave do que aquela que agora se prevê, de perto dos 3,2% ou mais, e o mesmo se passa com o desemprego, na ordem do 14%.
Quanto à dívida pública, as coisas devem estar bem pior do que se previu naquela altura, por causa dos juros. Em 2011
antevia-se que em 2018 o serviço da dívida pública seria de 2,4 % do PIB, ou
sejam, 9,8 mil milhões de euros ( jornal I de 9 Junho 2011), isto é, uma
grande fatia do PIB, ou, dito de outro modo, apesar de toda a austeridade
teremos de continuar a pagar muitos impostos para saldarmos os juros do dinheiro que nos estão a
emprestar, com juros inaceitáveis e imorais, que fazem com que a nossa divida
pública vá aumentando, para uma situação pior que antes do apoio, de 93% , em 2010. Resumindo para além o
controlo do défice todos os apertos, porque estamos a passar para pouco servem.
Na sua entrevista à
revista Visão o Ministro das Finanças diz que o plano com a troika previa o
controlo das contas públicas, e o lançamento de programas e reformas estruturais
para a competitividade e o crescimento
da economia portuguesa, ora neste campo a politica do governo tem sido de
completa inacção, no que é acompanhado
pela completa capitulação do partido socialista.
Para além de estar a
falhar no crescimento económico, onde,
seria muito importante fazer alguma coisa,
porque se é fundamental termos as contas certas, as gorduras por más gestões
a emagrecerem, os transportes públicos controlados, etc, é preciso haver
emprego, para haver mercado e economia ,e no fundo haver um país Portugal e uma
população - os portugueses. Sem Portugal, para que servirão estas politicas?
O governo precisa também de comunicar melhor, mas, porque não o
faz, permite que, por exemplo, num corte de 4 ou 5
carreiras de transportes em 70, se possa
dizer que o transporte público foi posto em causa, quando seria
tão simples de esclarecer este assunto, bastava apresentarem o número de
pessoas transportadas nessas carreiras. Conheço algumas que são muito deficitárias, e justificariam, por
exemplo, no Metropolitano menor números
de carruagens, aumento do intervalo de tempo entre comboios e diminuição de velocidade, a
partir de dada hora, as 21h 30. Percebem-se estas medidas, embora possam não ser
agradáveis, mas economicamente fazem
sentido.
Ao nível das tão apregoadas virtudes da
Governação que a Troika aplaude tudo é muito simples, como a dita troika só
está interessada que Portugal pague aos devedores, e, como Portugal - através da destruição da
economia portuguesa, do sufoco dos
portugueses com 800 mil desempregados , com a inaceitável contenção das
despesas necessárias à manutenção da saúde e da vida dos portugueses, que
também contribuem para esse pseudo êxito da governação, com um pagamento
colossal de impostos e redução do
vencimentos - consegue pagar esses juros, falam deste
pseudo êxito do governo. Êxito que só se
deve ao conjunto de medidas de austeridade, as mais fáceis de implementar - é
só decretar, e até o povo se revoltar, a banda segue.
É evidente que se este
governo quiser, para cumprir as ordens alemães, impor mais austeridade aos
portugueses, sem questionar a responsabilidade dos credores por este
estado de coisas, vai ficar cada vez mais isolado de todos , mas
também do Presidente da República, e
mesmo de alguns ministros e deputados da coligação, isto é, num ambiente tão
instável e hostil, um governo sem força, sem rumo que não seja subordinar-se à
ordem dos alemães, vai mais tarde ou mais cedo cair aos bocados, seja por causa
do Ministro da Defesa, das tricas entre ministro da economia e o das finanças,
ou entre este e aquele, porque no fundo
o acelerador do declínio deste governo será o seu insucesso ao nível da economia
e da justiça social. Sem um sucesso
visível no crescimento económico,
a curto, ou, na pior das hipóteses, a médio prazo, este governo está
absolutamente condenado.
Todavia, perante a
eventual queda deste governo, qual a real situação de governação do país?
Parece-me que a única saída será a de UM
GOVERNO DE EMERGÊNCIA NACIONAL EXTRA-
PARTIDÁRIO, COM UM FORTE ALICERCE NO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COM UM
AMPLO E CLARO APOIO ASSENTE NUM
COMPROMISSO PARLAMENTAR, TAMBÉM ELE MUITO MOTIVADO PELO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA ( falo da Instituição PR) .
Obviamente, que se o PS estivesse preparado para o exercício
da governação outras poderiam ser a
alternativas, mas o PS, quer porque neste período de nojo nada fez de
significativo, quer, porque a sua
herança está viva e nem se percebe o que pretende, está longe de ser uma
alternativa.
Perante um país
bloqueado, a manutenção deste governo pode ser assaz perigosa, naturalmente,que no
caso de uma completa desagregação da situação politica, para além o recurso a
eleições, que não creio que venham resolver a questão, se não emergir um governo
de Emergência Nacional, no terreno há sempre um conjunto de forças organizadas e disponíveis para ensaiarem
outras alternativas, a saber: o governo, se conquistar (?) o Presidente da
Republica para o seu programa e mantiver a coligação (?), pode tentar manter estas politicas até ao
limite com recurso as forças de segurança (?); há também o PCP e os sindicatos; eventualmente
forças de direita relativamente
secretas; expectavelmente movimentos inorgânicos
de revoltosos; a Igreja Católica que, em
caso de grave conflitualidade, apoiará sempre os governos ou forças da sua predilecção, sobretudo PSD,CDS, mas
aceita o PS; a solução de Luís Amado um Governo de Convergência entre PSD,CDS E
PS, o que, face ao desnorte do PS e à
sua fraqueza pode parecer aos militantes do PS uma boa solução, mas que só vai
adiar a crise Nacional, porque o PS, actualmente não apresenta nenhuma
capacidade para intervir com eficácia, limita-se a um a retórica pouco
entendível; finalmente para além destes grupos de forças organizadas e das inorgânicas,
existem as Forças Armadas que são do POVO ( 10 milhões de Portugueses e toda a Diáspora que são um largo número de milhões ) e de Portugal, estatuto que devem manter, para
darem sempre o seu contributo à defesa
da Democracia, património do Povo que as Forças Armadas reconquistaram em 25 de Abril 74.
Seja como for, se os resultados ficam aquém das previsões é porque algo está a funcionar mal, e está a ser calado. porque se trata o Futuro, sobretudo dos mais jovens, é preciso pedir responsabilidades e tirar consequências, obviamente.
Seja como for, se os resultados ficam aquém das previsões é porque algo está a funcionar mal, e está a ser calado. porque se trata o Futuro, sobretudo dos mais jovens, é preciso pedir responsabilidades e tirar consequências, obviamente.
O Futuro não é objecto
de adivinhação, como tão bem dizia Gil Vicente, mas é objecto de previsão, para
produzir provisão, no exacto sentido que
Luís Vaz de Camões declara no canto IV -“
E se com isto enfim vos não moverdes/ do penetrante medo que tomastes /atai as mãos
ao vosso vão receio /pois eu (Camões)
só, resistirei ao jugo alheio!…..
andrade da silva
PS: Qualquer critica
que ao Ministro das Finanças, da Economia, ou
outro que tenha como motivo elicitador o
serem designados impropriamente, como estrangeirados, é simplesmente indecorosa. Através das TV já o
vi fazer a deputados de partidos de esquerda e hoje na SIC a um militante
destacado do PSD, no programa de Victor Crespo.
Parece que afectação de
verbas para o desenvolvimento do país tem de obedecer a uma estratégia
Nacional, que seria bom que por todos fosse
definida, e não pela luminosidade de um ou outro Ministro, por mais insignes que
sejam.
Sem comentários:
Enviar um comentário