segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Casa




Aqui dedicada a si Capitão, que acorre à dor alheia, quando hoje no horror a casa falta...


Como será  que se vive nessa casa
que gargalhada estrepitosa ali soou
que flâmula a arder silenciosa
a noite iluminou?

Que janela doirou sobre a distância
 o passo de nauta sem regresso
mas que vê reflorir velha fragrância
no caminho pra casa, retrocesso
ou devaneio, urgente do sentir
que a emoção trespassa e enaltece
para ver de tão longe a porta abrir
sobre a casa tão bela que parece
levantada de sonho fantasista
por mão, que lhe deu vida, a desenhou
mão com perfume a pão
a mão de artista
que a casa edificou     

Marília Gonçalves 

a casa, o indispensável bem, o repouso, o instante merecido de paz, após as correrias para o trabalho, depois de horas cumprindo tarefas, para em correria acorrer a adquirir alimentos (quantas vezes insuficientes para toda a família, a casa da educação dos filhos, a casa em que se deita contas à vida, a casa onde se vivem alegrias, dores, decepções, onde se arquitetam esperanças...a casa do riso das crianças, a casa que é o mundo familiar de quem trabalha se esforça, onde está a casa sonhada, o necessário descanso? Aos preços elevados das rendas, a casa sonho torna-se imerecido pesadelo, na injusta sociedade em que vivemos!
Mas a Casa se entre suas paredes abriga nosso sonho, foi sonho inicial ao tomar forma entre mãos seus múltiplos criadores

Marília Gonçalves

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