sexta-feira, 30 de maio de 2014

CARTA DIRIGIDA À COMISSÃO ORGANIZADORA DOS ITINERÁRIOS DO 25 DE ABRIL 74.



Senhoras e senhores, de certeza mui ilustres e titulados


Porém, todavia, contudo houve lugares muito importantes na zona de Lisboa no 25 de Abril 74 que o vosso roteiro de Abril esquece, como:ocupação do Cristo Rei pela Escola Pratica de Artilharia,(o Cristo Rei é bem visível,para quem não sabe,  do Terreiro, para nós de Abril,do Povo) libertação dos presos militares do 16 de Março detidos na Trafaria e no Ralis,  cerco à policia militar na Calçada da Ajuda e a cavalaria 7,  fragata Gago Coutinho a pairar no Tejo e a ameaçar as forças do Salgueiro Maia , também daquele mesmo Terreiro se pode visualizar a cena e referir o grande facto histórico que lá dentro aconteceu,logo pode referir-se,a partir do Terreiro do Povo,grandes acontecimentos, com militares que realizaram esses actos e que foram fundamentais para o sucesso militar do movimento. Como devem saber(?)não foi no Carmo que tudo aconteceu, mas, sim, no Terreiro do Povo: Cavalaria 7; Escola Pratica de Cavalaria, forças da GNR,Escola Pratica de Artilharia, fuzileiros Navais etc.etc.

 Mas vivam as sombras! O que escondido está, escondido se mantenha: é este o Portugal de hoje no seu melhor,mas Eça de Queiroz já caracterizou a nossa intelectualidade no século XIX e mantêm-se firmes, como rochas,no parcialismo e na preguiça intelectual, para não dizer o termo exacto do Eça, que está inscrito em letras garrafais nos Maias.

Esta escandaleira é de tal ordem que incito os mais nobres cidadãos e os meus camaradas que estiveram no terreno, na hora certa: no 25 de Abril 74, no 11 de Março, e soçobraram à ordem dos americanos/CIA e alemães no 25 de Novembro 75 que digam BASTA a este deboche histórico.

Apelarei à Câmara de Almada para que faça o roteiro do Sul. No  Cristo-Rei  esteve postada uma das forças mais importantes e dissuasoras de comportamentos ambíguos, como foi o dos fuzileiros navais de Pinheiro de Azevedo, e,também, aqui, nasceu uma sólida aliança POVO-MFA. No Pragal 250 militares foram durante 3 dias alimentados pela população com comida quente, facto único, mas perceberão o alcance  deste acto?  De certeza que não, porque nos alimentaram com o que tinham e não com o caviar da ceia dos cardeais, mais assim ou assado, mas sempre burgueses instalados nas mordomias deste tempo dissoluto ,contra Abril, Portugal e o seu povo.

Mas, como querem celebrar Abril com alguns dos seus diletos coveiros, como essa gente que fez e faz ruído, e tudo precipita e depois abandonam  o campo da luta?Onde,por exemplo estava Isabel do Carmo no 25 de Novembro 75, a fazer o quê e o que fez e porque o fez,e a mesma pergunta a Otelo, etc?

De facto só querem contar e recontar uma dada história,resta mesmo saber se Salgueiro Maia  fosse vivo, se o escutariam, porque o lado do Salgueiro Maia no 25 de Novembro 75 pode não ter sido aquele que os escribas do regime dizem, como Dinis de Almeida pode com o conhecimento vivencial esclarecer.

Todavia Almada é longe, tão longe que um dia o  Ministro Lino, dos Paços do poder e do despudor até julgava que aquilo era um deserto onde se "passeava de Camelo e colhia tâmaras",logo sigam-lhe a sapiência, serão sábios MY GOD!, but...

Desgraçado País que morre nestes Alcácer-Quibiris.

Julgam que todos somos uma cambada de parvos e cobardes, mas  não é bem assim. Esforcem-se mais para fazerem a história militar total e não o que os preguiçosos, os escribas e os actores e autores da destruição do Abril:Povo-MFA impingem, e, acriticamente, a tal"piolheira nacional", de que falava Eça, aceita, bajuladoramente. Sejam portugueses.

Espero que os meus honrados camaradas e outros nobres cidadãos não se calem,  nem verguem perante estes semi-embustes, e façam ouvir bem alto o seu grito de protesto junto deste grupo organizador que tem a obrigação cultural, cientifica, patriótica de não desconhecer, o que devia conhecer,  muito bem, e exaustivamente, sobre o que, por ser licenciado pelo Estado português em Sociologia pelo ISCTE, estou tecnicamente habilitado a pronunciar-me, e como antigo professor do Ensino superior militar nesta área, dava 10 valores (-) pelo facto de segundo os vossos critérios de selecção dos protagonistas militares em Lisboa,terem falhas graves e  não serem nada inovadores, caíram na rotina, talvez mal informados, suponho, Mas podiam ver o documentário a Hora da liberdade,e o respectivo livro e estariam mais habilitados  a realizarem este evento.Mas desconhecem mesmo estas obras? Anexo o video.

Basta!

E, assim, cumpro o meu dever ético para com Portugal,os portugueses e a humanidade- ajo de acordo com o imperativo categórico da honra e do patriotismo.


28 Maio 2014

Andrade da silva tenente de Abril daescola pratica de artilharia.

PS:HISTORIADORES: 
Ana Ferreira, António Simões do Paço, António Sanches, Britta Baumgarten (Sociol.), Constantino Piçarra, Giulia Strippoli, Joana Alcântara, Jorge Fontes, Maria Rodrigues, Pedro Ferreira, Teresa Medina (Profª.). 

TESTEMUNHOS CIVIS E MILITARES: 
A. Garcia Correia, Carlos Cruz Oliveira, Carlos Jorge Mota, Carlos Pratas, Isabel do Carmo, Miguel Real, Fernando Matos Silva, Fernando Pereira, Gilberto Rua, Jorge Carvalho Pisco, Jerónimo Franco, José César de Sá, José Fontão, José Galamba, José Manuel Costa Neves, Luís Pimentel, Mário Tomé, Miguel Real, Nuno Catarino Anselmo, Otelo Saraiva de Carvalho, Paulo Esperança, Rodrigo da Nóbrega Pizarro, Rodrigo de Sousa e Castro, Sérgio Fernandez, Sérgio Valente. 


Anexos: 


Hora da liberdade.


REFORMA AGRÁRIA

Lei da Terra (seria bom a sra Historiadora Varela visse, pois nos seus livros fala muito do papel do PCP, mas existiu e,  bem o MFA,  de Setúbal a Fronteira, como falar da Reforma Agrária sem saber nada ou pouco sobre esta realidade? My God! 

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