sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A GUERRA ,AS GUERRAS DOEM. SÃO FERIDAS EM CARNE VIVA, SEMPRE,

 
Foto de Francisco j. Anjos
 
 
Caros camaradas e amigos aquele abraço solidário para todos e para as mães, irmãos, namoradas e mulheres dos nossos camaradas que morreram.
 
Infelizmente ainda me bato contra alguns camaradas que acham que cerca de 6.0000 mortos directos, não justificavam ter-se feito o 25 de Abril e perder a Guerra , ou seja, a agressão contra os africanos...
 
Não tive MEDO AVASSALASOR DA GUERRA, e, como militar, comandante de companhias pela relação, sobretudo, com os furriéis e os soldados senti-me bem, logo nem fiz o 25 de Abril muito por mim, mas sobretudo pelas vitimas da guerra e do fascismo, deste, era uma sua vitima, e, enfim, não deixei de ser, de outros modos, por dizer o que penso sem me ajoelhar perante nenhum falso DEUS. Só respeito e venero a Pátria, a sua história, cultura e feitos, o Povo Português, todos os militares e civis que comandei e aquele povo alentejano que desde o alvorecer até bem noite dentro acompanhei, trabalhando, desde o 25 de Abril 74 ao dia 25 Novembro 75, o que a usura e a maldade de muitos também procura apagar: um modo de serem protofascista e ignóbeis.
 
Eis Portugal.
 
A VOZ DA POETA QUE MENINA E MOÇA PERDEU O SEU IRMÃO
 
UM IRMÃO, UM FILHO, COMO CERCA DE 6 MIL PORTUGUESES, CAÍDOS EM ÁFRICA.
 
A Guerra ceifou-te a vida...
tão cedo foi essa partida...
e nós choramos-te a alma
e ainda te chamamos em chama...
embora te saibamos distante...
                   
Mas meu irmão, que a Guerra escolheu levar...
porque os "homens" sem razão...
te obrigaram a partir e...
Nós tivemos que aceitar...
mesmo com a alma a sangrar....
o nunca teres regressado...
e ver a Nossa Mãe "morrer"...
quando tu morreste...
                 
(poema escrito por sua irmã Gloria Machado, em Dezembro de 1965, um mês depois do falecimento do irmão)

Sem comentários: