sexta-feira, 25 de março de 2016

AQUELA DIFERENTE E ARRISCADA PÁSCOA 1972 MUCABA/ANGOLA.






Camaradas da companhia de Mucaba/Angola, este, então, Alferes, vosso comandante de Companhia, depois da missa da Ressurreição de Aleluia, com garbo e cagança fez a companhia desfilar pela vila com os seguintes objectivos:

- Comemorar à militar a Páscoa;

- AFIRMAR : NÃO TEMOS MEDO DE NINGUÉM - VIVEMOS COM GARBO E DE PÉ A VIDA QUE NOS COUBE;

- Oh portugueses de Mucaba NÓS ESTAMOS AQUI E EXISTIMOS, os Unimogs 404 vão roncar - escutai ! ( pareciam cegos, surdos e mudos, mas...):

- Somos Militares garbosos e não guerrilheiros ou...

Militares de Mucaba, família dos Militares de Mucaba, Portugueses, o Alferes Andrade da Silva, violou todas as regras da Segurança, corremos um risco incalculável, podíamos ter caído, quase todos, mas desafiamos todas as leis graves da luta subversiva: FOMOS VENCEDORES!

Desafiamos o inimigo: tínhamos o domínio da guerra, ali, éramos vencedores - Não sentimos medo, só peito e cagança. Ultrapassamos todas as linhas vermelhas, o vosso Alferes, vosso comandante, com 23 anos de idade, conduziu-vos para uma aventura, assaz perigosa - deu certo, mas em nome desse alferes, devo pedir-vos muita compreensão para tão ousado acto, mas que também demonstra que se uns meses depois, em 13 Novembro 72, na Damba ,dizia que era preciso mudar o curso da história da guerra de África nunca foi por medo.

Boa Páscoa de 2016 para todos, com amêndoas saborosas, belas e em qb - Abraço-vos e às vossas famílias e a todos os camaradas, amigas e amigos.

Boas manhãs matinais e alvoreceres de luminosidade.

andrade da silva
soldado da Mátria e de Abril, à hora certa 22h55’ do dia 24 de Abril 74, à voz de comando da senha: “E DEPOIS DO ADEUS”


PS:

1-
"Sabeis, ó covardes, o que é ser Soldado?
É não comer quando se tem fome, não beber quando se tem sede e poder com o companheiro ferido às costas, quando não se pode com o seu próprio corpo" ===“”Teixeira de Pascoais



2 - Mas será mesmo que tenho de pedir o grande favor de me lerem e de fazerem o favor de dizerem a outras para me lerem, quando relato factos da nossa história esquecidos e apresento ideias alternativas ao pensamento dominante que nunca nos libertou da cercadura, onde, vegetam os escravos, dominados e pisados por umas centenas de milhar de agulheiros e meia dúzia de todos poderosos totalitários que usam a politica como mero instrumento da manutenção dos escravos repartidos  por várias tribos?

Mas, se for preciso, não o pedirei...

e quem faz o que pode, faz o que deve, quanto ao mais sede felizes e que a aurora boreal vos ilumine.


Sem comentários: