sábado, 16 de abril de 2016

UM NÃO AO COMPORTAMENTO DO DEPUTADO JOSÉ SOEIRO.


Sinto orgulho e honra por ter sido o militar que fui, em todas as circunstâncias, ao serviço de Portugal e   dos portugueses.



Nota: o Deputado José Soeiro, em declarações ao jornal I ,considerou vergonhosa a reacção dos militares ao caso Colégio Militar.


Sr. Deputado José Soeiro

A instituição Militar é vasta e plural, logo, alguns militares disseram uma coisa, outros disseram outra. quanto ao problema do Colégio militar que deveria ter sido resolvido de um outro modo com os meios humanos e técnicos que, como antigo psicólogo militar e chefe do gabinete de psicologia do Centro de Psicologia Aplicada do Exercito, desde 1995 , dotamos os Estabelecimentos Militares de Ensino, e, também, na actual circunstância sugeri outra metodologia de intervenção, e, obviamente, que o procedimento nunca deveria ser o apresentado e deve ser revisto.

Como vê sou militar e desde há muito que propus medidas e com outros procuramos dotar aqueles estabelecimentos de gabinetes de psicologia para prevenirem e agirem nas situações de crise.

Creio que na Instituição Militar temos em quantidade e qualidade suficiente mulheres e homens da mais elevada sapiência e moralidade, o que, geralmente se desconhece. Se o sr. deputado fosse competente e conhecedor desta matéria deveria questionar porque não se usam os meios disponíveis, o resto é enfermar de baixa inteligência social e fazer o jogo politico de sempre, uma tristeza próprio de um dado subdesenvolvimento intelectual, politico e moral, e mesmo civilizacional.

Como antigo psicólogo destes estabelecimentos sei que factos encontrei, e não creio que alguém mais do que nós queira e defenda o interesse de todos independente do seu sexo, orientação sexual, credo religioso, etnia etc, e para nós isto não é discurso é obrigação da deontologia militar, a que no caso de outros e no meu acresce o da psicologia, logo a justiça e a deontologia do deputado também o obriga a conhecer a realidade total sobre que se pronuncia, neste caso a militar, seja holístico, justo e sábio, claro se puder e disso for capaz, como é de sua estrita obrigação.

Aos meus camaradas militares já lhes disse o que penso, como antigo psicólogo militar com intervenção nestes estabelecimentos de 1995 a 2007,do que dei conhecimento ao sr. Ministro, e, também, tendo sido na área da avaliação psicológica o responsável técnico pelas selecções dos estabelecimentos, da Academia Militar e Escola de Sargentos nunca a variável orientação sexual foi motivo de exclusão, mas é evidente que a falta de maturidade sexual ou a falta de socialização para os comportamentos esperados no interior dos quartéis ou estabelecimentos tem de ser avaliada e corrigida, como em qualquer outra escola, ou empresa ao nível do nosso contexto civilizacional, e compreenda, sempre, que nunca uma pessoa sabe tudo, uma pessoa só do que mais sabe é da ignorância militante e diletante, logo, sobre a instituição militar procure saber mais, muito mais, enriquecerá o seu património de homem-humano.

E só para lhe ilustrar o interesse pelos estabelecimentos e direitos das crianças/adolescentes cheguei ao Centro Psicologia Aplicada do Exercito em 1993, em 1995 coordenei o lançamento do programa de apoio psicológico exactamente na aérea da disciplina, com o programa Disciplina Tranquila.

Com saudações de Abril

João António Andrade da Silva
militar de Abril. coronel artilheiro/ psicólogo sit. militar de reforma

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