Tu tens medo e eu também tenho.
Temos todos nossos medos.
Tens medo do que há-de vir
envolto no nevoeiro
da manhã por descobrir?
Ou tens medo do que veio,
do que veio e se instalou
na cama da tua insónia
e te rouba antemanhãs
ruborizadas de luz?
Conta-me os passos que deste
e dize-me o que trouxeste
nos ontens da tua vida!
Mede os passos que vais dar
nos hojes da tua vida
p’ra mais tarde me dizeres
que sonhos de primavera
trouxeste no teu bornal
para perfumar à noite
a mesa da tua ceia!
Só depois, já noite adentro,
me falarás dos teus medos
que sufocam a manhã
que tu temes que amanheça…
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 20 de Outubro de 2016
1 comentário:
Caro Carvalho
Olhando o Mundo não sinto medo. Pressinto o desastre, a tragédia, e sei que se isso acontecer vai ser precisa a gente da muita coragem, agora, dispensável. Este tempo que passa, como todos os tempos do faz de conta, são tempos dos manteigueiros, dos vermes, das larvas. Os tempos de aperto precisam dos Leónidas, se os houver...but!....
abraço
asilva
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