sexta-feira, 28 de outubro de 2016

REVOLUÇÃO ALEMTEJO: REFORMA AGRÁRIA- RTP2





UM GRANDE DOCUMENTO HISTÓRICO.

Só cegos, mudos e surdos social, humana, psicológica e politicamente não pretendem ver tão brilhante página da história., embora não de leitura fácil ou linear. A realizadora vai buscar factos, reportagens e faz o encadeamento, e algo de muito importante tem os depoimentos de então, e recolhe novos depoimentos hoje, aos mesmos protagonistas - extraordinário. Assim se faz história.

Um grande programa televisivo de Margarida Metelo, muitos anos de trabalho. Uma pesquisa histórica fundamental.-

Texto da Realização:

"Reforma Agrária

Sobre o programa:

A Sede da Espera


Em Portugal, entre o 25 de abril de 1975 e o 25 de novembro de 1975 praticamente todo o Alentejo e as grandes propriedades do Ribatejo mudaram de mãos: mais de um 1 milhão e 200 mil hectares de terra foram ocupados por trabalhadores rurais e mais tarde expropriados ou nacionalizados. Apesar das proporções que atingiu, a reforma agrária portuguesa não foi dirigida pelo Estado central, não resultou de uma acção programada, não foi feita a regra e esquadro com data e hora marcadas. Foi um processo, fruto da iniciativa dos agentes e grupos sociais e políticos mais ativos em cada herdade ou freguesia, que contaram com o apoio cúmplice de um poder volátil e da passividade impotente dos proprietários.

Este primeiro episódio : centrado na ascensão do movimento sindical, na organização dos proprietários que antecederam as primeiras ocupações de terras.




Episódio 2
Um Homem Só Não Vale Nada

Em Portugal, entre o 25 de abril de 1975 e o 25 de novembro de 1975 praticamente todo o Alentejo e as grandes propriedades do Ribatejo mudaram de mãos: mais de um 1 milhão e 200 mil hectares de terra ...

Episódio 2-  03 Nov 2016 “



NOTA:

Os movimentos em Beja e em Pias eram completamente desconhecidos pelo MFA de Évora, Quartel General e da Escola Prática de Artilharia,  são um preâmbulo dos grandes movimentos da Reforma Agrária.  De facto em Vendas Novas , em Montemor até Março 1975 andámos muito mais envolvidos nas questões sociais, emprego, pagamentos salários em atraso e, através das comissões paritárias sindicatos, técnicos CRRA e proprietários, com completo apoio do MFA (andei por Brotas, Ciborro a reunir- me  com todos) na colocação de trabalhadores em herdades.

De facto nunca antes tínhamos ouvido a palavra de Ordem: “Da Terra para quem trabalha” que nunca foi lema do MFA, que será- " As terras não podem estar incultas", também nunca tínhamos sido solicitados para qualquer movimento de massas populares sobre as herdades, facto que vem a acontecer ,logo, a 13 de Março 1975.
                                                     Casquinha jaz morto - Escoural 1979


Sendo chamado ao Escoural a população reunida queria iniciar um movimento de ocupação TOTAL das terras do Escoural a Montemor, no que os dissuadi e, nesse mesmo dia, o proprietário do cinema local foi pela população, com o Apoio do MFA , intimado a ceder aquela sala para festas, mediante contrato de arrendamento a celebrar com a comissão de moradores do Escoural. Pós 25 Novembro 75 sou formalmente acusado de incitar a população a esta ocupação - de algo que só naquele momento soube que existia - sem velar pelos interesses do dono. Uma vil mentira, o que se passava é que o dono com completo desinteresse pelas pessoas da localidade guardava ali cereal. - intolerável, para um tenente urbano.

Esta realidade deverá ser espelhada, de algum modo, no próximo episódio, na RTP2, quinta- feira 3 de Novembro pelas 23h

andrade da silva

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