segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

05 - POEMÁRIO * A SÚPLICA ANGUSTIADA







Nas dobras do silêncio assim envolto,

calada continua a tua voz.

Não ouves o rugir do mar revolto,

que noite e dia vem chamar por nós?



Não vês por sobre as vagas as gaivotas

buscando verga firme onde poisar?

Não vês que dos confins emergem rotas

gritando que é preciso o navegar?



Desperta! Assim, não vês nem ouves nada!

Em que álgida renúncia te amarfanhas

de punição e lágrimas de sal?



Do longe chega a súplica angustiada:

Quem nos perdeu das terras das Hespanhas,

dos áureos areais de Portugal?





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 6 de Fevereiro de 2017.
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(In livro em construção: "Tempo de Sortilégio")

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