segunda-feira, 3 de setembro de 2018

05 - POEMÁRIO * Confissão


NA ESTRADA DE DAMASCO

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Confissão 





Confesso que não sei,
assim, na praça pública e desnudo.
E sem recurso à lei
que impõe saber de mim o nada e o tudo.


Não sei por que reclamo o sol do estio,
as chuvas outonais,
as neves da invernia - céus, que frio
doendo-me de mais!


E o sol da primavera
beijando cada ninho em construção
enquanto o Tempo espera
o parto, em oração.


E quando cada espiga me mitiga
a fome só de vê-la,
escrevo uma cantiga
no lucilar ardente duma estrela.





José-Augusto de Carvalho
14 de Junho de 2011
Alentejo * Portugal

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