segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

06 - LITERATURA DE CORDEL * Da pluralidade


O MEU RIMANCEIRO
.
(QUE VIVA O CORDEL!)

*
Da pluralidade




No reino do faz de conta,
a identidade é plural:
contradição ou afronta
é condição natural.

Há um reizinho qualquer,
se é reino tem de ter rei,
ora homem, ora mulher,
a pluralidade é Lei.

Ser isto ou o seu contrário,
ser avesso ou ser direito,
tudo consta do inventário
onde se almeja o perfeito.

Ser diverso ou ser afim,
géneros em profusão!
Que louvar a Deus sem fim
desta plural criação.

Do diverso ao semelhante,
do que viste ao que não viste,
tudo o que existe garante
que é criação, logo existe.

Tudo o mais é preconceito,
porquês da Filosofia
porque ignora o Direito
de existir da pandemia.

Não há por que haver porquê.
Seja o que à Vida aprouver!
E no fim, logo se vê!
Que seja o que Deus quiser!



José-Augusto de Carvalho
8 de Dezembro de 2018.
Alentejo * Portugal

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