quarta-feira, 6 de julho de 2011

CAI UMA LÁGRIMA




MORREU UMA MULHER


MARIA NOGUEIRA PINTO


DEFENDIA CAUSAS DIFERENTES DAS MINHAS,


MAS DEFENDI-AS COM VIGOR, CORAGEM E DETERMINAÇÃO.


MORREU UMA MULHER


QUE DEU A VIDA POR CAUSAS.


CAI-ME UMA LÁGRIMA



MORREU UMA MULHER!



andrade da silva



PS: sentimentos de todos nós à família.

8 comentários:

andrade da silva disse...

Todavia não poderei calar quão cínico e desumano é querer impor princípios religiosos às adolescentes e outras mulheres sós, para que tenham todos os filhos, mesmo que não desejados ou resultantes de relações sexuais acidentais.

A luta contra a lei da interrupção da gravidez será uma mancha negríssima na memória desta mulher, porque a noite dos vãos de escada dos abortos clandestinos era criminosa e abjecta.

Contudo é de reconhecer que algumas organizações chamadas de pró-vida ( também defendo a vida, nunca aceitaria o aborto, como um método de planeamento, aliás intervim junto do governo e da deputada Dra Belém para que a lei aprovada defendesse mais a vida, através do aconselhamento, o que não foi conseguido) têm feito um trabalho importante na protecção e apoio às mulheres em risco, facto do maior merecimento. Será sempre mais justa a prevenção das gravidezes indesejadas do que o aborto.
asilva

Anónimo disse...

Porquê que é cinico? Se quem o fez foi por convicção e assim se bateu por seus ideais? Sr. coronel, palavra sem contexto, num discurso habitualmente coerente.Claro que sim...

andrade da silva disse...

As convicções pessoais não podem obrigar outros a grandes sacrificios e dor.através de legislação,pode lutar para influenciar comportamentos, mas não para impor dor, vergonha humilhação que era o que acontecia.

Ouvi depoimentos de mulheres que abortaram em vãos de escadas para onde se dirigiam sozinhas.
Não defendo o aborto, lamento que a lei não tenha contemplado as medidas de protecção á gravidez que sugeri à Presidente da Comissão parlamentar de saúde.

Considero um acto cinico defender a ilegalização do aborto e nem sequer combater o aborto clandestino e não tomar mais iniciativas legislativas para defesa da natalidade, nesta àrea como noutras não aprovo o comportamento de Maria José Nogueira Pinto, mas isto apesar de considerar um acto grave de desumanidade, embora por força de crenças arreigadas,é um facto negativo que compreendo, não compreendo é que não se tenha arranjado uma alternativa eficaz ao aborto clandestino, sem alterntiva a este era tudo discurso cinico.

Eu não defendo o aborto, sou contra o aborto, mas nos casos extremos o que fazer, se não permitir,depois de esgotados todos os meios, um aborto médico alternativo ao clandestino.

Finalmente a lei não obriga nénhuma mulher a abortar.

Considero um acto cinico conhecer a realidade e querer iludi-la por força das convicções pessoais.

Evitar o aborto é uma divisa Nobre, condenar mulheres à morte, e dor por convicções religiosas ou outras é para mim de um cinismo fundamentalista inaceitável, também se fazem mutilações genitais por arreigadas convicções seculares, mas por isso não deixa de ser um acto inaceitável, as convicções não podem obrigar terceiros à dor e á morte, isso é para mim totalitarismo.

todavia como nao deixei de dizer considero da maiot nobreza o trabalho que as organizações pró.vida fazem para evitar o aborto o que deve ser a actividade fundamental do estado e de todos.

O que mais desejaria era que a palavra aborto e esse acto fossem banidos e só houvesse gravidezes desejadas, mas até lá
é preciso defender muitas mulheres que não são mais em muitos casos que adolescntes o que a dra. Maria Nigueira Pinto deveia conhecer e bem.

embora compreenda a força da crença não compreendo que perante a falta de uma alternativa justa se queira impor aos outros um crença privada. Talvez não seja cinismo, talvez seja mais fundamentalismo, mas perante a dor do outro nem como pessoa, nem como psicologo posso compreender a irredutibilidade,até porque há vida no embrião, mas não há ainda um ser humano completo o que naõ é um pormenor.

Marília Gonçalves disse...

claro que hpocrita o discurso aterior contra a lei do aborto, porque na cidade de Faro, pequena cidade na época, conheço muita senhora que recorria ao aborto, e que depois clamava a alto e bom som contra quem o praticasse. Considero, porque sou Mulher e Mãe, que é uma medida de exceção, que fere o intimo e a alma da Mulher, mas que em casos que so à própria compete julgar (trata-se de sua vida e de seu corpo) pode ser a única medida de preservar o seu próprio direito ao futuro.
Além de que uma criança não desejada, uma triste vida, sem amor e carinho a pode esperar, quase de certeza.
Marília Gonçalves

Anónimo disse...

Só neste blog é que isto acontece e não é elegante. Mas passemos à frente.Estou agora sim, sr. coronel, de acordo consigo no último período do texto. E era aqui que eu queria chegar .Não podemos ter melhor exemplo na sociedade portuguesa que os filhos da Helena Sacadura. Nunca considerei as políticas que sejam frontalmente abraçadas e defendidas por convicção, cínicas, poderão na sua cegueira, ser fundamentalistas e vir a prejudicar a sociedade. Um acto ilegal ao tempo, numa sociedade que por natureza teme, e ainda hoje o autoritarismo impera, só pode originar comportamentos genericamente cobardes. Age-se conforme o figurino. Se a lei vigente "era não aborto" era essa que se apregoava. Nunca abortei, nem queria, em 1974 fiz num hospital público uma laqueação de trompas, a coberto do obstetra mandar para as urtigas a lei vigente. O corpo era meu, a epileptica era eu, e depois do nascimento do 2º. filho todos os meses tinha ataques. Mas meus amigos, também sei que se não tivemos mais cedo a lei foi porque quem tinha poder económico, não se ralou o suficiente por se bater por ela, quem não tinha, umas morreram, outras, pelas Sempre consequências, NUNCA O ESQUECERÂO!.

Marília Gonçalves disse...

andamos muito visitados pelo anonimato
simples obs
Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

Regresso novamente à nossa leitora que conserva a anonimato. Minha Senhora, cabe-lhe o mais total Direito de ter defendido as suas convicções, no que diz respeito a seu corpo e a cada gravidez que tenha vivido. Isso é a Liberdade! que é o poder optar!
agora o que tem é que reconhecer às outras Mulheres o mesmo Direito à opção e à Liberdade! A Senhora agiu segundo a sua consciência, as outras Mulheres têm exactamente o mesmo Direito
Sem mais
Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Cara Amiga Leitora

Não me parece que tenha havido nenhum acto deselegante, mas parece-me que neste blog há emoção e força nas palavras e sublinho que todos sabemos e a nossa leitora e amiga anónima sabe tão bem como TODA A GENTE que o que mais há na sociedade portuguesa é cinismo e hipocrisia, mas de facto a Maria José Nogueira Pinto de hipócrita nada conheço ou reconheço que lhe possa atribuir esse adjectivo, se não nunca lhe renderia a minha homenagem, e talvez mesmo no seu caso seja mais apropriado, na minha opinião, falar da cegueira que um dado fundamentalismo, através da absolutização de uma crença pode levar uma pessoa intrinsecamente valorosa a ser tão insensível a graves problemas sociais, o que de facto não é aceitável.

Todavia em termos intrapsiquicos tem a sua explicação, e talvez mesmo pela sobrevalorização religiosa da proibição de abortar, esta se imponha do exterior para o interior da pessoa que a torne uma "inimputável" moral e emocional na sua acção nos domínios hipervalorizados pelas suas igrejas, desde que não mutilem ou matem terceiros. É uma hipótese que deixo.
Sejamos francos e directos sem mnenhuma agressão.
abraços
asilva