sábado, 6 de agosto de 2011

05 - POEMÁRIO * Ansiedade

*
Há, nesta terra, a raiz,
o caule, a dourada espiga
e a fome, numa cantiga,
desencontrando um país.
*
Há saudades do Passado,
há saudades do Futuro
no meu país que procuro
em cada arado parado.
*
Há mais joio do que pão.
No abandono da paisagem,
apenas, à sua imagem,
o peso da solidão.
*
E os silêncios e os adis
já nem guardam na lembrança
as searas de esperança
na promessa de um país!
*
Há, apenas, os presságios
de temores e procelas
arrastando as caravelas
para quantos mais naufrágios?
*
Ah, que nesta dor extrema,
de ansiedade permanente,
seja salvo, novamente,
o meu país, num poema!

*

José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 10 de Setembro de 2010

3 comentários:

andrade da silva disse...

Caro José Augusto
Bem Haja

Os Néscios replantaram nas terras de pão e searas, o desero e abandono, mas há nomes, gentes e factos historicos responsãveis. Se as terras so Alentejo deram pão com a Reforma agrária, as terras do Alentejo passaram a parir pó com a lei de António Barreto, porquê, em nome de quê,de Portugal, não, por certo?
abraço
asilva

andrade da silva disse...

Caro José Augusto
Bem Haja

Os Néscios replantaram nas terras de pão e searas, o desero e abandono, mas há nomes, gentes e factos historicos responsãveis. Se as terras so Alentejo deram pão com a Reforma agrária, as terras do Alentejo passaram a parir pó com a lei de António Barreto, porquê, em nome de quê,de Portugal, não, por certo?
abraço
asilva

José-Augusto de Carvalho disse...

A minha gratidão, meu prezado Andrade da Silva.
Até sempre!
Grande e fraterno abraço.
José-Augusto de Carvalho