terça-feira, 2 de agosto de 2011

PORTUGAL UMA SOCIEDADE E ESTADO PRÉ-MODERNOS: OSTENTAÇÃO, CORRUPÇÃO E DESIGUALDADE IMORAL





" EXPRIMO-ME COM TOTAL RECUSA DOS JOGOS FLORAIS E DA DITADURA DA FORMA SOBRE A SUBSTÂNCIA, AO INVÉS PRIVILEGIO A HONESTIDADE E A SINCERIDADE NUAS, PURAS, DURAS E CRUAS, AO SERVIÇO DA LIBERDADE, DA DIGNIDADE E DO DESENVOLVIMENTO"






Sobre uma mesma realidade dizer coisas diametralmente opostas, ou resulta de má fé, ou ignorância, ou de ser, uma consequência do ângulo de observação do opinador, daí, que seja imperativo moral dizer-se, neste caso, do facto social, qual é o ângulo ideológico, ou politico- partidário de que observamos o real-concreto.


No meu caso , como tenho dito, a minha visão tem o seu DNA no PREC, no que, de um modo restrito, vivi na Alentejo, praticando actos de justiça, que creio serem em qualquer tempo, lugar ou circunstância, como: através da solidariedade colectiva resolver problemas colectivos; garantir postos de trabalho; semear de novo terras incultas, abandonadas, mares de terras com dimensões não cobertas por mais de meia hora de percurso de jeep wills ( velho jeep de uma qualquer guerra já perdida na memória das gentes ) com a salvaguarda dos direitos a que os seus proprietários tivessem legitimo direito, depois de julgados pela sua exploração odiosa de assalariados agrícolas, ou sabotagem económica , se e quando tais factos tivessem ocorrido, nisto, sempre fui e continuo a ser preciso. Não jogo em duas ou mais leituras mas numa e numa só, que por sinal ainda é a Constitucional ( art. 94 )


Posto isto, sem pintar a manta, e sem qualquer desamor por Portugal que amo mais do que a outro qualquer país, falemos claro.


Por causa de uma grave incompetência e imoralidade na gestão dos bens públicos e da maioria dos privados, como hoje disse o Ministro da Economia, dr.Álvaro, a longo prazo, na melhor das hipóteses, somos um país de emigrados, ou para quem cá ficar resta serem ESCRAVOS dos Alemães, acrescento, através dos 25 portugueses mais ricos, capatazes do nosso infortúnio.



Outro mal que nos vítima é a corrupção que ninguém quer combater de um modo global, e a sociedade portuguesa aceita de um modo geral. Todas as áreas de actividade são áreas de risco, com principal severidade para o urbanismo das câmaras, com a passagem das propriedades de aptidão agrícola para urbana ( grande cancro de que ninguém fala, porque talvez não haja inocentes); a aquisição de grandes equipamentos para as forças armadas, a saúde etc. etc..


Quanto ao controlo da corrupção, fomos induzidos em erro, pelas palavras tão eloquentes do Presidente do Tribunal de Contas, mas a verdade é que o TC não controla a substância, o osso, da corrupção, pois que se limita a observar, se os aspectos formais nos contratos foram respeitados, mas nada sabe, ou pode detectar quanto a luvas etc. etc, e tudo está claramente expresso na grande obra de Luís Sousa - CORRUPÇÃO - editada, pela fundação Francisco Manuel dos Santos, à venda na cadeia dos hiper-mercados Pingo Doce, a um preço módico.


Agravando tudo isto temos a ostentação, a gestão dolosa e a odiosa, (devem ser criminalizadas), como, entre outras, se pode referir a da privatização do BPN, antes do julgamento dos actos de má gestão e ao que dizem criminosos da gestão anterior, e sem se explicar, porque se privatiza um banco que tem custado tanto a cada um de nós, e pode ainda vir a custar mais.


E que operação financeira pode ser esta, em que um banco que já nos custou milhares de milhões de euros é vendido por 40 milhões. Aritmeticamente isto não se entende. Será um acto de gestão meramente politico, sobre um objecto económico-financeiro, ou outra qualquer coisa?



Ainda temos a desigualdade terceiro mundista, em que 25 dos mais ricos, ou seja, 0.0000025 da população detêm 10% da riqueza Nacional, cerca de 17 mil milhões de euros. Ora para haver uma redistribuição igual da riqueza, o PIB tinha de ser cerca de 4 mil vezes superior.


Mas há outras contas que se podem e devem fazer, considerando a maior fortuna, a do sr. Américo Amorim, de 2,6 mil milhões de euros, um trabalhador com o salário de 500 €/mês, sem gastar nada, precisava de trabalhar 3571 séculos, 357 milénios para conseguir tal pezinho de meia, isto é, ter 4761 vidas, ou seja, nascer, viver 75 anos, morrer, e, assim, sucessivamente, 5000 mil vezes. No caso de um coronel seriam precisos 928 séculos. Mas todos nós, e eles também, só temos uma vida.


Recordo que desde o nascimento de Cristo passaram 2 milénios e 11 anos, e que Portugal existe há um milénio. Mas ainda podia dizer-se que dava para adquirir mais de 1000 equipamentos, como o que vai ser instalado na Amadora pela Câmara e a AFID Diferença, que permitiria apoiar mais de 142 mil pessoas.


Esta é, pois, a ignominiosa desigualdade fascista-social que se tem vindo a instalar de um modo cruel, desumano e pouco denunciado, de uma forma precisa e em termos comparativos. Dou este contributo, para que se entenda a distância destas diferenças.


Finalmente e para não cansar, termino com as palavras, que partilho, de Ernâni Lopes, em " a economia no futuro de Portugal " - "a sociedade portuguesa caracteriza-se por uma vida muito pobre, falta de ideias, falta de verdade, falta de força, falta de substância e falta de garra política... cidadãos iludidos por promessas irrealizáveis, sem rasgo para o futuro... sociedade interesseira, egoísta, sem horizonte, sem conteúdo, vazia de substância, sem nobreza" ( pp278).


A este diagnóstico acrescento , é uma sociedade de concidadãos arrebanhados, cheios de medo, alienados por um Deus ou um Partido, que não questionam, e iludem a sua posse de liberdade, através de um gigantesco processo de condicionamento psicológico e ideológico que reduz a invenção, a assimilação do novo, garantindo a continuidade, ou seja, sempre mais do mesmo, mas mata, como Peaget refere, a adaptação majorante, ou seja, o equilíbrio entre a assimilação do novo ao velho e a acomodação do velho ao novo, ou dito de outro modo, o equilíbrio entre o input de fora para dentro e o output, a resposta, de dentro para fora. Sem um adequado funcionamento destes dois mecanismos temos entropia e, mais tarde, ou mais cedo, a morte do respectivo sistema/corpo, seja ele qual for.


Para que conste do deserto GRITEI... GRITEI.... GRITEI, mas.... o sentido das coisas não é o do futuro, mas sim o do desastre, logo, porque não me calo?


Tenho um filho, e não gostaria de ver Portugal entregue aos seus coveiros, mas... muito pouco posso fazer, para o evitar... coisas....






andrade da silva





2 comentários:

andrade da silva disse...

O que escrevo interpela as pessoas concretas reais, pretende colocar cada um de nós, perante si mesmo."

Diz uma amiga que não me lêem, e, isso, irritava-me, e levava-me a dar tiros para o ar, falso. Não me irritam, mas lamento.

Não me lêem, nem leram Ferreira do Amaral, quando em Fevereiro de 2008, dizia, e disso dei notícia no blogue avenida liberdade, que vinha aí uma grave crise financeira, pelo encontro inevitável entre a esfera económica, a base de tudo, e a financeira, então, escrevi memes a Mário Soares, porque dizia que era preciso governar um pouco mais à esquerda e a Manuel Alegre, no que fui secundado pela Marília. Não leram, não ligaram, irritado não, triste sim. Mas que fazer?

Também disse a Manuel Alegre e a Correia Campos que se o PS não corrigisse a sua trajectória iria ser abandonado pelos eleitores. Correia Campos deu uma resposta torta que sabia de 50 matérias que o PS poderia fazer melhor, falava-lhe de uma dezena. Talvez não tenham posto nenhuma em prática e a resposta do Povo foi clara, em 2011, perderam 1 milhão de votos.

Mas todos estaremos ainda vivos, para ver parte do desastre do autismo e da arrogância, porque se cairmos no Caos, a resposta emergente virá de fora dos partidos, de todos os partidos parlamentares, embora, alguns ou todos pensem que não.

A rua será do CAOS, e o que vem depois não é linear, nem previsível.

Diria, assim falava Zaratrusta. Ser ouvido ou lido, não era e não é o comportamento mais esperado, mas procuro ultrapassar as barreiras e ainda não desisti, mas analiso o que se passa.

Lamento este estado de coisas, mas é natural: a VOZ LIVRE É MALDITA, assusta, desassossega, por isso, nas ditaduras é calada, nas semi-democracias não são ouvidas.
Procuro as almas gémeas, lá vou encontrando, poucas, mas creio que no cosmos há muitas, difícil é encontrá-las, mas não desisto, e, obviamente, que as procuro, sobretudo no mundo real, onde, as coisas junto do povo são diferentes, e seriam muito diferentes se outros meios tivesse para o encontrar, mas os que me reconhecem depois da intervenção na TVI têm-me manifestado o seu muito agrado e falamos muito sobre a mensagem que deixei, da necessidade de REINVENTAR, REFUNDAR A DEMOCRACIA.

Mas sempre direi que quantidade não significa qualidade, e sobre quem me lê e se manifesta deixa a sua marca indelével, o que escrevo interpela as pessoas concretas reais, pretende colocar cada um de nós, perante si mesmo.
andrde da silva

andrade da silva disse...

Ainda hoje vi mais sinais do grande nervosismo do povo-pessoas de chegar á rua, como pessoas, SEM PARTIDOS, é o sentir de muita gente por todo o lado, campo, cidade, transportes publicos, bancos, farmácias.
As pessoas mesmo estão á espera que alguém com coragem, ou loucura dê o apito de partida, depois será o que deus e a molhada quiserem, e os governos não vêem isto, confiam na violência dos órgãos da força: policias e em último grau militares, para dominarem as revoltas sociais, ou mesmo os movimentos pacificos, mas têm mesmo a certeza sobre o grau de prontidão e motivação daquelas forças para o exercício de uma repressão longa e dura, tipo Síria ou Lìbia?

Os governos dormem, e burgueses e pequeno burgueses néscios os querem substituir,mas mantendo a sociedade de eunucos, mas isso vai ser impossível, porque a mudança vai vir das pessoas livres.
asilva