O meu camarada e
amigo António Mota lançou o desafio, para que se escrevesse um texto semanal,
para a página da AOFA, respondi a esse apelo, para trazer até esta página uma
visão idiossincrática dos tempos que correm, correram e, ainda, virão.
Quanto ao Futuro, não pratico nenhuma modalidade de adivinhação,
mas lendo os Sinais, interligando-os com os do passado, é possível falar de
cenários e de probabilidades, que no meu caso várias vezes se vieram a
verificar. Também interessa dizê-lo.
Em 1972, em Lumbala
Velha/Angola, disse, em Janeiro, apesar de ser alferes, olhos nos olhos, ao Sr. General Bettencourt
Rodrigues que não tinhamos meios para fazer a guerra, e, em Novembro, desse
mesmo ano escrevia ao nosso camarada Custódio Pereira, a dizer que a guerra estava
perdida e que, nós, os, então, tenentes, teríamos de dar a volta a tudo
aquilo e à politica Nacional. Em 74 acontecia
o 25 de Abril.
Em outras situações também a previsão cumpriu-se, como a do aumento
de endividamento externo privado, ao que me referi em carta dirigida ao governo
do Prof. Cavaco da Silva, em 1990, com um ponto 4 na resposta, assinada por Oliveira
e Costa, que, claramente, falava da necessidade da equidade fiscal entre todos
os portugueses, os do sector público e
do privado.
Naquela altura o governo evocava este principio para trazer
os servidores públicos ao universo dos contribuintes. Em 2012, o governo e o Sr.
Presidente da República, esquecem este principio ao promulgar um OGE, ferido na sua constitucionalidade substantiva,
por tratar de um modo desigual os trabalhadores do sector público e os do
privado e o conjunto dos trabalhadores face
aos detentores do capital, isto é, não estamos todos sujeitos aos mesmos
critérios de austeridade para resolver problemas financeiros e económicos ( a economia portuguesa está em estado comatoso, por falta de produção,
inovação etc.) que mais têm a ver com especulação, corrupção, má governação, gestões danosas, economia
paralela, falta de direcção na economia,
crédito barato e consumismo
compulsivo etc. do que com erros
praticados por quem trabalhou com mérito
e foi comedido, regrado, nos seus gastos, sendo mesmo austero.
Ainda, outras previsões, e nunca profecias da desgraça,
realizaram-se, mas para ilustração basta as que refiro.
De qualquer modo, as
que vos vou apresentar terão, por força das circunstâncias, cores carregadas
que se podem, ou não desanuviar com a
nossa intervenção , ou de outrem, e , é neste sentido que espero que este
contributo possa servir para algo, mas de certeza não para sossegar quem deve
estar inquieto, ou seja, todos nós.
Espero que destes
contributos, dos meus, mas sobretudo dos de outros surja matéria critica que sirva de
alguma mola À MUDANÇA DE FUTURO, PARA O
FUTURO.
Se não mudarmos de
paradigma de um modo muito profundo, não vamos desaparecer da terra, como se um
buraco negro nos engolisse. É, na minha opinião, uma mera idiotia dizer que
temos vencido crises sucessivas durante muitos séculos de história, a afirmação
para além de redundante, é um mero
embuste.
Temos ultrapassado umas situações criticas e, sucessivamente, caído noutras: saímos da crise
da monarquia, viajamos para a crise da 1º Republica; desta, avançamos para a do salazarismo, de que se saímos com o 25 de
Abril, para continuar com outras crises, por erros nossos, sobretudo, alguma má fortuna, e ainda pelas Governanças
invisíveis e top secretas do Mundo, que nos conduziram à encruzilhada em que
nos encontramos, de que muitos, segundo a regra tradicional, se safarão, alguns
até muito mais ricos, e muitos outros perecerão, e para estes que, no passado, foram milhares,
entre nós, e milhões no Mundo, em guerras, doenças, suicídios, nunca as crises
foram ultrapassadas. Para eles, a derrota foi de 100%.
Também é evidente que se pode questionar o que podem fazer 10
milhões de cidadãos pelo Mundo, ou por eles próprios?
A tal pergunta retórica a resposta quantitativa é deitarem-se
ao SOL, e esperarem que de Fátima ou da China surja o milagre, que não chegará,
e acabaríamos todos muito mal, portanto,
este não será seguramente o caminho, outro, terá de ser, mas resultados
só no fim do jogo, e certezas só uma, se
alguém no mundo tem de fazer alguma coisa para evitar o pior cenário, são os
portugueses, os gregos, os espanhóis, os italianos, para já, depois seguir-se-
ão os outros.
A ameaça que impende sobre todos os portugueses e sobre os
europeus e americanos, é de facto, nos tempos mais próximos, uma bomba atómica civilizacional, e que se chama a potência
económica emergente – CHINA, mas que poderá ser a Rússia, ou o Brasil, muito embora, se fosse o Brasil teríamos mais
samba e caipirinha e menos “tiros na nuca”,o que faz, uma enorme diferença.
( na parte 2, falarei da chinisação)
andrade da silva
PS: texto publicado na página o facebook da Associação de Oficiais das Forças Armadas ( AOFA)
UM ABRAÇO DE BOAS VINDAS ÀS NOVAS AMIGAS E AMIGOS LEITORES. TRAGAM MAIS CINCO. ABRAÇOS E BEIJOS, SEGUNDO OS COSTUMES E OS CORAÇÕES.
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