HISTÓRIA NUM DIA DIFERENTE DO NOVEMBRO
DE 75
25 de Novembro,FALAM OS QUE PODEM...
Têm as mãos sujas de sangue,são testas de ferro dos poderes eais. Quem é povo
plebeu é escravizado,pouco pode. Incluo-me, nos que
pouco podem
A jornalista Ana Maria Ribeiro do CM pediu-me uma entrevista para revista de Domingo do
CM,( que leio) sobre o 25 de Novembro de
75, acedi,falei-lhe durante cerca de uma hora. Feita
a síntese, sugeri o texto que se segue. Foi
publicado o possível.
A jornalista e eu fizemos o que pudemos. Os
poderosos, todos, são gordos, ocupam todo
o espaço com os seus afilhados. Nesta aberração democrática instalada, este
é o comportamento de todos os miguelistas
pós modernos, mas sempre com o mesmo DNA, e cheios
de sanha e desejo de sangue contra tudo
o que respire verdade, heroicidade. Uns-
os poderosos,
chupam o sangue fresco das manadas, muito outros
são o bico aguçado daqueles canibais, ponto (radicalismo
a mais, pois...pois... já sabemos, obviamente.! Coisas!..)
O texto proposto é o que se segue (o publicado- revista CM de 2 2 de Novembro):
'No 25 de Novembro, João Andrade da Silva, que pertencia ao MFA (Movimento
das Forças Armadas), tinha a categoria de capitão e estava colocado
no quartel de Évora. Estava directamente na linha de comando do general Carlos
Fabião, Chefe do Estado-Maior do Exército. E aquele que parecia um dia igual
aos outros acabou por se revelar inesperado. Tudo começou com uma visita ao
quartel. “O senhor Pinto Sá vai ter comigo e diz-me: ‘Olhe, está em curso um
movimento contra-revolucionário, os seus camaradas da Escola Prática de
Artilharia (EPA) já foram presos e o senhor vai a seguir.” Foi o suficiente
para que Andrade da Silva se dirigisse à EPA para verificar o que se passava.
Encontrou “tudo estático, na expectativa”.
Quando regressou ao seu posto “o País já estava em estado de sítio”.
Entretanto, chegou um telefonema de um civil do Vimieiro: “Dizia
que vinha uma coluna de carros de combate de Estremoz em direcção a
Lisboa.” Telefonou ao COPCON a avisar da situação (“nem sei se a chamada
chegou”), o que mais tarde viria a ser usado contra ele num processo movido
pelos vitoriosos, que o quiseram prender “por estar do lado daqueles que era
preciso abater”. Ou seja, dos considerados radicais.
Da minha parte fui sempre e somente um delegado
MFA eleito, sem qualquer ligação a qualquer
força partidária, com cujos dirigentes nunca contactei,ou
por eles fui contactado, à excepção de uma vez, já perto
do 25 Novembro, por motivos de segurança, garantida
a todos no Alentejo...
Mas pela prova feita e conhecimento directo nunca na região militar
de Évora, ninguém de esquerda foi contactado
para qualquer acção de golpe militar.
Não havia nenhum golpe de esquerda militar em
preparação, mas sim o dos nove, como suspeitavamos todos.
O coronel reformado, que nunca esteve fora da hierarquia
militar,na altura considerou a ocupação das
bases um problema problema disciplinar. Considera -com a
evidencia dos factos, vários depoimentos dos intervenientes,
como o general Otelo, e o que foi dado à estampa no livro-
a revolução e contra-revolução de Armando Cerqueira- que
o 25 de Novembro, aproveitando a instabilidade bombista,
a destabilização criada pelo MRRP e outros serviu o
objectivo de Kissinger, via Carlucci, Mário Soares, Nove de pôr
termo a qualquer experiência de governação diversa da tolerada
pelos EUA, e Alemanha, com qualquer átomo de semelhança com
politica socialista que pudesse medrar
na Europa do sul, e fosse, de qualquer
modo apadrinhada, pela URSS . Ganhou este projecto, mas mataram o
alternativo, do MFA,que, na minha perspectiva e
prática, seria uma social-democracia adequada ao grave
subdesenvolvimento e miséria portuguesas, ( Haverá?)
como sempre defendi. Fizeram de Portugal
um país submisso'.
Foi Ramalho Eanes quem o salvou da cadeia, no rescaldo do golpe. Os
generais Carlos Fabião e Otelo Saraiva de Carvalho (que era Comandante do
COPCON), foram destituídos dos seus cargos, Ramalho Eanes substituiu o primeiro
à frente do Estado-Maior do Exército, e alguns militares foram presos. “Traziam
uma lista e começaram a prender os meus camaradas de
um modo indigno,arbitrário e totalitário. Eu também
estava na lista, mas o general Ramalho Eanes disse que não havia provas suficientes
contra mim”, recorda.
Hoje, na iminência de termos em Portugal um governo de esquerda, tanto
Andrade da Silva como Filipe Rodrigues, que está reformado da GNR, reconhecem
que voltou a haver “uma certa crispação” entre esquerda e direita na nossa
sociedade. Mas tudo “muito mais pacífico” e nada que os preocupe.A
mim preocupa-me bastante,o estado a
que chegamos de pré-ruína ) Não vão celebrar o 25 de Novembro.
Andrade da silva afirma:'da minha parte libelo o 25
Novembro pelas suas consequências e como o progenitor
do abuso que contra Portugal
e os portugueses se tem cometido, sem nunca esquecer que naquele período conturbado faltou direcção
politica, militar e projecto à revolução'.
Mas também
nunca mais esquecerão aqueles dias em que parecia que tudo estava em causa e se
viviam intensamente as mudanças que Abril tinha trazido. Sobretudo, nenhum tem
palavras suficientes para sublinhar a “conduta impecável” dos militares. “Há um
grande desconhecimento da sociedade civil sobre o que é um militar”, diz
Andrade da Silva., inclusiva naquela data fui solicitado para
comandar centenas de civis armados que depois seriam milhares para
marchar de Évora sobre Lisboa ,o
que recusei - seria uma carnificina -não
duvidava,nem duvido-e também o PCP, no Alentejo. terá
dito aos seus militantes para não mexerem uma
palha. Muitos deram contributos importantes para
evitar conflitos graves, como também o fez Rosa Coutinho
e Martins Guerreiro junto dos fuzileiros. Ao que
Filipe Rodrigues acrescenta: “O princípio é este, e deve reger-nos
sempre: diante do inimigo, temos de nos mostrar pessoas de carácter.”
Acresce que para além da heroicidade
colectiva,do 25 De Abril, só reconheço
em termos individuais como herói: o salgueiro Maia, quando fez
frente aos carros de combate na rua do Arsenal-
foi o militar – O alferes Sotto Maior, e o cabo Alves
Costa, por, na circunstância, não terem morto
o Salgueiro Maia.
Ainda Quanto ao 25 Novembro considero inaceitável as mortes
dos soldados de Comandos e da Policia Milita,
porque quando atacaram a policia Militar na Calçada da Ajuda,
o quartel já estava no canal do Comandante supremo das
Forças Armadas,logo, o general Eanes tinha o dever total
e a obrigação técnica do suster. Há um muito grave, imperativo pedido
de desculpa e.o mais que for de lei e moral a fazer
-se em relação às famílias das vitimas,como
já o propus nos 30 anos de Abril.
Todavia, como prova maior que a tal esquerda militar
não estava em nenhum golpe é o facto de que o seu natural
comandante, o comandante do COPCON ,Otelo Saraiva, nestes entretantos ter
ido para casa dormir, porquê ou às ordens de quem? ...
Coisas!...
De qualquer nodo o que importa é que Portugal se cumpra!
E quase tudo fica por dizer, publicamente, ao
grande auditório - A Nação.'
.......
Todavia, com o novo dia de hoje,
esperamos que Portugal se cumpra!
Que o Amor seja Perfeito.
Sem comentários:
Enviar um comentário