terça-feira, 24 de novembro de 2015

ATRÁS DE TEMPOS,TEMPOS VÊM!



HISTÓRIA NUM DIA DIFERENTE DO NOVEMBRO DE 75


25 de Novembro,FALAM OS QUE PODEM...

Têm as mãos sujas de sangue,são  testas de  ferro dos  poderes  eais.   Quem é povo plebeu é escravizado,pouco pode.  Incluo-me, nos que pouco podem

A jornalista Ana Maria Ribeiro do CM pediu-me uma  entrevista para revista de Domingo do CM,( que leio) sobre o  25 de Novembro de 75, acedi,falei-lhe durante cerca de uma hora. Feita a síntese, sugeri o texto que se segue. Foi publicado  o possível. 

A jornalista e eu fizemos  o que pudemos. Os  poderosos, todos,  são gordos, ocupam  todo  o espaço  com os seus  afilhados. Nesta aberração democrática instalada, este  é o comportamento   de todos   os miguelistas  pós modernos,  mas sempre com o mesmo  DNA, e cheios  de sanha  e desejo  de sangue  contra  tudo o que respire verdade,  heroicidade.  Uns-  os poderosos,  chupam o sangue fresco das manadas, muito  outros  são o bico aguçado  daqueles   canibais, ponto (radicalismo  a mais, pois...pois... já sabemos, obviamente.!  Coisas!..)

O texto proposto é o que se segue (o publicado- revista CM de 2 2 de Novembro):

'No 25 de Novembro, João Andrade da Silva, que pertencia ao MFA (Movimento das Forças Armadas), tinha a categoria de  capitão e estava colocado no quartel de Évora. Estava directamente na linha de comando do general Carlos Fabião, Chefe do Estado-Maior do Exército. E aquele que parecia um dia igual aos outros acabou por se revelar inesperado. Tudo começou com uma visita ao quartel. “O senhor Pinto Sá vai ter comigo e diz-me: ‘Olhe, está em curso um movimento contra-revolucionário, os seus camaradas da Escola Prática de Artilharia (EPA) já foram presos e o senhor vai a seguir.” Foi o suficiente para que Andrade da Silva se dirigisse à EPA para verificar o que se passava. Encontrou “tudo estático, na expectativa”. 

Quando regressou ao seu posto “o País já estava em estado de sítio”. Entretanto, chegou um telefonema de um civil do Vimieiro: “Dizia que vinha uma coluna de carros de combate de Estremoz em direcção a Lisboa.” Telefonou ao COPCON a avisar da situação (“nem sei se a chamada chegou”), o que mais tarde viria a ser usado contra ele num processo movido pelos vitoriosos, que o quiseram prender “por estar do lado daqueles que era preciso abater”. Ou seja, dos  considerados radicais.

Da minha parte fui sempre e somente um delegado MFA eleito,  sem qualquer   ligação a qualquer força partidária, com cujos  dirigentes nunca contactei,ou por eles fui contactado, à excepção   de uma vez, já perto do 25 Novembro, por motivos  de segurança, garantida a todos no Alentejo... 

Mas pela prova feita e conhecimento directo   nunca na região militar de Évora, ninguém de esquerda foi contactado  para qualquer acção de golpe militar. Não   havia nenhum golpe de esquerda militar em preparação, mas sim o dos nove, como suspeitavamos todos.

O coronel reformado, que nunca esteve fora da hierarquia militar,na altura considerou a ocupação das  bases um problema problema disciplinar. Considera -com a evidencia dos  factos,  vários   depoimentos dos intervenientes,  como o general Otelo, e o que foi dado à estampa no  livro- a  revolução e contra-revolução de Armando Cerqueira- que o 25 de Novembro,  aproveitando a  instabilidade bombista, a destabilização criada pelo MRRP e outros serviu o objectivo de Kissinger, via Carlucci, Mário Soares, Nove de pôr termo a qualquer  experiência de  governação  diversa da tolerada  pelos  EUA, e Alemanha, com  qualquer  átomo de semelhança com politica socialista que pudesse medrar na Europa do sul, e fosse,  de qualquer modo apadrinhada,  pela URSS . Ganhou este projecto, mas  mataram o alternativo, do MFA,que, na minha perspectiva e prática, seria uma social-democracia adequada ao grave  subdesenvolvimento e miséria portuguesas, ( Haverá?)  como sempre defendi.  Fizeram de Portugal um país submisso'.

Foi Ramalho Eanes quem o salvou da cadeia, no rescaldo do golpe. Os generais Carlos Fabião e Otelo Saraiva de Carvalho (que era Comandante do COPCON), foram destituídos dos seus cargos, Ramalho Eanes substituiu o primeiro à frente do Estado-Maior do Exército, e alguns militares foram presos. “Traziam uma lista e começaram a prender os meus camaradas de  um modo indigno,arbitrário e totalitário.  Eu também estava na lista, mas o general Ramalho Eanes disse que não havia provas suficientes contra mim”, recorda.

Hoje, na iminência de termos em Portugal um governo de esquerda, tanto Andrade da Silva como Filipe Rodrigues, que está reformado da GNR, reconhecem que voltou a haver “uma certa crispação” entre esquerda e direita na nossa sociedade. Mas tudo “muito mais pacífico” e nada que os preocupe.A mim preocupa-me bastante,o estado a que chegamos de pré-ruína ) Não vão celebrar o 25 de Novembro. Andrade da silva afirma:'da minha parte libelo o 25  Novembro pelas suas consequências e como o progenitor  do abuso que contra Portugal e os portugueses se tem cometido, sem nunca  esquecer  que naquele  período conturbado  faltou direcção   politica, militar e projecto  à revolução'.

Mas também nunca mais esquecerão aqueles dias em que parecia que tudo estava em causa e se viviam intensamente as mudanças que Abril tinha trazido. Sobretudo, nenhum tem palavras suficientes para sublinhar a “conduta impecável” dos militares. “Há um grande desconhecimento da sociedade civil sobre o que é um militar”, diz Andrade da Silva., inclusiva naquela data fui solicitado para comandar  centenas de  civis  armados  que depois seriam milhares para marchar de Évora sobre Lisboa ,o que recusei - seria uma carnificina -não duvidava,nem duvido-e também o PCP, no Alentejo. terá dito aos  seus militantes  para não  mexerem uma palha.  Muitos deram  contributos importantes para evitar conflitos graves, como também o fez Rosa Coutinho e Martins Guerreiro junto dos fuzileiros. Ao que Filipe  Rodrigues acrescenta: “O princípio é este, e deve reger-nos sempre: diante do inimigo, temos de nos mostrar pessoas de carácter.”

Acresce que  para além da heroicidade colectiva,do 25 De Abril, só reconheço em termos individuais  como herói:  o salgueiro Maia, quando fez frente aos carros de combate na rua do Arsenal- foi o militar – O alferes Sotto Maior, e o cabo Alves  Costa, por, na circunstância, não terem morto o Salgueiro Maia.

 Ainda Quanto ao 25  Novembro considero  inaceitável as mortes  dos     soldados de Comandos e da Policia Milita, porque quando atacaram a policia Militar na Calçada da Ajuda,  o quartel já estava no canal do Comandante  supremo das  Forças Armadas,logo, o general Eanes tinha o dever total e a  obrigação técnica do suster. Há um muito grave, imperativo pedido de desculpa e.o mais que for de lei e moral   a fazer -se em  relação às famílias das vitimas,como já  o propus  nos 30 anos de Abril.

Todavia, como prova maior que a tal esquerda militar não estava em nenhum golpe é o facto de que o seu natural comandante, o comandante do COPCON ,Otelo Saraiva, nestes entretantos ter ido para casa  dormir, porquê ou às   ordens  de  quem? ...

Coisas!...

De qualquer nodo o que importa é que Portugal se cumpra! 

E quase tudo fica por dizer, publicamente, ao grande auditório - A Nação.'
.......
Todavia, com o novo dia de hoje, esperamos que Portugal se cumpra!

                                        Que o  Amor seja Perfeito.
  

Sem comentários: