quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

BILHETE POSTAL AO FILHO DE UM GRANDE MÉDICO -DE SEU NOME GOVERNO.

 
 

 
 
 
Nota: O Dr. Governo teve consultório em Algés e foi médico dos CTT.
 
Caro Steven
 
Como sabes, tenho pelo teu pai uma longa e profunda consideração pela consulta que tive com ele há décadas, e, apesar de já ter partido para a eternidade, continua entre nós. Vive!
 
Igual consideração cultivo pela minha irmã e MILHARES de Médicos que ganham nos hospitais muito pouco (muitos entre 1500/1800 €), trabalham em condições quase sub-humanas, e estão enojados, desmotivados com estas repelentes campanhas de gente bárbara em que até alguns, muitos, estão vivos devido ao sacrifício de grandes médicos. E nisto há também as campanhas orquestradas para destruição do SNS, de que, o CM parece ser uma ponta de lança.
 
Todavia, ainda hoje, logo ao amanhecer ,dei graças à minha "Santa" pneumologista, Dra. Susana de Castro, dos Lusíadas,( já lhe disse que no meu coração ergui-lhe uma estátua) porque pela sua competência no diagnóstico e interesse reduziu, em muito, os incómodos que o inverno me acarreta. Ainda bem que há medicina e médicos, não só porque nos aumentam a esperança de vida, mas também a qualidade desta.
 
Não fora o egoísmo e a barbaridade civilizacional em que vivemos e o primeiro acto seria o de justiça: louvar os médicos, os enfermeiros, os militares, os padres, os juízes, os policias, as empregadas das grandes superfícies e das pequenas, isto é, todos os que cumprem; depois julgar os governos que nos desgovernam e, simultaneamente, perseguir, condenar os corruptos médicos e outros que não cumprem as suas funções e violam os deveres deontológicos e éticos.
Contudo, como podem as pessoas humanas de bem esperarem os melhores comportamentos da generalidade dos seus concidadãos, quando a centenas de quilómetros do centro do Mundo há:
colunas de refugiados a morrerem;
o dito estado terrorista islâmico,
gente sem abrigo, a viverem, aqui, no túnel do Marquês de Pombal. etc .etc. etc.?
 
Quanto ao meu modo de protestar (uns dizem berraria) , sempre direi que sei, o que incomoda e porque incomoda em termos de substância o que digo, mas claro que há outros modos de dizer o mesmo; claro que, por vezes, me emociono um pouco mais; claro que posso parecer agressivo e, por vezes, sou mesmo e quero sê-lo, por me revoltar o cinismo e a hipocrisia, mas também o meu comportamento tem a ver com o facto cultural de ser madeirense, o profissional de ser militar artilheiro, e com a "desvirude" , actual, da honestidade Aceito e concordo com algumas criticas, e, sobretudo, com a discordância com a minha visão das coisas, gostaria é que, em vez de relativizarem o que digo, me mostrassem outras alternativas ou realidades substantivamente diferentes. Quanto ao grau dos desajustamentos concordo que talvez possam ser um pouco menos do que digo, mas no essencial que diferença fará isso?
 
Coisas.!....
 
abraço
joao

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