sexta-feira, 13 de setembro de 2019

FUTUROS 2050.....2070 ????.

                                       CENÁRIOS PROVÁVEIS LÁ PARA 2050,60,70..logo 

Guerra de transição de poder EUA-China


NOTA: 
Ontem falamos do desassossego total quanto a esta matéria e não só, hoje , é abordada no público,(assunto da agenda do dia  https://liberdadeecidadania.blogspot.com/2019/09/desassossego-infinito-9-de-setembro.html), mas   o eixo China-Irão-Rússia podem pretender a hegemonia  unipolar ou partilhada, ou a  China individualmente o pode  pretender ,  hipótese não considerada, porquê??????

É uma grande honra e orgulho   termos levantado aqui, ontem ,de novo, esta questão,  na sequência de tantas  outras vezes, desde pelo menos  2012... coisas... ( bem-haja Rogério por prolongar, como disse, o ESTRONDO,  que muitos mesmo assim olvidam com petulância - BEM-AVENTURADOS  ESTES FILHOS DE GOD"!)



Tucídides e a guerra de transição de poder EUA-China

por:

DAMIR SAGOLJ/REUTERS

Professor associado
da Universidade Nova;
investigador integrado do IPRI


Graham Allison, professor na Universidade de Harvard, publicou um muito interessante artigo na revista Foreign Policy, intitulando-o sugestivamente “A armadilha de Tucídides”.
Inspirando-se na famosa obra Guerra do Peloponeso, escreveu:
“À medida que a China desafia  a predominância da América, mal-entendidos sobre as ações e intenções de um lado e do outro podem levá-los a uma armadilha mortal identificada pela primeira vez pelo historiador grego Tucídides.” Como ele explicou: “Foi a ascensão de Atenas e o medo que isso provocou em Esparta que tornou a guerra inevitável.” E Allison acrescentou: “Nos últimos 500 anos, houve 16 casos em que uma potência emergente ameaçou superar uma potência dominante. Doze deles terminaram em guerra.”

Ouvimos falar todos os dias da guerra comercial EUA-China. Ela existe e é só por si suficientemente grave para merecer a nossa atenção. Porém, o assunto é ainda mais sério. Em rigor, estamos perante a versão contemporânea das clássicas guerras de transição de poder no sistema internacional.

No passado, estas eram resolvidas pelo confronto militar direto entre as grandes potências. Atualmente, devido ao facto de todos os Estados mais poderosos possuírem armas nucleares, elas assumem sobretudo (mas não exclusivamente) a forma de guerras comerciais, destinadas a enfraquecer o poder do adversário pela via económica
É exatamente essa estratégia que está a ser seguida pela Administração  Trump. Desde há mais de um ano que o Governo norte-americano tem elevado as taxas alfandegárias aplicadas a uma grande variedade de produtos chineses. Só no corrente mês, entraram em vigor nos Estados Unidos novas taxas de 15% sobre cerca de 300 mil milhões de dólares de importações oriundas da China. E o Presidente já anunciou que em outubro vai elevar as taxas de 25% para 30%sobre 250 mil milhões de dólares.

Pode não se gostar e é justo temer pelas consequências destas

decisões na economia mundial. Porém, não só Donald Trump não está a inventar nada de novo como a questão essencial aqui não é económica e sim a distribuição de poder no sistema internacional. Para não ir mais longe, a economia desempenhou um papel muito

importante no plano da Administração Reagan para derrubar a União Soviética. E qual foi umas das modalidades escolhidas para esse efeito? O aprofundamento da reversão da chamada “normalização” das relações comerciais EUA-URSS. Ronald Reagan não se ficou por aqui, mas o comércio teve um papel relevante no fim  da bipolaridade.

A guerra comercial Estados Unidos-China inscreve-se assim na atual transição de poder no sistema internacional. Já ninguém tem dúvidas de que estamos a assistir ao declínio relativo da potência dominante (EUA) e à ascensão das “potências de segunda  ordem” (China, Rússia e, eventualmente, Índia). Também há praticamente um consenso quanto ao facto de o mundo já não ser unipolar, mesmo que ainda não seja multipolar. Finalmente, há cada vez mais autores convencidos de que isso terá como efeito o fim  da atual ordem internacional liberal, um luxo só possível devido à existência da unipolaridade.

Sabemos que estes processos de transição de poder são longos no tempo e de resultado incerto. Logo, independentemente de irmos assistir a momentos de desanuviamento, negociação e até alguns acordos, a guerra comercial veio para ficar até que um dos lados a vença. 

Mais. É ingénuo pensar que é impossível acontecer um conflito militar clássico entre grandes potências nos dias de hoje. O melhor que podemos dizer é que ele é muito menos provável por ser muito mais irracional e que há maneiras de diminuir o risco de tal acontecer.

A chave para evitar uma “guerra total” está na ordem internacional que vier a ser construída sob os escombros da atual. E aqui há duas grandes hipóteses: ou os norte-americanos são bem-sucedidos, conseguem inverter a ascensão chinesa,  América continua a ser a potência dominante e usa a sua enorme superioridade de poder para
regressar a uma ordem hegemónica (como a que existiu desde o Fim da Guerra Fria até recentemente); ou os Estados ascendentes, como a China, mas também a Rússia e a Índia, ascendem até se tornarem grandes potências mundiais e daí resulta uma ordem de equilíbrio de poder.

Na linha da opinião maioritária na comunidade académica das
relações internacionais, defendo que a transição de poder culminará num novo sistema multipolar e numa nova ordem de equilíbrio de poder. Neste caso, há também duas hipóteses: ou uma ordem internacional do tipo Vestefália, a que podemos chamar “equilíbrio de poder automático; ou uma ordem internacional do tipo Viena, que podemos designar “equilíbrio de poder de concerto entre grandes potências”.

A história (e a teoria) demonstra que, num sistema internacional multipolar, uma ordem de concerto entre grandes potências é mais estável, pacífica e duradoura. Ela parece ser neste momento a melhor maneira, senão a única, de evitar “A armadilha de Tucídides”.






• Público • Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019




PS:

pequenas coisas:
 o eixo China Irão Rússia pode funcionar.

 Em 2050 a China será  hegemónica e não uma potencia secundária em crescimento. Tem um exército  enorme que morre sem hesitação, não tem oposição politica   interna,  grande hegemonia na IA, desde há muito compra territórios e empresas (EDP, em Portugal uma barbaridade geo-estratégica  só possível depois da alteração do Conceito Estratégico de Defesa Nacional nos idos 2012 e .todo o Mundo em silêncio)
mas....

os heróis  que contam


VAMPIROS:

https://www.youtube.com/watch?v=ZUEeBhhuUos

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