domingo, 13 de outubro de 2019

OS QUE LUTAM


OS QUE LUTAM
Berthold Brecht num dos seus muitos poemas, denominou um deles como “Os que lutam”. Muitas questões poderão ser feitas… Quem são os que lutam? O que é lutar? E muitas outras se poderão fazer, mas chegar-se-á inevitável questão: Porquê?
Nós, seres humanos lutamos pelos nossos princípios, ideais e crenças, diariamente e muitas vezes nem nos apercebemos disso. Uma “luta” pode revelar diversas formas e há que olhar sempre com esperança e coragem, ainda que muitas vezes nos doam no corpo e alma. Quando nos levantamos para iniciar mais um dia, lutamos contra a inércia. Sempre que sorrimos, lutamos contra a tristeza. De cada vez que ajudamos alguém, nem que seja o simples ato de segurar uma porta estamos a lutar contra a visão de ver apenas o Homem como um mero instrumento.
Não existe uma idade certa para lutar e a prova disso são os milhares de jovens que lutam pelo ambiente, pelos direitos humanos e que até mesmo quando se aproxima um período eleitoral lutam contra a abstenção, porque o simples ato de votar é uma forma de luta. São jovens sonhadores de um mundo melhor, pelo qual vão lutando.
Depois de mais um período eleitoral a abstenção voltou a "ganhar" as eleições, atingindo um novo valor histórico… Chegados aqui, importa refletir todo o caminho que já percorremos até ao dia de hoje e pensar que futuro estamos a traçar para nós, para os jovens de hoje e os de amanhã. Talvez com essa preocupação o currículo do ensino secundário contará com mais uma disciplina: "História, Culturas e Democracia". Pretende-se trabalhar a memória, o espírito crítico e a responsabilidade. Com uma boa execução e eficácia a sociedade recolherá uma colheita frutífera e quando desenhar o seu futuro terá na voz desses jovens lutadores um ativo valioso.
Tomemos como exemplo de coragem e persistência aquele grupo de jovens que também começou por sonhar com a liberdade e decidiu lutar. A sua luta marcou a história e o país culminando na tão esperada revolução dos cravos e apesar dos anos passarem, muitos ainda hoje lutam. E como Brech disse: “Porém há os que lutam toda a vida. / Esses são os imprescindíveis.”
Raquel Cetra


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