terça-feira, 30 de novembro de 2010

POVO-SIM. POVO-NÃO.



Num país azul, cuspido de negro estrume,

hostil à beleza,

à grandeza de ser povo,

os vampiros,

antes de lhe darem a morte,

À cruz o pregam,

pelo crime único:

Ser Povo.


POVO

deserdado e abandonado,

desempregado, como leproso,

com fome e frio,

desamado por quase todos,

enganado por muitos,

explorado por banqueiros e empresários,

peão de políticos e bispos,

servidor público vilipendiado,

semeador do pão,

pescador de mares, sonhos e chicharro,

pecador pela carne, pela boca e pelo ânus,

pastor de rebanhos nas serranias,

soldado, marinheiro, descobridor,

heróico, nunca vencido,

mas tantas vezes de cócoras, quase derrotado,

seiva da Pátria,

mas se contaminado pela ablação bíblica da maldição,

como mulher que amou, para além do seu senhor,
incha-lhe a barriga, e seca-lhe o sexo.


E, este povo sublime,

baixa ao rebanho de eunucos,

escravo, cangado, vergado

mas vivo, nunca vencido.

Um dia dirá:


Não!


Mas... o tempo que passa...

Mata...


andrade da silva



PS: Um senhor importante da UE, o sr. Presidente do Grupo Europeu, diz para os portugueses terem calma, pudera!


Mas Bruxelas diz que somos os mais penalizados da União Europeia nos salários, nas prestações sociais, e ontem a Comissão do nosso "EH pá.. Porreiro!" desancou sobre o OGE e pediu mais medidas de austeridade, e o tal amigo do "Eh pá Porreiro", deve ter passado "Eh Pá.... ( largas à justa criatividade).


Coisas...


Como grande coisa é, o sr. candidato à Presidência, o Sr. Cavacoda Silva, dizer que com ele Portugal será de novo respeitado, mas como, se com ele durante 5 anos na presidência Portugal tem fracassado?


Coisas.... Grandes estórias, a destes senhores.... coisas...



Oh POVO! Oh POVO!

domingo, 28 de novembro de 2010

ATT !!! ATT !!!

A QUESTÃO PRESIDENCIAL



A questão presidencial não se pode reduzir a um discurso literário de crítica ou análise psicológica à pessoa do candidato Cavaco da Silva. Posto o assunto ao nível do discurso literário, embora criativo, como faz Daniel comete-se grave erro, porque, na minha opinião o núcleo duro do facto é completamente outro.

A questão essencial e nunca abertamente discutida é como se formou e com que objectivos: nacional e europeu uma candidatura alternativa e ganhadora à de Cavaco. Esta é a questão política central, isto é, onde está o cidadão mobilizador, impoluto, suprapartidário, com chama, força para mudar o país e dizer na UE que o rei vai nu.

Criticar Cavaco sem contribuir para uma alternativa vencedora é deixar a cidadania desarmada, é fazer literatura e não política. É mera retórica por mais criativo e interessante que seja o texto, como é o dos 5 Cavacos.

A estratégia das presidenciais tem sido, na minha opinião, errada, à esquerda e à direita, isto é, ao nível do todo Nacional, da totalidade dos cidadãos e da cidadania global, não se tem centrado na grandeza e riqueza cognitiva, politica, intelectual, nacional, histórica e moral dos candidatos, mas sim em factores conjunturais como dinheiro para fazer a campanha, a publicidade e a máquina dos grande partidos. A continuar assim dificilmente teremos um Presidente de todos os Portugueses e que leve Portugal a desenvolver-se na justiça e num paradigma democrático participativo.

A questão não é retórica é politica, é a da constituição de alternativas e mais que a crítica a Cavaco por ser ganhador de eleições, tem é de se criticar a ausência de feeling, sapiência, força moral, determinação, grandeza, inovação politica, conceptual e metodológica e substantiva para se produzir uma alternativa ganhadora a Cavaco .

Com o que diz o autor parece que o povo português é o principal responsável por votar em candidatos razoáveis, quando os cidadãos no seu conjunto não formam candidaturas mais sólidas que só serão possíveis, quando estiverem fora da órbita da militância dos partidos nomeadamente dos maiores.

Concluindo o texto de Daniel Oliveira, editado em 25 de Novembro é interessante, literário, mas sem um contributo claro para mudar o quer que seja.

Cavaco é o passado, como o 25 de Novembro 75 também o é, mas que são passados que ensombram o Futuro, e um deles provavelmente será futuro nos próximos 5 anos, para nossa má fortuna e por um tremendo erro estratégico de toda a esquerda ao não promover uma candidatura forte, mobilizadora, emergente da cidadania e não contaminada pelas práticas viciadas dos partidos.

Os partidos são um bem, mas as suas práticas têm de ser saneadas e o comportamento democrático, ético e aberto têm de ser uma regra de oiro a seguir à risca, o que, está muito longe de acontecer.

De qualquer modo, poderia ser bom que neste transe se relessem com alguma atenção os textos de alerta, 23, no seu todo, que foram editados neste blogue, e que balizaram um caminho que se vai seguindo milímetro a milímetro, e nomeadamente os sobre o desastre que refere que vamos parar às bocas famintas e vampirosas do Fundo de Estabilização Europeu e FMI, ( agora Passos Coelho considera o FMI um bom parceiro para governar em parceria, e, assim, se vê de que é capaz esta gente, para governarem) em parte pelo comportamento dócil dos Governos de Portugal, Grécia , Espanha e Irlanda, - bem Santana Lopes, anda a ler este blogue, será? - e relembraria que a luta vai ser longa, dura e desigual por muitos e muitos anos.

Face a este quadro seria preciso à esquerda sair-se de um certo preconceito moral e politico sem sustentação. Os tempos que aí vêm exigem redes organizadas de solidariedade a nível de associações, partido e sindicatos, como, em momento feliz, a Associação de Oficiais das Forças Armadas acaba de lançar, e que venho defendendo há anos, até num quase manifesto sobre a dignidade do nascimento à morte que já apresentei por vários sítios, mas que não foi semente que caísse à terra, ou o vento levasse para melhores terrenos.

andrade da silva

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ainda bem que não há mais!!!!



Sorvedoiro-Buraco-Negro?





Os cinco cavacos

Sem contar com a sua breve passagem pela pasta das Finanças, conhecemos cinco cavacos mas todos os cavacos vão dar ao mesmo.

O primeiro Cavaco foi primeiro-ministro. Esbanjou dinheiro como se não houvesse amanhã. Desperdiçou uma das maiores oportunidades de desenvolvimento deste País no século passado. Escolheu e determinou um modelo de económico que deixou obra mas não preparou a nossa economia para a produção e a exportação. O Cavaco dos patos bravos e do dinheiro fácil. Dos fundos europeus a desaparecerem e dos cursos de formação fantasmas. O Cavaco do Dias Loureiro e do Oliveira e Costa num governo da Nação. Era também o Cavaco que perante qualquer pergunta complicada escolhia o silêncio do bolo rei. Qualquer debate difícil não estava presente, fosse na televisão, em campanhas, fosse no Parlamento, a governar. Era o Cavaco que perante a contestação de estudantes, trabalhadores, polícias ou utentes da ponte sobre o Tejo respondia com o cassetete. O primeiro Cavaco foi autoritário.

O segundo Cavaco alimentou um tabu: não se sabia se ficava, se partia ou se queria ir para Belém. E não hesitou em deixar o seu partido soçobrar ao seu tabu pessoal. Até só haver Fernando Nogueira para concorrer à sua sucessão e ser humilhado nas urnas. A agenda de Cavaco sempre foi apenas Cavaco. Foi a votos nas presidenciais porque estava plenamente convencido que elas estavam no papo. Perdeu. O País ainda se lembrava bem dos últimos e deprimentes anos do seu governo, recheados de escândalos de corrupção. É que este ambiente de suspeita que vivemos com Sócrates é apenas um remake de um filme que conhecemos. O segundo Cavaco foi egoísta.

O terceiro Cavaco regressou vindo do silêncio. Concorreu de novo às presidenciais. Quase não falou na campanha. Passeou-se sempre protegido dos imprevistos. Porque Cavaco sabe que Cavaco é um bluff. Não tem pensamento político, tem apenas um repertório de frases feitas muito consensuais. Esse Cavaco paira sobre a política, como se a política não fosse o seu ofício de quase sempre. Porque tem nojo da política. Não do pior que ela tem: os amigos nos negócios, as redes de interesses, da demagogia vazia, os truques palacianos. Mas do mais nobre que ela representa: o confronto de ideias, a exposição à critica impiedosa, a coragem de correr riscos, a generosidade de pôr o cargo que ocupa acima dele próprio. Venceu, porque todos estes cavacos representam o nosso atraso. Cavaco é a metáfora viva da periferia cultural, económica e politica que somos na Europa. O terceiro Cavaco é vazio.

O quarto Cavaco foi Presidente. Teve três momentos que escolheu como fundamentais para se dirigir ao País: esse assunto que aquecia tanto a Nação, que era o Estatuto dos Açores; umas escutas que nunca existiram a não ser na sua cabeça sempre cheia de paranóicas perseguições; e a crítica à lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo que, apesar de desfazer por palavras, não teve a coragem de vetar. O quarto Cavaco tem a mesma falta de coragem e a mesma ausência de capacidade de distinguir o que é prioritário de todos os outros.

Apesar de gostar de pensar em si próprio como um não político, todo ele é cálculo e todo o cálculo tem ele próprio como centro de interesse. Este foi o Cavaco que tentou passar para a imprensa a acusação de que andaria a ser vigiado pelo governo, coisa que numa democracia normal só poderia acabar numa investigação criminal ou numa acção política exemplar. Era falso, todos sabemos. Mas Cavaco fechou o assunto com uma comunicação ao País surrealista, onde tudo ficou baralhado para nada se perceber. Este foi o Cavaco que achou que não devia estar nas cerimónias fúnebres do único prémio Nobel da literatura porque tinha um velho diferendo com ele. Porque Cavaco nunca percebeu que os cargos que ocupa estão acima dele próprio e não são um assunto privado. Este foi o Cavaco que protegeu, até ao limite do imaginável, o seu velho amigo Dias Loureiro, chegando quase a transformar-se em seu porta-voz. Mais uma vez e como sempre, ele próprio acima da instituição que representa. O quarto Cavaco não é um estadista.

E agora cá está o quinto Cavaco. Quando chegou a crise começou a sua campanha. Como sempre, nunca assumida. Até o anúncio da sua candidatura foi feito por interposta pessoa. Em campanha disfarçada, dá conselhos económicos ao País. Por coincidência, quase todos contrários aos que praticou quando foi o primeiro Cavaco. Finge que modera enquanto se dedica a minar o caminho do líder que o seu próprio partido, crime dos crimes, elegeu à sua revelia. Sobre a crise e as ruínas de um governo no qual ninguém acredita, espera garantir a sua reeleição. Mas o quinto Cavaco, ganhe ou perca, já não se livra de uma coisa: foi o Presidente da República que chegou ao fim do seu primeiro mandato com um dos baixos índices de popularidade da nossa democracia e pode ser um dos que será reeleito com menor margem. O quinto Cavaco não tem chama.

Quando Cavaco chegou ao primeiro governo em que participou eu tinha 11 anos. Quando chegou a primeiro-ministro eu tinha 16. Quando saiu eu já tinha 26. Quando foi eleito Presidente eu tinha 36. Se for reeleito, terei 46 quando ele finalmente abandonar a vida política. Que este homem, que foi o politico profissional com mais tempo no activo para a minha geração, continue a fingir que nada tem a ver com o estado em que estamos e se continue a apresentar com alguém que está acima da politica é coisa que não deixa de me espantar. Ele é a política em tudo que ela falhou. É o símbolo mais evidente de tantos anos perdidos.

Daniel Oliveira /Expresso


25 Novembro 1975 – 25 Novembro 2010: DIAS DE BREU



"nosso Companheiro Andrade Silva, continua com falhas de computador pelo que me enviou o que se segue
e embora visto do exterior desconheça os responsàveis, declaro em minha alma e consciência que o 25 de Novembro, foi a porta aberta, a tudo o que hoje o povo sofre e foi o inicio do assassinato do 25 de Abril, e o cerrar das Portas que Abril Abriu, com a derrocada dos direitos do Povo de Portugal"
.
Porém quem se queixa lá sabe onde e porque lhe dói!!!
e como diz o velho provérbio português:
Quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro!
Marília



25 Novembro 1975 – 25 Novembro 2010: DIAS DE BREU.

Quem ouviu a conversa de ontem entre Vasco Lourenço e Duran Clemente percebeu a ligação eventual, mas muito provável, de Otelo aos nove, para dar o pretexto, para estes e a direita desencadearem o seu golpe, que não estava preparado, mas tinha comandos avançados e conversas desde Agosto com Carlucci ( Victor Alves, Victor Crespo com ele dialogaram)
Todos estavam avisados que quem saísse levava porrada, mas todos sabiam desde o 28 Setembro, 11 Março 75 que ganhava sempre quem agisse para combater um golpe, e, como disse Duran Clemente, a chamada esquerda militar não tinha plano nenhum, como já o tenho afirmado, para a conquista do poder, nem tinha nenhum chefe militar.
O CopCon deu provavelmente o pretexto para a guerra, e logo de seguida fechou para obras. O seu comandante desapareceu antes do combate, ou foi descansar, ou deixou-se prender, e, entretanto, Rosa Coutinho e Martins Guerreiro que poderiam ter assumido ou não o comando das operações, optaram por não assumir, e irem levar a bandeira da paz aos fuzileiros, e, assim, evitaram a guerra civil, e logo, são também grandes beneméritos.
Para não haver guerra ou ‘guerrinhas’ civis dei também o meu contributo, porque fui contactado por Pinto Sá (pai) em Évora, para enquadrar uma força de centenas de alentejanos armados com hipóteses de crescerem para milhares, e marchar sobre Lisboa, com garantias de ser abrigado nas grutas do Escoural, e depois ser enviado para o estrangeiro em caso de insucesso, proposta que recusei liminarmente, porque, como diz Duran Clemente, todos pertencíamos a um Exército Regular. De qualquer modo tinha, então, 27anos e andava nestas coisas de Alma e coração e com muito sangue na guelra, sempre fui e sou um homem do terreno e não de principados ou catedrais.
Todavia, diz, Vasco Lourenço, que o Fabião estava com o golpe, mas como é que isso foi possível se o vice-ceme do gen Fabião, logo distribuiu armas ao PS, através de Edmundo Pedro, sem conhecimento do general Fabião, e como ainda podia estar no golpe, se, por exemplo, o meu nome constava na lista de Aventino Teixeira para ser detido, o que, o Gen Fabião nunca permitiria, como não o permitiu o gen. Ramalho Eanes?
Mas Vasco Lourenço depois de contactado por mim, permitiu a minha deportação para a madeira e que, mais tarde fossem violados os meus direitos na prisão da Trafaria, pelo cor. Vitor Correia ,seu subordinado, apesar da queixa por mim feita.
Enfim, a história fica de novo mal contada, seja como for, em Évora, em reunião a 27/ 28 de Novembro 75, o capitão Moura, do Regimento de Estremoz, que no 25 de Abril não saiu à hora aprazada, o que, Vasco Lourenço não sabe, ou é um mero pormenor ( mas nem todos cumpriram as suas missões no 25 de Abril, desde logo, ao que se diz Jaime Neves, que atacou o Regimento da Policia Militar, em 25 Novembro 75, onde, houve mortes, depois daquela unidade estar no canal de comando, como me disse Vasco Lourenço e está escrito no seu livro, um pormenor esquecido, como foi o de quem queriam matar. Mas não seria obrigatório que no 25 de Novembro tivesse de haver sangue para justificar a vacina que Kissinger declarou ter dado em Portugal, também é estranho que Kissinger não tenha sido referido? … coisas…) pediu a prisão imediata de Fabião e Otelo, ao que se opus energicamente Pezarat Correia, e o Cor. Sousa Teles da Escola Prática de Artilharia - Vendas Novas.
Todavia, nisto tudo o objectivo do 25 de Novembro parece que se alterou: primeiro, porque houve antes daquela data negociações com os otelistas, os mais radicais (resta saber depois os seus percursos), e foram marginalizados os chamados gonçalvistas, a quem, nem o documento dos nove chegou, apesar de ter sido distribuído clandestinamente nas unidades a todo o tipo de gente que não cheirasse a revolução. Preferiu-se tudo até mesmo os que tinham um ódio profundo ao 25 de Abril e adoravam e adoram Salazar, portanto, nunca, então, ninguém ouviu falar que o objectivo era defender a Constituinte e acabar com a bagunça.
Se fossem esses os objectivos estaria ao lado desses heróicos camaradas, pois sempre condenei o Assalto à embaixada de Espanha e impedi, por minha iniciativa, uma maior vandalização do consulado de Espanha em Évora, através de um assalto comandado por gente da UDP, e enquadrando ladrões e energúmenos que roubavam peças do consulado e com outros faziam fogueiras; como nunca nas unidades onde andei, houve SUV, ou decisões do Comando tomadas em plenários da Unidade, apesar do populismo de alguns militares ligados às brigadas revolucionárias – que depois do 25 de Novembro tanto foram elogiados e defendidos por Pezarat Correia, estranho, e que, nomeadamente fizeram em Agosto 75 a ocupação sistemática de terras de Mora ao Couço, o que, comigo nunca teria acontecido, enfim, tudo isto é um vómito e a verdade continua camuflada, até quando…
Mas parece que dá para entender que houve uma santa aliança entre nove, otelistas e a direita, PS, PPD, CDS , ElP, Cónegos etc para acabar com a revolução, e iniciar um processo de democratização que em muitos sectores foi proto-fascista, ou mesmo, fascista, e completamente comandado pela direita, com a cumplicidade ou o silêncio e algum ódio e revanchismo dos moderados, contra os apelidados de membros do PCP, como o chefe da 1º Repartição do Estado Maior do Exército, em 76/77, me declarou, apesar de só ter falado uma ou duas vezes com um dirigente local do PCP, Joaquim Miranda de Évora, para lhe dizer Não aos seus pedidos, e garantir-lhe até ao sacrifício da minha vida toda a protecção de segurança aos comunistas, como o mesmo sempre fiz aos socialistas, aos latifundiários e a toda a gente de direita, como foi o caso do filho do engenheiro Rapazote – este ministro o interior do regime fascista – presidente da associação de regantes do vale do Sorraia.
Enfim 35 anos depois, o breu não se levanta completamente e todos percebem porquê, só não o vê quem não quer. Coisas da política e das oligarquias.
andrade da silva

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

GREVE GERAL: VITÓRIA DAS CLASSES MÉDIAS E O ANALFABETISMO POLITICO DO GOVERNO


" Classe média e operariado em luta, e, no mesmo transe, a distinta sociedade burguesa capitalista, estatelada nos seus sofás de veludo e plumas bebe, em copos de cristal, o seu sangue"


O governo achou bem que o aparelho produtivo tivesse funcionado sem grandes perturbações em dia de grave geral, mas será que o governo quer ler que os operários são agora a sua base de apoio? Só mesmo uma cegueira terrível pode permitir essa leitura.


A greve geral foi massivamente da classe média: professores, médicos, juízes, enfermeiros, pessoal administrativo do estado, pilotos, maquinistas da CP e da classe média baixa motoristas etc., ora, tudo isto deveria preocupar muito o governo do PS, em exercício, no sentido de que está derrotado em eleições. Perdeu a sua base de apoio, que infelizmente emigrará para o PSD que é co-responsável, por toda a trágica situação que vivemos, e que, se agravará com a governação do Centrão, ou desta politica esgotada do rotativismo.


Mas embora o operariado não tenha marcado uma presença heróica e massiva nesta greve, o governo não pode entender a sua ausência como um apoio às suas politicas injustas, imorais e erradas, mas é preciso encontrar uma expressão politica e organizacional para que esta massa humana de descontentes em que muitos votam PCP e BE, mas um número significativo vota PS e mesmo PSD, pelo que não votando na esquerda parlamentar, ficam órfãos de um grande partido que represente os seus interesses. Nesta situação com uma já relativamente longa história, a emergência de uma nova força politica para a conquista de um poder mais justo e solidário é uma URGÊNCIA para o bom funcionamento da República.


A Greve Geral deve obrigar os que têm visões míticas sobre a luta grevista e os seus protagonistas heróicos, que o protagonismo está a deslocar-se dos grupos sociais historicamente mais heróicos, para outros de maior nível de conhecimentos e status social, cientifico e cultural bem diverso do operariado. No caso desta greve geral, quer dos indiferenciados, quer dos qualificados e diferenciáveis.


Mesmo sem uma massiva presença dos trabalhadores privados e dos operários nesta greve geral, só por um grave, muito grave autismo e analfabetismo politico, do GOVERNO DO PS pode levar a não entender que já perdeu a sua base de apoio e o país. Somente continua a governar por uma mera questão legal, sem legitimidade democrática genuína para o efeito, logo nestes tempos só pode governar mal, e não está à altura da actual e futura situação.


Lamentavelmente nem o actual Presidente da República e candidato e os demais candidatos, eventualmente à excepção do pré-candidato e meu querido amigo pelo pensamento José Pires, (a) foram além das afirmações vagas, quando o que está em causa é uma questão politica grave, ou seja, peças fundamentais para o desenvolvimento do país estão desmobilizados e em greve geral contra este governo, e os operários podem desta feita vir atrás, mas não ficarão em casa quando for necessário mandar a incompetência, as jogadas, a injustiça, o despotismo, o medo, a perseguição, a mentira e o cinismo de férias.


Mas os sindicatos que levantam e, bem, tão alto a bandeira dos operários dos pescadores, dos mineiros e outros não podem deixar de considerar a sua ausência nesta greve geral, iludir ou mistificar esta situação seria muito, muito, grave.


Será correcto antever que efeitos pode trazer à luta contra as injustiças governativas as privatizações da Carris, do Metro, da CP, dos Hospitais, da TAP e dos CTT, o que, o governo e os capitalistas tanto desejam, e sendo certo isto, também é certo que se todos esses sectores estivessem privatizados não havia um corte de vencimentos arbitrários entre 3.5% e 10%, como está a acontecer para os servidores do estado, com vencimentos superiores a 1500 euros mês.


Logo que se avalie a conjuntura, mas seria importante que todos: sindicatos, partidos, e cidadãos pensassem no que aí vem, e como em post de ontem disse, e, hoje, o presidente da conferência episcopal repetiu, talvez a indignação para ser ouvida tenha de ser muito mais insistente e os trabalhadores do sector privado, de um ou de outro modo, não podem ficar para trás, para que o trabalho não se torne, cada vez mais, um bem escasso. Facto que estaria, por certo, na base de graves convulsões sociais, pessoais e mesmo de um regressão civilizacional inaceitável, como se voltar a ver levas de desempregados reunidos na praça para serem escolhidos pelos poderosos através da dentição. Estes tempos que os jovens desconhecem estão perto dos seus avós . Seria bom que quem sabe não se cale.


Eu ladro deste pequeno quintal e o vento não leva o meu grito, mas podia ir mais longe não fossem os leitores tão pouco interessados em ouvir e propagar o que dói e é livre, e se vai concretizando, o que seria um factor importante, mas a que se dá pouca atenção.


As vendas e a venda da liberdade, em troca de segurança sempre alimentaram as mais ignóbeis ditaduras, e, assim é e será até à verdadeira Revolução da liberdade.


andrade da silva
PS: As capas dos jornais de amanhã dizem que PSD tem 44% de intenção de votos, à beira da maioria absoluta e o PS some-se por aí abaixo, tinha-o dito acima, mas que país somos?
Não me digam que o dedinho de Baco não anda por aqui, ou órfãos perdem o juízo de dor e escolhem qualquer padrasto como pai. Pobre país que triste é a tua sina!
É estranho mas o FMI diz hoje coisas que neste blogue vimos dizendo a causa da crise em Portugal é sobretudo Moral. É imoral que 36% da riqueza seja detida por 5% de população, o que vai piorar em 2011, com os cortes salariais. Fica registado a opinião que enfim depois outros a dizem e a realidade confirma e que é uma opinião LIVRE.
(a) A atitude do candidato à Presidência do PCP é de todos conhecida de incondicional apoio à greve geral, embora a comunicação social não o tenha referido, e, aqui, de modo algum quero cometer esse lapso, pelo contrário, louvo-me no apoio do candidato à Presidência do PCP pelo seu incondicional apoio á justa luta dos trabalhadores, sobretudo do sector empresarial do Estado e da administração Pública contra às más políticas do governo e também por se ter tornado no mais dos injustos e cruéis empregadores ao fazer os vencimentos regredirem muitos anos


terça-feira, 23 de novembro de 2010

GREVE GERAL



A Greve Geral e o outras formas de luta de um modo duradoiro e sistemático, para o que todos se devem preparar, como em 1973 foi a greve dos mineiros em Inglaterra que se prolongou por semanas, corresponde a um imperativo moral, republicano, patriótico e democrático, porque o actual modelo de governação com base no rotativismo não serve Portugal e, de um modo geral, é contra a maioria dos interesses dos portugueses e a independência nacional.


A pertença à União Europeia não nos pode tornar servos de franceses e alemães, e, de igual modo, a política doméstica não nos pode voltar a tornar reféns das grandes famílias e corporações de banqueiros.


Mas todas estas manifestações de protesto não podem reduzir-se à mera reivindicação de mais justas condições de trabalho, mas devem servir também e, principalmente, para consciencializar e mobilizar os Portugueses para a alteração dos paradigmas politico e sindical entre nós, abrindo caminho a uma verdadeira consciência cidadã.


Os trabalhadores, o povo tem de exigir politicas de trabalho e emprego mais justas, combater o trabalho precário, exigirem emprego e condenarem sem reservas a politica ERRADA, INJUSTA E IMORAL do corte nos vencimentos, quer dos servidores do Estado, quer dos trabalhadores do sector privado, mas também de um modo claro estes movimentos para terem efeitos eficazes têm de exigir :


COMBATE À CORRUPÇÃO COM EFECTIVA PRISÃO DOS CORRUPTOS E ARROLAMENTO DOS SEUS BENS;


REGULAÇÃO PELO ESTADO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA;


SUPERVISÃO DE TODOS OS PROCESSOS DE PASSAGEM DOS TERRENOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA A URBANOS. UM MERCADO TERRÍVEL DE JOGOS ESCUROS POR ONDE SE ESCOA MUITO DINHEIRO E PREJUÍZO PARA O ERÁRIO PÚBLICO, DO QUE NENHUM PARTIDO COM PRESIDÊNCIAS DE CÂMARA FALA, PORQUÊ?


COMBATE DECISIVO À ECONOMIA PARALELA E À EVASÃO FISCAL;


TRANSPARÊNCIA EM TODOS OS ACTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA;


FIM DA IMPUNIDADE PARA OS PODEROSOS E RICOS


JUSTIÇA FISCAL E ESTADO MAIS JUSTO E SOLIDÁRIO ( o que é diferente de gratuito para todos)


MELHOR E MAIOR INVESTIMENTO;


COMBATE AO AMIGUISMO, AO DESPESISMO E CONSUMISMO LOUCO COM GRAVE ENDIVIDAMENTO.


É imperativo moral e um desígnio de Abril não só protestar contra estas politicas injustas , mas também lutar-se por novas politicas e um novo paradigma de acção sindical e da cidadania.


TOTAL E COMPLETAMENTE SOLIDÁRIO COM O NOSSO MOVIMENTO DE LUTA, PROTESTO E MUDANÇA PATRIÓTICA, HUMANA, MORAL E ÉTICA DE POLITICA e POLÍTICOS.


andrade da silva

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CONTRA-CONTRAREVOLUÇÃO ALERTA N+22 ( FINAIS, A CAMINHO DO TRÁGICO)








A TRAGÉDIA







O SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA ANUNCIOU HOJE A TRAGÉDIA, E DIZ TER ALERTADO, DE UM MODO VIGOROSO, PARA ESTE DESASTRE.



BEM, TANTO QUANTO O SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA ALERTEI, COMO CONSTA DO TÍTULO ( já publicado), E QUANTO O SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO FUI OUVIDO, ENTÃO, QUAL A DIFERENÇA QUE HÁ ENTRE UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA E UM CIDADÃO ANÓNIMO?


MAS ISTO, PODE LÁ SER, ASSIM?


ALGUÉM ACREDITA NISTO?
OU PORTUGAL É UMA REPÚBLICA DAS ........
COISAS!....
MAS O SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA, PONDO-SE DE FORA, APONTA RESPONSÁVEIS: O GOVERNO, O PS QUE O APOIA E O PSD/PPD ( Partido Socialista Dois / Partido Pilatos Desculpem qualquer coisinha) ESTE, NÃO USOU O ADEQUADO MECANISMO DE REGULAÇÃO A MOÇÃO DE CENSURA, E, PELO CONTRÁRIO, APROVOU TODAS AS MEDIDAS E PROGRAMAS ERRADOS, INCOMPETENTES, IMORAIS E INJUSTOS DO GOVERNO.
ASSIM, O SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA, TANTO QUANTO EU, ACHAMOS QUE A SOLUÇÃO PARA A CRISE NÃO PASSA NEM PELO ROTATIVISMO, NEM PELO CENTRÃO. VERDADE ABSOLUTA.
A SOLUÇÃO ESTÁ NUMA AMPLA COLIGAÇÃO NACIONAL E PATRIÓTICA À ESQUERDA.
PORTUGAL! PORTUGUESES! A CIDADANIA PODE FAZER COM QUE PORTUGAL (RE ) ACONTEÇA.
POR PORTUGAL ERGAMOS A ESPLENDOROSA VITALIDADE DO POVO PORTUGUÊS.



andrade da silva

Amigos(as), Companheiros(as), Camaradas

Cumprir Abril é ser Abril pra sempre
é ser mais que palavra sementeira
onde se cumpre amor se inscreve grava
uma história nossa companheira

onde cada página é um grito
de Luz beleza Universal
onde o povo se grita
é porque digno
sabe que em si se escreve
Portugal

cumprir Abril é ser do mundo inteiro
aqui à nossa porta paraíso
onde cada palavra é um canteiro
a reflorir sempre que é preciso

cumprir Abril é ser mais do que somos
sangue natural que nos circula
é não ter medo do que um dia fomos

erguermo-nos em Povo altivo e forte
que não se deixa nunca espezinhar
e que em nome da vida enfrenta a morte
com sementeiras de luz no seu olhar!

Marília Gonçalves

domingo, 21 de novembro de 2010

Poema para As Crianças



Se eu tivesse asas crianças

Se eu tivesse asas

crianças

asas de penas leves

em voos

alegres e breves

voaria

para ti.

nos campos negros

da terra

semearíamos flores

pedia a todos os homens

para viver

em paz e amor

mas, como não

tenho asas

só braços

e estas mãos

quero dar-vos

muito carinho

e grande xi-coração.


Ester Pita