“ MAS A GRÉCIA FOI RISCADA DO MAPA? DEIXOU DE EXISTIR? PENSO QUE NÃO, E
COMO VAI DAR QUE FALAR, ANUNCIO OS
TEMPOS QUE AÍ PODEM VIR. O QUE SERÁ… SERÁ!...”
A 18 de Junho 2012, na Europa ou estaremos numa situação
mais pantanosa que a actual, isto é, mantém-se o impasse na Grécia sem ninguém
poder formar governo, ou, no mesmo
sentido, se ganharem os partidos pró- resgate
e conseguirem uma maioria; ou, num sentido de revolução, se o Syriza
nascer na Grécia, no dia 18, como a salvação, a materialização do sonho - a
Grécia passaria de novo a ser um pais independente
e os Gregos Libertos da escravização, voltariam a ser cidadãos gregos, como
antes, embora de um modo diferente da chegada dos invasores troikianos.
Mas como poderá ser realmente o 18 de Junho de 2012, na
Grécia e na Europa, e também em, e para Portugal?
Os gregos que vão votar
Syriza querem o regresso imediato à Grécia
de antes da crise, mas isso não
acontecerá: se a Grécia sair do Euro tem um muito complicado problema para
vencer, desde logo, como garantir a
alimentação do povo grego, o funcionamento
da economia etc.
Todavia, perante este sonho
da liberdade fora do euro, o líder do
Syriza, começa a dizer que é preciso
negociar com a UE e a sra Merkel as condições para se manter no Euro, porque a
saída da UE, seria a morte desse grande projecto Europeu que o líder do Syriza, Alexia Tsipras, diz não querer destruir. Para
si, o destino da Grécia está, como sempre esteve, ligado ao da Europa, e
vice-versa.
Esta diferença de
linguagem entre a saída da UE e manter-se e negociar pode dar lugar ao pesadelo
para os gregos que votaram Syriza num sentido de libertação que pode ser adiado,
e vir a não ser conseguido se a Alemanha continuar a insistir na sua politica
de austeridade. Politica, nos seus actuais termos, inaceitável e impossível para a Grécia.
Contudo se a Europa
e a Alemanha continuarem a ignorar o
Syriza no caso de ser o vencedor, agora, numa posição mais flexível que em
Maio, não caberá somente à Grécia
resolver a sua tragédia, ou seja, não podendo
nem ficar, nem sair da UE e do Euro, a Grécia, decidirá, naturalmente, pela situação de igual sacrifício e diferente
honra e orgulho nacional, e, nesta situação limite, de rompante ou assistida sairá da UE, então,
poderá iniciar-se a tragédia grega na
sua plenitude, para a Grécia e a Europa,
pois também parece ser duvidoso que o Syriza possa ser capaz de conduzir a Grécia,
pela tormenta da tragédia, gerada, para a salvação.
Neste quadro e antes
mesmo que o Syriza prove a sua capacidade de pôr a Grécia a funcionar, o sonho
que transporta pode contagiar Portugal, reunindo-se em torno do bloco de
esquerda, os que desejam a libertação do país e vêm neste partido o Syriza
Português, o que, além de poder ser precipitado pode lançar-nos na tragédia, a que
o Sryza pode conduzir a Grécia.
Será avisado ver
primeiro de que é capaz o Sryrisa, que novos caminhos e governança traz, e, em simultâneo, lutar-se com denodo e imperativamente, por politicas de crescimento e desenvolvimento
na Europa e, sobretudo, nos países
periféricos e em Portugal.
O Syriza vai ser
pressionado para, desde já, libertar a
Grécia, o que , perante uma eventual, grave e
perigosa indiferença da UE pode acelerar
esta decisão, mas na cava mais funda da tragédia a Europa e, sobretudo, Portugal, Grécia, Espanha, Itália, França têm de fazer
um grande esforço para que a União Europeia ultrapasse esta crise global do
Euro, apoiando, solidariamente, os países periféricos.
Todavia, se tudo se mantiver do lado Alemão com a
imposição de uma politica de austeridade
impossível e estúpida para a Grécia, e para Portugal, o Syriza ganhar as
eleições e formar governo também com exigências impossíveis, mas, eventualmente negociáveis, como diz o líder
do Syriza, mas ao fim e ao cabo, nada se negociar, o presente
e o Futuro da Europa vão ver terrivelmente abalados, provavelmente cairemos
numa tragédia que, sabe-se lá como e quando, descobrirá a salvação, já não a
possível, mas a heroica.
O certo é que a 18 de
Junho tem de se iniciar um novo ciclo politico na Europa, porque o contágio
Syriza, num ou em vários sentidos, vai sentir-se em Portugal e na Europa, e,
isso, não vai poder ser ignorado, muito embora, não pareça que os vários
cenários que se põem, e que podem mexer mais com a Europa que
a eleição de Hollande, estejam a merecer a atenção adequada dos lideres
e governos europeus, e percebe-se porquê
- a Vitória do Syriza demonstra a completa falência dos partidos
tradicionais.
Todavia, para mim, o grande senão desta opção grega, quanto ao
que se conhece por cá, é que o
Sryza fechou-se muito sobre a questão pró ou contra o resgate, o que , como projecto de
governação para um país é simplista.
Seria importante que falasse do sistema
politico, económico, social, de emprego que defende, assim, como parece estar a
ser feito, agarra-se mais ao que uma parte importante da população quer ouvir -
sair da UE, rasgando os compromissos do resgate, mas evita discutir todas as consequências e desenvolvimentos
de tal decisão, facto que me parece
importante e da maior gravidade ou mesmo irresponsabilidade não se fazer.
Ter um pais falido e
com uma quebra de 30% ( a reintrodução
do escudo levaria a uma desvalorização idêntica ou superior) das economias
pessoais e na moeda que tudo, ou quase tudo, tem de comprar no exterior, será
sempre um facto com uma dimensão
catastrófica ou lá muito próxima, mas!...
Porém, creio que o re-renascimento
europeu só poderá estar num imenso movimento de cidadãos de bem, marchando ao
som de um hino de amor e força, que poderia
ser a canção de Fanhais – “ Porque” e sob as bandeiras da
DEMOCRACIA PARTICIPATIVA; DA DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA DO NASCIMENTO ATÉ A
MORTE; E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO: ECONÓMICO, SOCIAL, CULTURAL, ECOLÓGICO
E ÉTICO.
De resto, coisas velhas
e putrefactas que passarão, embora, antes possam destruir milhares de cidadãos
e até um povo, como os peixes invasores, o siluro- europeu, que dizimou, no
Ebro, espécies inteiras de peixes endémicos, e o Ebro jamais voltará a ser o Ebro. Espero que outro destino esteja
reservado à Grécia, Portugal e Europa, mas…
Apesar das nuvens
negras de Breu acredito no RE-RENASCER da EUROPA e do nosso PORTUGAL LIVRE
DEMOCRÁTICO UNIVERSALISTA, mas um novo grupo de Liderança faz falta, e de que
modo!
As raízes, as estacas
da Polis estão mais podres do que nunca, quer pelo muito pouco, que já é muito, que se vai sabendo, mas
também, pelo muito que provavelmente não
se sabe.
andrde da silva
PS:
Saudarei no Domingo com muita alegria o fim do regime do Centrão dos interesses e da corrupção na Grécia, como é evidente, se isso vier a acontecer, e espero que venha, As sondagens dão 30% de votos ao Syriza, Tenho é fortes dúvidas que o Syriza protagonize o renascimento da Grécia e da Europa: segundo os eixos da Democracia, a Dignidade e o Desenvolvimento.
Sempre os três D.
publicado em: 012-06-15 - Andrade da Silva - "SYRIZA: GRÉCIA, EUROPA – SALVAÇÃO / SONHO, TRAGÉDIA / PESADELO, SALVAÇÃO…"