sexta-feira, 15 de junho de 2012

SYRIZA: GRÉCIA, EUROPA- SALVAÇÃO/SONHO, TRAGÉDIA /PESADELO, SALVAÇÃO…








“ MAS A GRÉCIA FOI RISCADA DO MAPA? DEIXOU DE EXISTIR? PENSO QUE NÃO, E COMO VAI DAR QUE FALAR,  ANUNCIO OS TEMPOS QUE AÍ PODEM VIR. O QUE SERÁ… SERÁ!...”

A 18 de Junho  2012, na Europa ou estaremos numa situação mais pantanosa que a actual, isto é, mantém-se o impasse na Grécia sem ninguém poder formar governo, ou,  no mesmo sentido, se ganharem  os partidos pró- resgate e conseguirem uma maioria; ou, num sentido de revolução, se  o  Syriza nascer na Grécia, no dia 18, como a salvação, a materialização do sonho - a Grécia passaria de  novo a ser um pais independente e os Gregos Libertos da escravização, voltariam a ser cidadãos gregos, como antes, embora de um modo diferente da chegada dos invasores troikianos.

Mas como  poderá ser realmente o 18 de Junho de 2012, na Grécia e na Europa, e também em, e para Portugal?

Os gregos que vão votar Syriza querem  o regresso imediato à Grécia  de antes da crise, mas isso não acontecerá: se a Grécia sair do Euro tem um muito complicado problema para vencer, desde logo,  como garantir a alimentação do povo grego, o funcionamento  da economia etc.

Todavia, perante este sonho da liberdade fora  do euro, o líder do Syriza,  começa a dizer que é preciso negociar com a UE e a sra Merkel as condições para se manter no Euro, porque a saída da UE, seria a morte desse grande projecto  Europeu que o líder do Syriza,  Alexia Tsipras, diz não querer destruir. Para si, o destino da Grécia está, como sempre esteve, ligado ao da Europa, e vice-versa.

Esta diferença de linguagem entre a saída da UE e manter-se e negociar pode dar lugar ao pesadelo para os gregos que votaram Syriza num sentido de libertação que pode ser adiado, e vir a não ser conseguido se a Alemanha continuar a insistir na sua politica de austeridade. Politica, nos seus actuais termos,   inaceitável e impossível para a Grécia.

Contudo se a Europa e  a Alemanha continuarem a ignorar o Syriza no caso de ser o vencedor, agora,  numa posição mais flexível  que em  Maio, não caberá somente  à Grécia  resolver a sua tragédia, ou seja, não podendo nem ficar, nem sair da UE e do Euro, a Grécia, decidirá,  naturalmente, pela  situação de igual sacrifício e diferente honra e orgulho nacional, e, nesta situação limite,  de rompante ou assistida sairá da UE, então, poderá  iniciar-se a tragédia grega na sua plenitude, para  a Grécia e a Europa, pois também parece ser duvidoso que o Syriza possa ser capaz de conduzir a Grécia, pela tormenta da tragédia,   gerada, para a salvação.

Neste quadro e antes mesmo que o Syriza prove a sua capacidade de pôr a Grécia a funcionar, o sonho que transporta pode contagiar Portugal, reunindo-se em torno do bloco de esquerda, os que desejam a libertação do país e vêm neste partido o Syriza Português, o que, além de poder ser precipitado pode lançar-nos na tragédia, a que o Sryza pode conduzir a Grécia.

Será avisado ver primeiro de que é  capaz o Sryrisa,  que novos caminhos e governança  traz, e, em simultâneo,  lutar-se com denodo e imperativamente,  por politicas de crescimento e desenvolvimento na Europa e, sobretudo,  nos países periféricos e em Portugal.

O Syriza vai ser pressionado para,  desde já, libertar a Grécia, o que , perante  uma eventual,  grave  e perigosa indiferença da UE  pode acelerar esta decisão, mas na cava mais funda da tragédia  a Europa e, sobretudo, Portugal,  Grécia, Espanha, Itália, França têm de fazer um grande esforço para que a União Europeia ultrapasse esta crise global do Euro, apoiando, solidariamente, os países periféricos.

Todavia,  se tudo se mantiver do lado Alemão com a imposição de uma politica de austeridade  impossível e estúpida para a Grécia, e para Portugal, o Syriza ganhar as eleições e formar governo também com exigências impossíveis, mas,  eventualmente negociáveis, como diz o líder do Syriza,  mas  ao fim e ao cabo, nada se negociar, o presente e o Futuro da Europa vão ver terrivelmente abalados, provavelmente cairemos numa tragédia que, sabe-se lá como e quando, descobrirá a salvação, já não a possível, mas a heroica.

O certo é que a 18 de Junho tem de se iniciar um novo ciclo politico na Europa, porque o contágio Syriza, num ou em vários sentidos, vai sentir-se em Portugal e na Europa, e, isso, não  vai poder ser ignorado,  muito embora, não pareça que os vários cenários que se põem, e que podem mexer mais com  a Europa que  a eleição de Hollande, estejam a merecer a atenção adequada dos lideres e governos europeus, e  percebe-se porquê - a Vitória do Syriza demonstra a completa falência dos partidos tradicionais. 

Todavia,  para mim,  o grande senão desta opção grega, quanto ao que se conhece por cá,  é que o Sryza  fechou-se  muito sobre a questão pró ou contra  o resgate, o que , como projecto de governação para um país é simplista.

 Seria importante que falasse do sistema politico, económico, social, de emprego que defende, assim, como parece estar a ser feito, agarra-se mais ao que uma parte importante da população quer ouvir - sair da UE, rasgando os compromissos do resgate, mas evita  discutir todas as consequências e desenvolvimentos de tal decisão,  facto que me parece importante e da maior gravidade ou mesmo irresponsabilidade não se fazer.

Ter um pais falido e com uma quebra de 30%  ( a reintrodução do escudo levaria a uma desvalorização idêntica ou superior) das economias pessoais e na moeda que tudo, ou quase tudo, tem de comprar no exterior, será sempre  um facto com uma dimensão catastrófica ou lá muito próxima, mas!...

Porém, creio que o re-renascimento europeu só poderá estar num imenso movimento de cidadãos de bem, marchando ao som de um  hino de amor e força, que poderia ser a canção de Fanhais – “ Porque”   e sob as bandeiras da DEMOCRACIA PARTICIPATIVA; DA DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA DO NASCIMENTO ATÉ A MORTE; E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO: ECONÓMICO, SOCIAL, CULTURAL, ECOLÓGICO E ÉTICO.

De resto, coisas velhas e putrefactas que passarão, embora, antes possam destruir milhares de cidadãos e até um povo, como os peixes invasores, o siluro- europeu, que dizimou, no Ebro, espécies inteiras de peixes endémicos, e o Ebro jamais voltará a  ser o  Ebro. Espero que outro destino esteja reservado à Grécia, Portugal e Europa, mas…

Apesar das nuvens negras de Breu acredito no RE-RENASCER da EUROPA e do nosso PORTUGAL LIVRE DEMOCRÁTICO UNIVERSALISTA, mas um novo grupo de Liderança faz falta, e de que modo! 

As raízes, as estacas da Polis estão mais podres do que nunca, quer pelo muito pouco,  que já é muito, que se vai sabendo, mas também, pelo muito que  provavelmente não se sabe.

andrde da silva

PS:

Saudarei  no Domingo com muita alegria o fim do regime do Centrão dos interesses e da corrupção na Grécia, como é evidente, se isso vier a acontecer, e espero que venha, As sondagens dão 30% de votos ao Syriza, Tenho é fortes dúvidas que o Syriza protagonize o renascimento da Grécia e da Europa: segundo os eixos da Democracia, a Dignidade e o Desenvolvimento.

 Sempre os três D.

publicado em: 012-06-15 - Andrade da Silva - "SYRIZA: GRÉCIA, EUROPA – SALVAÇÃO / SONHO, TRAGÉDIA / PESADELO, SALVAÇÃO…"

Este artigo insere-se no projecto de colaboração de Amigos e Amigas da AOFA e o seu conteúdo é da exclusiva responsabilidade do Autor.

http://www.aofa.pt/artigos/Andrade_da_Silva_Syriza.pdf 

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