terça-feira, 28 de junho de 2011

NÃO SE FEZ JUSTIÇA: REVISITAR KAFKA. ESTÓRIAS.




( A minha mãe representa com a sua força - a força de uma mulher heroica do povo - a razão de ser Povo, frente ao cinismo e cobardia das castas.


Este café frente ao Forte ocupei-o, em 25 de Abril 74, com a força que comandava, para libertar os meus camaradas presos no 16 e Março 74, entre eles, os então, tenente -coronel Almeida Bruno, Major Monge e Capitão Varela... coisas...)








A propósito da partida, para a Terra da ESSÊNCIA de Nápoles Guerra, desci ao labirinto do meu diário de prisão a ver se encontrava pistas para dar a conhecer melhor quem foi Nápoles Guerra, infelizmente a nota que encontrei foi a dar conta da sua ausência em dado período da minha prisão, mas deve ter sido um lapso temporário. Todavia a minha homenagem vai para o capitão de Abril e o homem que julgo bom, e é tudo.


Todavia nesta descida àquele labirinto, onde, faço análises ao governo do PS com o CDS e ao discurso apologético de Mário Soares ao patriotismo daquele governo para executar os programas do FMI. Olho para os tempos de hoje e vejo, de algum modo, concretizado os pensamentos que ali escrevi, e que previam a hecatombe de hoje, é certo, que não num prazo tão dilatado, mas na essência está tudo aí, e sobretudo na Europa.


( Mas que economia é esta, que basta aprovarem -se na Grécia umas leis de austeridade que até este momento só provocaram porrada nas ruas da Grécia, e já as bolsas dão indicações de uma economia a crescer, saudável, quando o que houve foi aumento da despesa com mais policias na rua, feridos, presos, vitrinas partidas, pedras das calçadas arrancadas etc.? Mas que economia mundial é esta?)


Mas também nesta descida descubro tantas cumplicidades nos julgamentos surrealistas que se fizeram no fascismo e depois do 25 de Novembro 75, no meu caso entre 1976 e 1978.


No meu julgamento, no 3º Tribunal Territorial de Lisboa, o seu Juiz presidente, o Coronel da Força Áerea Cruz Novo, disse ao dr. Xencora Camotim e a mim próprio que eu estava inocente, mas que votou a minha condenação para travar a sanha de ódio e de vingança do Dr. Rui Gonçalves Pereira e do Cor. Machado.


Também o juiz vogal, Coronel Dantas, do tribunal Militar em que era juiz auditor o Dr. Barata, disse-me que o meu caso era considerado por aquele juiz, como um incidente tipico de legítima defesa, e que nunca poderia ser condenado por agressão física, quando me defendi de um bando de marginais, os diabos à solta, no Funchal, em Abril de 1976. Todavia fui condenado a 18 meses de prisão e o país bem pensante, democrata e anti-fascista, de um modo geral, aceitou. Cúmplices.


Contudo, é interessante que numa das conversas que tive, então, com o Major Corvacho lhe perguntei, conforme está registado, se prendessem dado camarada, que lhe referi, o que fariam? Logo ele me respondeu que se fosse esse camarada que o povo se levantaria e nunca permitiria a sua prisão. Seria mesmo assim?


Mas se era assim para aquele, porque não agiu o povo do mesmo modo para com todos os perseguidos por o terem servido, quem o travou?


Também nesta altura o ministro da cultura Cardia visitou Edmundo Pedro, e depois de o visitar declarou que era o único preso politico no país. Errado. Na Trafaria estávamos uns quantos por razões dessa natureza, embora disfarçadas, como no caso do Edmundo Pedro que não seria por causa dos electrodomésticos, mas sim por uma dada quantidade de G3 que recebeu no 25 de Novembro 75 do Estado Maior do Exército, e que seriam bem mais que 150, conforme o ouvi no gabinete do tenente- coronel Fabião a um elemento de segurança do PS, envolvido no caso que, então, devia ser bem conhecido.


Orgulho-me de neste julgamento surrealista ter proclamado bem alto, perante um país indiferente à excepção de alguns e um tribunal que não queria fazer justiça, a minha inocência. Fi-lo em texto por mim escrito e publicado a páginas 91-102, do livro " A Legitima Defesa de um Capitão de Abril" de Manuel Geraldo , e, assim iniciava:


"NO RESPEITO PELA VERDADE, AFIRMO COM TODA A CLAREZA E COM TODA A FORÇA DA MINHA PALAVRA DE CIDADÃO E MILITAR QUE NÃO ME SINTO CULPADO. APESAR DE ESTAR NO MOMENTO PRESENTE NA CIRCUNSTÂNCIA DE RÉU. NADA ME ACUSA DE HAVER PROCEDIDO À MARGEM DAS LEIS MORAIS, ÉTICAS E NATURAIS A QUE, ENQUANTO HOMEM , ESTOU SUJEITO."


Mas o tribunal, perante a irrefutável e evidente prova da minha inocência condenou -me, e até uma boa alma foi capaz de dizer, à minha mãe, numa festa do Avante que a prisão em que estava não se aproximava dos tarrafais, o que muito a exasperou.


Mas mesmo sem ser o Tarrafal tinha muitas agruras, desde logo, as punições injustas de que me queixei e as provocações dos carcereiros que sempre que falava com alguém lá conotavam o acontecimento com um comício, e puniam os soldados que falassem comigo.


Também das condições diferenciadas que tinha na prisão dei conhecimento ao, então, general Vasco Lourenço, que considerou que as condições em que esteve preso antes do 25 de Abril , eram idênticas às minhas, logo nada fez. Entretanto, entre a sua prisão e a minha, pelo meio houve o 25 de Abril, mas claro também o 25 de Novembro75.


Entre outras misérias prevejo no diário que um dia chegaríamos aonde temos chegado e estamos a chegar, e refiro os que na minha opinião, por acção ou omissão, são os mais responsáveis e no meio deste estrume não posso deixar de referir gente que se vende, como um tal Guilherme de Coruche, o primeiro e maior impulsionador da nacionalização da Herdade da Agolada de Baixo de Sommer de Andrade, voltou-se , nesta altura, 1978, totalmente para o antigo Patrão.


Sommer de Andrade, aquando da transferência de propriedade ditou uma sentença que na altura, já sabia que aconteceria, tanto, como ele : " As forças Armadas levam-me a herdade. As forças armadas as me vão entregar". Sabia-o, considerava justo o acto da transferência, mas tinha a exacta noção de que nós, os que, andávamos nestas coisas nos tínhamos deslocado muito do nosso grupo de pertença, como militares, dos nossos camaradas que não nos acompanhavam e todos, estes militares e o povo alentejano, da generalidade do povo português.


Por acreditar na bondade do que fazia prossegui, mas sabia que não havia gente mobilizada para defender a situação emergente com o 25 de Abril, e, do seu fim. Fui avisado em Agosto de 1975, pelo major Gil que me dizia que ia ser tramado, acrescentando o major que como cidadão concordava comigo e como militar não.


Perante o seu dilema e o meu, aos 27 anos, optei por não abandonar o POVO, somente o POVO alentejano, que sempre me reconheceu, como um amigo fiel, apesar das miseráveis opiniões de alguns dos seus líderes de que seria esquerdista - esquerdista ou direitista uma ova - simplesmente, sou um servidor das Causas justas. Defendo-as sem quartel e sem bandeira partidária e muito menos sem vergar a cerviz a caciques. Logo um maldito.


Em Portugal, a independência e a liberdade são maldições. Experimentem ser livres, e logo verão os chacais, todos, a vos atacarem, mesmo que ainda ontem vos parecessem cordeiros. Puro engano, o DNA do vírus totalitário de Salazar ainda não foi derrotado.




andrade da silva

ATRÁS DAS GRADES (a polícia política de Salazar) de Carlos Domingos




ATRÁS DAS GRADES

a polícia política de Salazar)

Atrás das grades desta escura cela,
galga o meu pensamento espaço fora
buscando a tua face sofredora,
que só no pensamento posso tê-la.

Atado e amordaçado, a toda a hora
eu parto para ti. Desta janela
eu salto, feito vento, nuvem, estrela,
raio e trovão, cabeceando a aurora.

Recordações estalam, luta, amor
palpitam no meu sangue. Dia a dia
toda a vida crepita, toda a dor

me enrola e argamassa e rodopia.
Resisto, eu sei. Mas, sem o teu calor,
que sou eu mais que esta parede fria?

( Prisão de Caxias, 15 de Outubro de 1972)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

ANGOLA 71- 72: LUMBALA VELHA,CAVUNGO, MUCABA.NEGAGE, DAMBA PRESENTES, ATRAVÉS DOS SOLDADOS DE PORTUGAL.

( casamento por procuração de um furriel em Mucaba)





( Operação de Artilharia no Norte de Angola)







(Falando à 3416 de Lumbala Velha, em Barcelos)







( Os representantes da 3416)





OS NOSSOS MORTOS:


ALF MILHEIRO, EM COMBATE,


ALF BEXIGA PARTIU, SIMPLESMENTE ANTES DO TEMPO,


CABO RIBEIRO, NUM ACIDENTE AUTO EM OPERAÇÕES,


FURRIEL LOPES, NUM ASSALTO À MÃO ARMADA EM LISBOA


FURRIEL MARTINS PARTIU, SIMPLESMENTE ANTES DO TEMPO.





TODOS OS NOSSOS MORTOS E OS QUE ESTÃO LONGE, OU DOENTES, TODOS, ESTÃO CONNOSCO HOJE E SEMPRE.






Em Junho, andei pela Batalha, Mealhada e Barcelos para me encontrar com estes venturosos jovens soldados de Portugal que, em 71, 72, em Angola, conviveram comigo, em situações muito variadas.



Fui comandante de pelotão ou companhia, mas quase sempre, relacionei-me com eles, como preparador da equipa de Futebol e, como um Alferes do quadro permanente que em termos militares cumpria estritamente a sua função, sendo para muitos a minha curta presença significativa, como fizeram questão de dizer e até, com uma recordação inesperada, um jarrão de Barcelos da 3416, a primeira companhia onde estive, e aonde cheguei em 23 Dezembro 71.



Foi a primeira ou 2ª vez que estive nestes encontros, e na primeira vez vamos sempre à procura de alguém, por uma razão particular. Assim, na Batalha quis saber do Furriel Lopes, com quem fiz a minha 1ª operação militar no leste Angola, em Cavungo. Com dor e revolta recebi a notícia que velhacamente foi morto num assalto à mão armada em Lisboa.



À minha lágrima junta-se toda a indignação. Assassinos, bandidos, prisão perpértua para estes assassinos sem perdão, a não ser que de um modo incontronável revelem um arrependimento e uma reintegração social inquestionável, mas nunca antes de 15 a 20 anos de reclusão. Lopes um abraço.



Também ia à procura do Furriel Martins, porque sendo o treinador da equipa de futebol consta no meu diário que não aguentou um treino de preparação física. Recebi a notícia da sua partida prematura. Uma lágrima e um abraço.



O alf Milheiro era um pacifista de quem fui instrutor em Vendas Novas, e com quem falei imensas horas. O cabo Ribeiro era um rapaz extraordinário a quem preguei um grande susto, e assisti à sua partida para um ponto da operação militar, em que também ia participar, ainda lhes gabei a sorte por irem para um posto de retransmissão, enquanto nós íamos subir e descer montes.Nós regressamos e ele não.Abraço amigo.



O alferes Bexiga também faz parte dos meus registos quase diários da guerra.



Há outros vivos que muito gostaria de voltar a vê-los, foram grandes camaradas, como o furriel Mourita. Vários estiveram ausentes, mas graças ao esforço de alguns, muitos estiveram presentes e vamos continuar a nos encontrarmos.



Nestes encontros recordamos sempre os momentos de aperto, mas sobretudo os de grande camaradagem e aventura. Há de facto no meio destes jovens, de então, verdadeiras histórias e heróis da banda desenhada que, de um modo simples e espontâneo, contam as suas vivências, é aquele que era o caçador de serviço; outros que numa ou noutra operação me experimentaram a ver se me borrava, nisto perderam sempre; é aquele Sá, de que alguns tinham um certo temor; é aquele que com o seu espírito de empreendedor queria fazer alguns negócios e ainda o comerciante, que em Mucaba me vendeu um relógio oriente, por 1200 escudos, uma fortuna, diz actualmente o vendedor que era uma grande máquina, seria? Não tenho a caderneta de saúde do dito cujo.



Em Barcelos falei à primeira companhia que comandei, e até parece que estou a dar música, mas estou a iniciar a intervenção lendo a impressão que aqueles militares, meio fardados, meios nus, me causaram:" Cheguei a Lumbala. A zona parece-me engraçada. Quanto ao aspecto militar, por, agora prefiro nada dizer". Para preferir-me calar, o que não senti, devo ter tido um baque.




Todavia, passado o primeiro choque, sempre gostei de estar com estes soldados de Portugal, e sempre me custou muito dizer-lhes adeus. Era de facto bastante amigo e camarada de quem comandava, mas nunca sendo do tipo porreiro do deixa andar. Nunca.



Finalmente, soube que o título que me colaram do Vaidade e Silva, vinha já de Lumbala, embora pensasse que tinha nascido no pelotão de apoio do Negage, onde, então, era furriel um filho de Champalimaud que tinha a mania de ser mais que os outros, no que de facto nunca alinhei e logo...



Ainda, uma palavra inequívoca, nós estivemos em Angola, como soldados de Portugal, e nunca como soldados do regime. Quer antes ou depois do 25 de Abril somos soldados de Portugal, e agimos sempre em nome do Povo Português de quem, de um modo ou de outro, emana o poder ou é por si sustentado. Agimos em nome de Portugal e por Portugal.



Obrigado e um abraço a todos, e àqueles que sentem honra por ter sido um militar de Abril e serem meus amigos. Um obrigado especial aos que tão bem organizam estes encontros. Um abraço ainda ao Mário Silva, ao Cândido, ao Salgueiro Maia, ao Celestino, ao Quim , ao Berto, ao Moreira ao Fernando Gomes e a muitos outros que também me vão lendo no face ou no blogue.




Abraço camarada de leal companheiro



andrade da silva

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Sismólogo:
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DOMINGO, 26 JUNHO 2011

( Foto de Ribeiro Fernando Barbosa)





Nápoles





Partiste, ontem, para a terra da ESSÊNCIA. Era domingo, fazia muito, muitíssimo, calor. Seria, mais coisa menos coisa, 11 horas.



Tu, Nápoles, como muitos, eras discreto, fizeste, como tantos outros, essa pequena coisa, de libertar Portugal de uma ditadura fascista de 40 anos, dirigida por um ditador que seria um bom contabilista, agora, vem a voz do disparate, confundindo, contabilidade - feita de um dado modo, com a repressão brutal da PIDE, da Policia de Choque e da GNR, para além da censura, da informação monolítica do estado e da sociedade, da cooperação da Igreja e do Opus Dei - com liderança de um país, dizer que salazar foi um bom gestor.



Salazar, como se prova, claramente, encarcerou o país no subdesenvolvimento cultural, social, político, civilizacional, sanitário, logo, como morríamos de fome, doença e analfabetismo, não gastávamos dinheiro, e, esta política cega e terrível, contra o povo, permitiu a acumulação de reservas de ouro. Mas se osportugueses morriam de mingua para que serviu tanto ouro, para os anéis, se os dedos eram consumidos e morriam na fogueira da ditadura quase esclavagista?



Neste cenário, e porque era Domingo, um Domingo quentíssimo de Junho, hora de almoço, ou de pegar na tralha e sem cartões ou promoções ir ao Hiper Continente ou Pingo Doce, ou ir para a Caparica, e porque somente és um Capitão de Abril, coisa pouca, estiveram os teus amigos no cais da tua partida, e mesmo entre estes, nem todos nos reconhecemos uns aos outros.



Encontramo-nos, em vida, poucas vezes, para que outros possam fazer de Abril o seu negociozinho, e, não o digo amargurado, ou por amargura, digo-o, por vontade de querer um Mundo melhor, à lá séria, para todos, com a diferença que uns o dizem com cinismo, como os que congelaram o socialismo e a justiça social, e outros e eu digo-o, com a alegria de quem ama a vida e os seus concidadãos que há tantos anos lutam por uma sociedade justa, e são enganados e ludibriados por tanta mentira e cinismo.



Estou do lado da luta, da motivação. A covardia e o comodismo não me amarguram, são a marca de água dos vilões, mas com eles quem conta?



Para mim, a vida vital é residual, e está nos poucos que são honestos e corajosos. A vida que vale a pena viver, assenta e voa nestes poucos condores, o resto são Pigg's, produtores de estrumeiras. Conspurcam o mundo, mas não ocupam a minha mente ou coração com dor ou mágoa.



Eles são o que a maioria é - Faustos, venderam as suas almas aos diabos. Lamento-os, por eles, por nós, pelo mundo, mas sei que a força cósmica da vida e da generosidade residual os há-de vencer, e esta é a ESSÊNCIA da VIDA DAS MULHERES E HOMENS DE ABRIL, DO MUNDO E DO COSMOS QUE HÁ-DE SER. Isto, é MOTIVAÇÃO, CORAGEM, DETERMINAÇÃO , FUTURO E NUNCA AMARGURA OU MÁGOA.



Nápoles, contigo, por ti e por PORTUGAL, pelo MUNDO, e os CIDADÃOS UNIVERSAIS, discretamente, de um modo justo e independente, continuaremos esta ROTA, este DESÍGNIO do AMOR, LIBERDADE, DIGNIDADE E DESENVOLVIMENTO, sempre.




Abraço leal e companheiro




andrade da silva

visite e leia

há muito de quê!!!

sábado, 25 de junho de 2011

CAPITÃO DE ABRIL NÁPOLES GUERRA .PRESENTE!






Cai mais uma pétala do grande cravo de Abril, com uma lágrima.





Morreu o leal camarada e companheiro, Capitão de Abril, coronel Nápoles Guerra, pese embora a distância física que a Associação 25 de Abril, como um elo entre nós, devia encurtar, mas não o faz, sempre tive o Nápoles Guerra, como um genuíno Capitão de Abril, que também me visitou na prisão da Trafaria, por isto, sempre o estimei e estimarei, e serei até à eternidade e depois dela, seu camarada e amigo.





CAPITÃO DE ABRIL QUE NÃO SE RENDE É UM MEU HERÓI!





Camarada e leal companheiro Capitão de Abril Nápoles Guerra até à ETERNIDADE.





Abraço leal e companheiro





andrade da silva




Ps: Funeral amanhã às 11h no cemitério dos Olivais.


Nápoles Guerra é simplesmente e, tão só, um CAPITÃO de ABRIL, que somente serviu Portugal e o seu Povo, de um modo honesto, motivado e humilde. Nada pediu, nada negociou: Um CAPITÃO DE ABRIL NA SUA FORMA PURA E NUA, VERDADEIRA.

Cravos para Um HOMEM DE ABRIL

 

 

CRAVOS EM LUTO

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A Galopar - Paco Ibañez

 

UNIVERSALISMO na LUTA

contra vampiros e tubarões que nos devoram!!!

Acordai



OS DADOS ESTÃO LANÇADOS ACORDAR E SER LIVRE; NÃO ACORDAR E MORRER ESCRAVO.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

GRITAMOS PELA LIBERDADE-LIVRE E A DIGNIDADE PURA E NUA.


( DO MAIS QUE TENEBROSO SILÊNCIO DOS QUE JULGAMOS JUSTOS...)




Diz a leitora Tia Bela que é impressionante que ninguém comente um vídeo aqui exposto, sobre o ter Vergonha de Si, mas querida leitora, QUE FAZER?


Naturalmente, que escrevemos para uma população alvo de cidadãos livres, críticos, sem serem sectários, participantes, mas não temos tido sucesso nesse trabalho, e, como tenho dito, só uma noção do dever ético me mantém a escrever no blogue.


Considero também importante fazê-lo, para que conste e retire toda a legitimidade ao grupo "os homens da Luta" e outros, quando dizem, em entrevista publicada, que todos os capitães de Abril se calaram, sou um deles e não me calei, mas neste país de surdos-mudos e mortos para a actividade fora das suas capelas, ou dos seus rebanhos que fazer?



Calar-se ou continuar?



Tenho optado por continuar, por um dever ético; para que também conste que nunca houve um pensamento único entre todos os que defendem a liberdade, a democracia, e, no meu caso particular, de um modo muito preciso, a DIGNIDADE HUMANA E o DESENVOLVIMENTO, mas também escrevo, por amizade e respeito por aqueles que nos lêem, embora se calem, e alguns deles são meus antigos camaradas da guerra de África.



Enfim que fazer?



Diz a leitora relançar o blogue, sim, contamos consigo e com todas as pessoas livres, críticas que mais que cuidarem do seu eu e do quintal dos seus amigos, militantes disto ou daquilo, amam e se interessam por Portugal. Tarefa maior, esta, em Portugal, mas não desisto.



A luta por Portugal e o Mundo melhores não se podem restringir aos pensamentos dos líderes partidários, religiosos e financeiros, este é o caminho da morte anunciado que temos e estamos a seguir, pese embora o surgimento de uma certa rebeldia dos jovens, mas que tende ser absorvida por mandatários dos partidos.


Queremos dar um contributo para que não se siga os caminhos de desastre que se estão a seguir, com ilusionismo, apelo ao martírio, porque estes caminhos podem levar-nos a uma grande hecatombe social em Portugal, na Europa e no Mundo.


Portugal é um mero elo nesta cadeia de desastre MUNDIAL, e a SOLUÇÃO de DIGNIDADE E LIBERDADE ESTÁ NO FUTURO e não em nenhum desastre do passado ou presente.


A solução tem de ser construída para o médio prazo, embora possa levar décadas a se consolidar. Uma solução que tenha como unidade de medida o século, ou o milénio com as transformações do Mundo e com a possibilidade de em 2045 ser possível aos homens viverem 270 anos, que base probabilística apresenta?


Olhando o mundo com toda a abertura e com a máxima inteligência que um dado eu, pode concentrar, como se pode motivar os que querem viver para as sensações imediatas e para os Futuros, hoje, inimagináveis, perante o simples facto da realidade ultrapassar a ficção, e haver tanta gente ancorada em passados que tudo isto desconhece e quer continuar a desconhecer, para manter um dado território de poder e segurança que os satisfaz?



Que fazer?



Para sobreviver dizer o que todos, os de um grupo, ou de outro dizem? Isso nunca. Não. Havemos de chegar um dia, a quem quer mesmo fazer muito por PORTUGAL e o Mundo, interpretando-os.


Se não fosse este post estaria a escrever sobre o Portugal de Adopisco, Barcelos etc. que visitei, e de que logo a seguir falarei.



Contamos consigo, leitora, e com todos.




abraço


asilva









AMIGOS DE QUINO

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O JULGAMENTO DOS AUTORES DA OBRA: A FILHA REBELDE




O JULGAMENTO DOS AUTORES DA OBRA: A FILHA REBELDE

 ( Um abraço solidário ao meu companheiro e camarada de armas de Vendas Novas Fragateiro, que já serviu de testemunha a um Homem de Abril, o então, Major Leal de Almeida, comandante do RALIS)

Como já disse, se houver uma recta intenção da sobrinha de Silva Pais é um seu direito reclamar justiça, mas não me parece que essa, seja a questão. A questão é politica, conquanto a sobrinha possa sentir-se incomodada por ter dado informações e o retrato do tio ser negativo.

Estive na sessão de julgamento de hoje ( muitos dos fervorosos opinadores do facebook, estiveram de cócoras junto ao teclado do computador e não foram até ao tribunal, lamentável).

Quanto me foi dado ver a matéria que acusação levanta não prova nenhum aviltamento à pessoa de Silva Pais. As obras de ficção referem factos: uns plausíveis, como dele ter chamado traidor ao gen. Spinola, ou de ter achado monstruosa a decisão da sua filha aderir à revolução cubana., e, outros, mais factuais, e até favoráveis à personagem Silva Pais.

De qualquer modo o que a PIDE fez, com prova bastante na Torre do Tombo, é uma monstruosidade. A PIDE vigiou toda a gente, até os ministros de Salazar por os considerar da Opus Dei, e outras pessoas ateias como Marcelo Caetano e até Adriano Moreira por julgarem que eram amigos do Opus dei e disto os pides faziam relatórios para Salazar, e, mais grave, ainda, a PIDE torturou e matou, com responsabilidades morais, criminais e hierárquicas de toda a estrutura Policial e governativa.

Quanto aos sentimentos, pessoalmente teria, como a filha de Silva Pais, uma aderente da Revolução Cubana para onde partiu, um grande e incomensurável desgosto e vergonha por ter como pai o Director da PIDE.

Todavia a sua filha amava-o muito ,e lamentou a sua prisão. Mas de facto Silva Pais e todos os agentes da PIDE foram, repito e sublinho, foram, gente sinistra, ao serviço de um regime sinistro, mas hoje os que não tiverem cometido crimes de SANGUE E TORTURA, crimes contra a humanidade, e estiverem integrados na ordem Constitucional, são cidadãos de parte inteira como todos os demais.
Parece por demais evidente que os autores do livro e da peça, até com muita investigação que durou cerca de 2 anos, quiseram integrar aquelas personagens no seu tempo e através delas retratarem uma época, caracterizada por contradições no seio da família Silva Pais. Director da PIDE que é retratado, enquanto tal, de acordo com estereótipo mais universal entre os portugueses pós 25 de Abril e muito presente, hoje, entre a generalidade dos democratas com justiça e propriedade, o que, no fundo as obras acolhem.

Não é visível nas questões apresentadas pela acusação qualquer material de prova de aviltamento grosseiro da personagem. Todavia é clara a estratégia da acusação com a negação das diferenças entre linguagens, querendo reduzir tudo a biografia ou crónica histórica, negando a ficção, género que é o da peça.

PS: SERIA BOM QUE ALGUNS OPINADORES  do FACEBOOK FOSSEM ATÉ AO TRIBUNAL PARA CONHECEREM MELHOR O CASO E APOIAREM OS NOSSOS COMPANHEIROS, e não só, obviamente.....


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quadras de ANTÓNIO ALEIXO



Em não tenho vistas largas
Nem grande sabedoria
Mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.

Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a Razão mesmo vencida,
não deixa de ser Razão

Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.

ANTÓNIO ALEIXO

terça-feira, 21 de junho de 2011

QUINO-GENIAL



QUINO-GENIAL

segunda-feira, 20 de junho de 2011

FERNANDO PESSOA OBRA POÉTICA

FERNANDO
PESSOA

OBRA
POÉTICA

Assim como falham as palavras quando querem exprimir
qualquer pensamento, assim falham os pensamentos
quando querem exprimir qualquer realidade. (A.Caeiro)
Fórum de Discussão (participe!)
Circunda-te de rosas...
( poesia aleatória... aqui! )

Sinto vergonha de mim.wmv

Sinto vergonha de mim.wmv

Si se calla el cantor

Si se calla el cantor

sábado, 18 de junho de 2011

Chopin - Waltz Op. 64 No. 2 (Rubinstein)

Chopin - Waltz Op. 64 No. 2 (Rubinstein) 

 

 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Poesias Infantis, Olavo Bilac





A PRIMAVERA

                                            Olavo Bilac



Coro das quatro estações:

Cantemos! Fora a tristeza !
Saudemos a luz do dia:
Saudemos a Natureza !
Já nos voltou a alegria !

A Primavera:

Eu sou a Primavera !
Está limpa a atmosfera,
E o sol brilha sem véu !
Todos os passarinhos
Já saem dos seus ninhos,
Voando pelo céu.
Há risos na cascata,
Nos lagos e na mata,
Na serra e no vergel:
Andam os beija-flores
Pousando sobre as flores,
Sugando-lhes o mel.
Dou vida aos verdes ramos,
Dou voz aos gaturamos
E paz aos corações;
Cubro as paredes de hera;
Eu sou a Primavera,
A flor das estações !

Coro das quatro estações:

Cantemos! Fora a tristeza !
Saudemos a luz do dia:
Saudemos a Natureza !
Já nos voltou a alegria !


Poesias Infantis-Olavo Bilac

Grupo Coral Alentejano da Damaia




INTERLÚDIO

POR UNS DIAS VOU CONTINUAR O ROTEIRO DA CAMARADAGEM, DO ORGULHO E DA HONRA AO ENCONTRO DOS MEUS CAMARADAS COM QUEM ESTIVE EM ANGOLA, HÁ UM MÊS ESTIVE NA BATALHA COM OS MEUS CAMARADAS DO CAVUNGO, HÁ 15 DIAS NA MEALHADA COM OS DE MUCABA, SÁBADO EM BARCELOS COM OS DE LUMBALA VELHA. EM LUMBALA E EM MUCABA FUI COMANDANTE E POR TODOS OS LADOS DESEMPENHEI FUNÇÕES DE PREPARDOR FÍSICO DAS EQUIPAS DE FUTEBOL

ENTRETANTO DEIXO UM RETRATO CANTADO DO QUE PODE SER OU É QUASE A NOSSA DITOSA PÁTRIA AMADA.

ABRAÇOS

Amanhã


  Amanhã


Amanhã é o dia por nascer

o dia que está por construir

é dia de vencer...

ou de cair!



Amanhã na esperança prometida

é o gesto a criar

porque é sempre amanhã na nossa vida

até vê-la findar:



Amanhã é dia da razão

a força mais constante e persistente

e o dia de hoje nunca é dia vão

quando faz o d'amanhã seguir em frente.



Marília  Gonçalves

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lágrimas Azuis


O lume é que dá à treva


pétalas a florescer


lágrimas azuis que tecem


os meus braços de mulher






Marília  Gonçalves

terça-feira, 14 de junho de 2011

GUERRA COLONIAL: VERDADES NUAS E PURAS.



Amanhã, pelas 19h, na associação Abril, à rua do Castilho nº 21, 2º dto, pelas 19 horas, Augusto Dias, enfermeiro militar no Hospital da Estrela, nos idos de 60, falará da sua experiência, publicada na Obra " Código" ( edição do autor, claro) e a Dra. Sandra Queiroz de " FERIDAS DE GUERRA: (IN) JUSTIÇA SILENCIADA", com base num trabalho cientifico inédito e que transporta outras verdades sobre os deficientes das Forças Armadas.






Este trabalho foi entregue na Presidência da República e no Ministério da Defesa Nacional.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

PORTUGAL E O COMPORTAMENTO PARADOXAL.




Não quero repetir aquelas tristes banalidades que somos um grande país que ja ultrapassamos muitas crises, e que, existimos há mais de 9 séculos. Como também não sigo a idiotia nacional de afirmar que só sabemos dizer mal de Portugal, apesar de estarmos cheios de talento e feitos maravilhosos, e não quero ir por estes caminhos parolos, porque, com todo o realismo, considero que não havendo razões de desagregação interna étnica os países se mantêm.


Seja, como for, considero Portugal um país com muitas virtudes e defeitos como os demais, e, sobretudo AMO Portugal e a sua língua, que apesar de todas as limitações é que melhor domino. Portugal e a língua Portuguesa são a minha Pátria. Aqui nasci, fui pai, e aqui vou morrer, ponto.


Todavia, considero paradoxal que os portugueses pareçam tão descontraídos, apesar da realidade sócio-económica que estamos a viver. Agora, a quem ande por aí, parece que o simples desaparecimento de cena do Eng. Sócrates resolveu todos os problemas. Parece que se perdeu um grande fardo. De facto, pelos seus erros estratégicos de governar à esquerda, em termos de valores, e ao centro-direita no campo sócio-económico, para ganhar eleições, tornou-se quase insuportável, mas isto deveria ser uma mera consequência psicológica, porque a realidade sócio- económica se mantém, ou, talvez mesmo se tenha agravado.


Como sal que se derreteu, o tema recorrente da politica que era quase exclusivamente o discurso pró e anti Eng. Sócrates desapareceu com ele, e todas as preocupações que os tais PEC -malditos PEC - despertaram, e, isto, é estranho.


Vive-se um ambiente absolutamente irreal, parece que todas as manchas desapareceram, como o desemprego, a diminuição do custo de vida, a austeridade, a corrupção e a recessão. Milagrosamente parece que regressamos a um universo de prosperidade, para o que estes quatro dias de férias muito contribuíram. O país distendeu-se. Psicologicamente. O Sr. Eng. Sócrates era uma fonte de desespero e desânimo.


Se por um lado é boa esta distensão, para que o Partido Socialista compreenda que o país DISCORDOU da sua opção ao eleger o Eng. Sócrates, como Secretário-geral, eleição, que precisaria, mais tarde ou mais cedo, do referendo de Portugal e, como sinal, de que os portugueses não entraram em paranóia colectiva, acontecimento de extraordinária importância; tem, contudo, um aspecto muito severo e grave que é o do novo governo, ao nível sócio-económico, não ser melhor que os do PS, e, poderá, mesmo, não resolver nenhum dos problemas que as governações do PS e PSD nos últimos 37 anos, mas sobretudo a partir da década de 90 do século passado, trouxeram a Portugal.


Esta indiferença dos portugueses parece-me muito paradoxal, e só a entendo como sinal de uma convicção que o governo do PSD e do CDS vai colocar Portugal no centro da Europa, e, é, para mim, nesta visão do futuro que reside a questão, e tem a ver com a eventualidade de haver expectativas altas que correm o risco de não serem realizadas, ou até mesmo de nunca sequer terem sido referidas, e, se, assim acontecer, como será o dia seguinte?


Em verdade, verdade, receio todas as medidas do novo governo que vão directa e inaceitávelmente afectar a minha vida de membro da classe média que vive com algum conforto, mas sem nenhum consumo sumptuário ( TM, 1º geração, casa T2 não paga, férias na Madeira, idas ao estrangeiro -raras - na modalidade baixo preço etc.), mas temo imenso a reacção dos muitos que creio que vão ver a suas expectativas goradas no curto e médio prazos. QUE FARÃO?



PORTUGAL!..


andrade da silva

Romagem à Campa de Vasco Gonçalves



HOMENAGEM AO GENERAL VASCO GONÇALVES.

ATÉ SEMPRE, CARO CAMARADA DE ABRIL E DE ARMAS!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

HOMENAGEM AO GENERAL VASCO GONÇALVES






Conheci o general Vasco Gonçalves, como homem e como politico. Como politico muitos o conhecem. Foi sobretudo um patriota interessado no seu país e no seu povo, particularmente no mais desafortunado, e, quanto, a este nos muitos diálogos directos que tive consigo, antes e depois do 25 de Novembro, foi sempre a justiça social a sua maior preocupação e a protecção dos seus direitos. Esta foi a sua postura que em conversa, longa conversa, que teve comigo, na consulta de fisioterapia do Hospital Militar, pouca antes de morrer, confirmou.




Do Homem que conheci fica tudo dito com estas breves recordações, comemorou com a minha família e comigo um dos meus aniversários na prisão da Trafaria, e depois disto sempre que me encontrava perguntava pela minha mãe e irmãs, e sempre lhe respondia estão bem e gostam muito de si.




NO dia 11, pela 11h 30, no Cemitério do Alto S.João, a ASSOCIAÇÃO CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO, promove uma homenagem.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

QUANDO CHEGAR À TERRA TEFEFONO!...

Mãe






Sr. Carlos, muito obrigado, quando chegar à terra telefono!


Dizia, no metro das 18, deste dia 9 de Junho 2011, a mãe de uma rapariga com um grave defeito na vista, com os olhos muito saídos das pupilas e quase invisual....


Acordei, como o dia, melancólico. Acordei no rés do chão, não fiz o que devia ter feito. Temos o direito de nem sempre darmos o nosso máximo, como temos o direito de errar. São direitos assertivos que ainda a carta dos direitos humanos não adicionou, uma grande lacuna.


Todavia, não sabia bem porquê, embora tenha sempre presente esta data do dia 9 de cada mês, mas hoje nem sabia que era 9, ou melhor talvez soubesse, mas ao acordar nem me lembrei que seria esta a data, e, assim, interrogando-me do porquê desta melancolia, lá dei comigo a pensar que neste dia faz 7 meses que a minha mãe morreu.


Não celebro o dia da sua morte, recuso-me a isso. Celebro e vivo a sua vida de uma mãe coragem, que ainda há dois dias, em sonho, me avisava para os perigos do verbo livre, não vendido, nem hipócrita. Mas há 7 meses ela expirou nos braços da minha irmã Fátima que ainda tem esta ferida a sangrar, e nós, os irmãos ( irmã e irmão) lá lhe vamos pondo o mercúrio possível. Mas tudo leva o seu tempo, e o tempo do luto e da dor é grande.



Mesmo depois de ter partido, e, agora, com uma visão mais global da realidade ela sabe quantos jacarés disfarçados andam por aí, mas ela também sabe que eu, tanto quanto ela, tenho um verbo directo e sincero, mas sempre sem ódio ou raiva contra as pessoas, é de critica dura aos actos maldosos e injustos. Na minha família os actos maldosos contra as pessoas, os animais e as plantas são intoleráveis, venham donde vierem. Não somos cúmplices.


Mãe obrigado! Quando chegar, ou chegarmos, à Terra, telefono-te, talvez esta terra fique um pouco mais longe do que a daquela senhora, que será algures no Norte, nas Beiras ou no Alentejo, a minha, a nossa, pode ser em nenhures.


Como sabes, estamos, outra vez, nos santos populares e, por aqui, amanhã é dia de Portugal e segunda-feira dia de santo António, um fim de semana de 4 dias para os Lisboetas, um rebuçado saboroso antes das dores, dizem crise. Mas por quantas já passamos, quando uns cães raivosos me morderam e a ti, e à nossa família tão cruelmente ?... coisas malditas, mas quando chegar à Terra, telefono-te, passa bem!


A Fátima está na Missa a pedir por ti ao Deus em que tu e ela acreditam. Eu acredito na lágrima que me cai


Beijos e abraços


Teus filhos.

Não sou daqui




TAMBÉM NÃO ME SINTO NEM DAQUI, NEM DE AGORA, MAS TAMBÉM GOSTO DE AQUI ESTAR E IR SENDO, COMO POSSO, COMIGO E COM OS OUTROS, EU.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

PORTUGAL VOTOU EM...? .... E A LUTA Dos GLADIADORES.pelo Capitao de Abril Andrade da Silva


PORTUGAL VOTOU EM...? .... E A LUTA Dos GLADIADORES.

Tudo à esquerda deveria ser revisto e pensado, sem análises revanchistas e pestilentas. Quem faz sempre o mesmo e obtém sempre os mesmos maus resultados sofre, segundo Einstein, de insanidade Mental.

Todavia, uma análise importante seria saber-se porque, desde 2005, o PS perdeu um milhão de eleitores, já tinha perdido 500 mil em 2009. Nesta altura parte deles foram para o BE, menos do que o BE esperava, como antes das eleições , em Setembro 2009, o disse, e sobre o BE já então disse tudo o que queria dizer. Porém e infelizmente o PS não fez a análise que devia ao cartão amarelo de 2009, e em 2011 perde mais 500 mil votos, perfazendo um milhão que não vão para a esquerda, mas para o PSD, ou para a abstenção. Isto, são dados objectivos, ponto.

Obviamente que o actual resultado eleitoral não foi um voto no que o PSD vai fazer. Pode o PSD ter o programa mais completo do mundo, mas não foi nisso que o país votou. O país votou na espuma eleitoralista, como vou adiante procurar provar.

O país votou, na minha opinião, sobretudo contra o Eng. Sócrates, esquecendo injustamente também, o que foi feito de muito bom, sobretudo na revolução tecnológica e na inovação cientifica, pela acção desse grande português e cientista o prof. Zorrinho. Portugal deve-lhe muito e nesta área ao governo do PS.

Seja como for os truques e a linguagem plástica do Eng. Sócrates cansaram tanto que o país já nem sequer o podia ver na Televisão, sentia-se a encenação. Tudo parecia teatro, e se reduzir a jogos florais, no que parece que
todo o PS, passou a acreditar, facto, incrível.

Quanto ao voto no programa muito elaborado e completo do PSD, não se votou nele que é um desconhecido, mas votou-se, sim, numa ficção criada pela Comunicação Social e pela mensagem que o PSD fez chegar aos eleitores, com o apoio de Fernando Nobre, em Lisboa. Mensagem que é mera espuma e também, como já disse, por Passos Coelho parecer mais sincero na sua relação inter-pessoal.

Mas o que dizem os desdobráveis do PSD distribuídos aos cidadãos ? Entre outras coisas o seguinte, conforme o documento que me foi posto na caixa do correio:
Sociedade civil mais forte e mais activa, introdução do voto preferencial ( o que é?);
Melhor justiça, sentenças simplificadas, apoio técnico e gestão profissional dos tribunais ( o que será?);
Combate á corrupção e à informalidade (pecados CAPITAIS da governação PS), controle da evasão fiscal;
Programa de crescimento económico, competitividade e emprego ( emprego como, quando, quantos, para quem, nem um dado;
Revitalização do mar, agricultura e industria, passar Portugal de país periférico a CENTRAL ( MY GOD!);
Empreendedorismo, capital de risco e criação da academia de empreendedorismo nacional ( o que será?);
Transparência, redução do Estado Paralelo: Revisão dos institutos;
Estado ao serviço do cidadão;
Dignificar os funcionários públicos, rever sistema de avaliação ( como disse, claramente dito, à Sra. Ministra da Educação e escrevo sobre isso desde 93, o sistema de avaliação público é um aborto cientifico, ponto.);
Rede nacional de solidariedade (o que será? também tenho defendido, este tema que já aparece na telenovela laços de sangue, muito importante );
Educação para todos, independente da sua capacidade financeira;
Sistema Nacional de saúde garantia da prestação de cuidados de saúde a todos, médico de família para todos, garantir a sustentabilidade económica e financeira do SNS.

Nos papéis distribuídos só isto, e não mais que isto consta, logo, é um bom programa. Nada se fala das duras medidas, e de como vão ser distribuídos os sacrifícios, além de nada estar quantificável, são intenções, mas muito importantes, e é, sobretudo, isto que deve ser discutido em conjunto por toda a esquerda sem o velhos sectarismos. O momento é o azado, porque naturalmente o PS também tem de fazer uma profunda análise às suas politicas económicas, da justiça, do emprego etc.

O resto é guerra de gladiadores que pouco interessará a Portugal e aos portugueses nos próximos anos. Ou se TOMA JUÍZO ou isto vai ficar muito preto. O tempo dos gladiadores passou, é tempo da INTELIGÊNCIA, DOS VALORES E DA CORAGEM, o resto, à esquerda, será favorecer ainda mais a direita.

E, obviamente, que seria uma acto bárbaro, sem que se tire as devidas ilações, reduzir a esquerda a 12% dos votantes, porque se for assim, então, qualquer transformação à esquerda exigirá um esforço e um trabalho que não está feito, e nem sequer pode-se considerar que estes 12% de votantes tenham todos uma igual perspectiva contra o sistema capitalista, muito destes eleitores são reformistas e protestam sobretudo contra a desregulação e a desumanidade do capitalismo especulativo, o que, também tem de ser objectivamente considerado pelo PCP e BE. A análise sociológica é de uma natureza diferente da ideológica.

Para além de tudo isto há quase 50% de portugueses que se abstêm, uns bons milhões por pura preguiça, mas outros, porque não concordam nada com estes políticos e politicas, e querem resolver a coisa na rua, onde, vão dando os primeiros passos. Este é um dos grandes ASSUNTOS PARA TRANSORMAR A SOCIEDADE a que uma certa direita e políticos oportunistas e retrógrados já estão a dar a mão, cercando o Movimento 12 de Março, para o domesticar. É nestes movimentos que está uma grande parte do que vai acontecer no Futuro, daí que seja necessário a gente que quer colaborar na construção do Futuro levantar âncoras dos portos de tão seguros que acabarão por perder o Futuro. É preciso avançar para o Futuro de frente e não de costas.

andrade da silva



PS: Junto a uma escola secundária, hoje, por onde passaram dezenas e dezenas de professores, que deviam ser m exemplo de civismo e solidariedade, uma bancada de uma associação conhecida e reconhecida socialmente pelo seu trabalho de apoio a crianças com leucemia, fez 50 €, considerando que cada benemérito levava em troca um objecto no valor de 2€, já se pode ver a grande generosidade desta suposta elite. Os pobres e com menos títulos que os professores sempre são bem mais generosos nos supermercados.