quinta-feira, 31 de julho de 2008

05 - POEMÁRIO * A Praça do Desplante
















A Praça do Desplante está vazia.

Apenas o cansaço do pregão

do velho cauteleiro, que porfia

na venda da miragem da evasão...



Quem passa, afasta a sorte com um gesto.

O gesto de quem diz não vale a pena !

E o velho aceita o não , sem um protesto

ou um esgar de continência obscena.



E vai, por entre as sombras, à deriva,

oferecendo a sorte, no vazio

sonâmbulo da Praça do Desplante...



Mas ninguém quer a grande, a grande esquiva!

E as sombras, num instante corrupio,

aguardam que outro Dante as saiba e cante...





José-Augusto de Carvalho

31 de Julho de 2008.
Viana * Évora * Portugal

A FACHADA DE UM PAÍS À BEIRA DO CAOS


Eis um texto que me enviaram e que, pela sua pertinência, aqui deixo para reflexão.


Este é o pensamento político que temos:
· Estádios de futebol, hoje às moscas,
· TGV,
· novo aeroporto,
· nova ponte,
· auto-estradas onde bastavam estradas com bom piso,
· etc. etc.

A quem na verdade serve tudo isto?

LEIAM AS LINHAS SEGUINTES E PENSEM A QUEM VAI SERVIR O TGV …
1. AOS FABRICANTES DE MATERIAL FERROVIÁRIO,
2. ÀS CONSTRUTORAS DE OBRAS PÚBLICAS E …CLARO,
3. AOS BANCOS QUE VÃO FINANCIAR A OBRA …
OS PORTUGUESES FICARÃO - UMA VEZ MAIS - ENDIVIDADOS DURANTE DÉCADAS

POR CAUSA DE MAIS UMA OBRA MEGALÓMANA!

Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio.

Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos ‘Alfa’ por não ser tão luxuoso e ter menos serviços de apoio aos passageiros.

A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.

Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemáticos pelos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos.

Se não os conhecesse bem, perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.

A resposta está:
. na excelência das suas escolas,
· na qualidade do seu Ensino Superior,
· nos seus museus e escolas de arte,
· nas creches e jardins-de-infância em cada esquina,
· nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade.

Percebe-se bem porque não
· construíram estádios de futebol desnecessários,
· constróem aeroportos em cima de pântanos,
· nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.

O TGV é um transporte adequado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.

É por isso que, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, só existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos).

É por razões de sensatez que não o encontramos
· na Noruega,
· na Suécia,
· na Holanda
· e em muitos outros países ricos.

Tirar 20 ou 30 minutos ao ‘Alfa’ Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia do País.

Para além de que, dado ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.

Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se:

- 1000 (mil) Escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma);

- mais 1.000 (mil) creches (a 1 milhão de euros cada uma);

- mais 1.000 (mil) centros de dia para os nossos idosos (a 1milhão de euros cada um).

E ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências como, por exemplo, na urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.

Cabe ao Governo reflectir.

Cabe à Oposição contrapor.

Cabe-nos a nós, cidadãos, participar e mostrar a nossa indignação!

Jerónimo Sardinha.

31 Julho 2008
Gentileza do Prof. Paulo Carvalho (blog)

ERSE - MAIS UMA GOLPADA



Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve.

Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores.
Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios.

Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês - ou seja, 2.400 contos - durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego.
Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?». E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!». E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400 contos por mês, durante dois anos?
Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?».
Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE, foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.

Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.
Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, abusivo e desavergonhado abocanhar do erário público.
Mas voltemos à nossa história.
O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia, sem incluir os subsídios de férias e Natal e ajudas de custo.
Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético.
E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?». Parece que não.
A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço. Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores.
Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE?
Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo? Politicas à parte estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação. Já agora façam lá o favorzinho de reenviar para a V/ lista de amigos, pelo menos sempre se fica a saber de coisas importantes que retiram toda a credibilidade a esta cambada de MALANDROS. Deste País, que de País, só começa a figurar o nome.
Jerónimo Sardinha.
31 Julho 2008
Gentil envio de amigo identificado, cuja colaboração agradecemos.

TRISTEMENTE ACTUAL

E se este retrato social fosse actual...
Ou seria profeta quem o escreveu ? ...

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;

Um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;

Um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo. Este, criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, como da roda duma lotaria. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"

Guerra Junqueiro, in "Pátria".
Escrito em 1896

quarta-feira, 30 de julho de 2008

A MUI ESPANTOSA DECEPÇÃO DO COMITÊ OLIMPÍCO COM A CHINA


OS PILATOS DE TODOS OS TEMPOS SÓ SABEM LAVAR AS MÃOS.

A CHINA COMO FINALMENTE DESCOBRIU INÊS PEDROSA É UMA FEROZ DITADURA CAPITALISTA, ONDE, TODO O ESPANTOSO CRESCIMENTO ECONÓMICO SE REVERTE PARA UMA CLASSE CAPITALISTA E PARA A NOMENCLATURA DO ESTADO.

A CHINA É O PAÍS, ONDE, AS EXECUÇÕES LEGAIS SÃO MUITAS E AS EXTRA-JUDICIAIS SEM CONTROLE, A SUB-ALIMENTAÇÃO NOS CAMPOS E NO SOBPROLETARIADO É A REGRA, O TRABALHO É ESCRAVO OU SEMI-ESCRAVO, NÃO HÁ NENHUMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

TUDO ISTO É SABIDO, ENTÃO, ONDE TEM ESTADO ESTE COMITÊ? E ONDE TÊM ESTADO OS GOVERNANTES EUROPEUS? A ONU? etc. EM MARTE, OU NAS QUINTAS DOS SEUS INTERESSES?

A VERDADE PARECE É QUE NÃO SE PODE CRITICAR A CHINA, PORQUE A AMÉRICA DEPENDE DO CAPITAL CHINÊS, E, POR ISSO, A EUROPA E O MUNDO SÃO INVADIDOS, LITERALMENTE INVADIDOS, POR PRODUTOS CHINESES SEM NENHUM CONTROLE DE QUALIDADE QUE VIERAM REBENTAR COM AS NOSSAS INDUSTRIAS TRADICIONAIS.


A VERDADE PARECE É QUE OS NEOCONSERVADORES DO FMI, BANCO MUNDIAL, RESERVA FEDERAL AMERICANA, DA UNIÃO EUROPEIA JÁ NAMORAM O MODELO DE TRABALHO CHINÊS, E MUITO O GOSTARIAM DE APLICAR POR CÁ, SOB A CAPA DE UMA PSEUDO DEMOCRACIA, O QUE SERÁ MUITO DIFÍCIL. AQUELE REGIME SÓ VIGORA EM DITADURA E TALVEZ MESMO SÓ NO ORIENTE E EM ÁFRICA.

OS PILATOS CONTINUAM VIVOS DA COSTA, E RECOMENDAM-SE.

DIGAMOS TODOS NÃO A ESTE ESTADO DE COISAS UNIVERSAL E DOMÉSTICO.

Andrade da Silva
30 Julho 2008

segunda-feira, 28 de julho de 2008

UM LIBELO, NEMHUM JUIZ. PORTUGAL MATADO.


À voragem da ganância nada é poupado. O nosso património construído está abandonado aos pombos. O mosteiro de Alcobaça morre bombardeado por 12 quilos de mer../ano dos pombos. Não há dinheiro para nenhuma obra de recuperação. Todavia o município e os munícipes de Alcobaça arranjaram dinheiro para dar 170 mil euros para um espectáculo de magia, que a magia que teve, foi a de não acontecer nada.

Mas que municípios estes? Mas quem somos nós?

Na Madeira toda a costa foi comida por obras, pelas casas de sonho que estão desabitadas, mas pertencem aos senhores do Mundo. A Montanha, (freguesia sobranceira ao Funchal) o Funchal, onde, vivi, está lindinho, mas igualzinho a qualquer outra coisa lindinha, em qualquer outra parte do globo.

Destruiu-se a natureza, como no Algarve, como em Espanha nas zonas de turismo. O Mundo, os humanos, a natureza perdeu, mas os senhores do Mundo ganharam, e até os responsáveis por estas barbaridades, como é o caso de D. Alberto João que se eternizam no poder. Mas que país é este? Mas que mundo é este? Mas quem somos nós?

Conheci Porto Corvo, andei nas rochas à caça do mexilhão, mas todo este Portugal litoral foi condenado à morte, e dizem que isto é progresso. Mas se progresso é MORTE, como amo a vida que existe em Monsanto, no Sardoal, no Portugal profundo que infelizmente morre, porque não tem gente!

Todavia há lusitanos, verdadeiros Veriatos, que resistem, com pequenos projectos, como é o caso do restaurante 4 Talhas do Sardoal (passem por lá, vão ver um optimista que luta e gosta do que faz, a módico preço).

É preciso novo modelo de desenvolvimento não baseado em máquinas que fazem dinheiro, tornando tudo isto num grande casino de um jogo letal de sorte e azar, mas que poderá tornar-se para os humanos num jogo de roleta russa com todas as balas metidas no tambor à excepção de uma que é a saída possível para a salvação da natureza: amá-la e preservá-la.

Neste dia da natureza (28 Julho) seria bom pensarmos que estamos a matar o Mundo que nos sustenta. A mim um artista e um historiador convertido ao jardinismo chama-me troglodita, quando lhe falo nestas coisas, mas ele e todos os que matam a natureza e os seus cúmplices estão a cometer um gravíssimo erro ou por ignorância, ou por dolo criminoso, porque pura e simplesmente estão a suicidar-se (o que seria com eles), mas a nós assassinam-nos, o que é coisa diferente, porque nunca matarão a vida em sentido CÓSMICO, a vida em sentido cósmico fará todas as adaptações para sobreviver. A VIDA SOBEVIVIVERÁ. OS HUMANOS É DUVIDOSO. (Vide em Deus de Amanhã de Neale Walsch, a demonstração).

Mas que país somos, mas que cidadãos somos, quando são exactamente os eleitos que estão mais próximos dos eleitores os que cometem estes atentados, e são cada vez mais votados, quanto mais masmarros criam e atentam contra a natureza; quanto maior asneira, maior corrupção, mais votos têm?

Mas que pais somos, quando aquela gente é ajudada pela Assembleia da República, quando não legisla com rigor e precisão nestas matérias, nomeadamente nos crimes de corrupção, fuga aos fisco e os crimes ecológicos, isto é, os crimes que não são os pequenos larápios que cometem, não são os “pretos”, estes crimes são cometidos pelos governantes e pelas pessoas que dão emprego a quem tem fome e a quem reverencialmente os cangados e os escravos- Humberto Delgado dizia que éramos um país de escravos – dobram a espinha, fecham os olhos, tapam os ouvidos e cozem as bocas?

MAS QUEM SOMOS NÓS QUE NOS ESTAMOS A MATAR COLECTIVAMENTE, PARA TERMOS A COMODIDADE DE VIVERMOS COMPORTIMEMTADOS EM CIDADES POLUÍDAS; FEIAS; CHEIAS DE INSEGURANÇA; MAS REPLETAS DE CENTROS COMERCIAIS A VENDEREM PECHISBEQUE QUE APARENTEMENTE IDENTIFICAM OS POBRES COM AS PERSONAGENS MÍTICAS?

Mas que país, mas que cidadãos somos que vamos a caminho do extermínio passivamente e de um modo pateticamente consentido?

Andrade da Silva
2008-07-28

sexta-feira, 25 de julho de 2008

TANTA E TÃO PORTUGUESA MALDADE


Fico com a alma e o coração despedaçados com tanta maldade junta, contra os nossos queridos professores e outras distintas pessoas.

O mundo é muito ingrato, para eles, para os pais idosos, para os animais domésticos que neste período são abandonados, e calculem que também para aqueles simpáticos rapazes que fizeram o 25 de Abril.

Calculem que se não tivessem feito o 25 de Abril eram uns cobardes da mer.. que andavam a matar os filhos do povo, e a alimentarem uma guerra que ninguém queria, fizeram o “DIA INTEIRO” são uns filhos da pu..,de uns traidores que deram as africas aos africanos e Portugal aos corruptos.

Como vêm, PORTUGAL, é esta nossa querida e ditosa Pátria Amada. Tudo isto é transcendente, por isto, somos os preferidos de Zeus, por cunha de Vénus.

Adoro ser português, porque sou madeirense, árabe, chinês, cigano, negro etc. Somos bem mais que a divindade católica que é uma, una, em três. Nós, os “portugas”, somos tudo o que outrem quiser, num só.

Nós somos o tudo que existe, existiu e existirá. Nós somos a DIVINDADE SEM PRINCÍPIO, NEM FIM. SOMOS NÃO SÓ PORTUGUESES, SOMOS MESMO PORTUGAL, O MUNDO, O COSMOS, o tal quinto IMPÉRIO EXPANDIDO.

Um muito obrigado aos meus professores que, de um modo geral, sempre tiveram por mim consideração, e muitas vezes me confiaram o papel de liderar os putos nas suas ausências, a mesma distinção me davam os padres e as mães das meninas das colónias de férias, neste caso, devia ser, porque me julgavam um choninhas do caneco, mas eu desejava as meninas, mas confesso que sempre fui muito comedido.

Queria, ou deveria ter sido desregrado, excessivo, e acabei por ser militar, lá, não muito ortodoxo, diga-se, mas sempre militar que nunca foi condecorado, coisa raríssima na tropa, mas também não fui fuzilado... Enfim, como o mundo e a vida são tão interessantes!... Mas um muito obrigado aos meus e nossos professores.

Admirei alguns professores, adorei algumas professoras, sonhei com elas, mas elas fugiram. Uma julgou-me, ou não, da onda do Agostinho da Silva, mas pelo sim, ou pelo não, viajou para outro porto. Não lhe cabo a escolha ao nível do macho, mas, ao nível da loucura escolheu, a vertigem. Não sei se já está noutra, mas gostei muito dela, tinha o seu ar de Cleópatra. Uma deusa.

Enfim ... Estou a envelhecer, já tinha descoberto pelo meu último corte de cabelo, os brancos apareceram em força, deve ser por causa de tanta coisa, mas também por África.

Adorava a baía de Luanda e os ananases. Adoro fruta como ninguém; até na guerra comi fruta, como ninguém; até na guerra, em pleno mato, me desfiz em mer.., por causa de tanta fruta; até na guerra corri o risco de ser apanhado de calças na mão, por causa de tanta fruta.

Se mais nada houvesse, nunca entregaria Angola a ninguém, mas ainda havia, lá, pelo Negage, uma donzela branquinha merecia conquista, mas o tempo não o permitiu. Ela não me amava, achava que era o gajo mais vaidoso e irritante do burgo, e que gostava muito de fruta. Se tivesse tido tempo a menina ia finalmente descobrir que afinal sou mas, é,…. Pois, pois sou assim a modos que… , mas sobretudo serei um tipo suportável qb, com a mania que às vezes tem graça.

Se não acharem piada a este meu rir de mim próprio, olhai para o vosso conta-quilómetros, porque ou já está perto de dar a volta, ou então, estou mesmo a abusar da vossa paciência, e, isso, não quero. Ponto.

Bom fim-de-semana

Andrade da Silva
24 de Julho de 2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

DITADORES E TERRORISMO



Julgo que todas as ditaduras deviam ser abolidas da terra, através da ingerência interna, sob mandato da ONU. Todavia sendo este órgão o que, infelizmente, é , torna-se algo de pouco provável.

Neste campo seria importante que todos os povos do mundo lutassem para que a ONU se reformasse, e ganhasse força para prender e julgar no TPI todos os criminosos violadores dos direitos fundamentais da pessoa humana, do respeito pela sua dignidade e da sua vida. Coisas que os ditadores e os terroristas desrespeitam, mas uns são mais criminosos que outros de acordo com a “padrinhagem”. Os afilhados de Bush gozam de impunidade, os outros nem tanto, mas sempre dá algum jeito contar com o apoio da China ou da Rússia.

Face à cumplicidade e impotência da comunidade internacional em defender em vastas zonas do Mundo os direitos humanos e os direitos civis das pessoas, estas, têm o sagrado direito de legitima defesa, com recurso a todos os meios, mesmo, como último instrumento, à luta armada.

Quanto à luta armada esta só pode emergir do seio do povo que sofre, como os cogumelos nascem da terra fértil. Nunca uma força se pode impor ao povo como sua vanguarda pela força. Neste caso esta pseudo-vanguarda seria contraditória na sua própria natureza que só pode ser a de desejada, amada e mantida pelo povo que se quer libertar.

Mas mesmo esta vanguarda que nasce do seio do seu povo, tem de respeitar as regras da Guerra e das convenções internacionais. Todos os actos, que numa luta contra o ditador ou forças de ocupação vitime dolosamente cidadãos indefesos, em atentados, raptos, massacres, emboscadas, ou qualquer outro acto degradante ou desumano são pura e simplesmente acções terroristas, criminosas, vergonhosas e indefensáveis.

Um lutador pela liberdade do seu povo não é, o que cobardemente mata, rapta, submete alguém do seu povo, mas é, pelo contrário, alguém que oferece a sua vida combatendo as forças militares, policiais e outras do ditador, usando as tácticas e as técnicas da luta armada, mas sem nunca ofender os interesses dos cidadãos civis.

E mesmo em relação às forças militares e policiais apoiantes dos ditadores, as forças revolucionárias nunca poderão ir além de provocar mais dano do que o necessário para enfraquecer e destruir o ditador, ficando sempre vedado a uma força revolucionária torturar, ou matar com tortura um adversário, qualquer destes actos será sempre um acto criminoso, contra o homem ou contra a humanidade, e todos os que fizeram ou consentiram em massacres ou comportamentos desumanos de tortura, deveriam ser presos e presentes ao TPI, que só deveria ter um peso e uma medida, mas mesmo que não tenha esta atitude, a sua existência será sempre um Bem para a humanidade no seu todo.

Nestes termos tudo o que as FARC, ou outras forças, nomeadamente os Movimentos pela Independência das antigas colónias portuguesas, possam ter feito contra cidadãos desde as mortes aos raptos, ou tenham subsistido com o dinheiro sujo do narcotráfico ou de outras acções criminosas, coloca-os inequivocamente no submundo do crime e do terrorismo.

Contudo esta realidade não pode fazer esquecer a situação da Colômbia, descrita por um dos acusadores das FARC, o escritor Hector Abad Faciolince, nos seguintes termos: 50% da população é miserável e tem fome, os governos permitiram a criação de forças paramilitares que assassinam todos os rurais de que suspeitam serem guerrilheiros, tendo ultimamente diminuído o número de assassinatos pela reforma destes paramilitares e, ou porque já detêm o poder politico, e, assim, podem extorquir os submetidos à sua vontade e temor.

Refere aquele autor na sua inequívoca condenação das FARC que o apoio financeiro dos EUA às forças Militares Colombianas é colossal, o 3º,logo a seguir a Israel, e que entre a opulência máxima de uma cidade rica, como uma Austríaca e uma povoação totalmente miserável, como se fosse da Serra Leoa, dista meia hora de automóvel, e que ainda será a miséria o factor essencial do recrutamento das FARC.

Uma vez mais a miséria a funcionar como um elemento decisivo no recrutamento de populações desesperadas e humilhadas. É este factor o que também funciona em grande escala no caso do terrorismo internacional, paralelamente às humilhações que os poderosos ocidentais têm feito aos povos e às pessoas de outras raças ( Mugabe esteve 10 anos preso, durante o governo dos brancos na Rodésia por defender a independência. O governo branco ensinou-lhe a intolerância e o ódio, e ele aprendeu e ultrapassou os mestres. Mandela esteve preso 20 e tal anos, foi magnânimo, esqueceu a humilhação, mas nem todos são magnânimos).

Em conclusão, pela descrição daquele autor ficamos a saber que na Colômbia, lado a lado, com umas forças que se dizem guerrilheiras, mas que já não lutam por objectivos políticos e de transformação social, mas sim praticam crimes e vivem de dinheiro sujo, há forças paramilitares criminosas consentidas pelo governo para combaterem os guerrilheiros, mas que se aproveitando do seu poder militar e político assassinam impunemente e submetem a população rural, que está completamente abandonada pelo Governo, vive na miséria, situação que será de 50% da população.

Se as FARC são um anacronismo na história, porque quarenta anos depois do inicio da luta armada o Povo já se devia ter levantado e apoiado as suas forças de libertação e não o fez, e praticam crimes contra as populações, no que se tornam terroristas, não menos o são as forças paramilitares, e não menos o é, o governo que gasta rios de dinheiro em forças de segurança, e pouco faz pelo desenvolvimento e mesmo pela extinção militar e, ou politica dos paramilitares.

Por tudo isto condenar as FARC e deixar de fora a Governança da Colômbia, de Álvaro Uribe, com a simples e muito rápida afirmação de que o actual governante obteve em eleições democráticas uma votação expressiva, parece um argumento de quem não quer ver neste país o grande número de miseráveis, como na Índia os milhões de excluídos – os intocáveis -, o que uma perversidade falar de Estado Democrático nestes e em outros países, o que só pode servir para acalmar as tais "boas" consciências.

Neste porco e criminoso jogo muitos têm as mãos sujas de sangue. Mas seria bom que se libertasse o povo da Colômbia e todos os povos do Mundo, de todos os actos de banditismo, da miséria, da doença, da fome e dos Ditadores, e que todos os que cometeram crimes contra Humanidade, pudessem ser julgados, um dia, em tribunais justos e independentes, de que o TPI poderá ser o embrião.

Será desejar demais, um Mundo mais justo e limpo?


Andrade da Silva
21 Julho 2008


Ps: já depois de escrito este post foi preso Karadzic. Que o TPI prenda e julgue todos os que na Bósnia e em todas as partes do mundo têm cometido crimes contra a Humanidade, mas mesmo que nem todos sejam julgados é sempre uma vitória da humanidade julgar um genocida.

É pena que os EUA e outras potências não compreendam e cumprem com este princípio, protegendo todos os que servem os seus interesses, ridicularizando, deste modo, qualquer ideia de uma justiça Universal única, isenta e moralmente justa, mas apesar de ser coxa e parcial esta justiça, é importante que nem todos fiquem impunes.

Seria também importante que a área de intervenção das instâncias jurídicas supranacionais se estendesse aos crimes de corrupção e Governança danosa com dolo, contra os interesses dos países e suas populações.

terça-feira, 22 de julho de 2008

A Memória dos Homens !


Como sempre, a memória dos homens é curta e ocupada a mor das vezes por "cousas poucas".

Quer isto dizer, que os grandes homens e os grandes acontecimentos tendem a ser vitoriados, frivolamente, no seu acto imediato, sendo posteriormente banidos para um canto escuso, de onde raramente saem.

Para que isto não aconteça, lembramos hoje:

29 de Junho - Aniversário da morte desse português maior, de seu nome Emídio Guerreiro.
Recordemos pois:
Emídio Guerreiro elegeu a dignidade humana como o ideal que norteou a sua vida.
"Como não pode haver dignidade se não houver liberdade, naturalmente que eu lutei pela liberdade. Lutei contra todos os regimes prepotentes, lutei contra todas as ditaduras".
13 de Julho - 50 anos, da carta de D. António Ferreira Gomes a Salazar (1958).

17 de Julho - 72 anos, do Início da Guerra cívil de Espanha, que haveria de levar ao
Franquismo e a centenas de milhares de mortos (1936).

18 de Julho - 90º. Aniversário de Nelson Rolihlahla Mandela (1918).

20 de Julho - Aniversário da Alunagem. Armstrong (Neill), pisa pela primeira vez
solo lunar (1969).
22 de Julho - Início do Gueto de Varsóvia. Pode ser considerado o princípio do
Holocausto (1942).
Expressões de Julho:

Expresso
"A verdade é que tendo-me deparado com quatro governos - Guterres, Durão,Santana, Sócrates - este último ganha aos pontos na lengalenga. É preciso ter paciência".
Nascimento Rodrigues - Provedor de Justiça

Única
"O País jaz morto e aprodece nas mãos socialistas".
Clara Ferreira Alves - Jornalista

Assim vai o burgo.

Jerónimo Sardinha
22 de Julho





segunda-feira, 21 de julho de 2008

CIDADÃOS!


CIDADÃOS!

NO HORIZONTE O PERIGO DE GRANDE E INIMAGINÁVEL GUERRA AMEAÇA.

CIDADÃOS, JÁ ALTOS RESPONSÁVEIS OLHAM PARA O MUNDO E LÊEM OS SINAIS CARACTERÍSTICOS QUE PRECEDERAM A TRAGÉDIA DA II GUERRA MUNDIAL.

MÁRIO SOARES COM A LINGUAGEM CODIFICADA DA DIPLOMACIA, QUE LHE É HABITUAL, MAS COM ACUTILÂNCIA, FALA DE UMA GUERRA DE PROPORÇÕES INIMAGINÁVEIS, SE AS PROVOCAÇÕES E A ESCALADA VERBAL ENTRE O IRÃO E ISRAEL NÃO TERMINAREM, ANTES DE SE ATINGIR O PONTO DE NÃO RETORNO, QUE AINDA PODERÁ SER ALCANÇADO DURANTE 2008, COM BUSH.

A SITUAÇÃO INTERNACIONAL E DO MÉDIO ORIENTE AGRAVAM-SE COM O ARREFECIMENTO DO ENTUSIASMO E DA DIFERENÇA DE INTENÇÃO DE VOTOS NO CANDIDATO DEMOCRATA À PRESIDÊNCIA DOS E.U.A., AGORA, COM 3 PONTOS DE VANTAGEM SOBRE O REPUBLICANO, O QUE É MUITO POUCO NUM PAÍS, EM QUE AS ELEIÇÕES PODEM DECIDIR-SE NO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, AO QUE JULGO, NÃO FAVORÁVEL AOS DEMOCRATAS.

TAMBÉM A PARALÍSIA DA EUROPA E O FACTO DE DURÃO BARROSO SER O PRESIDENTE DA UNIÃO EUROPEIA, COM AS SUAS LIGAÇÕES À GUERRA PREVENTIVA E À INVASÃO DO IRAQUE TORNAM INOPERANTE A EUROPA, FACTO MUITO GRAVE.

NESTA ENCRUZILHADA HISTÓRICA ENTRE A VITÓRIA E A DERROTA DAS DEMOCRACIAS; A LIBERDADE E A ESCRAVATURA; A GUERRA E A PAZ, NÓS CIDADÃOS TEMOS FAZER OUVIR A NOSSA VOZ, POR TODOS OS MEIOS.

TEMOS DE GRITAR, GRITAR, GRITAR PARA QUE O GOVERNO PORTUGUÊS, O PRESIDENRE DA REPÚBLICA, A EUROPA, A ONU, O MUNDO NOS OIÇAM, DE MODO A EVITAR-SE QUE NO MÉDIO ORIENTE SE INICIE UMA GRANDE GUERRA, COMO SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS QUE O NEO-LIBERALISMO E NEO-CONSERVDORISMO AMERICANOS, COM MAIS VIRULÊNCIA, AGUDIZARAM NO MUNDO.

NÃO É FANTASIA. O PERIGO É REAL. É UMA EMERGÊNCIA AGIR.

MAS ONDE PARAM OS MOVIMENTOS PELA PAZ?

CIDADÃOS EIS OS CORREIOS CINZA-NEGROS, MAS CORREIOS!

PORTUGAL!?...


Andrade da Silva
20 Julho de 08

sábado, 19 de julho de 2008

A FRONTEIRA DO CONHECIMENTO.


NOTÍCIAS DE UMA VELA DE ESPERANÇA
NUM OCEANO DE INCERTEZA

A convite de um bom amigo do partido Socialista, Dr. Tiago, participei numa iniciativa da secção do PS da Almirante Reis, secção com uma maravilhosa e magnânima história que aquele dirigente, entre outros, continua, abrindo as suas iniciativas à sociedade civil, facto muito importante para a Democracia, a sua transparência e saúde.

A última conferência tinha como tema a fronteira do conhecimento, e era constituída por um painel de grande nível intelectual e operacional, o Prof. Carlos Zorrinho e jovens investigadores em projectos de ponta na área da investigação em medicina.

Nesta estrutura muito inteligente tínhamos presentes a conceptualização geral do modelo desta nova fronteira e a grande paixão na pessoa do prof. Zorrinho e o contraste, embora optimista, mas com o saber do terreno dos investigadores.

Fiquei encantado com o que ouvi, em primeiro lugar porque sendo o Prof. Zorrinho um técnico de renome, não perdeu, como agente politico e cidadão, a consciência social e humana dos projectos, e sobretudo tem uma análise muito pertinente da situação social e politica internacional muito grave em que nos encontramos.

De facto estamos numa encruzilhada da história em que a Vitória ou Derrota das Democracias dependem das opções que tomarmos e das políticas de justiça ou injustiça social que se implementarem.

Para além da notável paixão do conferencista, facto que não podia deixar de me impressionar, como é natural em mim, os dados que apresentou são muito importantes, no ranking mundial em 150 países, ocupamos na área do conhecimento o 20º lugar, o que à nossa dimensão e considerando que este salto qualitativo e quantitativo deriva sobretudo do choque tecnológico que foi defendido como progressivo, por contraste com o chamado choque fiscal que era conservador, é já obra.

Todavia o Prof. Carlos Zorrinho com quem em outros contextos já me tinha cruzado, para além de brilhante faz um diagnóstico correcto da situação, por um lado no mundo em rede e do conhecimento, a liderança já não está tão territorializada, pode surgir onde houver massa critica, e, assim, um país, mesmo periférico, que se associar às melhores redes internacionais do conhecimento, o que estará a acontecer de um modo significativo com Portugal pela credibilidade e empenho do seus investigadores, pode discutir a liderança no conhecimento com outros centrais; por outro, também foi referido a imperiosa necessidade da valorização do conhecimento, e que estaria na agenda do governo tratar da questão das Universidades Portuguesas de entrarem na Investigação, de modo a produzirem riqueza material para as nossas empresas e riqueza intelectual para elas próprias.

Muito boas noticias quer em factos, quer em perspectivas, o que o país também não conhece pelas dificuldades enormes que, segundo o conferencista, os órgãos do governo encontrarão na divulgação dos seus projectos bem sucedidos, circunstância que a acontecer, na minha opinião, é um grave e ridículo estrangulamento que tem de ser vencido.

Foi também muito importante saber-se por dois jovens professores universitários com pós graduações em Inglaterra e que regressaram a Portugal que estão em projectos de ponta na área da medicina, em laboratórios acreditados e avaliados por supervisores internacionais.

Existem neste âmbito da investigação estrangulamentos graves que derivam quer da constituição orgânica vertical, vitalícia e quase religiosa das hierarquias Académicas em que um Prof. universitário mesmo que tenha parado no tempo há décadas, restará na cátedra até atingir os seus 70 anos, o que obviamente não é o indicado para o desenvolvimento do conhecimento; quer da incompreensível situação dos laboratórios de investigação e excelência não estarem integrados nas Universidades, contra-senso que deveria ser rapidamente derrotado.

Numa palavra quando tanta vez se diz que não há massa critica ou não há consciência social em Portugal, nesta sessão houve prova do contrário. Todavia os estrangulamentos estão aí, e um homem importante desta Governança tem disso perfeito conhecimento, pelo que, por vezes, somos surpreendidos com a seguinte interrogação, como com tão boa massa critica, com tanta vontade, trabalho e paixão, há coisas que não acontecem e nos leva a pensar que vivemos num país a várias velocidades e realidades, porquê?


Andrade da Silva
18 Julho 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

01 - LIBERDADE E CIDADANIA --- Peço a palavra - 2

Agora, neste nosso país, é vulgar ouvirmos/lermos, no linguajar dos "políticos" e afins, que A ou B estudou/não estudou os dossiers ou fez/não fez os trabalhos de casa.
Não estaremos a relevar gratuitamente estas expressões, exactamente porque delas decorrem apreciações objectivas sobre a preparação/impreparação de alguém no desempenho duma actividade pública, logo com reflexos na sociedade política. E a política é a nossa realidade social enquanto povo-país.
É inadiável a assunção colectiva da política como uma realidade que é nossa, de todos nós, sem excepção. Vivemos um destino colectivo e, dele, para o bem e para o mal, somos colectivamente responsáveis. Expressões de triste memória como «a política é para os políticos», «eu não sou político», «a minha política é o trabalho» e tantas, tantas outras, configuram demissionismo da cidadania e atentado a esta mesma cidadania.
Apeado que foi o auto-proclamado Estado Novo, readquirimos o direito da escolha do governo da cidade através do voto em liberdade. E o voto de cada um de nós irá determinar a escolha colectiva.
Como sabemos, a soberania de um povo-país é sustentada pela participação de todos e de cada um dos cidadãos na apreciação de todas as questões que lhe são inerentes. É um trabalho colectivo e permanente.
Não nos pode ser indiferente, porque residimos em Lisboa, um problema que aflige quem habita em Leiria. Se assim sucedesse, estaríamos contribuindo para a instauração da iniquidade colectiva. É unidos e não desavindos que os cidadãos conseguem a cidadania.
E o governo da cidade terá sempre o dever indeclinável de cumprir-se na cidadania, porque não é mais do que a escolha dos cidadãos.
E, aqui chegados, regressamos ao início deste texto: como é possível ouvirmos/lermos que um qualquer dos escolhidos «não estudou os dossiers» ou «não fez o trabalho de casa»? Que se faz para averiguar a veracidade ou a falsidade de quem produz tais afirmações? Que situação configura este clima de animosidade no seio dos que foram escolhidos para o exercício da cidadania maior que será orientar o destino colectivo do povo-país?

José-Augusto de Carvalho
Viana do Alentejo, 18.7.2008

quarta-feira, 16 de julho de 2008

01 - LIBERDADE E CIDADANIA --- Peço a palavra -1

Desde há milénios que os homens de boa vontade problematizam a sociedade humana. E muitas são as propostas deste acervo. De todas ressalta a necessidade indispensável de garantir a dignidade como valor de indiscutível perenidade.
A necessidade de regulamentar a vida em sociedade determinou o advento da política, o governo da cidade, como nos ensinaram os gregos. E esse governo pode ser o poder de uma classe, que passa automaticamente a classe dominante, ou numa sociedade sem classes, onde o poder é exercido democraticamente, e aqui, socorrendo-nos ainda dos gregos, que também nos ensinaram que democracia significa poder do povo ou poder popular.
É irrelevante, a esta distância da Antiguidade Clássica Ocidental, discutirmos a pureza da democracia ateniense. Relevante será termos todos a noção do tempo que vivemos, que reconhece os Direitos Universais do Homem.
Sem simplismos, entendemos que uma sociedade sem classes é um lar multiplicado por n, onde todos os seus membros têm o seu lugar, na dignidade.
Hoje, quem poderá assegurar, com verdade, que vivemos numa sociedade democrática? Tantos são os interesses que se opõem!...Tantas são as determinações que provocam desigualdades!... Tantas são as determinações iníquas!... Etc, etc, etc...
Hoje, neste mundo dito democrático, onde vivemos, se tentarmos analisar qualquer umas das vertentes que constituem a pluralidade da sociedade, o tal estado da nação, veremos, apenas, «o estado a que isto chegou». E não será jamais sustentável que os governantes se considerem legitimados pelo voto popular. A legitimidade terá de ser avaliada a outros níveis: o da inteligência, o da capacidade, o da responsabilidade, o da verdade e o da liberdade desde que sempre corresponda a fraternidade humana.
Finalizando, é urgente definirmos o tipo de sociedade que temos e o rumo que queremos para a sua dignificação, numa homenagem aos que morreram pela utopia, no reconhecimento por aqueles que lutam pela transformação da utopia em realidade, no anseio de garantirmos aos vindouros a verdade responsável dos Direitos Universais do Homem.


José-Augusto de Carvalho
Viana do Alentejo, 16.7.2008

PRESIDENTE DA REPÚBLICA AO ENCONTRO DO PORTUGAL DEPRIMIDO




O País precisa da Mobilização das elites culturais, cientificas, éticas, sociais e técnicas e dos cidadãos para a arrancada deste século XXI.

O SR. Presidente da República deveria aceitar o desafio da refundação da DEMOCRACIA EM PORTUGAL E NA EUROPA, mas nada será feito com o velho discurso e a velha atitude que todos: o governo, os empresários, as elites e os dirigentes estão a fazer o seu melhor.

Infelizmente não é assim, muitos estão a fazer o seu melhor na defesa dos sues interesses, poucos, muito poucos, estão interessados na História e no Futuro colectivo de Portugal, da Europa e do Mundo.

Muitos, muitos mesmo, têm privatizado o Estado, a União Europeia no exclusivo interesse dos poderosos, para os demais vale a chinesização e a indianização do país e da Europa. Se não fosse um escândalo maior e insustentável os grandes convertiam o País ao Hinduísmo, para que a escravatura fosse aceite passivamente.

O Sr. Presidente da República que no desempenho das funções de Primeiro- Ministro iniciou esta terrível caminhada neoliberal, pode e deve fazer muito para alterar este estado de coisas, porque é uma pessoa estruturalmente honesta, e também não se deveria esquecer que alguma vez já conheceu o pão que o diabo amassou. Venceu, mas todos poderão vencer, apesar da sua força anímica e das suas qualidades, nesta sociedade, tal qual ela hoje se encontra?

PORTUGAL, A EUROPA PRECISAM DE UM PROJECTO MOBILIZADOR DAS ELITES E DOS POVOS, SEM ISTO PODEMOS REGRESSAR À INSTABILIDADE SOCIAL E A UM TOTALITARISMO MAIS NEGRO QUE OS ANTERIORES, PORQUE MAIS GLOBAL E MAIS PASSIVAMENTE ACEITE.

Vivemos momentos cruciais de charneira: ou A LIBERDADE OU A CHINESIZAÇÃO DO MUNDO, com o modelo social chinês a ser o inspirador do controlo absoluto da vida de quem trabalha pelos empregadores e pelas autoridades.

Sr. Presidente o País tem os olhos postos em si. PORTUGAL E A EUROPA ESTÃO NO DEALBAR DE UMA NOVA ÉPOCA: TRÁGICA OU GLORIOSA!?...

Tudo dependerá das escolhas de hoje e de amanhã.

andrade da silva

segunda-feira, 14 de julho de 2008

ESCURIDÃO E LUMINOSIDADE DA HISTÓRIA


O Mundo, a Europa, Portugal estão pela hora da morte, submersos pela escuridão da História, como José Matoso a define. Dominam o mundo os banqueiros e o modelo Social Chinês. É a “chinesização” do mundo e da Europa que estão em curso.

Mas ainda poderemos evitar e travar a onda AMARELA-CINZA da MORTE?

Sei que me chamam idealista, quiçá com um défice ao nível da inteligência, o que me levaria à presunção bacoca, enfim…mas, enquanto os ricos, os poderosos, os impunes, os inatingíveis escravizam Nações, Povos e o Mundo; os doutos proclamam palavras palavrosas e piedosas para dizerem - oh plebeus RENDEI-VOS!

Os poderosos, bárbaros, senhores de todos os saberes, correntes, grilhões e armas fazem diagnósticos correctos sobre a fome, mas, como bárbaros, empanturram-se em pratos exóticos e vinhos divinais, gastam milhões e cospem na cara do Mundo dos miseráveis, proclamam tretas, gastam milhões e não tiram ninguém da miséria.

Mas o que proclamam os piedosos que gozam bem a vida? Parece que os pobres e todos os sem poder estão encurralados, estão num beco, para a frente e para trás só há Inferno, para a esquerda a morte, matada, da esperança; para a direita, para alguns, o engodo da salvação, mas no real concreto, ainda morte mais morte, então, que fazer?

O caminho, na minha opinião, é estreito, mas ficar onde se está é morte certa, rebelar-se em desespero será atrair mais metralha sobre corpos famélicos e nobres, com mais mortes e desgraça, pelo que a Hora é a da CONSIÊNCIA MORAL E CIVILIZACIONAL dos mais nobres, cultos, e honrados cidadãos de Portugal.

Não é mais, moralmente, tolerável que os homens bons fiquem a ver o PAÍS a DESMORONAR-SE e as GENTES a MORREREM nos seus remansosos habitats de segurança e conforto, como se tudo isto fosse a representação de uma trágico-comédia. Não o é. Há gente a sofrer e a morrer.

Não! Não! Não! Compete à ELITE MORAL INTELECTUAL, CULTURAL, SOCIAL de PORTUGAL alterar este estado de coisas, ocupar os espaços da cidadania: o da opinião pública e o da Governança, intervindo nos partidos e outros órgãos do Estado de Direito e Constitucional, para mudar este ambiente de desânimo, criando MOTIVAÇÃO AO POVO PORTUGUÊS E EUROPEU PARA LUTAREM PELA EUROPA DA PAZ, DO PROGRESSO E DO HUMANISMO.

Vós, oh nobre POVO, Oh mui nobre elite não estais a coberto desta tragédia, se ela acontecer além de ficardes cobertos pela ignomínia de serdes comodistas, terdes capitulado, também sereis incomodados com todos os estilhaços sociais que toda a “chinesização” do país e da Europa provocará. Quem viveu na luminosidade recusa a escuridão, se a ela for sujeito antes de ser escravo ou “cangado”.

Nestas horas difíceis do País e do Mundo ser só crítico de café, quando se pode e deve fazer muito mais é um dislate:
VÓS OS QUE TENDES CAPACIDADES E PODEIS DAR UM CONTIRBUTO DECISIVO PARA AS MUDANÇAS NÃO VOS FIQUEIS PELAS PALAVRAS PIEDOSAS. MAS POR TODO O LADO É TEMPO DE SER FEITO O QUE DEVE SER FEITO, PARA LIBERTAR PORTUGAL E A EUROPA, DO CAPITALIMO SELVAGEM QUE O NEOLIBERALISMO TRANSPORTA.

PORTUGAL!....

Andrade da silva
14 junho

PS: Vi LUMINOSIDADE em Belmonte, Fundão, Monsanto, onde, jovens e idosos resistem por PORTUGAL. Que a Polis não os esqueça. Ajudemos estas pessoas e os jovens que lá vivem. Que o poder Central vá dos Paços a este PORTUGAL exangue e o reanime.

Um grande abraço para os jovens que em Belmonte e no Fundão, como guias, contam a História dos seus Povos. Um grande reconhecimento para as Câmaras Municipais de Belmonte e Fundão e para os seus munícipes e para a Comunidade Judaica que tanto sofreu e tão heroicamente resistiu.

sábado, 12 de julho de 2008

04 - A MEMÓRIA DOS HOMENS - Quem silencia o outro 11 de Setembro?


Os Fantasmas da Memória Santiago do Chile, 11 de Setembro de 1973

Seguramente esta es la última oportunidad en que me pueda dirigir a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Portales y Radio Corporación. Mis palabras no tienen amargura, sino decepción, y serán ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron... soldados de Chile, comandantes en jefe titulares, el almirante Merino que se ha autodesignado, más el señor Mendoza, general rastrero ... que sólo ayer manifestara su fidelidad y lealtad al gobierno, también se ha nominado director general de Carabineros.

Ante estos hechos, sólo me cabe decirle a los trabajadores:

¡Yo no voy a renunciar! Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que entregáramos a la conciencia digna de miles y miles de chilenos, no podrá ser segada definitivamente.

Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen... ni con la fuerza.

La historia es nuestra y la hacen los pueblos.

Trabajadores de mi patria: Quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la ley y así lo hizo.

En este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes, quiero que aprovechen la lección. El capital foráneo, el imperialismo, unido a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que les enseñara Schneider y que reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas, esperando con mano ajena reconquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.

Me dirijo, sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros; a la obrera que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños.

Me dirijo a los profesionales de la patria, a los profesionales patriotas, a los que hace días estuvieron trabajando contra la sedición auspiciada por los Colegios profesionales, colegios de clase para defender también las ventajas que una sociedad capitalista da a unos pocos.

Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron, entregaron su alegría y su espíritu de lucha.

Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos... porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando la línea férrea, destruyendo los oleoductos y los gasoductos, frente al silencio de los que tenían la obligación de proceder: estaban comprometidos.

La historia los juzgará.

Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz no llegará a ustedes. No importa, lo seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes. Por lo menos, mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal a la lealtad de los trabajadores. El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.

Trabajadores de mi patria: tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo, donde la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre para construir una sociedad mejor.

¡Viva Chile!

¡Viva el pueblo!

¡Vivan los trabajadores!

Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano. Tengo la certeza de que, por lo menos, habrá una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.


Salvador Allende


Santiago de Chile, 11.marzo.1973

quinta-feira, 10 de julho de 2008

13 - REFLEXÕES DE G.F. * XIX



Reflexão XIX


Ser decente é a base.
É a partir daqui,
desta básica frase,
que se escolhe a jornada.
Esta, livre escolhi.
Ainda que percalço ou dúvida te atrase,
à chegada,
esperarei por ti.


Gabriel de Fochem
6 de Setembro de 2001.

JORNAL DE PAREDE




Parábola intemporal

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo. Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia. Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra :


--- Posso fazer três perguntas?
--- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
--- Pertenço à tua cadeia alimentar?
--- Não.
--- Que ofensa assim tão grave guardas de mim?
--- Nenhuma.
--- Então porque é que me queres comer?
--- Porque não suporto ver-te brilhar!


E é assim .... que diariamente tropeçamos com cobras!
___________________________________________________
Nota: Não conheço o autor do texto acima, mas ele não se importará, quero crer, que registe aqui a sua criatividade.

05 - POEMÁRIO * As estrelas




Motivos do Alentejo


As estrelas


No céu distante, as pálidas estrelas
lucilam sobre o dorso do povoado.
Menino, o Tóino insiste em entendê-las,
naquele seu diálogo cifrado.


Na mesa, a magra ceia. Que bem cheira!
Açorda, de coentros temperada,
e peixe de água doce, da ribeira,
que as jornas baixas já não dão p'ra nada!


Um brado acorda o Tóino: vem prà mesa!
E Tóino vem... A mãe chamando já!
Enquanto lava as mãos, confidencia:


Oh, mãe, há um mistério, de certeza,
no brilho das estrelas! Qual será?
E a mãe responde: irás saber, um dia...



José-Augusto de Carvalho
3 de Julho de 2008.Viana * Évora * Portugal
(Recuperando textos escritos nos meus vinte e poucos anos de idade... com correcções.)

05 - POEMÁRIO * À beira-mágoa


À beira-mágoa


Eu soube de um país à beira-mar,
à beira-pesadelo, à beira-pranto...
De insónias e tristezas no cantar,
do sonho, que a tardar, doía tanto!

Eu soube de um país que teve um cais
e um barco que largou ao mundo além...
Que foi e que voltou por entre os ais
e sempre desse além ficou refém...

Eu soube de um país à beira-fado,
guitarra dedilhando a decadência...
Amante, entre grinaldas, mal-amado,
cativo de masmorras e de ausência...

Eu soube de um país que se rendeu,
num dia de novembro, e se perdeu...



José-Augusto de Carvalho
25 de novembro de 2004.
Viana do Alentejo - Évora - Portugal

O ESTADO DA NAÇÃO



Quem somos e o que esperamos?

E se ... de repente, acordássemos e descobríssemos que a letargia em que há muito mergulhámos, deixando-nos apatetados, estupidificados, seguidistas e desejosos de ser mais e mais controlados, tinha desaparecido, como num golpe de mágica ?

E se ... de repente, se fizesse luz nos nossos cérebros e descobríssemos que temos sido brutalmente enganados, violados e escravizados por políticos frouxos, desonestos, sem garra nem carácter, sem honestidade intelectual e sem amor ao povo ou há Pátria, que os viu parir ?

E se ... de repente, o presente nos mostrasse um passado obscuro, corroído por invejas mesquinhas, jogadas abstrusas, sacanices preparadas e levadas até às últimas consequências, por indivíduos que num determinado momento das suas vidas, em nosso nome, juraram cumprir e fazer cumprir o melhor para Portugal e para o Povo – o seu Povo ?

E se ... de repente, percebessemos que nos roubaram 30 anos das nossas vidas ?

E que ... durante esses 30 anos, muita gente desonesta, desleal, sem escrúpulos, falando em nosso nome, traiu, roubou, saqueou, viveu principescamente, enquanto nós nos esforçávamos para sobreviver, dando almoços de miséria e camas de inquietação a nossas mulheres, filhos e pais ?

Foi exactamente isso que aconteceu, com a entrevista de Medina Carreira na SIC !

Desde há muito, que Medina Carreira, na sua forma desassombrada de falar, vem dizendo a verdade, que todos nós teimamos em não ver, mas que nos vai minando e corroendo o dia a dia, a vida, o futuro, as entranhas.

Não há corruptos por declaração ! Mas tudo há nossa volta é corrupção. Nas suas várias formas. Nas suas múltiplas artimanhas:
- É corrupção o modo como nos sacam nos combustíveis;
- É corrupção o modo como nos cobram o gás;
- É corrupção o modo como nos aumentam o pão;
- É corrupção o modo como nos vendem as nossas próprias ruas;
- É corrupção o modo como nos impõem que paguemos auto estradas, pontes e TGV’s, que não pedimos, que não podemos comer, que não têm qualquer utilidade para o cidadão e menos ainda para quem as manda construir, pois nunca pensou andar nelas;
- É forma corruptíva e corruptível o modo como nos falam, nos mentem e nos ofendem, garantindo e jurando a pés juntos e sob protesto de honra que estão a fazer tudo para nosso bem estar, para futuro dos nossos filhos, cumprindo promessas feitas e por nós aceites.

Quem somos hoje ? O que esperamos ? Porque não nos livramos desta corja de uma vez ?

O que nos falta ? Coragem ? Que outros o façam por nós, como já aconteceu ?

Medina Carreira tem razão. Alerta com justeza. Se continuarmos assim, se não arrepiarmos caminho, se não emendarmos os erros, rapidamente os nossos filhos não terão pão, não haverá emprego, não haverá sobrevivência possível. Pelo menos para nós.
Os especuladores não precisam de mão de obra. Aliás, o mais inconveniente para eles, é alguém por perto, que possa ver, denunciar, ou aprender.

Saberemos nós ser dignos de ideais que jurámos serem nossos há 34 anos, mas que desprezámos, a troco de gravatas de seda (compradas a crédito), casas que são nossas (quando as pagarmos ao banco, seu real dono), automóveis caros (comprados em leasing duvidoso) e que na maior parte dos casos são ou serão retomados, por impossibilidade de cumprimento da mensalidade, de uma vida de fachada, de falsas aparências, muitas vezes sem amor e sem respeito, mesmo entre pais e filhos, sem prestígio e sem dignidade ?

Saberemos nós, que o tempo, as possibilidades e as capacidades se esgotam. Se estão a esgotar, rapidamente, encurtando a hipótese de recuperação e dando azo a que mais e mais oportunistas surjam e se juntem aos outros ?

Esperemos que o(s) alerta(s) de Medina Carreira e de alguns poucos, outros, sejam atendidos e repensados em tempo e oportunidade.

Gostei. Era necessário que alguém, pública e desassombradamente gritasse as verdades, que todos falamos no quotidiano, mas que para políticos e governantes não passam de ofensas, calúnias e mal-dizeres e arruaças. Populaça.

Vamos ao importante, enquanto é dia. Suspeito que se aproxima célere, a noite.

Assim esteja enganado.

Jerónimo Sardinha.

ESTADO DA NAÇÃO




A Saúde e a Justiça...


Diz um inquérito à opinião pública, referido no Expresso on-line, de 8 Julho que a justiça e a saúde estão mal, OK, mas qual a novidade? Isso já sabíamos. Mas!?...

Mas a economia está bem? Mas a administração Pública está bem? Mas a agricultura está bem? Mas a educação está bem? Mas a investigação, a ciência e as universidades estão bem? Mas a segurança dos cidadãos está bem? Mas a cultura está bem? Mas os transportes públicos estão bem? Mas o endividamento externo está bem? Mas o combate à corrupção e à evasão fiscal estão bem? Mas o código do trabalho é bom? Mas as políticas activas do crescimento económico são boas? Mas a taxa de desemprego está bem? Mas a politica salarial e as politicas de avaliação do pessoal estão bem? Mas as políticas de informação e de participação dos cidadãos na vida nacional e europeia estão bem? Mas a situação na agricultura e pescas está bem, claro que os diospiros são um belíssimo fruto, as bananas e as anonas da Madeira também? Mas as politicas sociais de protecção aos idosos e às crianças estão bem? Não sei. Mas julgava que não, mas talvez esteja com visões e alucinações.

Afinal está tudo bem, 8% desempregados, milhares e milhares de empresários a declararem um lucro de 750€ mês e outros menos, haver 18 a 20% pessoas no limiar da pobreza e outros tantos a aproximarem-se desse limiar, apesar de terem canudos e fazerem parte da classe média, ou seja, do principal pilar da democracia na sua forma semi-quente, isto é, a social-democracia são tudo pequenas questões. Tão pequenas que ameaçam a própria democracia em Portugal e na Europa, mas isto são meras fantasias que até alguns donos dos euros, mas com alguma consciência social sobre este desgraçado estado de coisas, já vão falando e reclamando um imposto especial sobre as poucas, mas grandes fortunas que neste tempo de crise crescem exponencialmente, criando um desequilíbrio social e psicológico insustentável.

Como todos sabem estes pontos de grave desequilíbrio têm de ser ultrapassados e resolvidos com melhores politicas de ESQUERDA (melhor distribuição da riqueza; melhor formação profissional; justiça eficaz e justa para todos; melhor e mais justa fiscalidade com impostos progressivos; melhores salários, mais supervisão e menos graus de liberdade para os bancos taxarem os clientes; menos, melhores e mais equitativos impostos; reforma da saúde e da educação despartidarizada e não focalizada no centrão; fim da privatização total do Estado no interesse dos grandes empresários e do capital financeiro; melhor e mais participação dos cidadãos na vida da República; controle do endividamento externo; estabelecimento de prioridades em relação aos grandes investimentos públicos; ética no cumprimento dos compromissos eleitorais etc) ou o país e a Europa correm um sério risco de caírem novamente num longo período de ESCURIDÃO

Perante tão grave ameaça para todos, mesmo para a maioria dos que hoje são governo e amanhã serão meros cidadãos, todas as políticas deviam ser pensadas neste futuro para todos, e não no mero jogo eleitoral de ganhar eleições, sobretudo para fazer o que não interessa tanto à LUMINOSIDADE da História, e serve mais a sua ESCURIDÃO.
PORTUGAL!
andrade da silva

terça-feira, 8 de julho de 2008

AH, VELHA EUROPA!




EUROPA SOCIAL, EUROPA DOS CIDADÃOS

O deputado José Seguro, no artigo de opinião do Expresso de 5 Julho, faz uma síntese muito criativa e coerente do que, na sua opinião, seria necessário fazer-se para irmos além da Europa do circo do consumismo, e atingirmos a Grande Europa politica, a Europa da coesão social, do desenvolvimento, de que, cada vez mais, nos afastamos, como ele próprio reconhece, e salta à vista por mais míope que se seja. Revejo-me nesta posição e dou todo o meu esforço para a Construção da Europa do humanismo, da Construção da Paz, e do Progresso. De acordo com o pensamento de José Seguro também já defendi, numa reunião internacional realizada pelo Instituto de Estudos Estratégicos, que esta Europa só pode ser construída com os cidadãos europeus e as nações Europeias. Todavia hoje, como naquela altura, há quem pense o contrário. Há quem pense que os eleitores não percebem nada de tratados e Acordos, como dizia um antigo secretário da integração europeia, na altura daquele evento presidente da Assembleia Municipal do Fundão. Se os eleitores são ignorantes, porque referendar estas complexidades burocráticas? Seria suficiente que os eleitores vissem o benefício que, segundo o optimismo dos líderes, existiu com a integração de Portugal na União Europeia. O diabo é quando os eleitores não vêm com o mesmo optimismo as vantagens, então o caldo entorna-se, e temos porrada e, ou divórcio, normalmente ambos os males. Mas também o argumento dos benefícios, que é justo sublinhar, não têm seguido na sua distribuição uma lógica social, ou sequer de economia produtiva. Contrariamente as ajudas financeiras têm sido distribuídas de um modo injusto, e, por vezes, completamente incompreensíveis para usar uma linguagem soft, mas que os vários processos por uso indevido das verbas dos fundos europeus, são a tal ponta do iceberg de um mundo, onde, se diz, que há muitas irregularidades, mas que nunca são objecto de uma investigação profunda, ou mesmo que chegue em tempo útil aos tribunais. Defendo a urgência deste diálogo com os europeus e as suas Nações, pelo que é lamentável que a oportunidade da aprovação do tratado de Lisboa não tenha servido para esse objectivo, o que, Seguro não sublinha com a ênfase que devia, porque ao remeter-se a ratificação do Acordo de Lisboa para a Assembleia da República se adiou para as calendas gregas esta discussão. Confortável na sua maioria e na ratificação do tratado nos parlamentos, o governo português nada fez para esclarecer os portugueses ou os cidadãos europeus, durante a sua presidência da EU, sobre a Europa do presente e do Futuro. Com ou sem tratados, sem um PROJECTO MOBILIZADOR que saia das questões institucionais, sem líderes à altura de vencer a completa guerra de destruição total do Estado Providência para o privatizar no interesse dos grandes empresários e banqueiros, a EUROPA que conhecemos e amamos, corre um sério risco de implosão e, ou explosão social, integrando-se já não no grande Império Americano, mas sim no da Grande China. O problema social e económico é sério, como diz Daniel Bessa, e se, em Portugal e na Europa, não se governar melhor com politicas que promovam a Europa social e dos cidadãos, negros dias nos esperam. É verdade que ninguém quer falar disto pelo menos por duas ordens de razões, ambas oportunistas: uns por causa do jogo eleitoral; outros, porque, como sempre, têm o cravo, agora, guardado no bolso e a palavra no saco, para depois de passar a borrasca dizerem que são os beneméritos da Nação e os grandes defensores e produtores das grandes transformações sociais, o que, lado a lado, com a muita dor que aí vem são as constantes históricas do comportamento desta gente e deste país. Deste modo se dá plena razão a todos os neo-totalitários que para aí se pavoneiam e ocupam todo o espaço da semi-democracia, quando dizem que há uns ber.. mer.. de uns idealistas que querem salvar quem não quer ser salvo, e preferem o statu-quo da imobilidade ao sobressalto de tentar mudar. Interessa também dizer que apesar da baixa probabilidade destes impostores perderem, é preciso barrar-lhes o caminho e dizer aos que hibernaram que a BORRASCA QUE ANDA POR AÍ PODE SER MUITO SÉRIA. A INTELIGÊNCIA E A PAZ ACONSELHAM A ESTAR ALERTA E A AGIR.

Andrade da silva
8 Julho 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A MEMÓRIA DOS HOMENS...




A Ignomínia do Esquecimento


Passou, silencioso e despercebido, no dia 1º. deste mês de Julho, o aniversário de nascimento de um cidadão que deveria ser um marco da nossa actual sociedade. Este Homem, licenciado em Ciências Sociais e Políticas e em Ciências Etnológicas e Antropológicas, dotado de um carácter, personalidade, tenacidade e destemor, quase inigualáveis para o seu tempo e idade (29 anos), fez frente, de peito aberto, a blindados comandados pelo único indivíduo que, em desespero, se atreveu a tentar defender o anquilosado e indefensável estado novo e o seu último e indeciso ditador.
Refiro-me ao Cidadão Fernando José Salgueiro Maia, nascido a 1 de Julho de 1944 e desaparecido de entre nós a 4 de Abril de 1992.
O País e o mundo conheceram-no como o Capitão do 25 de Abril, do Terreiro do Paço e do Quartel do Carmo. Mas o seu percurso, como militar e cidadão começou muito antes. Apesar de muito jovem, tinha já cumprido duas comissões na guerra colonial, a primeira em Angola, 1968/70 e a segunda na Guiné, 1971/73. Em ambas o seu carácter se manifestou. Ainda em Angola é promovido a Capitão. Sobre o a Guiné, espero que alguém do seu tempo aqui escreva o que se passou. A camaradagem, coragem e abnegação, encontraram aí terreno e espaço para decisões e acções que o fariam sofrer até ao fim dos seus dias, embora com a tranquilidade de espírito de um dever superior cumprido. A sua entrega em sacrifício de alguns, para o bem de muitos, teve aí o seu grande ensaio. Repete-o em 1974, ao arriscar tudo nas suas decisões firmes e em obediência a um compromisso assumido. As suas palavras na parada da EPC em Santarém, na madrugada de 24/25 de Abril de 74 são a expressão definitiva da sua visão e da sua força interior. Assim se dirigem homens e se conquistam comandados: "Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui."
Com estas palavras se começa a construir, no terreno, o que se desejava e poderia ter sido uma democracia.
Em 25 de Nov. de 1975, dá-nos outro exemplo de disciplina e obediência, ao voltar saír do mesmo local, da mesma forma, mas desta vez às ordens do Presidente da República.
Nem os políticos nem a maioria dos seus pares lhe perdoa a forma de ser, a voluntariedade e a verticalidade. Nesta sequência é transferido para os Açores, só voltando em 1979, para a "honrosa distinção" de comandar o Presídio de Santa Margarida. Só em 1984 voltará à "sua" EPC em Santarém.
Como é da "práxis" nesta espécie de país, somente em 1983 é agraciado com a Grã Cruz da Ordem da Liberdade (de que foi um dos principais mentor e autor). Morre em 1992, aos 48 anos de idade e a 21 dias da comemoração do 18º. aniversário da "sua" Revolução, após dois longos anos de sofrimento, sendo ainda em 1992, mas já a título póstumo, elevado a Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada.
Na ausência de efeméride nacional condigna, "para que a memória se não apague", aqui fica a homenagem singela e simples, na pureza da amizade, como ele gostava.
Até sempre Maia.
Jerónimo Sardinha.