segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Assim não ... lembra o antigamente !!!


Prometi que voltaria a abordar o assunto da “Petição sobre os Mortos do Ultramar”, como já vai sendo conhecida universalmente, mas, uma informação chegada há hora do almoço de domingo, alterou a minha agenda, precipitando este “post”.
Amigo interessado e tão preocupado quanto nós todos com o assunto em causa, chamou-me a atenção para o facto de a Liga dos Combatentes ter saído com uma intervenção (híbrida), na secção “notícias”, na sua folha oficial.
O assunto, «Conservação das Memórias – Problemática das Trasladações», datada de 21-09-2008, que coincidência. Ou Talvez não !
É evidente que fui de imediato consultar.
Ora a Liga dos Combatentes, intimidatóriamente, limita-se a dizer que acompanha com atenção o Movimento de Antigos Combatentes.
Seguidamente, para que não restem dúvidas sobre quem é quem, explana o seu «Parecer datado de Fev07 ao gabinete de Sua Excelência o SEDNAM» «em que afirma que a política a seguir deverá ser a da manutenção nos territórios onde jazem», (sic).
Depois de pretender ser a «considerada a única entidade institucionalmente vocacionada e no âmbito do MD que tem a responsabilidade para:» (sic).
No seu nº. 3, confunde o retorno de oriundos de Portugal continental, com originais dos locais em causa, ignorando que estes, mal ou bem, se encontram no seu território natal e se lhe devemos honra, dignidade e respeito, caberá aos governos desses países o cuidado (imperativo), de dignificar essa memória. A nós cabe agradecer e honrar o sacrifício supremo a que foram sujeitos, em nome de Portugal e a mando do seu regime.
No ponto 4, acusa o Movimento de egoísmo, redução e sectarismo, porque «se preocupa apenas com um conflito (61/75) e num único continente», (sic), mostrando desconhecimento pelo manifesta e publicamente expresso pelo Movimento.
Isto é uma pequena amostra do que Liga se resolveu tornar público, sentindo que está a ser ultrapassada na resolução deste problema. Refira-se, que o supra citado parecer é datado de Fevereiro de 2007.
Vale a pena aceder à página e ver todo o conteúdo da referida “notícia”, até para não a ferir de desvio de contexto.
Ora, embora me esforce por respeitar a forma corporativa como estas instituições agem e se tentam impor, tenho muita dificuldade em aceitar manifestações de prepotência como esta e outras que vão sendo conhecidas.
Ademais, se a Liga, que se arroga a única com competências, queria realmente fazer alguma coisa no sentido de honrar e dignificar os homens, camaradas dos seus dirigentes, caídos no cumprimento de um dever imposto, como os próprios hoje gostam de dizer, deveriam ter envidado esforços e forçado políticos a resolver este e outros problemas HÁ TRINTA E CINCO ANOS. Se uma das reivindicações para o 25 de Abril era parar uma guerra injusta, justo seria terem sido tomadas medidas para resolver esta situação. Até porque uma das divisas de honra de qualquer operacional é “não deixar ninguém para trás”.
Devo desde já declarar que não PERTENÇO AO MOVIMENTO em causa, EMBORA ESTE COLHA TODO O MEU APOIO. Não conheço, pessoalmente, ninguém a ele ligado, embora desde já me ponha em disponibilidade para o que possa ser útil.
Para que a Liga perceba melhor o enleado em que se está a envolver, no próximo “post” farei transposição do que se escreve pela imprensa da província.
Como Português, como antigo militar, que cumpriu com as suas obrigações, sem emigrar (desertar), embora não concordando com o regime, com o sistema e até com muitos dos que se pretendiam comandar e mais não faziam que atabalhoar, tal como os que lá deixaram a sua vida e a sua juventude, apoio a petição, CRÍTICO a posição de autismo e prepotência da Liga (em DEMOCRACIA, ninguém é dono de ninguém), crítico TODOS os políticos e GOVERNOS pelo desprezo manifestado pelo sacrifício pleno feito por aqueles heróis e mártires, seja qual for a causa da sua morte, as DIRECÇÕES militares e os seus ESTADOS MAIORES, pela ausência de sensibilidade, verticalidade e cumprimento do dever como cidadãos, militares, democratas e livres.
Mais e melhor será certamente dito e escrito.

Jerónimo Sardinha.
22Setembro08

1 comentário:

Anónimo disse...

já é tempo de todos estes democratas e políticos de meia chinela do pós 25 de Abril, que só souberam o que foi a guerra colonial pela meia dúzia de palavras publicadas nos livros de história, prestarem homenagem aos mortos em combate, aos estropiados e a todos que foram cumprir o serviço militar ás ex-colónias.
Honremos a nossa História, Honremos o nosso Povo.A nossa história é o nosso passado e o nosso futuro. País sem história é um País aculturado e sem cultura não há presente e o futuro será cada vez mais inóspito.
Honremos os nossos mortos e vamos trazê-los para casa, custe o que custar. O dinheiro dos nossos impostos não serve só para que a classe politica se banqueteie com ele a seu belo prazer de modo a satisfazer a sua ganância.
Vamos pois assinar essa petição e comecemos hoje a fazer as pazes com o nosso passado.
António Andrade